Archive for the ‘Fed’ Category

Da apendicite grega ao tumor hispano-italiano

quarta-feira, agosto 10th, 2011

A bolsa nova-iorquina interrompeu ontem um ciclo de quedas consecutivas, ao fechar com valorizações de mais de quatro por cento nos principais índices. Pouco antes do fecho da sessão, aconteceu a repentina valorização após a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter anunciado que manterá as taxas de juro de referência próximas de zero por mais dois anos.

Entre os índices de referência, o Nasdaq Composite Index, que agrega empresas de base tecnológica, foi o que mais disparou: 5,295 por cento (para 2,482.520 pontos). O índice Standard and Poor’s 500 Index cresceu 4,741 por cento (para 1,172.530 pontos) e o industrial Dow Jones avançou 3,977 por cento (para 11,239.770 pontos).

Porém, o dia foi marcado por uma acentuada volatilidade nas bolsas europeias e norte-americanas. Wall Street abriu positiva, mas o disparo só foi visível no final da sessão, após o anúncio do Fed.

Imediatamente a seguir à divulgação da notícia, os mercados reagiram com apetite pelo risco. O Nasdaq subia pouco mais de um por cento, o índice S&P 500 valorizava 0,2 por cento e o Dow estava em terreno negativo. Os minutos finais da sessão foram determinantes para a recuperação.

Mas a recuperação de ontem será de curta ou de média duração? Em nossa opinião, os fundamentais das economias nacionais e das empresas cotadas nas bolsas dos dois lados do Atlântico não enganam: estamos na antecâmara de uma nova fase da crise sistémica de que temos vindo a falar, desde 2007 (ver  exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, ou aqui).

Contrariamente à reacção de ontem das bolsas norte-americanas, outras praças indicam que entraram no território dos mercados recessivos (bear market). Em Londres, o índice de referência FTSE 100 recuou 20%, desde Fevereiro. De 6091 pontos escorregou para 4855 pontos. O mesmo aconteceu em Hong Kong. O índice Hang Seng recuou 23% desde o último máximo, registado em 8 de Novembro passado.  Idêntica situação aconteceu na brasileira Bovespa  (-31%). Por outro lado, refira-se que o entusiasmo de ontem nas praças americanas está ensombrado pela acelarada perda de 18% nas cotações do índice S&P 500 registada nos últimos meses…

A decisão da agência de rating Standard & Poor´s de baixar a notação da dívida norte-americana de AAA para Aaa, na sexta-feira, na sequência do recente aumento, pelo Congresso, do tecto da dívida federal acima da fasquia de USD 14,3 trillion, apesar de ter precipitado a presente situação, é apenas mais um episódio do colossal descontrolo financeiro norte-americano. A crise não está controlada. Longe disso.

A decisão do Fed agora anunciada de manter as taxas de juro próximas de zero até 2013 é tudo menos uma boa notícia. Dinheiro fácil e escandalosamente barato é mau conselheiro. É um viveiro de bolhas especulativas. Das dotcom às hipotecas subprime insistimos em trilhar um caminho perigoso. De bolha em bolha até à definitiva implosão do sistema financeiro global. Sem pretendermos ser exaustivos, propomos uma olhada sobre os sinais. Alguns têm tanto de elucidativos como de preocupantes:  

  • Na bolsa de futuros Comex, após o anúncio do Fed,  as posições relativamente aos contratos de ouro subiram 1,8%,  fixando-se no novo recorde histórico de  1740 dólares a onça;
  • O banco J.P. Morgan emitiu ontem uma nota segundo a qual a cotação do ouro deverá atingir os 2500 dólares a onça até ao final do ano, enquanto o Goldman Sachs prevê que esteja nos 1730 dólares dentro de seis meses e nos 1900 dólares dentro de 12 meses;
  • O metal amarelo prossegue a sua escalada enquanto activo à prova de crises. Continua a ser o refúgio mais seguro que o dinheiro pode comprar nos tempos que correm. Esta opinião é partilhada por alguns governadores de importantes bancos emissores;
  • Nos dois últimos meses, o banco central da Coreia do Sul comprou 25 toneladas de ouro, aumentando em 17 vezes as suas reservas de metal amarelo. No mesmo período, também o banco central da Tailândia aumentou as suas reservas de ouro em 15,5%, tendo passado de 3523 milhões de onças, em Maio, para 4,07 milhões, em Junho. No princípio do ano, a Tailândia já adquirira 9,3 toneladas de ouro. A Rússia comprou 41,8 toneladas e o México 99,2 toneladas. A China anunciou no início do ano que pretende, até 2020, aumentar drasticamente as suas reservas de ouro.   Das actuais 1054 toneladas quer chegar às 8-10 mil toneladas;
  • Os juros implícitos (yield)  dos títulos dos EUA a dez anos baixaram de 2,32% para 2,28%, entre segunda e terça-feira;
  • Até agora, perante a visível deterioração do clima económico nos sete países mais industrializados (G7) e a profunda crise das dívidas soberanas europeias,  a maioria dos investidores e especuladores comprava, devido ao risco quase inexistente,  títulos do tesouro americano na expectativa de que se valorizassem. Porém, se em vez disso eles se depreciarem, como já está a acontecer,  tal pode significar que a bolha do mercado das obrigações norte-americanas está prestes a rebentar. As consequências serão trágicas para a economia global;
  • Desde 24 de Julho, o pânico generalizado em todos os mercados mundiais gerou perdas globais de USD 8,1 trillion (mais de metade do PIB dos EUA). Este valor  corresponde  a 14,8% da capitalização bolsista do mundo;
  • Em apenas cinco anos (2008-2012), o montante das obrigações de dívida vencidas, emitidas pelo Tesouro norte-americano, atingirá o gigantesco volume de USD 5,6 trillion.   A totalidade do crescimento da dívida do país, entre 1776 (ano da declaração de independência) e 2008, foi de 4,6 trillion. Obama vai ultrapassar em apenas cinco anos o que o conjunto dos seus 43 antecessores fez em… 232 anos!!!
  • O custo global das ajudas financeiras aos bancos e empresas financeiras dos EUA e da Europa, desde 2008, na realidade, ascende a quase USD 24 trillion, segundo a estimativa de Neil Barofsky, o inspector-geral do TARP (Troubled Asset Relief Program), o mega programa de resgate aprovado pela administração Bush e continuado pela administração Obama. Se compararmos este número com o do défice reconhecido pelo Tesouro (USD 14,7 trillion) ficamos com uma ideia mais realista da enormidade dos problemas a resolver quando for apresentada a factura para liquidação; 
  • Se tivermos em conta que o rácio dívida/PIB da Grécia já atingiu os 150%, e que os EUA estão a caminho de ultrapassar rapidamente a psicológica barreira dos 100%, as perspectivas para o biénio 2012-2013 são ainda mais negras. Os efeitos sobre a evolução do crescimento e do emprego serão devastadoras. Também o dólar, enquanto reserva cambial mundial,  terá o seu canto do cisne;

E o que nos reserva a Europa dos 17 (Zona Euro),  ou dos 27 (UE)? Será que o sonho europeu, idealizado nos anos 50 pelo eixo Bona-Paris, poderá, meio século depois,  vir a transformar-se no pesadelo do eixo Berlim-Paris? A prazo é bem possível. Para já, é avisado estarmos preparados para o pior (desintegração da UE e fim do euro).

Os altos dirigentes dos países membros mais ricos e a elite dos eurocratas têm pautado a sua actuação pela incapacidade de gerar consensos, de elaborar discursos coerentes, de afirmar um projecto europeu credível e sustentável e de ter a noção dos timings certos para agir.

Se no debate sobre a subida do tecto da dívida federal, os congressistas norte-americanos e o Presidente Obama deram aquele risível espectáculo de marcar o golo (chegar a acordo) no período de descontos (praticamente no fim do prazo), o que dizer dos líderes europeus? Com os sucessivos avanços e recuos e os constantes desmentidos das promessas feitas na véspera, uns e outros colocaram a Europa a jeito da voracidade vampírica dos mercados (leia-se especuladores).

O que ontem era uma simples apendicite grega, passou hoje a ser um desconfortável pólipo luso-irlandês, o qual, num futuro próximo, ameaça evoluir para um fatal carcinoma hispano-italiano. 

Deste lado do Atlântico, os meteorologistas da política e do dinheiro têm o dedo no botão de alerta de tsunami, atentos a alguns sinais dos chamados “mercados”:

  • Um editorialista do Financial Times escreveu ontem que o futuro da Europa depende da qualidade da defesa da Espanha e da Itália pelo triunvirato UE/BCE/FMI.
  • Embora  Madrid tenha apresentado “bons resultados” no combate ao défice e na flexibilização do mercado de trabalho, o articulista elege como positivo o facto de registar um superávit primário e de os seus empréstimos terem maturidades confortáveis. Como aspecto negativo é sublinhado o elevado peso da dívida (a terceira maior da Zona Euro), as tímidas medidas de combate ao défice e a crónica incapacidade do governo Berlusconi para fazer crescer a economia,  melhorar a capacidade  competitiva e combater o excesso de burocracia;
  • Esta análise, em nossa opinião,  peca por benigna já que passa ao lado de uma variável essencial da equação – a estratégia dos especuladores e as ferramentas de que dispõem para desestabilizar qualquer economia ou moeda, independentemente do seu peso e dimensão;
  • A manipulação pelos especuladores (privados e institucionais) de instrumentos derivativos, designadamente os famigerados seguros de incumprimento financeiro – Credit Default Swaps (CDS) -, levou à falência do banco Lehman Brothers, à nacionalização da seguradora AIG, à insolvência da Islândia e a severas crises cambiais nos anos 90 que atiraram para as cordas as moedas da Rússia, da Malásia, da Coreia do Sul, do México e por aí fora;
  • Ninguém sabe ao certo qual o montante global dos tóxicos CDS que infectam os balanços de sonantes nomes da banca europeia – do germânico Deutsche Bank, ao britânico Barclays, ao francês Paribas, passando pelo espanhol Santander e pelo italiano Unicredit – mas diversos especialistas dividem-se entre estimativas estratosféricas (trillions ou quadrillions);  
  • Certo é que, contrariamente ao que tem sido vertido em muitas páginas de jornais e revistas especializadas, existe o perigo real de um ou mais bancos europeus de grande dimensão poderem vir a ser atacados pelo vírus Lehman Brothers. Quando chegar a hora, lembrem-se  de trautear “Don’t cry for me Argentina”;
  • A França, para alguns inesperada e injustamente, está na berlinda desde sexta-feira, dia em que a S&P despromoveu a qualidade da dívida norte-americana. Comparativamente a outros países com notações triple A, os juros implícitos, os CDS e os níveis do défice que afectam a economia gaulesa são variáveis consideradas excessivas pelas maiores agências de rating;
  • Na próxima sexta-feira, a França publicará dados estatísticos sobre o crescimento da economia no segundo trimestre. A generalidade dos analistas prevê números desanimadores da ordem dos 0,2%, ou seja 0,7% abaixo do valor registado no primeiro trimestre;
  • Caso se confirmem as previsões, as campainhas de alarme alertarão para a dificuldade de a França conseguir, em 2013, atingir a prometida meta de reduzir o actual défice (7,15% do PIB) para menos de 3%;
  • O facto de os CDS sobre a dívida francesa serem superiores aos pagos pelos compradores de dívida emitida pelas autoridades do Peru, Indonésia, África do Sul e da República Eslovaca é motivo de preocupação não apenas para o governo francês. As lideranças da UE, do BCE e do FMI receiam que a equacionável perda pela França da notação AAA possa pôr em causa toda a arquitectura do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e inviabilizar futuros resgates;
  • De  resto, os recursos do FEEF (750 mil milhões de euros) são considerados insuficientes para fazer face às necessidades prováveis dos resgates. Chegam para atender o conjunto dos actuais três “clientes” – Grécia, Irlanda e Portugal e eventualmente de Chipre.  Caso a Espanha ou a Itália sejam forçadas a usá-lo precisaria de ser generosamente recapitalizado.  De resto, há mesmo quem pense que o resgate da terceira e da quarta economias da UE, a Itália e a Espanha respectivamente, necessitaria de um novo Plano Marshall, mas agora com a inclusão dos países emergentes do G20 (China, Índia, Brasil, Arábia Saudita, etc.);
  • Para apimentar o cenário, o mês de Setembro promete ser crítico. A troika irá a Atenas fazer a avaliação de desempenho do governo na aplicação dos programas de resgate em curso e em fase de implementação. A instabilidade política e social em que a Grécia está mergulhada faz temer a obtenção de resultados aquém dos desejados pelos credores, com efeitos negativos na evolução da crise europeia;
  • Na Alemanha, a Chanceler Merkel enfrenta uma resiliente frente de forças políticas e de individualidades da coligação que lidera (CDU/FDP) que discordam abertamente dos acordos pró-resgate por ela validados em Bruxelas. O regresso de férias dos deputados do Bundestag promete acessos debates.
  • Conhecida a sua propensão para o “nim”, bem como para protelar até ao limite decisões urgentes, a senhora Merkel poderá viver dias difíceis e voltar a dar sinais errados aos mercados de dívida. Qualquer sinal de instabilidade e de laisser-faire dado pela Alemanha pode complicar ainda mais as já ténues possibilidades de controlo da situação;
  • Também em Setembro, algumas “cajas de ahorros” espanholas irão ao mercado tentar obter empréstimos. Num cenário de eleições antecipadas, de escalada dos juros da dívida soberana e de insuficientes taxas de crescimento económico, para além de uma elevada taxa de desemprego (superior a 20%), este segmento da banca espanhola terá uma missão espinhosa e de resultados duvidosos;

Se, como tudo indica, nada de enérgico e proactivo for feito, em Agosto, pelos líderes europeus que ditam as políticas da UE – Merkel e Sarkozy – chegaremos a Setembro com uma situação mais degradada. Talvez irremediavelmente…

Nesse caso, e se persistirem os ataques especulativos contra as dívidas espanhola e italiana, com uma insustentável subida das taxas de juro e dos CDS, o último trimestre promete ser um osso duro de roer.

Neste momento, ninguém, do BCE ao FMI, passando por outras instituições de idêntico calibre, dispõe de recursos para resgatar financeiramente países como a Espanha e a Itália. Se tal for imperativo, como vão os mandantes da economia mundial resolver o problema?

A resposta é simples. Ninguém sabe. Nem eles…

Pedro Varanda de Castro, Consultor

MRA Alliance

Putin diz que EUA são hooligans financeiros

segunda-feira, julho 11th, 2011

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou hoje os EUA de “hooliganismo” por injectarem dinheiro na economia e imprimirem dólares.

“Graças a Deus, ou infelizmente, nós não imprimimos a divisa de reserva, mas o que estão eles a fazer? Estão a comportar-se como ‘hooligans’, ligam as máquinas e atiram com dólares por todo o mundo, quando resolvem os seus problemas urgentes”, afirmou Putin, citado pela agência RIA Novosti, durante um encontro da Academia russa das Ciências.

Os comentários de Putin seguem-se à finalização do processo denominado QE2, segundo o qual a Reserva Federal norte-americana comprou 600 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro.

O défice norte-americano atingirá este ano 1,2 triliões de dólares (0,841 mil biliões de euros). Caso o Congresso não aprove, antes de 2 de Agosto o aumento, da dívida para além dos actuais 14,3 triliões (10,02 mil biliões de euros) permitidos, os Estados Unidos entram em default.

Hoje, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou para as “consequências devastadoras” de um eventual incumprimento dos Estados Unidos da América face no pagamento dos juros da dívida aos  credores.

MRA Alliance/Agências

Fed concedeu créditos de USD 1,2 MM a banco controlado pela Líbia

sábado, abril 2nd, 2011

Um bilião de dólares corresponde a 10 milhões de notas de 100 dólares empilhadas em 12 paletesA Reserva Federal norte-americana (Fed) emprestou, entre 2009 e 2010, 1,175 mil milhões de dólares (825 milhões de euros ao câmbio atual) a um banco do Barhein, maioritariamente controlado hoje pelo estado líbio.

De acordo com os documentos fornecidos agora pelo banco central dos EUA, com datas entre março de 2009 a abril de 2010, a Arab Banking Corporation (ABC), onde a Líbia tem atualmente uma participação de 59,3 por cento, contraiu vários empréstimos de urgência através da sua filial norte-americana.

Estes empréstimos chegaram a um montante global de 1,175 mil milhões de dólares (825 milhões de euros ao câmbio atual) a 29 de julho de 2009, noticia a AFP.

MRA Alliance/Expresso

Fed: Mais estímulos monetários na calha, admite Bernanke

sexta-feira, outubro 15th, 2010

alívio quantitativo ou quantitative easing...O presidente da Reserva Federal do EUA, Ben Bernanke, afirmou esta sexta-feira que poderão ser implementadas novas medidas de estímulo monetário, tendo em conta que a inflação continua em níveis baixos e as taxas de desemprego demasiado elevadas. Mas o responsável continua, no entanto, sem se comprometer com o anúncio de uma nova vaga de medidas de alívio quantitativo na próxima reunião da Fed.

“Poderemos estar num situação em que é recomendável uma actuação adicional”, afirmou Bernanke, não especificando as estratégias que a Fed pode aplicar ou quando o pretende fazer. “O crescimento económico geral tem evoluído a um ritmo menos vigoroso do que aquilo que gostaríamos”, pode ler-se no texto que Bernanke vai ler numa conferência em Boston.

O Comité de Operações no Mercado Aberto (FOMC, na sigla original), a comissão da Reserva Federal que define a política monetária, “está preparado para implementar novas medidas acomodatícias caso isso seja necessário para a recuperação económica e para que a inflação regresse a níveis consistentes com o nosso objectivo”, disse Bernanke, admitindo que “o risco de deflação é mais elevado do que o desejável.

O mercado antecipa que a Fed anuncie uma segunda vaga de expansão monetária (um mecanismo conhecido como “alívio quantitativo”) na próxima reunião do FOMC, agendada para 2 e 3 de Novembro.

MRA Alliance/JdN

Bernanke diz que fundo de estabilização do euro pode precisar de mais dinheiro

terça-feira, junho 8th, 2010

Ben Bernanke - Presidente da Reserva FederalO presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA disse ontem que a Europa pode ter que aumentar o montante destinado ao fundo de estabilização do euro ontem concretizado, de modo a evitar os efeitos de contágio da crise financeira grega a outros países da União Europeia.

Pode ser necessário mais dinheiro europeu”, disse Ben Bernanke, o presidente da Fed (a abreviatura por que é conhecido o banco central dos EUA), numa entrevista citada pela agência espanhola EFE no site do diário El País. Para Bernanke, a queda das bolsas nos últimos dias é mesmo um reflexo da “incerteza” em torno desta iniciativa. “Os investidores não estão convencidos de que o problema tenha sido resolvido”, acrescentou.

As declarações de Bernanke foram proferidas algumas horas depois de os ministros das Finanças da zona euro terem aprovado os detalhes do fundo de estabilização do euro, através do qual os estados da moeda única darão o aval aos empréstimos a outros países que estejam com dificuldades para pagar a sua dívida.

O montante total deste fundo é de 750 mil milhões de euros, dos quais 44 mil milhões são assegurados pelos Estados do Euro – e nesse âmbito Portugal tem de assegurar 11 mil milhões, o que representa 2,508 por cento (a quota do país no BCE). O restante valor é assegurado pela própria Comissão Europeia (60 mil milhões) e pelo FMI (250 mil milhões).

Ben Bernanke justificou a decisão da UE em assegurar que a Grécia continua a cumprir com os seus pagamentos com o receio de que o seu incumprimento causasse também a suspensão de pagamentos noutros países da periferia do continente.

MRA Alliance/Público

EUA: Fed reafirma recuperação lenta no segundo semestre

quinta-feira, setembro 3rd, 2009

A maioria dos membros da comissão de política monetária da Reserva Federal (banco central dos Estados Unidos) prevê uma “lenta recuperação” durante o segundo semestre deste ano, segundo a acta da reunião de 11 e 12 de Agosto, divulgada esta quarta-feira.

Todos os membros da comissão concordam que a economia continua vulnerável a choques adversos. “As condições no mercado de trabalho permanecem débeis e as empresas em geral indicaram que serão bastante cautelosas em contratar quando a procura melhorar”, refere o documento.

Em Agosto, o Fed mantive a taxa de juro de curto prazo inalterada. Na ocasião, o banco central também reiterou que as condições económicas provavelmente iriam garantir “níveis excepcionalmente baixos da taxa dos Fed Funds por um período prolongado de tempo”.

MRA Alliance/Agências

Fed: Obama reconduz Bernanke para segundo mandato

terça-feira, agosto 25th, 2009

O presidente Barack Obama reconduziu Ben Bernanke para um segundo mandato à frente da Reserva Federal norte-americana (Fed), o banco central do país, cargo que ocupa desde 2006. O novo mandato inicia-se em Janeiro de 2010.

Num pronunciamento em Martha’s Vineyard (Massachusetts), onde passa férias, o chefe de Estado elogiou Bernanke pela “calma e sabedoria” evendenciadas. Obama elogiou o responsável pela política monetária do país pela “criatividade, coragem e temperamento” no combate à pior crise das últimas décadas.

Bernanke, afirmou o presidente, “conduziu o Fed no meio de uma das piores crises financeiras que este país e o mundo enfrentaram”. “Devemos manter o mesmo rumo, e é por isso que precisamos que Bernanke continue à frente desta tarefa”, acrescentou Obama. A decisão presidencial carece de confirmação do Senado.

O responsável pela política monetária americana, que estava ao lado de Obama durante o anúncio, admitiu que o país enfrentou “desafios sem precedentes”. Bernanke disse ainda que, se for confirmado no cargo, continuará a trabalhar para estabilizar a economia e criar condições para uma “recuperação robusta”.

Com 55 anos, o actual presidente do Fed tomou posse em 2006, indicado pelo então presidente George W. Bush.

MRA Alliance/Agências

Obama dá força ao Fed e cria agência para proteger consumidores

quarta-feira, junho 17th, 2009

Barack Obama anunciou hoje uma “reforma profunda” do sistema de regulação e supervisão financeiro norte-americano, durante um discurso proferido na Casa Branca, em Washington.

“Uma cultura de irresponsabilidade ganhou raízes de Wall Street [rua dos banqueiros] a Washington até à Main Street [rua do povo]”, criticou o presidente dos Estados Unidos, defendendo “regras que permitam aos mercados promover a inovação e desencorajar o abuso”.

“É indiscutível que um dos principais responsáveis pela actual situação económica foi a falta de estruturas de regulação adequadas para prevenir abusos e excessos”, disse Obama.

Entre as propostas apresentadas, o presidente destacou as que vão privilegiar a segurança das instituições e a estabilidade do sistema financeiro “como um todo”.

O governo vai conceder mais poderes ao banco central dos EUA, a  Reserva Federal (Fed), para que possa fiscalizar e regular as empresas que representem um “risco de colapso para a economia”.

No contexto da reforma, Obama anunciou também a criação de uma agência que proteja os consumidores de produtos financeiros. O novo organismo vai poder banir “práticas e condições injustas” devendo fornecer aos consumidores “informação simples e transparente”.

MRA Alliance/Agências

Opinião: O Fed vai deixar de estar acima da lei?

sexta-feira, junho 12th, 2009

“Helicopter Ben (Bernanke)”O Congresso dos Estados Unidos dá crescentes sinais de que pretende controlar e auditar com mais rigor a actividade do banco central (Fed), e do seu presidente Ben Bernanke, e eventualmente retirar-lhes autoridade caso se prove que exorbitaram poderes ou cometeram ilegalidades antes e depois da eclosão da actual crise financeira. 

Os congressistas Edolphus Towns (Democrata, Nova Iorque) e Darrell Issa (Republicano, Califórnia) anunciaram ontem que vão convocar Bernanke a depôr perante os legisladores do país para esclarecer as pressões que alegadamente terá exercido, juntamente como então secretário do Tesouro Hank Paulson, sobre a administração do Bank of America, para a rápida finalização da compra do banco de investimento Merril Lynch, em 2008.

Outros congressistas seguem na mesma direcção com propósitos bem mais ambiciosos para o actualmente manietado fiscalizador do Fed – Government Accountability Office (GAO).

Uma proposta legislativa apresentada no primeiro trimestre pelo congressista republicano Ron Paul (Republicano, Texas) já conseguiu obter o apoio de 208 co-patrocinadores para que o GAO apresente um relatório de auditoria ao Fed até ao final de 2010.

Se tal acontecer, significa que o banco central dos EUA perdeu o privilégio tácito de estar acima da lei, em vigor no país há mais de meio século. Conforme referimos em Março passado, se for obrigado a revelar as suas contas, e as suas práticas, o resultado poderá ser, no mínimo, surpreendente.

O republicano Spencer Bachus (Alabama), membro da influente Comissão de Serviços Financeiros do Congresso (HFSC, em inglês), também apresentou uma proposta legislativa para limitar os poderes de supervisão do Fed e a sua capacidade para intervir no mercado.

Analistas e comentadores admitem que estará igualmente em perigo a função do Fed como supervisor único dos riscos sistémicos que afectam o sector financeiro estadunidense.  Segundo a agência Bloomberg, o actual presidente da HFSC, Barney Frank, tido como um dos maiores apoiantes das polémicas e controversas decisões de Ben Bernanke, já não estará pelos ajustes, conforme defendera em Novembro.

“Os congressistas finalmente estão a querer esclarecer o âmbito de actuação do Fed”, disse Dino Kos, administrador da empresa Portales Partners e ex-vice-presidente do Fed de Nova Iorque. “Os bancos centrais podem facilmente tomar decisões chave sem aprovação do Congresso.” 

Acusado de arrogância e prepotência, Bernanke recusou-se repetidamente a fornecer dados aos congressistas sobre os protagonistas, as quantias e as modalidades de acesso às bilionárias injecções financeiras estatais.

Porém, face às pressões, no passado dia 10, o Fed acedeu divulgar alguns detalhes das operações. Concretamente forneceu informação sobre o número de bancos que acedeu às facilidades de crédito do banco central bem como sobre a qualidade das garantias apresentadas (ratings de risco).

Ainda assim, a atitude do banco central está a ser interpretada por sectores da sociedade e da media dos EUA como “tardia” e “insuficiente”, face aos montantes estratosféricos usados por Bernanke para salvar as vetustas instituições que detém o controlo accionista do Fed – os bancos de Wall Street. 

Entre as medidas mais controversas estão as compras de activos tóxicos do Citigroup, Bank of America, JP Morgan Chase, Bear Stearns, bem como da seguradora AIG e de outras instituições.

Estimativas conservadoras dizem que o balanço do Fed terá ficado entupido com qualquer coisa como USD 250 mil milhões/bilhões (mm/bi) de activos potencialmente incobráveis. Outros sustentam que USD 500 mm/bi será um montante, para já, mais realista. 

Porém, na realidade, ninguém faz a menor ideia!

MRA Alliance, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro

Consultor

Recaída do sector financeiro pode atrasar recuperação económica, diz Barnanke

terça-feira, maio 5th, 2009

Ben BernankeO presidente do banco central dos Estados Unidos (Fed)afirmou hoje que a economia está a começar a estabilizar e deve iniciar a recuperação no final deste ano. Ben Bernanke sublinhou, no entanto, que uma “recaída das condições financeiras pode ser um obstáculo significativo à actividade económica e atrasar a incipiente recuperação”.

Perante a Comissão Económica do Congresso norte-americano, Bernanke advertiu, todavia, que a recuperação vai ser “lenta e cautelosa”.

Apesar de alguns sinais positivos, Bernanke prevê um aumento do desemprego e a continuação das restrições ao crédito. “Continuamos a prever que a actividade económica ainda desça mais e que recupere no final deste ano”, disse Bernanke, citado pela CNN.

MRA Alliance/Agências

2009-2011: Fed tentou dourar a pílula mas as perspectivas reais são sombrias

sábado, fevereiro 21st, 2009

No passado dia 18, a Reserva Federal (Fed) – publicou uma das famigeradas minutas da não menos famosa comissão federal que decide a sorte do mercado monetário – Federal Open Market Committee (FOMC) – na qual têm assento todos os membros da direcção do Fed e os presidentes dos seus 12 bancos regionais.

A importância da última reunião, realizada em 27/28 de Janeiro, reside na publicação das projecções económicas da instituição para os próximos três anos (2009-2011). Quando analisamos os prognósticos dos banqueiros centrais dos EUA sobre desemprego, inflação e crescimento económico percebemos a extensão e a profundidade da actual crise.

Como a economia norte-americana depende em 70% do consumo não é necessário ser um génio para compreender que aquilo que irá acontecer nos próximos três anos à economia mundial será bem pior do que as benignas projecções dos banqueiros do Fed.

Um perigoso cocktail, recheado dos ingredientes recessão, estagflação e deflação, irá tolher os desempenhos da economia mundial, com diferentes ritmos e intensidade, mas ao mesmo tempo. Os efeitos serão sérios e profundos nas economias  industrializadas (G7) e emergentes (BRIC’s). Porém, serão ainda piores em países periféricos como Portugal. 

Vejamos porquê.

As aparências…

As projecções de longo prazo dos banqueiros centrais estadunidenses pretendem reflectir a acomodação e convergência entre as variáveis emprego e estabilidade dos preços ou, como outros preferem interpretar, entre desemprego, inflação e quantidade de dinheiro em circulação (massa monetária, M3).

A sustentabilidade do crescimento depende, entre outras, de algumas variáveis importantes – produtividade, qualidade do trabalho (resultante do conhecimento e da formação profissional da força de trabalho), capacidade de geração de novos empregos bem como das políticas  públicas sobre inovação, tecnologia e emprego.

Aparentemente as previsões até são animadoras – crescimento 2,5%-2,7%; desemprego 4,8%-5,0%; inflação 1,7%-2,0% (na óptica do índice de preços das despesas de consumo pessoais).

A realidade 

Nas entrelinhas do debate entre os participantes quase tudo muda de figura. De resto, entre os presentes na reunião da FOMC, a discórdia prevaleceu sobre algumas das questões nucleares em análise. O documento, por outro lado, reflecte a preocupação dos banqueiros sobre a fiabilidade das suas projecções dando cabimento a todo o tipo de justificações técnicas para um eventual falhanço…

  • As projecções sobre o crescimento real do PIB foram revistas em baixa – de -0,2%/+1,1%, em Outubro, passaram para -1,3%/-0,5%, em Janeiro;
  • Antecipação de um “amplo declínio” na produção agregada de bens e serviços durante a primeira metade de 2009;
  • Os gastos com o consumo “provavelmente” irão piorar com o aumento do desemprego, o aperto do crédito, a continuação do declínio dos preços do imobiliário e a abrupta contracção do património em acções;
  • A economia poderá começar a recuperar “ainda que gradualmente”, na segunda metade de 2009, fruto dos estímulos fiscais e das políticas monetárias de apoio aos mercados financeiros; Porém, é reconhecido que “o ritmo da recuperação em 2010 será fraco”, com o crescimento real  a retomar intensidade apenas em 2011; “A maioria dos participantes espera que, caso “não surjam mais choques”, o crescimento económico poderá finalmente convergir para uma taxa entre 2,5%-2,7%”;
  • O desemprego vai continuar a piorar em 2009 e 2010 devendo “manter-se bem acima da taxa sustentável de longo prazo, no final de 2011”; Após 2011 é possível que continue a tendência de descida com a maioria dos banqueiros a prognosticar uma taxa de desemprego entre 4,8% e 5,0%;
  • Todos consideraram “surpreendente” o tamanho da queda da inflação nos últimos meses; Esta tendência, devido à depreciação dos preços da energia e ao abrandamento da economia global, deverá manter-se dentro dos seguintes parâmetros – 2009 (o,3%-1,0%); 2010 (1,0%-1,5%); 2011 (0,9%-1,7%) longo prazo (1,7%-2,0%);

 No essencial, conforme o texto distribuído pelo Fed, “os participantes continuam a interpretar como mais altas do que o normal as incertezas sobre as perspectivas do crescimento económico” e muitos deles duvidam da eficácia dos programas públicos para reactivar a economia e reconstruir o sistema financeiro…

Sobre o tema, o Prémio Nobel da Economia (2008) Paul Krugman escreveu este fim de semana no seu habitual blogue publicado pelo New York Times:

“Percebe-se a razão pela qual os homens do Fed estão tão pessimistas. Sejamos claros: As políticas da administração Obama ajudarão durante este período difícil -especialmente se o governo pegar o touro pelos cornos e nacionalizar bancos em dificuldades. Ainda assim, pergunto: Quem vai acabar com este sofrimento?”

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor�

Fed encaixou perdas trimestrais de USD 2,7 mm/bi com activos tóxicos

domingo, outubro 26th, 2008

O banco central norte-americano – Reserva Federal (Fed) – contabilizou prejuízos de USD 2,7 mil milhões/bilhões relacionados com a carteira de activos tóxicos do banco Bear Stearns, adquiridos em Março na sequência do acordo que patrocinou para a compra do banco pré-falido pelo JPMorgan Chase, revelou o Financial Times. O jornal britânico acrescentou ser “pouco provável que o Fed reconheça quaisquer perdas na carteira do Bear.” A autoridade monetária dos EUA comprometeu-se a não vender aqueles activos, pelo menos, durante dois anos. O Fed informou igualmente que o valor da carteira Bear Stearns caiu de USD 29,5 mm/bi para 26,8 mm/bi nos últimos três meses. MRA Dep. Data Mining

EUA crescerão magros 0,2% no 2.º trimestre diz Fed

quarta-feira, maio 14th, 2008

A economia norte-americana irá crescer pouco neste ano, enquanto a inflação deverá aumentar, segundo um estudo da Reserva Federal de Filadélfia. Os economistas entrevistados previram que o produto interno bruto no actual trimestre deverá crescer a uma taxa anualizada de 0,2 por cento, bem abaixo de sua previsão anterior de 1,3 por cento. A pesquisa trimestral do Fed de Filadélfia afirma que a inflação deverá acelerar para pelo menos 3 por cento, acima da expectativa anterior de 2,4 por cento. MRA/Agências

Secretário do Tesouro americano admite forte declínio da economia

terça-feira, março 25th, 2008

Hank Paulson O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, admitiu hoje que a economia dos EUA enfrenta, de momento, um “declínio acentuado”, mas mostrou-se optimista quanto a uma “recuperação ao longo do ano”, contrariando a opinião e análises de um crescente grupo de economistas americanos e estrangeiros. “Não há dúvidas de que o povo americano sabe que a economia está declinando fortemente”, sustentou durante um programa da cadeia televisiva NBC. Paulson citou a turbulência no mercado de capitais, iniciada em Agosto passado, e afirmou ter grande confiança nos mercados americanos. “Eles são resistentes e flexíveis”, disse, alegando que o regresso da estabilidade pode demorar algum tempo.

O secretário do Tesouro dos EUA, todavia, evitou comentar sobre a decisão da Reserva Federal (Fed) quanto à política monetária, em especial sobre as taxas de juro. “O Fed é independente. Ele fará o que é melhor”, comentou. Neste momento, especula-se que a autoridade monetária dos Estados Unidos possa promover, ainda hoje, um novo corte na taxa básica, fixando-a em 2% ao ano. A acontecer, a espiral inflacionista e a queda do dólar continuarão a agravar-se. MRA/Agências

Subprime, efeito dominó, e agravamento da crise…

sábado, março 15th, 2008

efeito dominó“Os problemas que afectam os mercados de crédito, actualmente, estão longe de terminar, de facto, parecem saltar de segmento de mercado em segmento de mercado deixando um rasto de prejuízos à sua passagem. Um factor comum às perturbações que se têm feito sentir é a falta de liquidez existente, não obstante, as intervenções que os principais bancos centrais efectuaram no sentido de regularizar a liquidez nos mercados financeiros, que acabaram por ter um efeito temporário sobre estes. Na sequência novas intervenções estão a ser ultimadas, nomeadamente, a Fed criou um novo instrumento de política monetária – Term Securities Lending Facility – que consiste na cedência de liquidez através do empréstimo de obrigações do tesouro em que o colateral utilizado pelas instituições financeiras são obrigações hipotecárias, instrumento através do qual planeia ceder 200 mil milhões de dólares.

Apesar destes esforços, a falta de predisposição das instituições financeiras para cederem liquidez ao mercado, que se traduz em condições de acesso ao crédito mais restritas, impede que o normal funcionamento dos mercados financeiros retome. (…) A desalavancagem tem constituído um dos principais riscos sobre os mercados de crédito, uma vez que estes se encontram alavancados entre 10 e 15 vezes, o que faz com à medida que os preços descem e são feitas chamadas na margem, que pressionam os preços no sentido descendente provocando novas chamadas na margem. Para além disso, no presente contexto de restrição no acesso ao crédito, o montante das chamadas nas margens tem sido superior, aumentando a dificuldade dos investidores para responderem a esta chamada.”

Excerto de um artigo de opinião da autoria de João Sousa, Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, hoje publicado no Diário Económico.

Bear Stearns: Outro péssimo exemplo incendeia o pânico financeiro

sábado, março 15th, 2008

ccrunch_clock.gifCada dia que passa, as intervenções da Reserva Federal (Fed) no mercado financeiro recordam-nos as bravas, mas inúteis, tentativas dos bombeiros e paramédicos novaiorquinos para salvar o que restava dos ataques às Torres Gémeas, em 11 de Setembro, 2001. Desde o século XIX, todas as intervenções dos bancos e autoridades monetárias americanas para solucionar as frequentes crises de liquidez, colapsos bolsistas, ondas de pânico e implosão de mercados, tiveram sempre o mesmo resultado: a factura final foi paga com dinheiro dos contribuintes. Mais…

MRA Alliance, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro

Consultor

Crise financeira: Quadro regulador «Basileia II» posto em causa

quinta-feira, fevereiro 28th, 2008

finrisc3.jpgA turbulência e volatilidade do mercado financeiro global provocadas pelo colapso do mercado hipotecário de alto risco – subprime – nos EUA começa a provocar reacções que pôem em causa as políticas macroeconómicas, a estabilidade e regulação do sistema financeiro, designadamente o novo «Basileia II». Este instrumento regulatório, foi aprovado pelos bancos centrais associados ao Banco Internacional de Pagamentos (BIS, em inglês), em 2005.

Basileia II reformou o quadro anterior (Basileia I/1988) que regulava a adequação dos fundos de capitalização dos bancos. Ao longo dos anos, foi revelando vários tipos de vulnerabilidades. A reformulação feita há três anos caracterizou-se pela entrada em vigor de um quadro normativo com novos intrumentos de calibração dos riscos de crédito e de fixação do respectivo preço e qualidade.

Os gigantescos prejuízos recentemente sofridos pelas instituições financeiras, que dispararam um agressivo processo de recapitalização, pulverizaram os modelos de avaliação dos riscos de crédito usados pelo sistema bancário global. Citada pelo Financial Times, Sheila Bair, presidente da seguradora das reservas depositadas no banco emissor dos Estados Unidos (Reserva Federal/Fed) – Federal Deposit Insurance Corporation – reconheceu existirem “importantes pontos fracos” que, na presente crise, fizeram disparar os sinais de alarme e aconselham a adopção de novas medidas preventivas. (pvc)

BCE e Fed têm mandatos diferentes para a política monetária

terça-feira, janeiro 29th, 2008

Taxas de Juro - O Calcanhar de Aquiles do FedO Banco Central Europeu (BCE) e a Reserva Federal (Fed) norte-americana têm mandatos diferentes para a condução da sua política monetária, que se estão a reflectir numa condução distinta dessa política. O Fed tem como missão assegurar a estabilidade dos preços e, simultaneamente, garantir a manutenção de um elevado nível de emprego na economia, de acordo com as regras que foram definidas nos anos 30, após a Grande Depressão. Estes dois objectivos não se encontram hierarquizados, ao contrário do que acontece com o BCE. Mais…