O Presidente do Egito demitiu-se, anunciou o vice-presidente, Omar Suleiman, através da TV estatal. Hosni Mubarak abandonou o Cairo esta manhã, tendo ido para a estância balnear de Sharm el-Sheikh.
Ao 18.º dia, o raïs (Presidente) caiu. Mubarak renunciou à presidência menos de 24 horas depois de ter afirmado que ficaria até às eleições de setembro. A renúncia foi feita pelo interposto vice-presidente, às 16h em Portugal, quando Mubarak já descansava na estância balnear de Sharm el-Sheikh.
“Nas difíceis circunstânciasque o país atravessa, o Presidente Hosni Mubarak decidiu abandonar a presidência. Encarregou o Supremo Conselho das Forças Armadas de dirigir os assuntos do Estado”, disse, na televisão estatal, o vice-presidente Omar Suleiman. Era este homem que, segundo Hosni Mubarak, iria assumir o poder até ao ato eleitoral. O povo não o aceitou.
Um comunicado de 30 segundos anunciou a queda do homem que dirigia o país há 30 anos. Os repórteres que estão no Cairo descrevem um ambiente de euforia na Praça Tahrir, palco de manifestações desde 25 de janeiro, e junto do Palácio Presidencial, onde hoje se reuniram dezenas de milhares de cidadãos.
Minutos antes da intervenção de Omar Suleiman, os tanques estacionados naquele local voltaram os canos na direção oposta à dos manifestantes, assegurando-os dessa forma de que não haveria repressão.
“É o dia mais feliz da minha vida!”, exclamou Mohamed ElBaradei, o Nobel da Paz de 2005, que há muito pedia o afastamento de Hosni Mubarak. É uma das figuras mais referidas para liderar a transição democrática, por agora ainda indefinida, mas na qual é certo que o exército terá um papel crucial.
MRA Alliance/Expresso