Archive for the ‘Fisco’ Category

Passos Coelho admite violação de segredo de Estado nas secretas

sexta-feira, agosto 5th, 2011

O gabinete do primeiro-ministro, numa nota à imprensa, admitiu hoje a possibilidade de ter existido violação do secredo de Estado por parte do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa. O secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa, Júlio Pereira, “colocou já à consideração do procurador-geral da República a instauração de um inquérito criminal”, refere  a nota governamental.

“Tendo o antigo director do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, através de entrevista concedida à Comunicação Social, referido que transmitiu a entidades privadas ainda no exercício daquelas funções, através do seu e-mail pessoal, informações sobre diversas matérias, e havendo diligências cuja realização só pode ser concretizada no âmbito de uma investigação criminal, o secretário-geral do SIRP colocou já à consideração do procurador-geral da República a instauração de um inquérito criminal”, revelou hoje à tarde o gabinete do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Em nota enviada à Comunicação Social, o gabinete de Passos Coelho assume que “não se afasta por completo a possibilidade de ter existido violação de Segredo de Estado ou do dever de sigilo, que, a ter existido, configura nos termos da lei a prática de crime”.

Recorde-se que Jorge Silva Carvalho dirigiu até final do ano passado o SIED. Já na quinta-feira o presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República, Marques Júnior, admitiu que “se registou uma utilização indevida de meios afectos ao SIED e o envio indevido de informação”.

MRA Alliance/JN

Economia paralela vale 20% do PIB português

quinta-feira, junho 30th, 2011

A economia paralela em Portugal representa quase 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que equivale a 33 mil milhões de euros, segundo um estudo apresentado hoje pela Visa Europe e pela A.T Kearney, sob o tema “Economia paralela na Europa, 2010”. Os sectores mais afectados são a venda de automóveis, restaurantes e bares, táxis, lojas com serviços não especializados e cantinas e serviços de catering.

De acordo com o estudo, o valor está dentro da média europeia, representando no total 2,1 biliões de euros. No conjunto europeu, os países do leste são aqueles em que a economia subterrânea tem maior peso. Na Bulgária o peso é de 33% do PIB. No sul da Europa, a Grécia tem os piores valores, com 25% e pela positiva, destaca-se a Suíça que tem uma economia fantasma de apenas 8% do PIB.

Portugal tem introduzido nos últimos anos medidas com o objectivo de combater o trabalho e as vendas não declaradas como por exemplo a Campanha feita pela Direcção Geral dos Impostos – Peça Factura. Além disso, no último Orçamento do Estado, foi introduzida uma medida que tem como objectivo controlar os pagamentos feitos através de multibanco, com os chamados terminais de pagamento automático (TPA).

O estudo sugere o aumento de pagamentos electrónicos para aumentar o controlo e a existência de benefícios fiscais para incentivar o uso de cartões como descontos no IVA.

MRA Alliance/DE

Fisco diz-se incapaz de cumprir tarefas com cada vez menos pessoal

quinta-feira, dezembro 2nd, 2010

A Direcção Geral de Contribuições e Impostos (DGCI) reconheceu no final no ano passado que “necessitaria de mais funcionários para desempenhar as funções que actualmente desempenha”.

A conclusão consta do relatório de actividades da DGCI para 2009, e resultou de um estudo interno que, segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Marcelo Castro, apontou para a necessidade de ter 12 mil funcionários.

Porém, e desde então, já saíram ou aguardam luz verde para sair cerca de mil trabalhadores dos serviços fiscais, segundo dados avançados pelo ministério das Finanças ao Público. Isto significa que, dos 10700 funcionários que no ano passado já eram insuficientes, a DGCI pode começar 2011 com uma equipa inferior a 10 mil trabalhadores, ou seja, 30% aquém do número apontado como necessário pela própria DGCI.

Em 2004, o fisco tinha 11560 efectivos. Desde então, a maior redução no número de trabalhadores (13,8%) verificou-se nos serviços regionais. Nos serviços de finanças, o total caiu 4,3% e apenas nos serviços centrais se registou um acréscimo de 0,7%. O relatório do ano passado – só agora divulgado – alerta para esta desertificação.

MRA Alliance/ionline

Portugal: Fisco mostra dados de 226 mil contribuintes

sexta-feira, junho 25th, 2010

O número de consultas directas às bases de dados do Fisco por advogados e solicitadores para obtenção de informações de contribuintes devedores, por parte de agentes de execução, está a disparar em 2010. Entre Janeiro e Maio, mais de 226 mil contribuintes viram alguns dos dados protegidos pelo sigilo fiscal consultados por solicitadores e advogados, sem autorização judicial, para rápida identificação de bens de devedores suficientes para o pagamento de dívidas através de penhoras. Os credores são, na sua maioria, bancos, instituições de crédito ao consumo, seguradoras, operadoras de telecomunicações e televisão por cabo, no âmbito de acções executivas cíveis baseadas em decisões judiciais.

Dados oficiais das Finanças revelam que o número de pedidos para consulta directa às bases de dados do Fisco superou em cinco meses os acessos realizados em nove meses durante 2009, que somaram 166 mil entre Março de Dezembro. Identificação de prédios e veículos, ano da última declaração de rendimentos e valores dos créditos do executado, resultantes de reembolsos e reclamações ao Fisco, são alguns dos elementos analisados. Esta consulta directa, via electrónica, por parte de solicitadores e advogados é permitida desde 31 de Março de 2009 e tem em vista a realização de penhoras de bens de devedores. Aos agentes de execução continua, porém, vedada a consulta a contas bancárias e rendimentos tributáveis, a qual continua a estar dependente de despacho judicial.

Em causa estão devedores, na sua maioria pessoas singulares, que tiveram já sentenças condenatórias para pagamento de dívidas a empresas, incluindo prestadoras de serviços públicos essenciais. Segundo a Câmara dos Solicitadores, o valor médio das acções ronda os 15 mil euros, no caso dos bancos, seguradoras e crédito ao consumo e os três mil euros no caso das prestadoras de serviços públicos essenciais.

MRA Alliance/DE

Fisco cobrou coercivamente 1,5 mil milhões de euros

segunda-feira, janeiro 4th, 2010

A cobrança coerciva permitiu à Administração Fiscal arrecadar uma receita de 1,5 mil milhões de euros em 2009. O valor representa um aumento de quase 250 milhões face à meta traçada.

Os números foram avançados pelo Correio da Manhã citando fonte próxima do director-geral dos Impostos. Porém, o Ministério das Finanças sustenta que o valor deverá ser inferior.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços, José António Silva, considera que «esta cobrança coerciva da máquina fiscal pode ter um efeito perverso, tornando inviáveis as empresas».

MRA Alliance/Agências

Fiscalidade: Peritos propõem alterações ao IMT, IVA, IRS e IRC

terça-feira, outubro 13th, 2009

As propostas avançadas pelo Relatório Técnico do Grupo de Trabalho para o Estudo da Política Fiscal, Competitividade, Eficiência e Justiça do Sistema Fiscal é hoje apresentado no Ministério das Finanças e defende alterações em vários impostos, como o IVA, o IMT, o IRS e o IRC.

Segundo o jornal “Público”, na fiscalidade da compra de venda de casas, a proposta passa pela extinção gradual do IMT e a análise para a sua substituição por outro imposto, como o IVA ou Imposto de Selo.

No IRS, além da possibilidade de os contribuintes entregarem a sua declaração em separado, o grupo de trabalho recomenda a exclusão de certas actividades do regime simplificado, como ourivesaria, construção civil e sucatas.

Ainda no IRS, além da tributação das mais-valias bolsistas a 20%, o Grupo de trabalho recomenda uma simplificação do regime. Os rendimentos do trabalho (dependente e independente), pensões e regimes de imputação ficariam sujeitos a taxas progressivas. Os rendimentos de capitais, prediais e mais-valias pagariam uma taxa única de 20% e todas as taxas liberatórias vigentes desapareceriam.

Esta medida poderá representar um agravamento de impostos, sendo que quanto à tributação das grandes fortunas, o estudo não avança com propostas, adianta o “Público”.

Também no IRS, o documento que é hoje apresentado defende ainda uma maior dedução específica para os assalariados e pensionistas, uma maior aproximação das tabelas de retenção na fonte à realidade, de forma a evitar “a retenção em excesso” e a possibilidade de os casais poderem entregar a declaração de IRS em separado.

Outra das alterações propostas passa por aumentar a tributação dos rendimentos de propriedade intelectual.

Ao nível do IVA, a sugestão passa por baixar a taxa máxima para 19% e retirar produtos da taxa dos 12%.

No IRC é proposto o fim do regime simplificado, alterações no regime de tranparência fiscal e a melhoria do Pagamento Especial por Conta.

MRA Alliance/Público 

Dinheiro português foge para paraísos fiscais

domingo, agosto 23rd, 2009

 Nos primeiros seis meses do ano os portugueses investiram 6,1 mil milhões de euros em produtos financeiros sediados em paraísos fiscais, mais 13,4% que em igual período de 2008, segundo o “Correio da Manhã”, com base em dados do Banco de Portugal.

O diário lisboeta refere que aquele montante representa 70% do montante total investido nestas sociedades no ano passado, sendo que dos 6,1 mil milhões, 1,4 mil milhões foi aplicado em Maio.

Os dados do primeiro semestre deste ano contrastam com os números dos últimos seis meses de 2008, altura em que, com o pico da crise financeira, os portugueses retiraram 3,9 mil milhões das ‘offshores’. MRA Alliance

Estado suíço deixa de ser accionista do banco UBS

quinta-feira, agosto 20th, 2009

As autoridades suíças anunciaram ontem (quarta-feira) que vão sair “integralmente” do banco UBS, onde têm uma participação de 9%, coincidindo com o fim do lítigio entre a instituição e o governo dos Estados Unidos.”O Conselho Federal [governo] decidiu acabar, de forma imediata e integral, com sua participação no UBS”, anunciou o ministério das Finanças da Suíça em comunicado.

As autoridades suíças encarregaram “um consórcio de bancos” de converter as 332,2 milhões de ações do governo no UBS de forma que Berna possa recuperar, “integralmente”, seu investimento inicial no UBS, realizando um “lucro adequado”, destaca o comunicado.

A Suíça e os Estados Unidos fecharam hoje um acordo sobre o UBS, acusado de fuga ao fisco pelo Tesouro norte-americano.

MRA Alliance/Agências

Fisco penhorou meio milhão de contribuintes no primeiro semestre

segunda-feira, julho 13th, 2009

As Finanças penhoraram mais de 152 mil contas bancárias e quase 50 mil imóveis nos primeiros seis meses do ano no valor de 577,1 milhões euros, cerca de metade do objectivo para 2009, incluindo casas, propriedades, carros, contas bancárias, salários ou pensões, revelou o Diário de Notícias.

No semestre, o fisco efectuou mais de 466 mil penhoras, um aumento de 24% em relação a igual período do ano passado. 

As contas bancárias penhoradas por dívidas ao fisco em impostos directos e indirectos, subiram exponencialmente. Em finais de Junho estavam penhoradas nos bancos, de acordo com documento do fisco a que o DN teve acesso, mais de 152 mil contas à ordem e a prazo.

O número de contas bancárias “capturadas” pelo fisco vai ultrapassar este ano o recorde alcançado em 2008 – 278,8 mil contas total ou parcialmente executadas -, significando para já dez vezes mais penhoras que o verificado em todo o ano de 2005. Por esta via, a administração fiscal tenciona recuperar mais de 100 milhões de euros, o montante alcançado nos últimos anos.

Entre Janeiro e Junho deste ano, os chefes de Finanças assinaram, em todo o país, a marcação da venda de 49 728 imóveis (casas, andares, prédios) em hasta pública, tendo ainda em carteira a potencial venda de mais de 70 mil veículos.

O grau de eficiência do fisco resulta do cruzamento de dados em “grande amplitude e escala”, que, “proporciona aos serviços um conhecimento imediato e universal de todos os bens dos devedores”, segundo nota técnica elaborado pela DGI.

Cifras por confirmar oficialmente indicam que as dívidas fiscais dos contribuintes deverão rondar os três mil milhões de euros.

O montante em dívida aos cofres fiscais têm diminuído. Actualmente, estão certificados 3,5 milhões de processos de execução fiscal.

MRA Alliance/DN

Le Monde critica “gangrena dos recibos verdes” em Portugal

quinta-feira, junho 4th, 2009

Na edição especial dedicada às Eleições Europeias, o jornal francês Le Monde dedica um artigo a Portugal sobre os recibos verdes. O autor chama-lhe a “gangrena” dos recibos verdes, que afecta 1 milhão de portugueses.

“Criados em 1980 para os trabalhadores independentes e profissões liberais, os recibos verdes tornaram-se progressivamente o normal para um em cada cinco trabalhadores em Portugal”, escreve Jean-Jacques Bozonnet, no Le Monde.

O autor do artigo “Em Portugal os recibos verdes encarnam o extremo da precariedade laboral” dá o exemplo de duas portuguesas: Myriam Zaluar , jornalista, 39 anos, e Cristina Andrade, psicóloga e funcionária do Ministério do Trabalho. Desde que se despediu do seu trabalho, em 1998, Myriam está a recibos verdes, e Cristina assinou este ano o primeiro contrato de trabalho (por três anos) depois de cinco anos a recibos verdes.

Crsitina Andrade é também fundadora do movimento FERVE (Fartos Destes Recibos Verdes), responsável pelo lançamento do debate para a opinião pública, divulgação de casos e luta contra a precariedade laboral.

O artigo explica como em Portugal é possível tantos portugueses estarem nesta situação: “Mesmo que se apresentem todos os dias na oficina ou no escritório, com horários fixos e colegas de trabalho, durantes meses ou anos, o patrão permanece um simples cliente a quem eles prestam um serviço e que pode interromper a colaboração de hoje para amanhã”.

A obrigatoriedade de pagamento de Segurança Social para os trabalhadores a recibo verde, assim como o facto de não terem direito a subsídio de desemprego, são outras das questões abordadas.

O Secretário Geral da CGTP,Ccarvalho da Silva, também é citado, dizendo que a situação de desemprego e precariedade em Portugal só vai piorar.

A culpa será de Bruxelas? O politólogo Villaverde Cabral responde:”Maastricht, a conversão para o euro, foram sem dúvidas demais para nós. Mas se os portugueses vêem que estamos mal com o euro, também sabem que estaríamos bem pior sem ele”.

Fonte: Lusa

Contas bancárias de portugueses no exterior na mira do fisco

quarta-feira, maio 6th, 2009

Os portugueses que tenham contas bancárias no estrangeiro vão ser obrigados a declará-las ao fisco, uma proposta que faz parte da proposta de lei do Governo sobre o levantamento do sigilo bancário.

Perante os deputados na Comissão de Orçamento e Finanças, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais adiantou que o levantamento do sigilo bancário tem regras claras e definidas e não significa o acesso generalizado às contas.

Ao dizer que a proposta socialista é diferente das do Bloco de Esquerda, Carlos Lobo explicou disse que este sigilo apenas será levantado em caso de risco e quando houver indícios de enriquecimento injustificado.

Ouvido no Parlamento sobre o relatório de evolução do combate à fraude e à evasão fiscal, Carlos Lobo adiantou que as receitas fiscais até Abril mantiveram a tendência de queda e que esta nada tem a ver com a ineficácia da máquina fiscal.

«A generalidade dos comentadores quando quando analisam dizem: ‘é tudo devido à queda económica’. Não é. São medidas políticas e excepcionais. Expliquei-vos 90 por cento da descida da receita», acrescentou.

O secretário de Estado lembrou ainda que o Estado continua a pagar o negócio feito em 2003 pela então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, com o Citigroup para manter o défice abaixo dos três por cento.

«Relativamente a estes 1760 milhões, já pagámos 1882,7 milhões de dinheiro que nos faltava e ainda falta pagar mais cerca de 130 milhões de euros até 2010. Ou seja, quando se fala de hipoteca do país ao futuro penso que também há aqui um pensamento esquizofrénico», adiantou.

Carlos Lobo diz não como compreender como é possível dizer que «investimento é hipotecar o país» e depois dizer que «alienar receitas fiscais futuras não é hipoteca».

MRA Alliance/Agências

PSD acusa Governo de violar Constituição no sigilo bancário

sexta-feira, abril 17th, 2009

A proposta de levantamento do sigilo bancário agudizou as tensões entre a maioria PS e o PSD. Um dia depois da aprovação da proposta do Governo de “penalização fiscal agravada”, o PSD endureceu o ataque e rotulou-a de inconstitucional, de “crime sem processo”, de “castigo sem garantias” e como “a mais grosseira violação do estado de Direito”, refere o “Público”.

O líder parlamentar laranja, Paulo Rangel, argumentou que a lei aprovada pelo executivo, criticou a proposta socialista por estipular que “um funcionário do fisco faz tudo. Investiga, julga e aplica a lei”. 

A lei aprovada pelo Governo – no mesmo dia em que o PS, no Parlamento, aprovou um projecto pelo levantamento do sigilo apresentado pelo Bloco de Esquerda – permite ao fisco penalizar com uma taxa de 60% os contribuintes que apresentem de forma considerada injustificada um enriquecimento patrimonial superior a 100 mil euros.

O líder parlamentar do PSD acusou ainda o Governo de, na sua proposta, inverter o ónus da prova, porque o contribuinte “pode eximir-se da taxa agravada justificando os rendimentos obtidos”. “Quem tem de provar como é que obteve os rendimentos é o contribuinte. Portanto aqui há a inversão do ónus da prova”.

Mesmo considerando não tratar-se de crime, e “apenas uma sanção fiscal ou uma contra-ordenação agravada”, Paulo Rangel admite que a proposta governamental viola o n.º 10 do artigo 32º da Constituição Portuguesa. Este artigo prevê que nos processos de contra-ordenação, bem como em quaisquer processos sancionatórios, são assegurados ao arguido os direitos de audiência e defesa, entre eles a presunção de inocência”.

Na resposta, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, acusou o PSD de “tentar confundir as pessoas” por querer “tratar como matéria criminal uma questão de natureza fiscal”.

MRA Alliance/Público

Sócrates “mata” sigilo bancário

quinta-feira, abril 16th, 2009

O Governo aprovou medidas para combate à corrupção como a penalização, com uma taxa de 60 por cento, aos contribuintes que apresentem de forma injustificada um enriquecimento patrimonial superior a 100 mil euros.

“Sempre que da análise da informação patrimonial disponível, nos Serviços de Administração Fiscal, se constatem variações patrimoniais que excedam a declaração de rendimentos efectuadas, e se esse excesso for igual ou superior a 100 mil euros, dará origem a um procedimento de acesso directo às contas bancárias dos contribuintes em causa”, revelou o ministro das Finanças no final da reunião do Conselho de Ministros.

Segundo Teixeira dos Santos, “o levantamento do sigilo bancário torna-se mais expedito face ao regime actual porque a Administração Fiscal poderá de imediato pedir e solicitar, de forma fundamentada, o acesso às contas bancárias sem prévia autorização judicial do contribuinte”

“Isto é o acesso sem audição prévia do contribuinte e sem prejuízo do procedimento de recurso que o contribuinte sempre poderá utilizar se assim o entender, embora tal recurso a decorrer não tenha efeito suspensivo, contrariamente ao regime actual”, explicou o governante.

A proposta do Governo, que entrará em vigor para os rendimentos de 2010, contempla ainda um regime de tributação agravada, com uma taxa de 60 por cento, para o enriquecimento patrimonial injustificado.

A criação de um regime simplificado de acesso à informação bancária do sujeito passivo, por via de despacho do Director-Geral de Impostos, é outra das novidades da medida hoje aprovada em Conselho de Ministros.

MRA Alliance/Agências

OCDE divulga duas listas de paraísos fiscais; Portugal de fora

sexta-feira, abril 3rd, 2009

A OCDE divulgou, ontem (quinta-feira), depois da decisão tomada pelo G20 de agir contra Estados não-cooperantes em matéria fiscal, duas listas de paraísos fiscais, designadamente uma lista negra que exclui Portugal mas inclui a Costa Rica, a Malásia, as Filipinas e o Uruguai.

Esta lista inclui os países que nunca se comprometeram a respeitar os padrões internacionais, precisou a Organização de cooperação e de desenvolvimento económicos no seu site na Internet.
   
Hoje, no final da cimeira de Londres, os países do G20 prometeram «agir» contra as jurisdições não-cooperantes, nomeadamente os paraísos fiscais, e deixaram para a OCDE a tarefa de publicar a lista dos países envolvidos.
   
No seu site, a OCDE divulga também uma lista de países que aplicam «substancialmente» as regras internacionais, como é o caso da França, Rússia, Estados Unidos e China.
   
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, garantiu em Londres que a Madeira não constará da «lista negra» de paraísos fiscais enumerados pela OCDE porque Portugal prometeu que irá cooperar em termos de informação fiscal.
   
«A OCDE fez a análise de cerca de 180 países ou territórios e elaborou uma lista onde enumera os países que estão a cooperar e que não são um problema, onde enumera os países que não estão a cooperar e são um problema e outros que declararam que vão cooperar», referiu.
   
«Portugal, incluindo todas as regiões de Portugal, estão na primeira categoria, dos países que não são um problema», rematou Durão Barroso.

MRA Alliance/Lusa 

Suíça, Luxemburgo e Áustria abrandam sigilo bancário

sexta-feira, março 13th, 2009

Depois de Andorra e do Liechtenstein, a Suíça, a Áustria e o Luxemburgo anunciaram que vão adoptar formalmente regras da OCDE de transparência e cooperação internacional contra delitos fiscais.

Os novos procedimentos não significam, no entanto, um levantamento automático do sigilo bancário. Os três Estados vão fornecer detalhes bancários caso a caso, mediante pedidos das autoridades e evidências de fraude.

“O conselho federal suíço desaprova vigorosamente a troca automática de informações. A privacidade dos clientes vai permanecer protegida”, sublinhou o ministro das Finanças helvético.

Das nações que estavam incluídas na lista negra da OCDE, apenas o Monaco ainda não fez qualquer referência ao abrandamento do sigilo bancário. Ainda assim, os Estados europeus considerados paraísos fiscais não foram tão longe quanto pretendiam a França e a Alemanha.

Recentemente, a Comissão Europeia avançou com uma proposta para proibir qualquer forma de sigilo bancário mas o Luxemburgo anunciou que exercerá o direito de veto.

Os paraísos fiscais são um dos principais pontos do debate sobre a reforma do sistema financeiro já que, de acordo com estimativas, circulam em contas off-shore de todo o mundo, 7 biliões/ trilhões de euros.

A Suíça é considerada o paraíso fiscal mais beneficiado, já que sozinha gere quase um terço daquele capital.

Portugal: Saíram sete mil nomes da lista de devedores ao fisco

sexta-feira, março 13th, 2009

A lista de contribuintes com dívidas ao Fisco tem, neste momento, 18 mil nomes. Entretanto, já saíram sete mil contribuintes e entraram 3753 novos devedores. O  ano em que se registaram mais inserções na lista foi 2008.

O Ministério das Finanças referiu, em comunicado, que a Direcção-Geral de Impostos (DGCI) acrescentou durante o ano passado 13 mil novos devedores, tendo recuperado, nesse ano, 351 milhões de euros. Desde que a lista de devedores às Finanças começou a ser publicitada, em 2006, a DGCI já recuperou um total de 689 milhões de euros.

No último mês de Janeiro, a DGCI procedeu a uma alteração dos critérios de selecção dos contribuintes a incluir na lista de devedores. Desde essa altura, “ficaram abrangidos todos os processos com citação pessoal instaurados até 30 de Junho de 2008, quando anteriormente eram abrangidos apenas os processo instaurados até 31 de Dezembro de 2007”, refere o comunicado das Finanças.

A inclusão do nome dos contribuintes na lista de devedores é a última etapa depois de os contribuintes terem sido citados pela DGCI para pagarem as dívidas, e também depende do valor em falta.

No caso de contribuintes singulares, estão abrangidas dívidas que vão desde 7500 euros até mais de um milhão de euros. Para os contribuintes colectivos, consideram-se as dívidas a partir de 10 mil euros até às que ultrapassam os cinco milhões de euros.

MRA Alliance/Jornal de Notícias 

Paraíso fiscal Liechtenstein aceita imposições da OCDE

quinta-feira, março 12th, 2009

O principado do Liechtenstein anunciou que vai cooperar com as autoridades internacionais sobre questões fiscais, melhorar a transparência e facultar informação sobre as contas bancárias e transacções efectuadas sob a sua jurisdição, noticia hoje o jornal austríaco Voralberg.

O governo informou em comunicado que se manterá fiel ao “segredo bancário” mas precisou que, futuramente, o sector financeiro do mini-estado alpino não poderá ser usado para encobrir crimes fiscais. 

O Liechtenstein integrava a lista negra da OCDE de países “não cooperantes” na luta contra a fraude e evasão fiscais.

MRA Alliance/Voralberg

Sarkozy ameaça Suíça com lista negra de paraísos fiscais

domingo, março 1st, 2009

O presidente francês Nicolas Sarkozy ameaçou hoje a Suíça, em Bruxelas, de poder entrar na «lista negra» dos «paraísos fiscais» do G20, caso sejam adoptados os critérios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Sobre a possível integração da Suíça na lista de paraísos fiscais que o grupo das 20 maiores economias mundiais está a preparar, Sarkozy respondeu que «vai depender das respostas que forem dadas» pelas autoridades suíças.

«Neste momento, e em função dos critérios da OCDE, a resposta tende para o sim», afirmou o Chefe de Estado francês em Bruxelas, na Cimeira dos líderes europeus para examinar as próximas etapas da resposta dos 27 à crise internacional.

No encontro, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia concordaram com a necessidade de «obrigar» as zonas francas em todo o mundo «a cumprir as regras dos outros mercados».

Ontem, o ministro das Finanças suíço afirmou que o seu país poderá ter de fazer alguns compromissos em relação ao sigilo bancário, para evitar a inclusão dos bancos do país na lista negra.
Hans-Rudolf Merz assegurou, contudo, que a Suíça «não vai abandonar o sigilo bancário» mas tão somente fazer «concessões pontuais».

MRA Alliance/Agências

Portugal: Fisco tem sistema preventivo para travar vendas de activos dos devedores

domingo, fevereiro 15th, 2009

O Fisco criou um sistema informático que detecta automaticamente todas as tentativas de venda ou doação de imóveis de contribuintes com dívidas fiscais, noticia na sua edição de hoje o “Correio da Manhã”. O sistema permitirá aos chefes de Finanças avisarem o comprador de um imóvel nesta situação. A venda ou doação de imóveis era um dos expedientes usados pelos devedores para “dissipar o seu património, impedindo a cobrança das suas dívidas pelo Estado”, sublinhou, em comunicado, o Ministério das Finanças.

Segundo a nota, a Administração Fiscal “tem detectado um elevado número de situações em que empresas e contribuintes possuidores de dívidas fiscais, muitas vezes de elevado montante, fazem desaparecer o seu património penhorável, alienando-o de forma gratuita ou vendendo-o”. O Fisco avisa que estas transacções configuram evasão e fraude fiscal de elevada gravidade, implicando penas de prisão que podem atingir os dois anos.

A nova funcionalidade informática permite um vasto conjunto de cruzamentos electrónicos de dados em tempo real. O sistema avisa, não só os chefes das Finanças – no momento em que o comprador do imóvel vai pagar o IMT –, como também os directores das Finanças que assim poderão instaurar mais rapidamente os processos de inquérito criminal. O sistema está a ser instalado em todas as repartições de Finanças do País, segundo o Ministério.

A Administração Fiscal cobrou um total de cerca de 250 milhões de euros no âmbito da ‘Operação Resgate Fiscal’, entre Agosto e Dezembro de 2008, mais de 200 milhões dos quais em impostos devidamente retidos pelas empresas.

A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) cobrou 1.547 milhões de euros em dívidas fiscais já vencidas em 2008. Só em Dezembro, a cobrança coerciva atingiu os 231 milhões de euros de dívidas em fase de execução fiscal.

O maior pagamento efectuado por um só infractor ascendeu a 1,6 milhões de euros. Registaram-se seis devedores que realizaram pagamentos superiores a um milhão de euros, segundo as Finanças.

MRA Alliance/Correio da Manhã

Morgado defende a eliminação de paraísos fiscais

sexta-feira, novembro 7th, 2008

A magistrada Maria José Morgado pensa que a eliminação dos paraísos fiscais se tornou um objectivo menos irrealista e considera as off-shores como “fortalezas do crime”. Maria José Morgado fez estas afirmações durante uma comunicação sobre contas off-shore, que integrou um ciclo de conferências organizado pela Associação de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto.

A coordenadora do DIAP/Lisboa referiu que o ranking dos negócios do crime mais rentáveis e que recorrem aos paraísos fiscais são o tráfico de droga e de pessoas, a pedofilia na Internet e a criminalidade económico-financeira.

“Não tenho dúvida que a eliminação dos paraísos fiscais é o objectivo ideal e já estive mais pessimista em relação a isso do que hoje”, disse a coordenadora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP). “Depois da crise financeira que vivemos, já há muitas vozes a tomar essa posição. Hoje, já não é assim um assunto tão polémico”, referiu a magistrada.

“Há oito anos dei uma entrevista em que falei dos paraísos fiscais como fortaleza do crime e foi um escândalo. Agora é o próprio Durão Barroso que defende, em nome da coesão da União Europeia, o controlo e mesmo o seu fim”, afirmou ainda.

A magistrada frisou, contudo, que as autoridades não podem parar enquanto as off-shores não forem eliminadas face à enorme “pressão do dinheiro sujo”.

“Temos de travar uma luta muito séria”, preconizou, admitindo que após o 11 de Setembro (atentados de Nova Iorque) alguns paraísos fiscais já começam a libertar informação pedida por autoridades judiciárias, ainda que não com a celeridade desejada.

Afirmou ainda que esta criminalidade “não se investiga com trombetas”, pelo que considerou que as alterações ao Código de Processo Penal – que ditaram a publicidade dos processos como regra – criaram uma “adversidade enorme” aos operadores judiciários neste âmbito. MRA Dep. Data Mining

Mais 146 anúncios de bens penhorados só em Lisboa

sexta-feira, agosto 1st, 2008

Terrenos, viaturas e fracções autónomas são os bens mais comuns que constam de mais um caderno de execuções fiscais publicado hoje, no diário Correio da Manhã, com um total de 146 anúncios. Particulares, empresas de construção civil e imobiliárias são a maioria. Este é o 11.º caderno encartado no diário lisboeta. Desde Outubro de 2007 foram publicados 1 565 anúncios de penhoras. Tal como no anterior, o presente caderno refere-se a situações já regularizadas, ostentando a palavra “Regularizado” sobre quatro anúncios. LUSA