Archive for the ‘Estados Unidos’ Category

Número de pobres nos EUA ultrapassa 46 milhões

terça-feira, setembro 13th, 2011

A taxa de pobreza dos Estados Unidos subiu em 2010 para o nível mais alto de quase duas décadas. Já o rendimento das famílias registou uma queda. Os números evidenciam o impacto da pior crise financeira em sete décadas, de acordo com a Bloomberg. Os dados foram divulgados pela unidade Census Bureau do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, e revelaram que a proporção de pessoas a viver em situação de pobreza subiu para 15,1% no ano passado, contra 14,3% em 2009. O rendimento médio das famílias caiu 2,3% em 2010.

São cerca de 46,2 milhões os norte-americanos que vivem em condições consideradas de pobreza, o que corresponde ao número mais alto desde que o Census Bureau começou a contabilizar este indicador, há 52 anos.

Segundo a Bloomberg, os dados podem também ter piorado nos últimos meses devido ao enfraquecimento da economia. “As famílias estão a lutar para pôr comida na mesa e não têm poder de compra para ajudar a economia a recuperar”, disse Isabel Sawhill, da Brookings Institution, em declarações à Bloomberg.

MRA Alliance/JdN

Tribunal americano retirou acusações de violação contra Strauss-Kahn

terça-feira, agosto 23rd, 2011

A justiça norte-americana retirou todas as acusações de violação contra Dominique Strauss-Kahn. O Supremo Tribunal de Justiça de Nova Iorque aceitou esta terça-feira o pedido do procurador de Manhattan para arquivar a queixa de violação que recaía sobre o antigo presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em causa está a perda de confiança nas declarações da alegada vítima. Nafissatou Diallo, a camareira de 32 anos que alega ter sido abusada sexualmente por Strauss-Kahn, recebeu a notícia com uma sensação de ultraje. Os advogados de defesa da empregada de hotel continuam a acreditar na história contada por Nafissatou Diallo e dizem que muito ficou por esclarecer.

Strauss-Kahn aguarda, agora, que o tribunal se pronuncie sobre o recurso apresentado pela defesa da alegada vítima que, caso seja favorável, permite que o antigo director do FMI possa sair dos EUA.

Apesar do processo criminal ter chegado ao fim, Dominique Strauss-Kahn ainda vai ter de enfrentar a justiça norte-americana pois Nafissatou Diallo já avançou com um processo cível.

MRA Alliance/Agências

Falências nos EUA já atingiram 68 bancos

sábado, agosto 20th, 2011

A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), fundo de garantia dos depósitos bancários norte-americanos, assumiu o Lydian Private Bank, com sede em Palm Beach, na Flórida, que detinha 1.700 milhões de dólares em activos e 1.240 milhões de dólares em depósitos, indica num comunicado. Os reguladores fecharam ainda duas instituições mais pequenas: a First Southern National Bank na Geórgia e o First Choice Bank no Illinois.

Segundo o canal MSNBC, em 2008, ano em que estalou a crise financeira nos Estados Unidos, 25 bancos declararam falência. Apesar dos 68 encerramentos este ano, verifica-se uma diminuição face a 2010, atendendo a que no mesmo período do ano passado foram fechados 118 bancos, refere o MSNBC.

MRA Alliance/JdN

Partilha de dados Portugal-EUA envolvida em polémica

sexta-feira, agosto 19th, 2011

O Governo acabou por ignorar as objecções levantadas por entidades como a CNPD (Comissão Nacional de Proteção de Dados) e decidiu propor à Assembleia da República a ratificação do acordo com os Estados Unidos, concebido já sob o Governo Sócrates, para o combate ao crime e ao terrorismo. Para além das questões que o acordo levanta em relação à lei portuguesa, há ainda as que levanta em relação à posição, mais reticente, da União Europeia.

Ao decidir avançar com o acordo para aprovação parlamentar, o Governo considerou necessário emitir um comunicado que lembrasse a responsabilidade do anterior executivo no mesmo diploma. No mesmo comunicado, citado pela agência Lusa, explica-se que a partilha de informação com os EUA, ou a cedência de informação aos EUA, será uma “componente essencial na luta contra o crime”. E afirma-se que aí se inclui, “nos termos das respetivas leis nacionais, a disponibilização de dados datiloscópicos [impressões digitais], criados para efeitos de prevenção e investigação criminal, bem como, para o mesmo efeito, de perfis de ADN”.

Entretanto, há muito que são conhecidas as objecções da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), nomeadamente através de comunicado de fevereiro de 2011, visto que na óptica da CNPD “o acordo não contempla as necessárias garantias exigidas pela lei nacional e pela legislação europeia para a transferência de dados pessoais, a fim de suprir a falta de um nível de proteção adequado nos EUA”.

Este é um problema especialmente grave quando se tem em conta a eventualidade de informações cedidas por Portugal aos EUA poderem ser utilizadas na instrução de processos que conduzam à aplicação da pena de morte nos EUA.

Entre os eurodeputados portugueses, Ana Gomes destacou-se na altura pela manifestação de fortes reservas: “Só espero que a Assembleia da República, que tem de aprovar este acordo, leve devidamente em conta aquilo que a CNPD diz, e leve também em conta que o Parlamento Europeu tem de aprovar um acordo-quadro, que a Comissão Europeia foi mandatada para negociar com os Estados Unidos, e que se vai sobrepor a todos os acordos bilaterais”.

Por seu lado, o PCP reagiu ao anúncio da decisão do Governo manifestando a sua oposição, em declarações de um seu dirigente, Ângelo Alves, à Lusa: “Esperamos que, por aquilo que representa de colisão com o enquadramento legal português e, até em certa medida europeu, a Assembleia da República não o venha a aprovar e, no caso de haver aprovação pela maioria de direita que o Presidente da República possa intervir no sentido da não ratificação deste acordo”.

MRA Alliance/RTP

Especulador Soros aposta na saída da Grécia e de Portugal da Zona Euro

segunda-feira, agosto 15th, 2011

O multimilionário especulador em divisas e commodities George Soros, numa entrevista à revista alemã Der Spiegel, defende que Portugal e a Grécia devem abandonar a Zona Euro como melhor forma de salvar a moeda única.

“O problema grego foi tão maltratado que, neste momento, o melhor talvez seja mesmo uma saída ordeira. O mesmo se aplica a Portugal. A União Europeia e o euro sobreviveriam”, diz Soros. Nas entrelinhas pode inferir-se que o seu sentimento é favorável a manobras especulativas que forçem a subida dos juros das dívidas soberanas grega e portuguesa.

Soros, que nos anos 90 fez ajoelhar o Banco de Inglaterra com manobras especulativas que culminaram com a forte desvalorização da libra, veste agora a pele do especulador bom ao defender a proibição imediata dos derivativos financeiros CDS (Credit Default Swaps), a versão moderna da apólice de seguros de risco financeiro. O fundador do hedge fund Quantum Fonds classifica os CDS como “produtos financeiros altamente perigosos” porque “fomentam a especulação na queda” das divisas ou dos activos. 

Soros, por outro lado, faz uma crítica demolidora à passividade das decisões dos políticos em geral, que acusa de tomarem decisões “para apenas ganharem tempo”, e da chanceler alemã Angela Merkel em particular a quem atribuiu a responsabilidade pelo início da crise do euro. 

O mega especulador insiste na necessidade de os países da Zona Euro se entenderem sobre a emissão de eurobonds (títulos de dívida europeus). “Quer queiramos, quer  não, o euro existe. Para que funcione bem, os países da zona euro deverão poder refinanciar grande parte das suas dívidas nas mesmas condições. Essa tarefa cabe à Alemanha (…) com regras financeiras claras ditadas pelos alemães “, disse Soros.

“Infelizmente – acrescentou – a Alemanha tem sobre isto ideias esquesitas. Os alemães devem estabelecer regras que os outros possam cumprir. A países como Espanha deverão ser permitidos défices orçamentais cíclicos até que consigam recuperar”. 

O controverso financeiro jurou  ainda ao Der Spiegel que a sua intenção não é a de especular contra o euro. “Seguramente, não estou a apostar contra o euro”, porque “os chineses estão muito interessados numa alternativa ao dólar e farão tudo para ajudar os europeus a salvá-lo [a moeda única]”.

MRA Alliance

Nervosismo na banca e incertezas europeias empurram bolsas para o fundo

quinta-feira, agosto 11th, 2011
Os dias negros voltaram aos mercados accionistas nos dois lados do Atlântico. As acções do Velho Continente caíram e levaram as principais bolsas europeias a quedas entre os 3% e 6,5%. O sector da banca teve o pior desempenho desde Março de 2009, no dia em que Sarkozy interrompeu as férias para reunir com o seu executivo e os rumores sobre a frágil situação do país se avolumaram.
O índice de referência para a Europa, Stoxx 600, declinou 3,75% para 223,50 pontos, com cerca de sete oitavos das acções a perderem território.

Os sector da banca representado no índice, recuou 6,7% com os bancos franceses a liderarem as quedas.  O presidente Nicolas Sarkozy interrompeu as férias para uma reunião de emergência com o seu executivo e para reiterar o compromisso gaulês com as metas do défice.

A Société Générale sofreu uma queda violenta, ao desvalorizar 14,74%, o BNP Paribas caiu 9,47%  e o Crédit Agricole perdeu 11,81%.  

A França é, entre os membros da Zona Euro com rating  AAA,  o que enfrenta maiores custos com os seguros de incumprimento financeiro – “credit default swaps” (CDS) – um produto financeiro derivado muito utilizado pelos especuladores. Depois do corte do rating da dívida norte-americana, os especuladores apontam agora as baterias sobre a  França na expectativa de que seja o próximo país a sofrer uma redução da qualidade de crédito por parte das três maiores agências de notação financeira.

Na eventualidade de tal acontecer o sistema bancário do país será o sector mais penalizado pois os bancos serão obrigados a contabilizar  imparidades, acumulando prejuízos até agora escondidos nos balanços e afectando seriamente os seus rácios de solvabilidade. Apesar dos rumores apontarem nesse sentido, as agências de “rating” e o Governo francês apressaram-se a negar que o “rating” do país vá ser cortado.

“A ameaça ao triple A  da França é preocupante”, disse o analista de obrigações do Grupo ING, Padhraic Garvey, entrevistado pela Bloomberg. “O nosso modelo de classificação notação da dívida identifica França como um dos emitentes [de obrigações] mais frágeis” entre os países europeus com o “rating” máximo, ou seja, “AAA”, acrescentou.

Os CDS da Société Générale são os mais dispendiosos entre os bancos do país e este foi também o banco mais penalizado entre as empresas cotadas no Stoxx 600. Os rumores de que o banco iria precisar de ajuda estatal também foram desmentidos pela administração.

“A Société Générale emitiu um aviso recentemente, o que o torna mais vulnerável aos rumores de mercado e é por isso que as acções estão hoje a ser penalizadas”, disse o analista do ETX Capital, Marcus Huber, à Bloomberg. No dia 3 de Agosto o banco francês avisou que poderia falhar as metas de 2012 depois de ter sofrido uma quebra de 31% dos lucros na primeira metade do ano.

Na Itália, aconteceu igualmente uma quebra generalizada dos títulos da banca. O Intesa Sanpaolo depreciou 13,72% e a UBI Banca recuou 10,17%. O o índice bolsista transalpino perdeu 6,65%. A bolsa de Milão foi a que registou maiores perdas na Europa.

O índice espanhol IBEX caiu 5,49% para 7.966 pontos e o parisiense CAC-40 recuou 5,45%. O alemão DAX encolheu 5,13% e o britânico Footsie 100 baixou 3,05%. O Banco Santander perdeu 8,33% e o britânico HSBC recuou 5,28%. 

Wall Street não conseguiu resistir à razia europeia. As quedas dos índices norte-americanos foram superiores a 4%. O Dow Jones fechou a perder 4,64%, o Nasdaq baixou 4,09% e o S&P 500 caiu 4,43%. 

A queda abrupta nas praças norte-americanas seguiu-se à corrida de ontem que gerou valorizações superiores a 4%, a maior subida desde Março de 2009. As bolsas dos EUA beneficiaram do anúncio da Reserva Federal (Fed) dos EUA, que revelou que a taxa de juro do país – que se encontra entre zero e 0,25% – se manterá em níveis baixos até 2013. Mas, como prevíramos ontem, foi sol de pouca dura.

A acentuar a espiral de perdas estiveram rumores sobre alegadas vulnerabilidades sobre a solvência e liquidez do banco Société Générale bem como sobre o rating da dívida francesa. A banca foi um dos sectores mais penalizados devido ao perigo de contágio da crise europeia. Três dos maiores bancos americanos registaram perdas acentuadas – o Citigroup caiu 10,47%, o Bank of America 10,92% e o Goldman Sachs 10,10%.

MRA Alliance/Agências

MRA Alliance

Da apendicite grega ao tumor hispano-italiano

quarta-feira, agosto 10th, 2011

A bolsa nova-iorquina interrompeu ontem um ciclo de quedas consecutivas, ao fechar com valorizações de mais de quatro por cento nos principais índices. Pouco antes do fecho da sessão, aconteceu a repentina valorização após a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter anunciado que manterá as taxas de juro de referência próximas de zero por mais dois anos.

Entre os índices de referência, o Nasdaq Composite Index, que agrega empresas de base tecnológica, foi o que mais disparou: 5,295 por cento (para 2,482.520 pontos). O índice Standard and Poor’s 500 Index cresceu 4,741 por cento (para 1,172.530 pontos) e o industrial Dow Jones avançou 3,977 por cento (para 11,239.770 pontos).

Porém, o dia foi marcado por uma acentuada volatilidade nas bolsas europeias e norte-americanas. Wall Street abriu positiva, mas o disparo só foi visível no final da sessão, após o anúncio do Fed.

Imediatamente a seguir à divulgação da notícia, os mercados reagiram com apetite pelo risco. O Nasdaq subia pouco mais de um por cento, o índice S&P 500 valorizava 0,2 por cento e o Dow estava em terreno negativo. Os minutos finais da sessão foram determinantes para a recuperação.

Mas a recuperação de ontem será de curta ou de média duração? Em nossa opinião, os fundamentais das economias nacionais e das empresas cotadas nas bolsas dos dois lados do Atlântico não enganam: estamos na antecâmara de uma nova fase da crise sistémica de que temos vindo a falar, desde 2007 (ver  exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, ou aqui).

Contrariamente à reacção de ontem das bolsas norte-americanas, outras praças indicam que entraram no território dos mercados recessivos (bear market). Em Londres, o índice de referência FTSE 100 recuou 20%, desde Fevereiro. De 6091 pontos escorregou para 4855 pontos. O mesmo aconteceu em Hong Kong. O índice Hang Seng recuou 23% desde o último máximo, registado em 8 de Novembro passado.  Idêntica situação aconteceu na brasileira Bovespa  (-31%). Por outro lado, refira-se que o entusiasmo de ontem nas praças americanas está ensombrado pela acelarada perda de 18% nas cotações do índice S&P 500 registada nos últimos meses…

A decisão da agência de rating Standard & Poor´s de baixar a notação da dívida norte-americana de AAA para Aaa, na sexta-feira, na sequência do recente aumento, pelo Congresso, do tecto da dívida federal acima da fasquia de USD 14,3 trillion, apesar de ter precipitado a presente situação, é apenas mais um episódio do colossal descontrolo financeiro norte-americano. A crise não está controlada. Longe disso.

A decisão do Fed agora anunciada de manter as taxas de juro próximas de zero até 2013 é tudo menos uma boa notícia. Dinheiro fácil e escandalosamente barato é mau conselheiro. É um viveiro de bolhas especulativas. Das dotcom às hipotecas subprime insistimos em trilhar um caminho perigoso. De bolha em bolha até à definitiva implosão do sistema financeiro global. Sem pretendermos ser exaustivos, propomos uma olhada sobre os sinais. Alguns têm tanto de elucidativos como de preocupantes:  

  • Na bolsa de futuros Comex, após o anúncio do Fed,  as posições relativamente aos contratos de ouro subiram 1,8%,  fixando-se no novo recorde histórico de  1740 dólares a onça;
  • O banco J.P. Morgan emitiu ontem uma nota segundo a qual a cotação do ouro deverá atingir os 2500 dólares a onça até ao final do ano, enquanto o Goldman Sachs prevê que esteja nos 1730 dólares dentro de seis meses e nos 1900 dólares dentro de 12 meses;
  • O metal amarelo prossegue a sua escalada enquanto activo à prova de crises. Continua a ser o refúgio mais seguro que o dinheiro pode comprar nos tempos que correm. Esta opinião é partilhada por alguns governadores de importantes bancos emissores;
  • Nos dois últimos meses, o banco central da Coreia do Sul comprou 25 toneladas de ouro, aumentando em 17 vezes as suas reservas de metal amarelo. No mesmo período, também o banco central da Tailândia aumentou as suas reservas de ouro em 15,5%, tendo passado de 3523 milhões de onças, em Maio, para 4,07 milhões, em Junho. No princípio do ano, a Tailândia já adquirira 9,3 toneladas de ouro. A Rússia comprou 41,8 toneladas e o México 99,2 toneladas. A China anunciou no início do ano que pretende, até 2020, aumentar drasticamente as suas reservas de ouro.   Das actuais 1054 toneladas quer chegar às 8-10 mil toneladas;
  • Os juros implícitos (yield)  dos títulos dos EUA a dez anos baixaram de 2,32% para 2,28%, entre segunda e terça-feira;
  • Até agora, perante a visível deterioração do clima económico nos sete países mais industrializados (G7) e a profunda crise das dívidas soberanas europeias,  a maioria dos investidores e especuladores comprava, devido ao risco quase inexistente,  títulos do tesouro americano na expectativa de que se valorizassem. Porém, se em vez disso eles se depreciarem, como já está a acontecer,  tal pode significar que a bolha do mercado das obrigações norte-americanas está prestes a rebentar. As consequências serão trágicas para a economia global;
  • Desde 24 de Julho, o pânico generalizado em todos os mercados mundiais gerou perdas globais de USD 8,1 trillion (mais de metade do PIB dos EUA). Este valor  corresponde  a 14,8% da capitalização bolsista do mundo;
  • Em apenas cinco anos (2008-2012), o montante das obrigações de dívida vencidas, emitidas pelo Tesouro norte-americano, atingirá o gigantesco volume de USD 5,6 trillion.   A totalidade do crescimento da dívida do país, entre 1776 (ano da declaração de independência) e 2008, foi de 4,6 trillion. Obama vai ultrapassar em apenas cinco anos o que o conjunto dos seus 43 antecessores fez em… 232 anos!!!
  • O custo global das ajudas financeiras aos bancos e empresas financeiras dos EUA e da Europa, desde 2008, na realidade, ascende a quase USD 24 trillion, segundo a estimativa de Neil Barofsky, o inspector-geral do TARP (Troubled Asset Relief Program), o mega programa de resgate aprovado pela administração Bush e continuado pela administração Obama. Se compararmos este número com o do défice reconhecido pelo Tesouro (USD 14,7 trillion) ficamos com uma ideia mais realista da enormidade dos problemas a resolver quando for apresentada a factura para liquidação; 
  • Se tivermos em conta que o rácio dívida/PIB da Grécia já atingiu os 150%, e que os EUA estão a caminho de ultrapassar rapidamente a psicológica barreira dos 100%, as perspectivas para o biénio 2012-2013 são ainda mais negras. Os efeitos sobre a evolução do crescimento e do emprego serão devastadoras. Também o dólar, enquanto reserva cambial mundial,  terá o seu canto do cisne;

E o que nos reserva a Europa dos 17 (Zona Euro),  ou dos 27 (UE)? Será que o sonho europeu, idealizado nos anos 50 pelo eixo Bona-Paris, poderá, meio século depois,  vir a transformar-se no pesadelo do eixo Berlim-Paris? A prazo é bem possível. Para já, é avisado estarmos preparados para o pior (desintegração da UE e fim do euro).

Os altos dirigentes dos países membros mais ricos e a elite dos eurocratas têm pautado a sua actuação pela incapacidade de gerar consensos, de elaborar discursos coerentes, de afirmar um projecto europeu credível e sustentável e de ter a noção dos timings certos para agir.

Se no debate sobre a subida do tecto da dívida federal, os congressistas norte-americanos e o Presidente Obama deram aquele risível espectáculo de marcar o golo (chegar a acordo) no período de descontos (praticamente no fim do prazo), o que dizer dos líderes europeus? Com os sucessivos avanços e recuos e os constantes desmentidos das promessas feitas na véspera, uns e outros colocaram a Europa a jeito da voracidade vampírica dos mercados (leia-se especuladores).

O que ontem era uma simples apendicite grega, passou hoje a ser um desconfortável pólipo luso-irlandês, o qual, num futuro próximo, ameaça evoluir para um fatal carcinoma hispano-italiano. 

Deste lado do Atlântico, os meteorologistas da política e do dinheiro têm o dedo no botão de alerta de tsunami, atentos a alguns sinais dos chamados “mercados”:

  • Um editorialista do Financial Times escreveu ontem que o futuro da Europa depende da qualidade da defesa da Espanha e da Itália pelo triunvirato UE/BCE/FMI.
  • Embora  Madrid tenha apresentado “bons resultados” no combate ao défice e na flexibilização do mercado de trabalho, o articulista elege como positivo o facto de registar um superávit primário e de os seus empréstimos terem maturidades confortáveis. Como aspecto negativo é sublinhado o elevado peso da dívida (a terceira maior da Zona Euro), as tímidas medidas de combate ao défice e a crónica incapacidade do governo Berlusconi para fazer crescer a economia,  melhorar a capacidade  competitiva e combater o excesso de burocracia;
  • Esta análise, em nossa opinião,  peca por benigna já que passa ao lado de uma variável essencial da equação – a estratégia dos especuladores e as ferramentas de que dispõem para desestabilizar qualquer economia ou moeda, independentemente do seu peso e dimensão;
  • A manipulação pelos especuladores (privados e institucionais) de instrumentos derivativos, designadamente os famigerados seguros de incumprimento financeiro – Credit Default Swaps (CDS) -, levou à falência do banco Lehman Brothers, à nacionalização da seguradora AIG, à insolvência da Islândia e a severas crises cambiais nos anos 90 que atiraram para as cordas as moedas da Rússia, da Malásia, da Coreia do Sul, do México e por aí fora;
  • Ninguém sabe ao certo qual o montante global dos tóxicos CDS que infectam os balanços de sonantes nomes da banca europeia – do germânico Deutsche Bank, ao britânico Barclays, ao francês Paribas, passando pelo espanhol Santander e pelo italiano Unicredit – mas diversos especialistas dividem-se entre estimativas estratosféricas (trillions ou quadrillions);  
  • Certo é que, contrariamente ao que tem sido vertido em muitas páginas de jornais e revistas especializadas, existe o perigo real de um ou mais bancos europeus de grande dimensão poderem vir a ser atacados pelo vírus Lehman Brothers. Quando chegar a hora, lembrem-se  de trautear “Don’t cry for me Argentina”;
  • A França, para alguns inesperada e injustamente, está na berlinda desde sexta-feira, dia em que a S&P despromoveu a qualidade da dívida norte-americana. Comparativamente a outros países com notações triple A, os juros implícitos, os CDS e os níveis do défice que afectam a economia gaulesa são variáveis consideradas excessivas pelas maiores agências de rating;
  • Na próxima sexta-feira, a França publicará dados estatísticos sobre o crescimento da economia no segundo trimestre. A generalidade dos analistas prevê números desanimadores da ordem dos 0,2%, ou seja 0,7% abaixo do valor registado no primeiro trimestre;
  • Caso se confirmem as previsões, as campainhas de alarme alertarão para a dificuldade de a França conseguir, em 2013, atingir a prometida meta de reduzir o actual défice (7,15% do PIB) para menos de 3%;
  • O facto de os CDS sobre a dívida francesa serem superiores aos pagos pelos compradores de dívida emitida pelas autoridades do Peru, Indonésia, África do Sul e da República Eslovaca é motivo de preocupação não apenas para o governo francês. As lideranças da UE, do BCE e do FMI receiam que a equacionável perda pela França da notação AAA possa pôr em causa toda a arquitectura do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e inviabilizar futuros resgates;
  • De  resto, os recursos do FEEF (750 mil milhões de euros) são considerados insuficientes para fazer face às necessidades prováveis dos resgates. Chegam para atender o conjunto dos actuais três “clientes” – Grécia, Irlanda e Portugal e eventualmente de Chipre.  Caso a Espanha ou a Itália sejam forçadas a usá-lo precisaria de ser generosamente recapitalizado.  De resto, há mesmo quem pense que o resgate da terceira e da quarta economias da UE, a Itália e a Espanha respectivamente, necessitaria de um novo Plano Marshall, mas agora com a inclusão dos países emergentes do G20 (China, Índia, Brasil, Arábia Saudita, etc.);
  • Para apimentar o cenário, o mês de Setembro promete ser crítico. A troika irá a Atenas fazer a avaliação de desempenho do governo na aplicação dos programas de resgate em curso e em fase de implementação. A instabilidade política e social em que a Grécia está mergulhada faz temer a obtenção de resultados aquém dos desejados pelos credores, com efeitos negativos na evolução da crise europeia;
  • Na Alemanha, a Chanceler Merkel enfrenta uma resiliente frente de forças políticas e de individualidades da coligação que lidera (CDU/FDP) que discordam abertamente dos acordos pró-resgate por ela validados em Bruxelas. O regresso de férias dos deputados do Bundestag promete acessos debates.
  • Conhecida a sua propensão para o “nim”, bem como para protelar até ao limite decisões urgentes, a senhora Merkel poderá viver dias difíceis e voltar a dar sinais errados aos mercados de dívida. Qualquer sinal de instabilidade e de laisser-faire dado pela Alemanha pode complicar ainda mais as já ténues possibilidades de controlo da situação;
  • Também em Setembro, algumas “cajas de ahorros” espanholas irão ao mercado tentar obter empréstimos. Num cenário de eleições antecipadas, de escalada dos juros da dívida soberana e de insuficientes taxas de crescimento económico, para além de uma elevada taxa de desemprego (superior a 20%), este segmento da banca espanhola terá uma missão espinhosa e de resultados duvidosos;

Se, como tudo indica, nada de enérgico e proactivo for feito, em Agosto, pelos líderes europeus que ditam as políticas da UE – Merkel e Sarkozy – chegaremos a Setembro com uma situação mais degradada. Talvez irremediavelmente…

Nesse caso, e se persistirem os ataques especulativos contra as dívidas espanhola e italiana, com uma insustentável subida das taxas de juro e dos CDS, o último trimestre promete ser um osso duro de roer.

Neste momento, ninguém, do BCE ao FMI, passando por outras instituições de idêntico calibre, dispõe de recursos para resgatar financeiramente países como a Espanha e a Itália. Se tal for imperativo, como vão os mandantes da economia mundial resolver o problema?

A resposta é simples. Ninguém sabe. Nem eles…

Pedro Varanda de Castro, Consultor

MRA Alliance

Standard & Poor`s admite nova descida do rating dos EUA

segunda-feira, agosto 8th, 2011

O director-geral da agência de notação Standard & Poors (S&P), John Chambers, considerou hoje que o rating da dívida norte-americana poderá voltar a baixar. Também o director da empresa, David Beers, se pronunciou no mesmo sentido, ao reagir às críticas que o Ministério das Finanças dos Estados Unidos tinha emitido sobre a decisão da S&P, de baixar a nota da dívida de AAA para AA+.

Chambers falava à cadeia de televisão ABC e admitiu nessa entrevista que há uma possibilidade em três de a S&P proceder a uma segunda redução do rating da divida dos Estados Unidos nos próximos seis a 24 meses. O director-geral da agência identificou o longo impasse político na negociação sobre o texto da dívida como facto decisivo para a degradação do respectivo rating.

Segundo Chambers, a comissão fiscal bipartidária criada em 2010 pela Administração Obama “fez recomendações prudentes” para reduzir a dívida nacional, incluindo um corte nos gastos, mas “é uma pena que essas recomendações não tenham tido seguimento”.

Entretanto, um outro director da S&P, David Beers, falava à Fox News para defender a decisão da agência face ás duras críticas que lhe dirigira o Ministério das Finanças dos Estados Unidos. Este apontara-lhe o erro de não tomar em conta dois biliões de dólares no seu cálculo sobre a dívida – segundo aquele Ministério, “um erro matemático fundamental, com consequências importantes”. Para Beers, a crítica é uma “distorsão total”. E, acrescentou, persiste o risco de uma nova degradação do rating.

As outras duas grandes agências de rating não acompanham por enquanto o passo da S&P: a Moody’s acha-o “prematuro”, ao passo que a Fitch disse estar ainda a “reflectir”, ambas segundo citação do New York Times.

MRA  Alliance

Dívida dos EUA sob forte ataque da China

domingo, agosto 7th, 2011

A China “tem agora todos os direitos de exigir que os Estados Unidos tratem do problema estrutural da sua dívida”, após a diminuição do rating da dívida soberana pela Standard & Poor’s, argumentou ontem a agência oficial Nova China, citada pelo Diário Económico.

“Os dias em que o Tio Sam, cheio de dívidas, podia facilmente esbanjar quantidades infinitas de empréstimos do estrangeiro parecem contados”, adiantou a Nova China, num primeiro comentário depois da agência de notação financeira ter diminuído para ‘AA+’ a classificação da dívida norte-americana. A S&P mantém o ‘outlook’ negativo, o que indicia a possibilidade de novas descidas.

A China, de longe o maior credor estrangeiro dos Estados Unidos, já tinha criticado o plano que evitou o incumprimento no pagamento aos credores do Tesouro dos EUA, afirmando que os problemas estruturais da dívida permanecem sem solução.

A S&P, a maior agência de notação do Mundo, deu a notação máxima [‘triple A’] aos EUA, pela primeira vez, em 1941, e não mais mexeu na avaliação da sua qualidade. Até à passada sexta-feira o ‘rating’ da dívida manteve a nota máxima ‘AAA’.

A S&P tinha avisado em 14 de Julho de que poderia castigar os EUA pelo contínuo decontrolo da despesa federal. Na altura, a agência ameaçou cortar o ‘rating’ “face à inexistência de um plano credível para baixar o défice” após o Congresso ter aprovado a subida do tecto de endividamento, superior a 14,3 biliões/triliões de dólares.

“A decisão de baixar o ‘rating’ reflecte a nossa opinião de que o processo de consolidação orçamental recentemente aprovado pelo congresso e pela Administração não é suficiente para estabilizar a dinâmica da dívida a médio prazo”, justificou agência numa nota enviada aos mercados.

MRA Alliance

Bolsa saudita cai 5,5 % um dia após o corte no rating dos EUA

domingo, agosto 7th, 2011

O principal índice da bolsa da Arábia Saudita, a primeira praça financeira a reagir à redução da notação da dívida soberana dos Estados Unidos, perdeu ontem 5,46% no fecho do mercado. A bolsa saudita, a mais importante do mundo árabe, funciona aos sábados. 

Segundo a agência France Presse, a forte baixa no índice TASI deve-se ao nervosismo dos investidores face à decisão tomada na passada sexta-feira pela agência de notação financeira Standard & Poor’s, de reduzir o “rating” dos Estados Unidos de AAA (nota máxima) para AA+.

Pela primeira vez na história, a notação da dívida soberana dos EUA foi reduzida por uma  das três agências de “rating” globais, sinalizando que é mais arriscado investir em títulos de dívida daquele país.

Entre os países árabes exportadores de petróleo, a Arábia Saudita é o maior credor dos EUA. No seu conjunto, os países da OPEP, em Maio passado, tinham investidos quase 230 mil milhões de dólares naqueles instrumentos financeiros, segundo dados do Departamento do Tesouro.

MRA Alliance/Agências

Credores dos EUA reagem à diminuição da notação da dívida americana

sábado, agosto 6th, 2011

Credores dos Estados Unidos reagiram este sábado com moderação à diminuição da classificação da dívida norte-americana, mas a agência oficial da China, o país que é o primeiro credor de Washington, exortou-os a deixarem de viver acima dos seus meios.

A agência de notação financeira Standard and Poor’s cortou na sexta-feira para AA+ a classificação da dívida norte-americana, o que acontece pela primeira vez na história do país. Referindo “riscos políticos” ligados à dívida pública dos Estados Unidos, a agência retirou a classificação AAA, de que beneficiam os emissores de títulos mais seguros.

A China, de longe o maior credor dos Estados Unidos, considerou que a agência apenas confirmou uma “verdade horrível”. Pequim, que possuía em maio cerca de 1.160 mil milhões de dólares de títulos do Tesouro norte-americanos, “tem agora todos os direitos de exigir que os Estados Unidos tratem do problema estrutural da sua dívida”, afirmou a agência oficial Nova China.

Segundo o ministro da Economia, Finanças e Indústria francês, François Baroin, Paris tem “total confiança na solidez da economia norte-americana e nos seus fundamentos”.  O Japão, segundo credor dos Estados Unidos, afirmou que a sua política de compra de títulos dos EUA se mantém inalterada.”A nossa confiança nos títulos do Tesouro norte-americanos e o seu interesse como investimento não mudará devido a essa acção”, declarou um responsável governamental nipónico à Dow Jones Newswires.

Na Coreia do Sul, altos responsáveis do Ministério das Finanças realizaram hoje uma reunião de urgência para analisar as consequências da diminuição da classificação, mas o governo alertou contra uma reacção exagerada. “Não precisamos de ficar muito preocupados com a nossa economia ou com os mercados financeiros”, declarou o vice-ministro das Finanças, Yim Jong-Yong.

A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, apelou os mercados à calma, indicando que “as duas outras grandes agências, Moody’s e Fitch, continuam a classificar a economia norte-americana de AAA”. Para o ministro das Finanças indiano, “a situação é grave”, mas Pranab Mukherjee adiantou que a análise do impacto “vai levar algum tempo”.

A maior parte dos índices bolsistas mundiais caíram fortemente na quinta-feira e na sexta-feira devido a preocupações com a “saúde económica” dos Estados Unidos e com a crise da dívida na zona euro.

MRA Alliance/JN

Agência chinesa vai baixar o rating dos EUA

domingo, julho 31st, 2011

A agência chinesa de rating Dagong confia num acordo sobre a dívida norte-americana até terça-feira, mas alerta que vai baixar a nota dos EUA, atualmente de A+, devido à capacidade «insuficiente» do país de criar riqueza real.

Em entrevista à Agência Lusa por telefone a partir de Macau, o presidente da Dagong, Guan Jianzhong, afirmou acreditar que democratas e republicanos «irão tentar as medidas que forem necessárias para chegarem a um acordo» sobre o aumento do teto da dívida, evitando que os EUA entrem em incumprimento pela primeira vez na sua história.

«Penso que poderão alcançar um compromisso antes de 02 de agosto, caso contrário as consequências serão extremamente graves, pensamos que serão mesmo mais graves do que a crise financeira de 2008, porque todo o sistema financeiro e de crédito iria entrar em colapso», observou.

MRA Alliance/DD

Obama precisa de plano “B” após paralização das negociações sobre a dívida federal

quarta-feira, julho 27th, 2011

O plano republicano para reduzir o défice norte-americano enfrentou ontem forte oposição e o seu debate foi adiado para amanhã (5ª feira), aumentando a ansiedade dos investidores e dos contribuintes norte-americanos para a obtenção de um compromisso que evite um default da dívida.

Os líderes republicanos e democratas, profundamente dividos, estão com dificuldades para chegar a um consenso a menos de uma semana de ser atingido o limite de crédito aprovado pelo Congresso, que deixaria o governo sem dinheiro para pagar os seus compromissos e atiraria os mercados globais para uma crise sem precedentes.

Mesmo se for evitada uma moratória, qualquer plano que não contemple um forte corte no défice resultará num corte do rating da dívida soberana dos EUA, que fará subir os custos de financiamento e impedirá já de si anémica recuperação económica.

As chances de um acordo diminuíram depois de a votação sobre um plano de défice proposto pelo líder republicano do Congresso ter sido adiada por mais um dia, realizando-se amanhã. John Boehner, apressou-se  a ajustar a sua proposta após um analista concluir que o plano cortaria cerca de 350 mil milhões de dólares a menos do que os por ele pretendidos 1.200 biliões de dólares , durante os próximos 10 anos.

MRA Alliance/Agências

EUA: Natalidade hispânica já supera emigração, diz estudo

sexta-feira, julho 15th, 2011

Pela primeira vez na história, os nascimentos superaram a emigração como principal fator por trás do expressivo crescimento da população hispânica nos Estados Unidos, segundo um estudo divulgado na quinta-feira pelo Centro Hispânico Pew, em Phoenix, Arizona.

A nova tendência – de acordo com as conclusões – é especialmente evidente entre os norte-americanos de origem mexicana, que representam quase dois terços da população latina nos EUA. Os mexicano-americanos totalizam 63 por cento do total de hispânicos. Os hispânicos são a maior minoria dos EUA – 50,5 milhões de pessoas em 2010, segundo o Departamento do Censo – e também a que mais cresce.

O estudo, com base em dados do Censo e de outras fontes governamentais, indica que a população mexicano-americana cresceu em 7,2 milhões de indivíduos devido aos nascimentos ocorridos entre 2000 e 2010. No mesmo período o número de emigrantes oriundo do México ascendeu a 4,2 milhões de pessoas.

Mark Lopez, diretor-associado do Centro Hispânico Pew e coautor do estudo, disse que na década de 1980 o crescimento era impulsionado pela emigração (3,1 milhões) contra 2,7 milhões de nascidos nos EUA, Nos anos 90 verificou-se uma paridade (4,7 milhões) entre emigrantes e nascidos nos EUA.

Para Bruce Merrill, professor emérito de ciências políticas na Universidade Estadual do Arizona, os hispânicos nascidos nos EUA tendem a ser mais conservadores defendendo uma fiscalização mais rigorosa na fronteira com o México.

O estudo indica que a população hispânica nos EUA continuará a crescer apesar dos esforços das autoridades contra a emigração ilegal. Os analistas admitem que a tendência também deverá resultar numa diversificação cultural e política da população latina.

Uma projeção anterior do Departamento do Censo norte-americano estimou que até 2050 as minorias étnicas e raciais se tornarão maioritárias nos EUA, e que um em cada três residentes do país será de origem latina.

MRA Alliance/Reuters

ONG quer Bush no banco dos réus por tortura e acusa Obama de branqueamento

quinta-feira, julho 14th, 2011

A Human Rights Watch (HRW) exige a abertura de uma investigação e posterior julgamento de George W. Bush pelas responsabilidades do antigo Presidente dos EUA na tortura e maus tratos infligidos a suspeitos de terrorismo. A organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos critica a actual Administração norte-americana, de Barack Obama.

“O governo de Obama não cumpriu as obrigações dos EUA relativas à Convenção contra a tortura, porque não investigou os actos de tortura e outros maus tratos aos detidos”, afirma a HRW num relatório de 107 páginas intitulado “Tortura impune: o governo de Bush e o mau trato aos detidos”.

De acordo com o El Mundo, a ONG insiste que o documento contém “informação substancial que justifica a investigação criminal a Bush e outros funcionários do seu governo, incluindo o ex-vice-presidente, Dick Cheney, o ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld, e o ex-director da Agência Central de Inteligência (CIA), George Tenet”.

A HRW acusa estes dirigentes de terem autorizado o uso de ‘waterboarding’ (simulação de afogamento) nas prisões secretas da CIA ou de países terceiros que receberam suspeitos de terrorismo. Mas esta não é a primeira vez que a ONG faz acusações deste género: já em 2005 a HRW apresentou um relatório apontando o dedo a estes dirigentes e ainda ao ex-comandante do Exército dos EUA no Iraque, Ricardo Sánchez, e o ex-comandante militar da prisão de Guantánamo, Geoffrey Miller.

Kenneth Roth, director executivo da HRW, diz haver “razões sólidas para investigar Bush, Cheney e Tenet” por crimes de guerra e tortura, mas a Administração Obama limitou-se a tratar “a tortura como uma selecção desafortunada de procedimentos, mais que como um delito”: o secretário da Justiça, Eric Holder, ordenou em 2009 uma investigação aos abusos contra os detidos, mas limitou o inquérito aos “actos não autorizados”.

Quem autorizou o uso de tortura ficou fora do inquérito e, diz a HRW, ou se “reestabelece a proibição da tortura”, ou a decisão de Obama “em colocar um ponto final às técnicas abusivas de interrogatório continuará a ser reversível”.

MRA Alliance/DN 

Moody’s coloca rating dos EUA sob vigilância negativa

quarta-feira, julho 13th, 2011

A agência de notação colocou o rating de ‘AAA’ dos Estados Unidos sob revisão para possível downgrade, pela primeira vez desde 1995. Os Estados Unidos têm “triplo A” desde 1917.

A Moody’s justifica a decisão com a falta de consenso político em relação ao aumento do limite do endividamento dos Estados Unidos, actualmente em 14,3 biliões de dólares, que pode levar  o país a uma situação de default.

Os ratings “triplo A” das instituições financeiras directamente ligadas ao governo norte-americano, incluindo a Fannie Mae e a Freddie Mac, também foram colocados em vigilância negativa.

A Standard & Poor’s colocara o ‘rating’ dos EUA sob vigilância negativa a 18 de Abril, alertando que o país perderia a nota máxima a menos que os responsáveis políticos acordassem um plano para reduzir o défice e a dívida nacional até 2013.

O porta-voz da Câmara baixa do Congresso, John Boehner, disse hoje que não há garantias de que o limite do endividamento dos Estados Unidos seja aumentado se não houver um acordo até 2 de Agosto. “É arriscado”, disse, citado pela Associated Press.

MRA Alliance/DE

Agência chinesa prepara-se para baixar rating da dívida dos EUA

quarta-feira, julho 13th, 2011

A agência de rating chinesa Dagong anunciou hoje que está a poderar a possibilidade de rever em baixa a notação da dívida soberana dos Estados Unidos independentemente de o Congresso chegue a acordo sobre aumento dos limites de endividamento.

“Se o limite da dívida for aumentado e a dívida pública continuar a aumentar isso continuará a prejudicar a capacidade de pagamento da dívida norte-americana, que é um dos factores chave da nossa avaliação, pelo que consideraremos o abaixamento da notação em conformidade,” disse Guan Jianzhong, presidente e CEO da Dagong.

“Caso não seja aprovado o aumento do limite de endividamento e os EUA ficarem confrontados com a possibilidade de incumprimento, o rating será reduzido de forma imediata e substancial,” acrescentou Guan.

Actualmente o rating da Dagong para a dívida norte-americana é de A+, bastante mais baixa do que a notação AAA (triple A, valor máximo) atribuída pelas suas congéneres americanas.

MRA Alliance/China Daily

EUA: Dívida de latão com rating de ouro

quarta-feira, julho 13th, 2011

A dívida pública dos EUA ultrapassa os 14 triliões (mil biliões) de dólares, quase igual ao Produto Interno Bruto (PIB), mas as finanças do país goza do rating mais elevado do mundo por poder fabricar dólares a seu bel prazer.

Os Estados Unidos registam uma dívida equivalente a 98% da riqueza produzida e um défice orçamental de 9%. No entanto, as três agências de rating que dominam o mercado mundial – S&P, Moody’s e Fitch – dão-lhe a nota máxima (AAA), considerando practicamente nula a possibilidade de o país não pagar o que deve aos credores.

Este ano, a dívida pública norte-americana deverá ultrapassar os 15 triliões (mil biliões)  de dólares, devendo crescer até aos 20 triliões (mil biliões), em 2016.

De acordo com as previsões orçamentais da administração Obama, o défice norte-americano vai atingir o valor mais alto de sempre este ano. A redução só começará a partir de 2012, sobretudo à custa do aumento da receita.

MRA Alliance/AF

EUA: Obama considera “inaceitável” recusa de aumento do tecto da dívida

segunda-feira, julho 11th, 2011

O Presidente norte-americano afirmou hoje que “não será aceitável” impedir o aumento do tecto da dívida do país e manifestou a intenção de se reunir “todos os dias” com a oposição para evitar uma situação de incumprimento pelos EUA. “Estamos todos de acordo em aproveitar esta ocasião para decidir algo de significativo sobre a dívida e os défices”, disse Barack Obama.

Ao dirigir-se aos republicanos, maioritários na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso dos EUA), Obama disse desejar um acordo “importante e o melhor possível” para a dívida dos Estados Unidos, e advertiu os seus adversários que são indispensáveis concessões mútuas.

MRA Alliance/Agências

Geithner admite abandonar Tesouro dos Estados Unidos

quinta-feira, junho 30th, 2011

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, deverá abandonar o cargo assim que estiverem concluídas as negociações sobre o défice orçamental. A decisão de Geithner estará relacionada com questões pessoais. O responsável pelo Tesouro ainda não tomou uma decisão definitiva e não fará enquanto o Congresso não chegar a acordo sobre o aumento do tecto da dívida norte-americana, avançaram à agência Bloomberg fontes próximas de Geithner.

Recorde-se que os Estados Unidos precisam de aumentar o tecto da dívida pública para conseguir pagar obrigações que atingem a maturidade no próximo dia 4 de Julho. O próprio Geithner admitiu que estas obrigações podem entrar em incumprimento caso não seja alcançado um entendimento entre democratas e republicanos até dia 2 de Julho.

Tim Geithner, 49 anos, já terá admitido aos seus colaboradores que precisa de fazer um intervalo na vida política. 

MRA Alliance/JdN

Bank of America paga 8,5 mil milhões para calar investidores enganados em negócios hipotecários

quarta-feira, junho 29th, 2011

O Bank of America vai pagar 8,5 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) a investidores que perderam dinheiro em títulos de crédito hipotecário subprime. O acordo envolve a soma mais elevada paga por uma instituição financeira para resolver um contencioso com um grupo de investidores que compraram este tipo de títulos durante o boom imobiliário.

Entre as 22 instituições credoras destacam-se os gigantes financeiros Pacific Investment Management, BlackRock, MetLife e o Federal Reserve Bank of New York. Há meses que, de forma concertada,  este grupo de investidores pressionava o BofA para lhes recomprar mais de USD 40 mil milhões de obrigações hipotecárias que lhes haviam sido vendidas na altura do boom subprime.   Os títulos eram obrigações hipotecárias vendidos pela financeira imobiliária Countrywide, entretanto comprada pelo Bank of America.

Este é considerado o primeiro passo para a resolução do diferendo. Todavia, ele poderá afectar seriamente as contas do BofA nos próximos trimestres.

Os 22 investidores que se consideram prejudicados sustentam que o banco violou as suas obrigações em contratos hipotecários que envolvem pelo menos USD 47 mil milhões. Acresce que o grupo dos 22 detém obrigações hipotecárias  no valor de USD 80 mil milhões cuja responsabilidade legal recai sobre empresas controladas pelo Bank of America.

Embora os gestores do BofA considerem o acordo “um passo na direcção certa” – para limpar as imparidades assumidas com a compra da Countrywide – muitos analistas receiam que os custos reais tenham uma dimensão susceptível de afectar seriamente a estabilidade e o desempenho do Bank of America no decorrer dos próximos anos.

MRA Alliance c/ Agências

EUA: Luso-descendentes rotulam pré-candidato presidencial Pawlenty de ignorante ao ridicularizar Portugal

quarta-feira, junho 22nd, 2011

As Associações Luso-americanas criticam o pré-candidato presidencial devido a um comentário “depreciativo” e “ignorante” sobre Portugal. Num debate entre pré-candidatos à nomeação presidencial republicana a 14 de Junho, Tim Pawlenty criticou Barack Obama por “ver a América como um entre iguais em todo o mundo”, quando os Estados Unidos “não são o mesmo que Portugal, o mesmo que a Argentina”.

“Sentimos que o tom do seu comentário foi depreciativo e mostra ignorância sobre os factos relativos à impressionante história da República Portuguesa, bem como à forte e constante relação bilateral de que desfruta com os Estados Unidos”, afirma a associação, em carta datada de 20 de Junho e divulgada terça-feira.

No domingo, coube à Associação Nacional de Luso-Americanos (NOPA) a tarefa de escrever ao ex-governador do Minnesota Pawlenty pelo comentário que também qualificou de depreciativo. “Esperávamos que um candidato para o lugar de Presidente da nossa Nação estivesse mais ciente da importância dos laços bilaterais entre Portugal e os Estados Unidos para o futuro e defesa da América”, afirma na carta Francisco Semião, director da NOPA.

Tal como a NOPA, a PALCUS apresentou um conjunto de dados sobre as relações entre os dois países e o papel internacional de Portugal, nomeadamente na NATO, para “melhorar a opinião” de Pawlenty sobre o país. “É um ponto de vista que serve bem qualquer candidato à presidência no campo das relações externas. Por favor, não hesite em contactar-nos se necessitar de quaisquer outrasinformações a este respeito”, refere a carta divulgada pelo presidente da PALCUS, Fernando Rosa.

MRA Alliance/DE

Ameaça da Moody’s sobre dívida americana deprime índices bolsistas

quinta-feira, junho 2nd, 2011

A ameaça de que a Moody’s pode rever o ‘rating’ da maior economia do mundo e as expectativas sobre o emprego penalizaram os índices.

A agência de notação financeira Moody’s avisou hoje que poderá colocar o ‘rating’ dos EUA sob revisão se nas próximas semanas o Congresso não mexer no limite máximo da dívida pública. Um alerta lançado dias depois de as autoridades norte-americanas revelarem que o País já ultrapassou o limite legal da dívida, actualmente fixado nos 10,1 biliões de euros.

Os índices industrial Dow Jones e S&P500 recuaram, assim, 0,39% e 0,12%, depois de ontem terem caído mais de 2%. Já o tecnológico Nasdaq avançou 0,15%.

Os investidores norte-americanos estão também expectantes quanto aos números do emprego em relação a Maio, que serão divulgados esta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho norte-americano.

E isto depois de ontem ADP Employer Services ter revelado que o o sector privado criou mais 38.000 postos de trabalho em Maio, um valor que fica muito aquém dos 175 mil previsto pelos analistas.

Por outro lado, segundo o Departamento do Comércio, as encomendas à indústria norte-americana caíram 1,2% em Abril para 440,37 mil milhões de dólares, quando os analistas esperavam uma quebra de 1%, mostrando assim que a recuperação económica segue a um ritmo lento.

“Ninguém vai investir com uma convicção forte antes do relatório do emprego. Temos assistido a vários dados económicos fracos. Os investidores precisam de sinais evidentes de que se trata de um abrandamento temporário”, explicou Peter Jankovskis, especialista da Oakbrook Investment, à Bloomberg.

MRA Alliance/DE

Afeganistão: NATO mata 14 civis e irrita Karzai

segunda-feira, maio 30th, 2011

Um ataque da NATO no Afeganistão matou 12 crianças e duas mulheres. O Presidente Hamid Karzai repudiou o “erro grave” do raide aéreo e lançou um aviso às forças aliadas.

Há meses que uma operação das forças da Aliança (Isaf) não provocava a morte de tantos civis no Afeganistão. Uma base de “marines” norte-americanos foi atacada por rebeldes taliban, no sábado, em Nawzad, na província de Helmand. A base pediu ajuda à Isaf, que por isso lançou o raide. Mas errou o alvo.

“O ataque aéreo da Isaf atingiu duas casas de civis. Infelizmente, 14 civis inocentes morreram e seis ficaram feridos”, afirmou um comunicado do governador. Sete rapazes, cinco raparigas e duas mulheres morreram, especificou.

Em Cabul, um responsável da força da NATO afirmou “estar ciente das notícias da morte de alegados civis ontem [sábado] em Helmand”. Uma equipa já foi enviada para o local para fazer um inquérito.

As mortes de civis pelas forças estrangeiras, normalmente durante “raides nocturnos”, é um dos grandes pontos de tensão entre Karzai e os aliados estrangeiros, e prejudica as tentativas de conseguir o apoio da população afegã a uma guerra cada vez mais impopular, refere a Reuters.

Karzai afirmou num comunicado oficial: “Já foi várias vezes repetido aos EUA e à NATO que as suas operações unilaterais e inúteis causam a morte de afegãos inocentes e que tais operações violam os valores humanos e morais. Mas parece que eles não ouvem”.

No mesmo texto, e “dirigindo um último aviso às tropas e responsáveis americanos”, o Presidente qualificou “este incidente como um erro grave”.

Um porta-voz da Casa Branca disse este domingo que os Estados Unidos reagiram com «muita serenidade» aos avisos do presidente afegão, Hamid Karzai, que condenou o «grave erro» das tropas norte-americanas que matou 14 civis no Afeganistão.

«O Presidente Karzai já expressou por diversas ocasiões a sua preocupação pela perda de vidas humanas entre a população civil. É uma preocupação que partilhamos e que encaramos com muita seriedade», disse Jay Carney.

MRA Alliance/Público/Agências

EUA à beira do incumprimento

sexta-feira, maio 27th, 2011

O governo americano ultrapassou o limite legal da dívida, fixado em 14,3 biliões de dólares (€10,1 biliões), há precisamente nove dias. Como os gastos superam largamente a receita, a administração decidiu adoptar “medidas extraordinárias” para não comprometer o limite autorizado pelo Congresso, nomeadamente a suspensão de pagamentos aos fundos federais de pensões de reforma e invalidez, para travar o aumento das suas dívidas a terceiros. No entanto, refere o Tesouro, ficará sem alternativas a 2 de Agosto. Mas não só. Na ausência de um “Plano B” é inevitável que o governo americano entre em incumprimento.

Diz-se à boca fechada que haverá um acordo de última hora, mas as dúvidas persistem. Política à parte, a solução é óbvia: aumentar a receita sem subir impostos. Um sistema fiscal mais simples com uma base tributária mais alargada pode estimular a receita e baixar os juros. Eis o elemento chave do plano Bowles-Simpson, subscrito pelo senador Republicano Tom Coburn, figura de proa na defesa de um acordo orçamental bipartidário, mau grado o desacordo do seu partido. As perspectivas são sombrias e o desfecho não deverá andar muito longe do acima referido. No entanto, a pergunta que todos fazem é: “A que tipo de acordo se vai chegar em Agosto?”.

MRA Alliance/DE

Morte de Bin Laden reacende debate sobre retirada de tropas do Afeganistão

quinta-feira, maio 12th, 2011

A morte de Osama Bin Laden reacendeu o debate sobre a retirada das tropas americanas do Afeganistão e as razões pela quais dezenas de milhares de soldados foram enviados às montanhas daquele país nos últimos 10 anos à procura dos membros da rede Al-Qaeda.

O objetivo da intervenção americana, iniciada semanas após os atentados de 11 de setembro de 2011, era caçar os membros da rede extremista e o esconderijo do seu líder. Agora, uma década depois, 100 mil americanos e 44 mil soldados da NATO combatem os talibãs afegãos rebeldes.

Os combatentes estrangeiros da Al-Qaeda seriam menos de 200 no país, escreveu Leslie Ghelb, um ex-alto funcionario americano, em uma coluna publicada na segunda-feira no Wall Street Journal. “Missão cumprida”, sentenciou. Pelo menos no “necessário e possível”.

“O Afeganistão já não é mais interessante em termos de segurança para os Estados Unidos. O país é o retrato do fracasso das elites políticas americanas ao considerar dois simples factos: a ameaça da Al-Qaeda já não está mais concentrada neste campo de batalha e a luta contra os talibãs é sobretudo um assunto dos afegãos”, considerou.

Os Estados Unidos e a Otan devem transferir a segurança às forças afegãs até o fim de 2014. No entanto, com a morte de Bin Laden, multiplicam-se as hipóteses de que a operação seria realizada agora no mês de julho, data anunciada pelo presidente Barack Obama para o início da retirada das tropas.

A retirada deve ser reduzida, se não simbólica, segundo a maioria dos analistas internacionais. O Wall Street Journal publicou na terça-feira que em julho acontecerá a saída de cinco mil militares e outros cinco mil o farão ao final do ano, mas o general David Petraus afirmou que se trata de mera especulação. O comandante das forças internacionais no Afeganistão deve apresentar brevemente as suas recomendações ao presidente.

A morte de Bin Laden “seguramente avivará o debate sobre o ritmo da retirada”, acredita Robert Lamb, do Centro Estratégico de Estudos Interncionais (CSIS, na sigla em inglês), que é favorável à continuidade do compromisso americano. “Apesar da morte de Bin Laden ser, sem dúvida, um acontecimento muito importante, ela é essencialmente simbólica do ponto de vista estratégico”, justificou.

MRA Alliance/AFP

Lucro do Goldman Sachs cai 21% mas supera estimativas

terça-feira, abril 19th, 2011

Lloyd BlankfeinO banco norte-americano Goldman Sachs fechou o primeiro trimestre do ano com um lucro de 2,74 mil milhões de dólares. O resultado positivo de 2,74 mil milhões de dólares, ou 1,56 dólares por acção, conquistado até Março, representa uma descida de 21% face ao mesmo período de 2010.

Os resultados trimestrais do banco liderado por Lloyd Blankfein ficaram acima das previsões dos analistas consultados pela Bloomberg, que antecipavam, em média, um lucro por acção de 0,81 dólares.

As contas agora publicadas mostram ainda que as receitas atingiram 11,89 mil milhões de dólares no primeiro trimestre, menos 6,9% em relação aos 12,77 mil milhões de dólares registados há um ano.

A penalizar os resultados do quinto maior banco dos Estados Unidos em termos de activos esteve a recompra de 5 mil milhões de dólares em acções preferenciais à Berkshire Hathaway. Só em juros, o banco pagou 500 milhões de dólares. Recorde-se que no pico da crise financeira, em 2008, a empresa de Warren Buffett comprou 50 mil acções do Goldman para ajudar a instituição.

MRA Alliance/DE

Fed concedeu créditos de USD 1,2 MM a banco controlado pela Líbia

sábado, abril 2nd, 2011

Um bilião de dólares corresponde a 10 milhões de notas de 100 dólares empilhadas em 12 paletesA Reserva Federal norte-americana (Fed) emprestou, entre 2009 e 2010, 1,175 mil milhões de dólares (825 milhões de euros ao câmbio atual) a um banco do Barhein, maioritariamente controlado hoje pelo estado líbio.

De acordo com os documentos fornecidos agora pelo banco central dos EUA, com datas entre março de 2009 a abril de 2010, a Arab Banking Corporation (ABC), onde a Líbia tem atualmente uma participação de 59,3 por cento, contraiu vários empréstimos de urgência através da sua filial norte-americana.

Estes empréstimos chegaram a um montante global de 1,175 mil milhões de dólares (825 milhões de euros ao câmbio atual) a 29 de julho de 2009, noticia a AFP.

MRA Alliance/Expresso

Metade dos americanos contra intervenção na Líbia

quarta-feira, março 30th, 2011

Barack ObamaQuase metade dos americanos se opõe que seu país se envolva no conflito na Líbia, segundo pesquisa publicada nesta quarta-feira e que coloca em evidência o risco assumido pelo presidente Barack Obama ao gerir um conflito tão complexo. Na última pesquisa da Universidade Quinnipiac, 47% dos eleitores entrevistados opõem-se à intervenção dos Estados Unidos na Líbia, contra 41% que aprovam.Apesar de 53% dos consultados aprovarem os disparos de mísseis de longo alcance para destruir as defesas aéreas líbias (33% são contrários), 48% (contra 41%) acham que os Estados Unidos não devem “derrubar o dirigente Muamar Kadhafi pela força”, uma eventualidade que Obama descartou.

O presidente, que na segunda-feira se dirigiu aos seus compatriotas para defender a participação das forças armadas norte-americanas contra o regime líbio a fim de evitar um massacre em nome dos valores americanos, enfrenta um profundo cepticismo por parte de seus cidadãos, destaca o estudo.

MRA Alliance/Agências

Lula recusou convite para almoçar com Obama

domingo, março 20th, 2011

Lula da SilvaDepois de se ter aliado a Hugo Chávez, da Venezuela, e a Mahmoud Ahmadinejad, do Irão, nas críticas aos EUA, o ex-presidente Lula da Silva deu ontem nova demonstração de rejeição das políticas de Washington.

Sem cerimónias, recusou o convite para o almoço em homenagem ao presidente norte–americano, Barack Obama, que chegou ontem a Brasília em visita oficial e que passa o dia de hoje no Rio de Janeiro.

Sem se preocupar com o constrangimento da presidente Dilma Rousseff, Lula disse que ia passar o dia em casa com a família. Elogiado várias vezes por Obama em discursos pelo mundo, Lula, quando ainda era presidente, respondeu com críticas ao homólogo dos EUA e chegou a afirmar que Obama era uma decepção.

Mostrando que, apesar de ser a herdeira política de Lula, não pensa como ele, Dilma acolheu Obama de forma cordial. “A sua visita enche-me de alegria e desperta os melhores sentimentos do nosso povo”, afirmou Dilma após reunião com Obama, acrescentando: “Vejo com optimismo o futuro comum. No passado, esse relacionamento foi encoberto por uma retórica vazia, que escondia o que estava realmente em jogo.”

Em resposta, Obama realçou a importância das parcerias EUA-Brasil, que reconheceu como o grande líder da América do Sul, e acompanhou Dilma Rousseff no optimismo quanto ao futuro das relações bilaterais.

MRA Alliance/CM