Archive for the ‘Fome’ Category

ONU declara crise de fome na Somália

quinta-feira, julho 21st, 2011

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou oficialmente, ontem, situação de crise de fome em Bakool e Baixo Shabelle, no sul da Somália. O coordenador dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas para a Somália disse, numa conferência de imprensa, em Nairobi, Quénia, que “em cada dia que nos atrasamos a dar assistência é, literalmente, uma questão de vida ou morte para as crianças e as famílias afectadas pela crise de fome”.

Mark Bowden advertiu que “se não agirmos agora, a crise de fome vai estender-se às oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses, devido às pobres colheitas e aos surtos de doenças infecciosas”.

O responsável humanitário da ONU sublinhou que a crise “representa a mais grave situação de insegurança alimentar no mundo, com os índices de desnutrição mais elevados, que chegam a 50 por cento em algumas zonas do sul do país”.

Os dados divulgados pelo dirigente das Nações Unidas mostram que quase metade da população da Somália, cerca de 4 milhões de pessoas, se encontra em situação de crise humanitária. Quase três milhões estão no sul do país, que se encontra sob o controlo da milícia islâmica Al Shabab, vinculada à Al Qaeda.

MRA Alliance/Agências

Fome alastra e já afecta 285 mil portugueses, dez vezes mais do que em 2008

segunda-feira, junho 7th, 2010

Banco alimentar - Centro de recolha de alimentosSão 285 mil as pessoas que recebem ajuda do Banco Alimentar contra a Fome, em Portugal, 33% das quais são crianças, vítimas do aumento do desemprego e do número de famílias desestruturadas, tendo mais do que decuplicado desde 2008.

Este ano, cerca de 94 mil crianças são, em média, assistidas por dia pelos bancos alimentares, número que seria ainda maior se incluísse a Madeira, que não é abrangida pela rede. Porém, não há, em Portugal, dados concretos sobre a população infantil afectada pela fome. Nem a Direcção-Geral da Saúde, nem a Comissão de Acompanhamento da Acção para Crianças e Jovens em Risco, cujos responsáveis foram contactados pelo JN, avançam qualquer diagnóstico.

A verdade é que o total de pessoas que recebe este tipo de ajuda das cerca de 1700 instituições apoiadas pelo Banco Alimentar tem crescido de ano para ano. O apoio é dado por cabaz ou alimentação confeccionada, seja ao domicílio, em cantinas ou creches.

A única excepção é o ano de 2006, em que se registou uma ligeira descida. Em 2008, o número de pessoas assistidas chegava perto dos 25 mil e, no ano passado, ultrapassou as 26 mil. Este ano, garante Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, a média diária ronda as 285 mil pessoas. Destas, “33% são crianças” e “mais de 40%” idosos.

Porém, recusa falar em fome, separando a realidade portuguesa da que existe nos países onde a subnutrição é a principal causa de morte. Em Portugal, Isabel Jonet prefere aludir a “carências alimentares, porque, apesar de tudo, as crianças são apoiadas pelas instituições”. Mas os casos não deixam de ser graves, já que “muitas crianças só comem” o que recebem dessas instituições, fazendo apenas uma refeição por dia.

“Há situações de carência de todo o tipo”, explicou, ao JN. “O aumento do desemprego, este ano, faz com que haja mais pedidos”, adiantou. E há “mais crianças” a receber ajuda alimentar. A propósito, Isabel Jonet destacou o crescimento do número de famílias desestruturadas, que deixaram de ter dinheiro suficiente para gerir a casa e alimentar os filhos, recorrendo, por isso, aos bancos alimentares. O divórcio é um dos factores que causa pobreza, porque “o orçamento de uma casa tem de dar para duas”.

Há muito que a responsável do Banco Alimentar alertou para os “novos pobres”. Aqueles que têm emprego e até um salário fixo, “mas cujo rendimento não chega para cobrir as despesas”. Nesta categoria, incluiu trabalhadores a recebido verde, outros afectados pela precariedade e aqueles que não conseguem pagar os créditos.

MRA Alliance/JN

Mais de mil milhões de pessoas passarão fome em 2009,diz FAO

domingo, junho 21st, 2009

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), alertou que pela primeira vez na história será ultrapassada a barreira de um bilião de pessoas afectadas pela fome.

Num comunicado emitido pela Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas, em Roma, este ano o número de vítimas da fome aumentará 11 por cento.

«Pela primeira vez na história da humanidade, mais de um bilião de pessoas, concretamente 1 020 milhões, sofrerão de subnutrição em todo o mundo», diz o comunicado. «O número ultrapassa quase em 100 milhões o do ano passado e equivale aproximadamente à sexta parte da população mundial».

Na Ásia e no Pacífico calcula-se que cerca de 642 milhões de pessoas sofrem de fome crónica, 265 milhões na África Subsaariana, 53 milhões na América Latina e no Caribe, 42 milhões na África do Norte e Médio Oriente e 15 milhões nos países desenvolvidos.

«A actual desaceleração da economia mundial é a principal causa do forte aumento da fome no mundo», refere a agência da ONU.

MRA Alliance/Agências

Fome cresce nos Estados Unidos

sexta-feira, fevereiro 20th, 2009

Os bancos alimentares nos Estados Unidos relataram esta semana um aumento de 30% no número de pessoas que solicitam ajuda – o dobro de há seis meses atrás – segundo a ONG Feeding America.

Com uma rede de mais de 200 bancos alimentares no país, a Feeding America presta apoio a 25 milhões de americanos. Segundo as suas estimativas, actualmente existem nos EUA cerca de 35 milhões de pessoas que precisam de recorrer àquelas organizações para evitarem a fome.

“Milhões de americanos, pura e simplesmente, não têm dinheiro suficiente para comprarem comida”, afirmou Ross Fraser, o porta-voz da Feeding America. “Estamos a assistir a um aumento crescente do número dos que precisam de apoio alimentar”, concluiu.

A ONG norte-americana revelou que 72% dos bancos alimentares não conseguem satisfazer as necessidades dos cidadãos afectados e são obrigados a racionar o fornecimento de comida.

MRA/Agências 

Angola: Caritas denuncia fome na província do Cunene

quinta-feira, fevereiro 19th, 2009

A província angolana de Cunene está a viver uma situação de fome devido ao mau ano agrícola em várias localidades, alertou a organização católica Caritas de Ondjiva, capital da região. A revelação foi feita pelo presidente da Pastoral Diocesana de Ondjiva, padre Félix Gaudência, em declarações à rádio da Igreja angolana, Ecclesia. A Caritas sublinha o esforço do Governo na procura de soluções, mas sublinha a urgência de “fazer mais contra a fome na região”.

A conclusão da existência de fome surgiu depois de um trabalho de campo realizado pelo Igreja com o objectivo de averiguar as razões para que a Caritas Diocesana estivesse a receber um número elevado de pessoas em busca de auxílio alimentar.

Segundo o padre Gaudêncio, a Caritas continua a receber pessoas oriundas de várias localidades do Cunene a pedir alimentos, mas sublinhou que a situação que gera maior preocupação é a localidade de Mongua.

“A fome existe realmente na província do Cunene”, disse o sacerdote, que avançou como explicação para o problema a impossibilidade de as populações cultivarem devido à falta de sementes e de apoio estatal.

MRA Alliance/Lusa

Zimbábue: Crise alimentar e corrupção atingem proporções dramáticas

quinta-feira, agosto 7th, 2008

A crise alimentar no Zimbabué atinge proporções trágicas e a maioria da população necessita de auxílio de emergência, alertam responsáveis de organizações não-governamentais, do Programa Alimentar Mundial (PAM) e observadores internacionais. O último relatório da agência das Nações Unidas calcula que, no final deste ano, cerca de cinco milhões de zimbabuanos vão precisar de auxílio externo para continuarem vivos. Responsáveis de organizações humanitárias acusam o governo de “faltar deliberadamente à verdade” para ocultar o drama humano e de proibir a actividade das ONGs, únicas fornecedoras de alimentos aos mais pobres. O responsável de uma organização, em declarações à Lusa sob a condição de anonimato, disse que “os poucos cereais que têm sido importados pelo governo para compensar a aguda queda da produção interna são desviados para os canais de distribuição controlados pelos políticos e funcionários governamentais da Zanu-PF [o partido no poder] e geram lucros avultados até serem adquiridos pelos que podem pagar, deixando os pobres de barriga vazia”. De acordo com o relatório do PAM sobre a situação alimentar no Zimbabué, divulgado em Junho, o país enfrenta um saldo negativo de superior a um milhão de toneladas de cereais que deveria ser compensado por importações. “São cada vez mais aqueles que comem [só] uma refeição por dia e, mesmo essa [refeição], é reduzida a pão e água, literalmente, ou a pequenas quantidades de farinha de milho. A carne há muito tempo que deixou de fazer parte da dieta de milhões de zimbabuanos e o peixe não existe no mercado, uma vez que o Zimbabué não tem acesso ao mar e os produtos importados são proibitivos”, disse Julius Sibanda, médico que trabalha nos arredores de Harare. MRA/Lusa

Brasil: 28% dos que recebem Bolsa Família temem passar fome

sábado, junho 28th, 2008

O estudo do Ibase publicado hoje pelo jornal electrónico Folha Online revela que o Bolsa Família tem impactos positivos na alimentação, não causa o chamado «efeito-preguiça», mas não consegue beneficiar todos os que precisam. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE mostram que, em 2006, mais de 50% dos domicílios mais pobres não estavam abrangidos pelo programa. Famílias com menor necessidade receberam ajuda e outras, mais necessitadas, ficaram excluídas. Em 2006, de um total de 8,2 milhões de residências com um rendimento mensal per capita inferior a 120 reais (€ 47,50), apenas 47% recebiam o benefício.

Ao investigar o grau de segurança alimentar dos beneficiários, o estudo do Ibase revela que o nível total de segurança alimentar só abrange 17% dos agregados contemplados com o programa Bolsa Família. Cerca de 28%, no entanto, embora não passem fome nem deixem de consumir alimentos, receiam que tal possa acontecer futuramente. Outro grupo (34%) de famílias enfrentam um «estágio moderado de insegurança» – embora não passem fome são forçados a reduzir o consumo de alimentos. Em 21% dos casos, a insegurança alimentar foi considerada grave. “Não é necessariamente uma situação famélica como a que ocorre na África, mas são domicílios onde faltam alimentos em casa e, por isso, nem todas as refeições são feitas”, disse Francisco Menezes, coordenador-geral do estudo. Além de estudar a situação da segurança alimentar no Brasil, o Ibase conclui que 49% das mulheres beneficiárias disseram sentir-se financeiramente mais independentes. Outros 39% declararam que o seu poder de decisão em relação ao dinheiro da família aumentou. Os recursos do programa são concedidos prioritariamente às mulheres. Algumas aproveitaram o subsídio para porem fim ao casamento. “Repassamos os recursos para as mulheres por entender que elas fazem melhores escolhas para beneficiar a família, mas sabemos que essa política acaba tendo reflexos nas relações de gênero também”, afirmou Rosani Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Social.