Archive for the ‘Dólar’ Category

Da apendicite grega ao tumor hispano-italiano

quarta-feira, agosto 10th, 2011

A bolsa nova-iorquina interrompeu ontem um ciclo de quedas consecutivas, ao fechar com valorizações de mais de quatro por cento nos principais índices. Pouco antes do fecho da sessão, aconteceu a repentina valorização após a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter anunciado que manterá as taxas de juro de referência próximas de zero por mais dois anos.

Entre os índices de referência, o Nasdaq Composite Index, que agrega empresas de base tecnológica, foi o que mais disparou: 5,295 por cento (para 2,482.520 pontos). O índice Standard and Poor’s 500 Index cresceu 4,741 por cento (para 1,172.530 pontos) e o industrial Dow Jones avançou 3,977 por cento (para 11,239.770 pontos).

Porém, o dia foi marcado por uma acentuada volatilidade nas bolsas europeias e norte-americanas. Wall Street abriu positiva, mas o disparo só foi visível no final da sessão, após o anúncio do Fed.

Imediatamente a seguir à divulgação da notícia, os mercados reagiram com apetite pelo risco. O Nasdaq subia pouco mais de um por cento, o índice S&P 500 valorizava 0,2 por cento e o Dow estava em terreno negativo. Os minutos finais da sessão foram determinantes para a recuperação.

Mas a recuperação de ontem será de curta ou de média duração? Em nossa opinião, os fundamentais das economias nacionais e das empresas cotadas nas bolsas dos dois lados do Atlântico não enganam: estamos na antecâmara de uma nova fase da crise sistémica de que temos vindo a falar, desde 2007 (ver  exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, ou aqui).

Contrariamente à reacção de ontem das bolsas norte-americanas, outras praças indicam que entraram no território dos mercados recessivos (bear market). Em Londres, o índice de referência FTSE 100 recuou 20%, desde Fevereiro. De 6091 pontos escorregou para 4855 pontos. O mesmo aconteceu em Hong Kong. O índice Hang Seng recuou 23% desde o último máximo, registado em 8 de Novembro passado.  Idêntica situação aconteceu na brasileira Bovespa  (-31%). Por outro lado, refira-se que o entusiasmo de ontem nas praças americanas está ensombrado pela acelarada perda de 18% nas cotações do índice S&P 500 registada nos últimos meses…

A decisão da agência de rating Standard & Poor´s de baixar a notação da dívida norte-americana de AAA para Aaa, na sexta-feira, na sequência do recente aumento, pelo Congresso, do tecto da dívida federal acima da fasquia de USD 14,3 trillion, apesar de ter precipitado a presente situação, é apenas mais um episódio do colossal descontrolo financeiro norte-americano. A crise não está controlada. Longe disso.

A decisão do Fed agora anunciada de manter as taxas de juro próximas de zero até 2013 é tudo menos uma boa notícia. Dinheiro fácil e escandalosamente barato é mau conselheiro. É um viveiro de bolhas especulativas. Das dotcom às hipotecas subprime insistimos em trilhar um caminho perigoso. De bolha em bolha até à definitiva implosão do sistema financeiro global. Sem pretendermos ser exaustivos, propomos uma olhada sobre os sinais. Alguns têm tanto de elucidativos como de preocupantes:  

  • Na bolsa de futuros Comex, após o anúncio do Fed,  as posições relativamente aos contratos de ouro subiram 1,8%,  fixando-se no novo recorde histórico de  1740 dólares a onça;
  • O banco J.P. Morgan emitiu ontem uma nota segundo a qual a cotação do ouro deverá atingir os 2500 dólares a onça até ao final do ano, enquanto o Goldman Sachs prevê que esteja nos 1730 dólares dentro de seis meses e nos 1900 dólares dentro de 12 meses;
  • O metal amarelo prossegue a sua escalada enquanto activo à prova de crises. Continua a ser o refúgio mais seguro que o dinheiro pode comprar nos tempos que correm. Esta opinião é partilhada por alguns governadores de importantes bancos emissores;
  • Nos dois últimos meses, o banco central da Coreia do Sul comprou 25 toneladas de ouro, aumentando em 17 vezes as suas reservas de metal amarelo. No mesmo período, também o banco central da Tailândia aumentou as suas reservas de ouro em 15,5%, tendo passado de 3523 milhões de onças, em Maio, para 4,07 milhões, em Junho. No princípio do ano, a Tailândia já adquirira 9,3 toneladas de ouro. A Rússia comprou 41,8 toneladas e o México 99,2 toneladas. A China anunciou no início do ano que pretende, até 2020, aumentar drasticamente as suas reservas de ouro.   Das actuais 1054 toneladas quer chegar às 8-10 mil toneladas;
  • Os juros implícitos (yield)  dos títulos dos EUA a dez anos baixaram de 2,32% para 2,28%, entre segunda e terça-feira;
  • Até agora, perante a visível deterioração do clima económico nos sete países mais industrializados (G7) e a profunda crise das dívidas soberanas europeias,  a maioria dos investidores e especuladores comprava, devido ao risco quase inexistente,  títulos do tesouro americano na expectativa de que se valorizassem. Porém, se em vez disso eles se depreciarem, como já está a acontecer,  tal pode significar que a bolha do mercado das obrigações norte-americanas está prestes a rebentar. As consequências serão trágicas para a economia global;
  • Desde 24 de Julho, o pânico generalizado em todos os mercados mundiais gerou perdas globais de USD 8,1 trillion (mais de metade do PIB dos EUA). Este valor  corresponde  a 14,8% da capitalização bolsista do mundo;
  • Em apenas cinco anos (2008-2012), o montante das obrigações de dívida vencidas, emitidas pelo Tesouro norte-americano, atingirá o gigantesco volume de USD 5,6 trillion.   A totalidade do crescimento da dívida do país, entre 1776 (ano da declaração de independência) e 2008, foi de 4,6 trillion. Obama vai ultrapassar em apenas cinco anos o que o conjunto dos seus 43 antecessores fez em… 232 anos!!!
  • O custo global das ajudas financeiras aos bancos e empresas financeiras dos EUA e da Europa, desde 2008, na realidade, ascende a quase USD 24 trillion, segundo a estimativa de Neil Barofsky, o inspector-geral do TARP (Troubled Asset Relief Program), o mega programa de resgate aprovado pela administração Bush e continuado pela administração Obama. Se compararmos este número com o do défice reconhecido pelo Tesouro (USD 14,7 trillion) ficamos com uma ideia mais realista da enormidade dos problemas a resolver quando for apresentada a factura para liquidação; 
  • Se tivermos em conta que o rácio dívida/PIB da Grécia já atingiu os 150%, e que os EUA estão a caminho de ultrapassar rapidamente a psicológica barreira dos 100%, as perspectivas para o biénio 2012-2013 são ainda mais negras. Os efeitos sobre a evolução do crescimento e do emprego serão devastadoras. Também o dólar, enquanto reserva cambial mundial,  terá o seu canto do cisne;

E o que nos reserva a Europa dos 17 (Zona Euro),  ou dos 27 (UE)? Será que o sonho europeu, idealizado nos anos 50 pelo eixo Bona-Paris, poderá, meio século depois,  vir a transformar-se no pesadelo do eixo Berlim-Paris? A prazo é bem possível. Para já, é avisado estarmos preparados para o pior (desintegração da UE e fim do euro).

Os altos dirigentes dos países membros mais ricos e a elite dos eurocratas têm pautado a sua actuação pela incapacidade de gerar consensos, de elaborar discursos coerentes, de afirmar um projecto europeu credível e sustentável e de ter a noção dos timings certos para agir.

Se no debate sobre a subida do tecto da dívida federal, os congressistas norte-americanos e o Presidente Obama deram aquele risível espectáculo de marcar o golo (chegar a acordo) no período de descontos (praticamente no fim do prazo), o que dizer dos líderes europeus? Com os sucessivos avanços e recuos e os constantes desmentidos das promessas feitas na véspera, uns e outros colocaram a Europa a jeito da voracidade vampírica dos mercados (leia-se especuladores).

O que ontem era uma simples apendicite grega, passou hoje a ser um desconfortável pólipo luso-irlandês, o qual, num futuro próximo, ameaça evoluir para um fatal carcinoma hispano-italiano. 

Deste lado do Atlântico, os meteorologistas da política e do dinheiro têm o dedo no botão de alerta de tsunami, atentos a alguns sinais dos chamados “mercados”:

  • Um editorialista do Financial Times escreveu ontem que o futuro da Europa depende da qualidade da defesa da Espanha e da Itália pelo triunvirato UE/BCE/FMI.
  • Embora  Madrid tenha apresentado “bons resultados” no combate ao défice e na flexibilização do mercado de trabalho, o articulista elege como positivo o facto de registar um superávit primário e de os seus empréstimos terem maturidades confortáveis. Como aspecto negativo é sublinhado o elevado peso da dívida (a terceira maior da Zona Euro), as tímidas medidas de combate ao défice e a crónica incapacidade do governo Berlusconi para fazer crescer a economia,  melhorar a capacidade  competitiva e combater o excesso de burocracia;
  • Esta análise, em nossa opinião,  peca por benigna já que passa ao lado de uma variável essencial da equação – a estratégia dos especuladores e as ferramentas de que dispõem para desestabilizar qualquer economia ou moeda, independentemente do seu peso e dimensão;
  • A manipulação pelos especuladores (privados e institucionais) de instrumentos derivativos, designadamente os famigerados seguros de incumprimento financeiro – Credit Default Swaps (CDS) -, levou à falência do banco Lehman Brothers, à nacionalização da seguradora AIG, à insolvência da Islândia e a severas crises cambiais nos anos 90 que atiraram para as cordas as moedas da Rússia, da Malásia, da Coreia do Sul, do México e por aí fora;
  • Ninguém sabe ao certo qual o montante global dos tóxicos CDS que infectam os balanços de sonantes nomes da banca europeia – do germânico Deutsche Bank, ao britânico Barclays, ao francês Paribas, passando pelo espanhol Santander e pelo italiano Unicredit – mas diversos especialistas dividem-se entre estimativas estratosféricas (trillions ou quadrillions);  
  • Certo é que, contrariamente ao que tem sido vertido em muitas páginas de jornais e revistas especializadas, existe o perigo real de um ou mais bancos europeus de grande dimensão poderem vir a ser atacados pelo vírus Lehman Brothers. Quando chegar a hora, lembrem-se  de trautear “Don’t cry for me Argentina”;
  • A França, para alguns inesperada e injustamente, está na berlinda desde sexta-feira, dia em que a S&P despromoveu a qualidade da dívida norte-americana. Comparativamente a outros países com notações triple A, os juros implícitos, os CDS e os níveis do défice que afectam a economia gaulesa são variáveis consideradas excessivas pelas maiores agências de rating;
  • Na próxima sexta-feira, a França publicará dados estatísticos sobre o crescimento da economia no segundo trimestre. A generalidade dos analistas prevê números desanimadores da ordem dos 0,2%, ou seja 0,7% abaixo do valor registado no primeiro trimestre;
  • Caso se confirmem as previsões, as campainhas de alarme alertarão para a dificuldade de a França conseguir, em 2013, atingir a prometida meta de reduzir o actual défice (7,15% do PIB) para menos de 3%;
  • O facto de os CDS sobre a dívida francesa serem superiores aos pagos pelos compradores de dívida emitida pelas autoridades do Peru, Indonésia, África do Sul e da República Eslovaca é motivo de preocupação não apenas para o governo francês. As lideranças da UE, do BCE e do FMI receiam que a equacionável perda pela França da notação AAA possa pôr em causa toda a arquitectura do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e inviabilizar futuros resgates;
  • De  resto, os recursos do FEEF (750 mil milhões de euros) são considerados insuficientes para fazer face às necessidades prováveis dos resgates. Chegam para atender o conjunto dos actuais três “clientes” – Grécia, Irlanda e Portugal e eventualmente de Chipre.  Caso a Espanha ou a Itália sejam forçadas a usá-lo precisaria de ser generosamente recapitalizado.  De resto, há mesmo quem pense que o resgate da terceira e da quarta economias da UE, a Itália e a Espanha respectivamente, necessitaria de um novo Plano Marshall, mas agora com a inclusão dos países emergentes do G20 (China, Índia, Brasil, Arábia Saudita, etc.);
  • Para apimentar o cenário, o mês de Setembro promete ser crítico. A troika irá a Atenas fazer a avaliação de desempenho do governo na aplicação dos programas de resgate em curso e em fase de implementação. A instabilidade política e social em que a Grécia está mergulhada faz temer a obtenção de resultados aquém dos desejados pelos credores, com efeitos negativos na evolução da crise europeia;
  • Na Alemanha, a Chanceler Merkel enfrenta uma resiliente frente de forças políticas e de individualidades da coligação que lidera (CDU/FDP) que discordam abertamente dos acordos pró-resgate por ela validados em Bruxelas. O regresso de férias dos deputados do Bundestag promete acessos debates.
  • Conhecida a sua propensão para o “nim”, bem como para protelar até ao limite decisões urgentes, a senhora Merkel poderá viver dias difíceis e voltar a dar sinais errados aos mercados de dívida. Qualquer sinal de instabilidade e de laisser-faire dado pela Alemanha pode complicar ainda mais as já ténues possibilidades de controlo da situação;
  • Também em Setembro, algumas “cajas de ahorros” espanholas irão ao mercado tentar obter empréstimos. Num cenário de eleições antecipadas, de escalada dos juros da dívida soberana e de insuficientes taxas de crescimento económico, para além de uma elevada taxa de desemprego (superior a 20%), este segmento da banca espanhola terá uma missão espinhosa e de resultados duvidosos;

Se, como tudo indica, nada de enérgico e proactivo for feito, em Agosto, pelos líderes europeus que ditam as políticas da UE – Merkel e Sarkozy – chegaremos a Setembro com uma situação mais degradada. Talvez irremediavelmente…

Nesse caso, e se persistirem os ataques especulativos contra as dívidas espanhola e italiana, com uma insustentável subida das taxas de juro e dos CDS, o último trimestre promete ser um osso duro de roer.

Neste momento, ninguém, do BCE ao FMI, passando por outras instituições de idêntico calibre, dispõe de recursos para resgatar financeiramente países como a Espanha e a Itália. Se tal for imperativo, como vão os mandantes da economia mundial resolver o problema?

A resposta é simples. Ninguém sabe. Nem eles…

Pedro Varanda de Castro, Consultor

MRA Alliance

Putin diz que EUA são hooligans financeiros

segunda-feira, julho 11th, 2011

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou hoje os EUA de “hooliganismo” por injectarem dinheiro na economia e imprimirem dólares.

“Graças a Deus, ou infelizmente, nós não imprimimos a divisa de reserva, mas o que estão eles a fazer? Estão a comportar-se como ‘hooligans’, ligam as máquinas e atiram com dólares por todo o mundo, quando resolvem os seus problemas urgentes”, afirmou Putin, citado pela agência RIA Novosti, durante um encontro da Academia russa das Ciências.

Os comentários de Putin seguem-se à finalização do processo denominado QE2, segundo o qual a Reserva Federal norte-americana comprou 600 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro.

O défice norte-americano atingirá este ano 1,2 triliões de dólares (0,841 mil biliões de euros). Caso o Congresso não aprove, antes de 2 de Agosto o aumento, da dívida para além dos actuais 14,3 triliões (10,02 mil biliões de euros) permitidos, os Estados Unidos entram em default.

Hoje, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou para as “consequências devastadoras” de um eventual incumprimento dos Estados Unidos da América face no pagamento dos juros da dívida aos  credores.

MRA Alliance/Agências

Espanha e Itália pressionam desvalorização do euro

segunda-feira, maio 23rd, 2011

O euro está hoje em queda, depois da derrocada do PSOE nas eleições de Espanha e de a S&P ter ameaçado cortar o ‘rating’ de Itália. A moeda única,  esta de manhã, baixou para 1,4064 dólares, ensombrado pela exigência de eleições legislativas antecipadas em Espanha por parte da oposição, depois da pesada da derrota do partido de Zapatero, o PSOE, nas regionais e municipais deste domingo. Os investidores receiam sobre a concretização das medidas de austeridade no país vizinho.

“No fim-de-semana, incluindo as eleições espanholas, surgiram novas razões para estarmos apreensivos sobre a situação da crise de dívida europeia”, comentou Sean Callow, especialista da unidade cambial do Westpac Banking, à Bloomberg.

Também a chanceler alemã Angela Merkel sofreu ontem uma forte humilhação nas eleições realizadas na cidade-estado de Bremen, onde o seu partido democrata-cristão (CDU), acabou por conseguir apenas 20,2% dos votos, um resultado eleitoral inferior ao conseguido pelo partido dos Verdes, o que aconteceu pela primeira vez em eleições regionais. A penalizar o euro está ainda a decisão da Standard & Poor’s de baixar o ‘outlook’ da dívida de Itália de ‘estável’ para ‘negativo’, na passada sexta-feira, o que sinaliza um possível corte do ‘rating’ do país nos próximos tempos.

No mesmo dia, a agência de notação financeira Fitch baixou em três níveis a avaliação da dívida grega, perante o desafio que o país enfrenta actualmente na implementação de um programa de reformas radicais em termos orçamentais e estruturais.

MRA Alliance/DE

EUA: Estado de Utah prepara reintrodução de dólar ouro e prata como moeda legal

domingo, março 6th, 2011

O parlamento do Estado de Utah, nos Estados Unidos, iniciou esta semana o processo legislativo que passará a reconhecer as moedas de ouro e prata cunhadas pelo governo federal como unidades monetárias legais no Estado. As moedas não substituem os dólares em papel-moeda mas serão usadas e aceites voluntariamente como alternativa. 

Entretanto, outros 11 estados norte-americanos preparam-se tomar indêntica iniciativa. A legislação prevê que os cidadãos do Utah paguem os seus impostos com moedas de ouro e estipula a criação de uma comissão para estudar divisas alternativas para o Estado. Por outro lado, a venda de ouro passará a ficar isenta do pagamento de impostos. 

Caso o diploma seja aprovado pela Câmara dos Representantes, ainda terá de merecer a aprovação do Senado antes de o governador lhe conceder o estatuto de lei estadual. 

MRA Alliance/Fox News

Problema do euro está resolvido mas vai repetir-se com o dólar, diz Soros

domingo, fevereiro 6th, 2011

O especulador norte-americano, George Soros, disse ontem que a crise do euro está em vias de resolução, mas que os Estados Unidos terão uma crise similar nos próximos dois anos. «Na minha opinião, em dois anos, esta crise europeia vai repetir-se nos Estados Unidos», em resultado do endividamento de numerosos Estados federais norte-americanos, afirmou, citado pela AFP, durante a 47ª conferência anual sobre segurança, em Munique, na Alemanha.

A crise do euro está em vias de ser resolvida, porque «existe a determinação de fundar uma política orçamental comum ou uma administração das finanças comum», disse, mas avisou: «A estrutura que está em vias de se criar também vai criar problemas nos próximos anos, porque o euro, que supostamente deveria criar convergências entre os países, criou divergências.»

Soros prevê que, se não houver cuidado, vai ser criada «uma Europa a duas velocidades, com, de um lado, os países com excedentes orçamentais, que vão avançar, e, do outro, os países deficitários, que se vão arruinar sob o peso das suas dívidas».

MRA Alliance/AF

JPMorgan aconselha clientes a comprarem euros e dívida de países periféricos

sexta-feira, fevereiro 4th, 2011

O banco norte-americano JPMorgan Chase aconselhou os seus investidores a comprarem euros em vez de dólares e a aumentarem as compras dos títulos de dívida soberana das chamadas economias europeias periféricas.«A crise de dívida soberana, apesar de ainda colocar um risco negativo importante para as perspetivas, têm aliviado de alguma forma à medida que os decisores políticos parecem ter adotado uma política mais pro-activa», indicam os analistas do banco norte-americano, incluindo Jan Loeys, o líder da unidade de estratégia de mercado, numa nota enviada aos investidores datada de quarta-feira, citada pela Bloomberg.

«Os governos da União Europeia e os legisladores têm passado a mensagem que a crise das dívida soberanas é feita pela Europa, e que será resolvida pela Europa. O falhanço da moeda única seria tão catastrófica que deve ser feito tudo para evitar que isso aconteça», diz a nota.

MRA Alliance/DD

Geithner defende políticas favoráveis a um «dólar forte»

sábado, outubro 23rd, 2010

O ministro das Finanças norte-americano, Timothy Geithner, pronunciou-se hoje a favor de uma política do «dólar forte», admitindo que os Estados Unidos têm uma responsabilidade especial em termos do câmbio internacional.

«Permitam-me dizer uma vez mais que é política dos Estados Unidos apoiar um dólar forte», declarou em conferência de imprensa no final do G20 das Finanças, que decorreu na Coreia do Sul. Os Estados Unidos têm uma «responsabilidade especial» no que se refere ao câmbio internacional para prevenir a volatilidade prejudicial dos mercados cambiais, sublinhou Geithner, citado pela AFP.

O ministro norte-americano defendeu que os países emergentes devem deixar que as suas moedas se valorizem e, conseguetemente, reforçar a sua procura interna. É necessária uma «valorização gradual» das divisas dos principais países com um forte excedente comercial, declarou. Sem nomear a China, Geithner considerou que essas economias devem-se afastar «de uma dependência das exportações e reforçar a sua procura interna».

MRA Alliance/Agência Financeira

Dólar em forte queda após baixa das taxas de juro japonesas

quarta-feira, outubro 6th, 2010

O dólar caiu fortemente ontem em relação ao euro e recuou para o menor nível ante o iene desde a recente intervenção do governo japonês nos mercados de câmbio, refletindo a reação dos investidores ao anúncio do Banco do Japão (BoJ) de que reduziu a taxa básica de juros para uma faixa entre 0% e 0,1% e que decidiu criar um novo fundo para comprar diversos tipos de ativos.

“O BoJ está agindo preventivamente antes do Federal Reserve, porque eles acreditam que os EUA devem tomar uma medida semelhante no encontro dos dias 2 e 3 de novembro”, disse Andrew Busch, estrategista global de câmbio da BMO Capital Markets. Os investidores têm fugido do dólar por acreditarem que o Federal Reserve está mais propenso a adotar outra série de compras de ativos para estimular a economia, política chamada de “afrouxamento quantitativo”.

Durante a sessão, o euro atingiu a máxima de US$ 1,3860, seu maior nível ante a moeda norte-americana desde fevereiro. A moeda comum europeia permanece a líder entre as principais moedas mundiais porque “o Banco Central Europeu parece ser o mais propenso a não recomeçar programas de afrouxamento quantitativo”, disse Aroop Chatterjee, estrategista-chefe de câmbio do Barclays Capital.

MRA Alliance/Estadão

BCE: EUA devem defender um dólar forte, diz Trichet

quinta-feira, outubro 8th, 2009

Jean Claude Trichet - BCEAs rápidas oscilações na paridade do euro em relação ao dólar são contra o interesse tanto dos americanos como dos europeus, disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, hoje após a decisão do banco de não alterar o custo do dinheiro na Zona Euro.

“Consideramos que a volatilidade excessiva tem implicações adversas na estabilidade financeira e económica nos dois lados do Atlântico”, disse Trichet, reafirmando que o apoio dos EUA a um dólar forte “é extremamente importante” na situação actual.

Depois de insistir que a presente taxa de juro na Zona Euro (1%/ano) é adequada, Trichet comentou que o dinheiro barato serve para estimular a economia. “Temos sinais de estabilização [económica]. Estamos fora da queda livre”, concluiu, embora reiterando que é preciso agir com cautela.

MRA Alliance/Agências

FMI: Entre o aumento “considerável” dos recursos e as ameaças dos “ricos”

domingo, outubro 4th, 2009

O novo papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) implicará um “aumento considerável” dos seus recursos, declarou hoje em Istambul o director geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, à margem da assembleia dos 186 Estados membros do fundo. Veladamente os países ricos ameaçam com “menos generosidade” se perderem poder de voto. Tudo isto num cenário internacional de crescente vulnerabilidade do dólar como divisa mundial de reserva.

O FMI anunciou em Setembro que já reuniu os 500 mil milhões de dólares (cerca de 343 mil milhões de euros) suplementares prometidos na cimeira do G20 em Londres, em Abril.

Porém, Strauss-Kahn lembrou em Istambul que ainda são precisos mais recursos para incitar os Estados membros a confiar na capacidade de empréstimo do Fundo e para promover a recuperação da economia mundial, evitando futuras crises.

“Os desequilíbrios provêm da edificação de imensas reservas e estas imensas reservas provêm do facto de que (os países) têm medo de estar sozinhos, confrontados com uma especulação sobre (a sua) moeda”, comentou.

“Mas há uma outra solução, menos custosa, mais eficaz, para evitar isso, que são as reservas comuns”, na origem no espírito dos fundadores do FMI, acrescentou.

Este ano, o FMI já emprestou mais de 50 mil milhões de dólares (cerca de 34 mil milhões de euros) a países por todo o mundo.

De momento, o processo de reforço do papel do FMI está a ser marcado pelo debate sobre quanto poder as nações ricas querem ceder aos países em desenvolvimento.

As maiores nações em desenvolvimento estão a pedir um aumento do seu poder de voto no FMI. “Só podemos esperar que os países sobre-representados compreendam que podem prejudicar o Fundo se tentarem bloquear ou adiar a reforma das quotas”, comentou hoje Guido Mantega, ministro brasileiro das Finanças. Mantega considerou que o Fundo precisa mudar a estrutura dos seus quadros para deixar de ser visto como uma instituição americana e europeia e tornar-se uma “instituição verdadeiramente multilateral”.

Contrariamente, o ministro sueco das finanças, Anders Borg, ameaçou que a Europa poderá tornar-se menos generosa no apoio financeiro ao FMI se perder influência.

MRA Alliance/Agências

ONU defende nova moeda mundial contra o dólar

terça-feira, setembro 8th, 2009

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) defendeu ontem a criação de uma nova divisa que diminua o peso do dólar no comércio internacional.Num relatório ontem conhecido, este órgão da ONU defende ser necessária a criação de uma nova moeda internacional que proteja as economias emergentes da especulação financeira.

O organismo também propõe a criação de um banco global que fique responsável pela gestão desta moeda, nomeadamente das taxas de câmbio.

MRA Alliance/Agências

G8: Medvedev apresentou amostra da “moeda única mundial”

sexta-feira, julho 10th, 2009

Medmedev - Amostra da nova moeda mundial“Este é o símbolo da nossa unidade e do nosso desejo de resolver os problemas em conjunto. (…) Aqui está ela. Podem vê-la e tocá-la”, disse o presidente da Rússia Dmitri Medvedev ao apresentar aos jornalistas a amostra da nova moeda global, durante uma conferência de imprensa em L’Aquila (Itália), após a cimeira das nações que integram o Grupo dos Oito (G8).

A agência russa  RIA Novosti  apresentou-a como o “exemplo” de “uma possível moeda global”. Por seu turno, a agência financeira norte-americana Bloomberg, referiu que a amostra ostenta a frase “unidade na diversidade”, foi cunhada na Bélgica e apresentada aos líderes do G8 pelo presidente russo durante a cimeira.

Medvedev esclareceu que a nova moeda será usada como meio de pagamento pelos cidadãos de todos os países do mundo e descreveu-a como a “futura moeda única mundial”. “Penso que é um bom sinal de que percebemos a nossa interdependência”, precisou.

As principais economias emergentes do mundo, sob a liderança da China e da Rússia, têm apelado repetidamente nos últimos meses para a necessidade de ser criada uma nova reserva monetária mundial que substitua o dólar e ponha fim à dominância financeira mundial dos Estados Unidos, desde 1944, data da assinatura do acordo de Bretton Woods.

A iniciativa de Medvedev pode ser entendida como um inteligente golpe de relações públicas destinado a dizer às principais potências mundiais que, apesar da sua resistência e cepticismo, os países emergentes, produtores de quase metade do PIB mundial, estão decididos a impor aos países ricos novas regras de governança das finanças globais.

MRA Alliance/Agências

G20: China apoia dólar e França questiona representatividade do G8

segunda-feira, julho 6th, 2009

G20 - Londres - Abril, 2009O vice-ministro dos negócios Estrangeiros chinês, He Yafei, afirmou que o dólar deve manter-se ainda durante muitos anos como a principal moeda do reserva do mundo, em declarações proferidas em Itália, onde participará na reunião do G8, na próxima quarta-feira, em Átila.

“O dólar norte-americano ainda é a mais importante e principal moeda de reserva, e nós cremos que essa situação deve continuar por muitos anos”, disse He durante uma conferência de imprensa, em Roma, numa altura em que muitos analistas e políticos questionam a legitimidade do G8 para continuar a impôr as suas decisões políticas ao resto do mundo.

Pequim, juntamente com os outros países do bloco BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – tem defendido a ideia da criação de um cabaz de moedas que sirva de  alternativa ao dólar como divisa global de reserva e uma repartição mais equitativa das decisões entre os países ricos e em desenvolvimento.

A questão da representatividade do G8 foi abordada ontem, em Aix-en-Provence, no sul da França, pela ministra da Economia, Christine Lagarde. Sendo um dos nomes mais importantes do governo do presidente Nicolas Sarkozy, as declarações da ministra, durante uma reunião de economistas, surpreenderam os analistas pelo inesperado alcançe político.

“O G8 deve imperativamente ser modificado e ampliado para se adaptar à realidade dos tempos.” (…) “O G8 é uma instituição muito mais antiga e sem dúvida muito menos pertinente dada a sua composição e a evolução do mundo”, disse Lagarde.

MRA Alliance

China declara guerra ao dólar como divisa de reserva

domingo, junho 28th, 2009

O banco central da China propôs oficialmente o fim do dólar como reserva monetária global e a sua substituição por uma divisa “super-soberana”, num relatório publicado em Pequim, citado pela BBC. 

Segundo a emissora britânica, o documento defende uma maior regulação e fiscalização sobre os países que emitem moedas susceptíveis de afectar o sistema financeiro global.

MRA Alliance/BBC

Mercados perplexos com tentativa de contrabando de USD 138 mm/bi em obrigações americanas

quinta-feira, junho 18th, 2009

A prisão na semana passada pela polícia financeira italiana (GDF), em Chiasso, na fronteira com a Suíça, de dois japoneses  que tentavam contrabandear USD 134 mil milhões/bilhões (mm/bi) em obrigações norte-americanas está a desencadear uma onda de perplexidade e de rumores nos mercados, noticiou ontem a agência norte-americana Bloomberg. 

O articulista da Bloomberg, William Pesek, revela-se espantado e intrigado:

“Serão estes amadores agentes de Kim Jong Il que tentavam desviar dinheiro da Coreia do Norte para um cofre na Suíça? Serão maleiros a soldo de vigaristas nigerianos especializados em burlas via Internet? Seria o dinheiro para terroristas comprarem ogivas nucleares? O Japão está a livrar-se secretamente dos seus dólares? As obrigações são falsas ou verdadeiras? Se forem legítimas, as implicações destes títulos serão muito maiores do que os investidores podem pensar. No mínimo, isto pode sugerir que os Estados Unidos correm o risco de perder o controlo sobre a sua circulação fiduciária numa escala gigantesca.”

Refira-se que os dois japoneses, de cerca de 50 anos, foram detidos quando tentavam passar a fronteira italo-suíça de comboio. Ao serem revistados na estação de Chiasso, já em território suíço, os dois homens afirmaram à polícia italiana não ter nada para declarar. Todavia, “uma revista aprofundada permitiu encontrar no fundo falso de uma das malas 249 obrigações da Reserva Federal, o banco central dos Estados Unidos, no valor de 500 milhões de dólares cada uma”. Para chegar à astronómica soma apreendida, os polícias detectaram também 10 “‘obrigações Kennedy’, com o valor nominal de mil milhões de dólares cada uma”. Esta informação foi fornecida pela GDF através de um comunicado citado pela agência francesa AFP. O gabinete de imprensa da GDF de Como, norte da Itália, no dia 12 de Junho, informou que a polícia “está a verificar a autenticidade destes papéis”.

Acrescente-se que, se os títulos forem autênticos, os japoneses poderão ser condenados à multa de 38 mm/bi de euros. Este facto levou o articulista da Bloomberg ao seguinte comentário:

“A apreensão pode ser uma benção para a Itália. Se os títulos forem genuínos, os contrabandistas pagarão uma multa igual a 40% do total apreendido por tentarem fazê-los sair ilegalmente do país. Não é um prémio dispiciendo para um país afectado por um défice orçamental crescente e pela reconstrução da cidade de L’Aquila, destruída por um terramoto, em Abril.  

Seria uma péssima notícia para a Casa Branca. Para além dos EUA, a China ou o Japão, nenhum outro país pode teoricamente movimentar aqueles montantes. Na ausência de explicações claras do Tesouro [dos EUA] as teorias da conspiração preenchem o vazio.”

MRA Alliance, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro

Consultor

 P.S.: Recorde-se que, há um mês, uma cidadã portuguesa não identificada pela PJ foi acusada de tentar transferir dos EUA para Portugal cerca de USD 50 mm/bi em Títulos do Tesouro do Tio Sam.

China e outros credores fogem dos Títulos do Tesouro dos EUA

quinta-feira, junho 18th, 2009

A China reduziu no final de Abril, pela primeira vez em mais de um ano, a sua carteira de Títulos do Tesouro dos Estados Unidos num sinal de que as autoridades de Pequim estão preocupadas com a provável desvalorização dos activos “dolarizados”, noticiou a agência chinesa Xinhua.

De acordo com dados do Departamento do Tesouro norte-americano, em comparação com Março, o volume daqueles títulos de dívida diminuiu em USD 4,4 mil milhões/bilhões (mm/bi), fixando-se em USD 763,5 mm/bi.

“É um montante bastante pequeno (…) mas é um sinal que pode reflectir a actividade dos investidores institucionais chineses”, disse à agência Tan Yaling, especialista do Instituto para Derivativos Financeiros da Universidade de Pequim. 

Outro especialista, Zhang Bin, investigador do Instituto Internacional de Economia e Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse à Xinhua que “por o montante ser pequeno não sabemos se a redução vai continuar. Mas o corte mostra prudência dos governos ou instituições face aos Títulos do Tesouro norte-americanos.” Zhang frisou que a fraqueza do dólar constitui uma ameaça à rentabilidade dos investimentos chineses na divisa americana. 

Outros países, como o Japão, a Rússia e o Brasil, seguiram o exemplo da China, em Abril, e também reduziram a sua exposição àquele tipo de instrumentos financeiros.

Estas movimentações começaram em Março como reacção as decisões do governo norte-americano de comprar obrigações da sua dívida pública. O facto foi interpretado pelo mercado como um sinal da deterioração da capacidade da maior economia do mundo para honrar os compromissos financeiros com os seus credores. Por esta razão, o dólar e todos os activos com ele relecionados entraram de imediato numa curva descendente. 

A China é o maior detentor de Títulos dos Tesouro dos EUA. Em Março, o primeiro-ministro Wen Jiabao mostrou-se preocupado com o descontrolo da dívida norte-americana e pediu à administração Obama que “garanta a segurança dos activos chineses.”

MRA Alliance/Xinhua

Hegemonia do dólar ameaçada pelo factor 4R

sexta-feira, maio 22nd, 2009

O jornal russo Vedomosti informou ontem que “o dólar norte-americano já não é mais a divisa base das reservas monetárias da Rússia”. De acordo com o artigo, citado pelo Pravda, “em 1 de Janeiro de 2009, a quota de reservas do Banco Central da Rússia, contabilizadas em euros, aumentou para 47,5% e excedeu os investimentos em activos ‘dolarizados’, que atingiram 41,5%.”

O diário russo assenta a sua conclusão na análise que fez do relatório anual entregue pela autoridade monetária ao parlamento do país (Duma). Segundo o Pravda, a mudança na estrutura das reservas monetárias da Rússia não afectou a paridade oficial do rublo face ao dólar (USD 0,55) e ao euro (EUR 0,45).

A propósito das movimentações sino-brasileiras relativamente ao abandono da divisa americana no comércio bilateral, substituindo-a pelas duas moedas nacionais – yuan (renminbi) e real – Edward Hadas escreveu ontem no “Le Monde”: “A ideia de um mundo liberto do domínio do bilhete verde avança. Moscovo e Nova Déli poderão juntar-se ao movimento e permitir às divisas dos BRIC – Brasil, Rússia, China e Índia – formarem o bloco  “4 R” – Real, Rublo, Rupia, Renminbi. O fim do reinado do dólar será, talvez, lento, mas não menos inevitável”.

MRA Alliance/Agências/pvc

China e Brasil descartam dólar nas trocas comerciais bilaterais

terça-feira, maio 19th, 2009

O presidente do Brasil Lula da Silva, actualmente em visita oficial à China, manifestou o seu apoio à proposta de Pequim para a criação de uma nova divisa global que substitua o dólar norte-americano. Lula também propôs que o comércio China-Brasil seja contabilizado em reais e yuan, abandonando o dólar como divisa de referência, seguindo o exemplo já adoptado por Pequim com outros países.

“Em um contexto de crise econômica, nossos Governos têm de interagir de forma construtiva na busca de uma nova arquitetura financeira internacional”, assinalou hoje Lula durante uma visita à Academia de Ciências Sociais da China. “Vamos elaborar um plano de ação conjunta que lançará novas bases para ampliar a cooperação entre 2010 e 2014”, anunciou o presidente.

Desde Abril passado que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. As trocas  comerciais atingiram USD 3,2 mil milhões/bilhões (mm/bi), relegando os EUA para  segundo lugar, com transações no valor de USD 2,8 mm/bi. Segundo dados oficiais brasileiros, o volume de comércio bilateral sino-brasileiro foi de USD 36,44 bilhões, em 2008, mais 56% do que em 2007.

Todavia, o principal objetivo comercial da visita do presidente Lula da Silva à China, a abertura do mercado de carnes aos produtores brasileiros foi novamente adiado. A única concessão que a delegação presidencial brasileira conseguiu dos chineses foi a confirmação da concessão de licenças de importação para frango, prevista no acordo de abertura do setor, celebrado pelos dois países, em Fevereiro.

Com o fiasco na negociação das carnes, Brasília espera conseguir de Pequim novas compras de aviões Embraer, anunciadas em 2006, suspensas na sequência do agravamento da crise financeira global.

Outro tema tratado pelos presidentes Hu Jintao e Lula da Silva é um empréstimo do Banco de Desenvolvimento da China à Petrobrás para dinamização das exportações petrolíferas brasileiras para o país asiático.

MRA Alliance/Agências

Líder da OPEP prevê preço do petróleo a USD 170/barril no final do ano

sábado, junho 28th, 2008

O presidente em exercício da OPEP, Chakib Khelil, ministro argelino do Petróleo, previu hoje a subida do crude para os 170 dólares/barril antes do final do ano devido à queda do dólar e às tensões políticas entre os EUA e o Irão. «Os preços do petróleo deverão atingir os 170 dólares devido ao crescimento da procura americana durante o Verão e à persistente queda do dólar face ao euro», disse Khelil citado pela agência Bloomberg. No mercado de futuros de Nova Iorque (NYMEX) o crude aumentou 100% no último ano e fechou ontem cotado a USD 142,99/ barril. “O mercado está completamente abastecido”, afirmou ontem o ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramirez. Por seu turno a Líbia, anunciou possíveis cortes na produção justificando a decisão com o «excesso de oferta». MRA Dep. Data Mining

Dólar forte é do interesse dos EUA, diz Bush

segunda-feira, junho 9th, 2008

O presidente norte-americano, George W. Bush, disse hoje que o dólar forte é do interesse dos Estados Unidos e da economia global. Os comentários de Bush reconhecem a preocupação dos norte-americanos após a histórica subida do crude para os USD 139,00/barril, em apenas um dia (sexta-feira passada). Os EUA têm um compromisso “com o dólar forte. O dólar forte está no interesse da nossa nação. Está no interesse da economia global”, disse Bush na Casa Branca antes de partir para uma cimeira com a União Europeia na Eslovénia. “Muitos americanos estão preocupados com nossa economia, eu posso entender o motivo. Os preços da gasolina estão altos, os preços de energia estão altos”. O presidente americano disse que vai discutir com os aliados europeus a necessidade de desenvolver tecnologias para diminuir a dependência ocidental dos combustíveis fósseis. “A economia dos Estados Unidos continuou a crescer diante de desafios inéditos”, acrescentou. A seguir à Eslovénia, Bush visitará quatro estados membros da UE – Alemanha, Itália, França e Grã-Bretanha – regressando aos EUA no próximo dia 16. MRA/Agências

Subprime, efeito dominó, e agravamento da crise…

sábado, março 15th, 2008

efeito dominó“Os problemas que afectam os mercados de crédito, actualmente, estão longe de terminar, de facto, parecem saltar de segmento de mercado em segmento de mercado deixando um rasto de prejuízos à sua passagem. Um factor comum às perturbações que se têm feito sentir é a falta de liquidez existente, não obstante, as intervenções que os principais bancos centrais efectuaram no sentido de regularizar a liquidez nos mercados financeiros, que acabaram por ter um efeito temporário sobre estes. Na sequência novas intervenções estão a ser ultimadas, nomeadamente, a Fed criou um novo instrumento de política monetária – Term Securities Lending Facility – que consiste na cedência de liquidez através do empréstimo de obrigações do tesouro em que o colateral utilizado pelas instituições financeiras são obrigações hipotecárias, instrumento através do qual planeia ceder 200 mil milhões de dólares.

Apesar destes esforços, a falta de predisposição das instituições financeiras para cederem liquidez ao mercado, que se traduz em condições de acesso ao crédito mais restritas, impede que o normal funcionamento dos mercados financeiros retome. (…) A desalavancagem tem constituído um dos principais riscos sobre os mercados de crédito, uma vez que estes se encontram alavancados entre 10 e 15 vezes, o que faz com à medida que os preços descem e são feitas chamadas na margem, que pressionam os preços no sentido descendente provocando novas chamadas na margem. Para além disso, no presente contexto de restrição no acesso ao crédito, o montante das chamadas nas margens tem sido superior, aumentando a dificuldade dos investidores para responderem a esta chamada.”

Excerto de um artigo de opinião da autoria de João Sousa, Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, hoje publicado no Diário Económico.

Petróleo outra vez acima dos 100 dólares bate novos recordes

quarta-feira, fevereiro 27th, 2008

USD 100/Barril - Acabou-se a era do petróleo baratoOs preços do petróleo alcançaram novos recordes históricos ontem nas transações eletrónicas após o encerramento da sessão, chegando em Nova York a 101,43 dólares por barril. Em Londres, pela primeira vez, ultrapassou a barreira dos 100 dólares, demonstrando resiliência para a subida durante 2008. Às 22H05 GMT no New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do “light sweet crude”, com embarques marcados para Abril, registava um aumento de 2 dólares, alcançando os 101,23 dólares. Antes, já atingira os 101,43 dólares, ultrapassando o preço recorde registado na última quarta-feira (101,32 dólares).

Em Londres, o valor do «Brent do Mar do Norte» passou pela primeira vez a barreira simbólica dos 100 dólares/barril. Os futuros de Abril estabeleceram mais uma marca histórica (100,03 dólares).

O dólar, atingiu ontem um nível mínimo recorde frente ao euro – a moeda europeia superou pela primeira vez a barreira psicológica de 1,50 dólar, fechando a 1,5047 dólares. O prolongado colapso da divisa americana pressionou a subida das commodities cotadas em dólares, como o petróleo, e aumentou o poder de compra dos investidores internacionais com carteiras recheadas com moedas mais fortes. (pvc/agências)

Wall Street está doente e só o tempo a pode curar, dizem analistas

terça-feira, janeiro 22nd, 2008

3macacos.jpgO tumor maligno que afecta os mercados bolsistas de Wall Street despoletou uma acesa controvérsia sobre a melhor cura para evitar que as metástases se propaguem pelo sistema financeiro. Numa primeira conclusão, os analistas parecem convergir no mesmo diagnóstico: o tempo ditará o sucesso ou insucesso da cura.

O que está a acontecer era expectável, desde o início de 2007, pelo menos… Mas, então, poucas eram as vozes, ouvidas pelos mercados. Igualmente, ninguém queria falar a verdade. A maioria não queria sequer ver.

Muitos sabiam que, os sinais do colapso do sistema hipotecário de alto risco, ou «subprime», visíveis em 2006, eram sérios avisos à navegação. A poderosa máquina dos “formatadores de opinião” achava, todavia, que o realismo das análises de professores universitários, analistas, traders e dos “market makers” conhecedores dos opacos mecanismos dos mercados da dívida e dos riscos a eles associados, eram pessimistas, exageradas e irrealistas. Por isso varreu varreu o lixo para debaixo do tapete, e continuou a excluir dos seus conteúdos temas desconfortáveis para a paz dos seus consumidores – a chamada opinião publicada ignorou, uma vez mais, a opinião pública.

Os mais avisados foram, cirurgicamente, extirpando das suas carteiras os tumores malignos e colocaram-se do outro lado da barricada – investiram nos produtos que geram lucros com o colapso dos mercados. É a opinião de alguns deles que vamos recapitular.

Que poderemos esperar nos próximos meses?

Quando regressará a estabilidade aos mercados?

A recessão americana vai afectar a economia real, à escala planetária?

Quais a consequências para as bolsas?

As taxas de juro?

O dólar?

E o ouro?

O Fed anunciou esta tarde, mais uma decisão – redução da taxa de juros directora em 0,75% – que temporariamente irá permitir aos mais atravidos, regressarem aos mercados com as carteiras recheadas de cash (ou dinheiro emprestado) para comprarem o que, pensam eles, já está maduro para ser adquirido. A preços de saldo.

A redução dos juros nos EUA é uma péssima notícia.

Quer saber porquê? Clique aqui

Dólar subiu ontem 2,52% no mercado brasileiro

terça-feira, janeiro 22nd, 2008

BCB_SedeInfluenciado pela queda das bolsas ao redor do mundo, o dólar comercial fechou hoje com uma alta de 2,52% no mercado brasileiro, cotado a US$ 1,829 para compra e US$ 1,830 para venda. Cotação do Dólar comercial / Compra: 1,829 – Venda: 1,830.

Fonte: Banco Central

Baixa dos juros nos EUA deve impulsionar real face ao dólar

quarta-feira, janeiro 16th, 2008

Real vai continuar a valorizar-se contra o dólarA continuação dos cortes dos juros pela Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos para evitar uma recessão deve impulsionar o real, mas ter efeito contrário sobre o peso mexicano. Win Thin, analista de mercados emergentes da Browne Brothers Harriman, em Nova Iorque afirmou à Reuters que “conforme as taxas caem nos Estados Unidos, o rendimento de algumas moedas latino-americanas sobe automaticamente.” O Fed deve reduzir a taxa básica de juros em pelo menos 0,50 ponto percentual, para 3,75 por cento, na reunião de 29 e 30 de janeiro.O crescimento econômico nos Estados Unidos desacelerou no ano passado e um número cada vez maior de economistas vem defendendo que uma recessão pode ser iminente. Nem mesmo a forte queda do dólar em 2007 em relação às moedas locais deve deter os investidores. “Ainda há espaço para maiores altas [das moedas locais] em lugares como o Brasil e Chile”, disse Thin. A Browne Brothers Harriman recomendou aos seus clientes que comprem a divisa brasileira. A corretora espera que o real supere a apreciação de 20% registada contra o dólar em 2007. A taxa de câmbio poderá atingir a cotação de 1,65 real/dólar, em 2008.

BCE e Fed voltam a injectar mais USD 20 mil milhões/bilhões nos mercados

quinta-feira, janeiro 10th, 2008

dollares - injecçõesO Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, numa acção conjugada com a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, aprovou hoje a continuação da oferta de dólares para injectar mais liquidez nos mercados interbancários, em Janeiro. A decisão visa “contribuir novamente para satisfazer as anormais necessidades de financiamento em dólares e fornecer os meios necessários para continuar a normalização do funcionamento dos mercados monetários.” Num comunicado à imprensa, o BCE indica que as medidas serão idênticas, em quantidade e procedimentos adoptados, à intervenção de 27 de Dezembro passado, realizada em conjunto com o Fed. Os montantes colocados a leilão para o refinanciamento dos bancos comerciais serão de 10 mil milhões/bilhões de dólares. As operações serão realizadas em duas tranches, respectivamente, nos dias 17 e 31 de Janeiro. O prazo de maturidade é de 28 dias. (pvc)

Bancos centrais dão as mãos para estancar hemorragia financeira global

quinta-feira, dezembro 13th, 2007

Operação global de salvamento dos bancosOs bancos centrais do planeta iniciaram ontem (quarta-feira) uma tentativa para salvar os bancos comerciais mais afectados pelo entupimento dos circuitos globais do crédito interbancário, evitar uma recessão da economia americana, a quebra da taxa de crescimento da economia mundial e o declínio dos activos em dólares, revelou a agência Reuters.Na maior acção conjugada desde o 11 de Setembro, os bancos emissores dos EUA, União Europeia (UE), Canadá, Inglaterra, Suiça, Japão e Suécia anunciaram o seu envolvimento num plano comum para aumentar a liquidez dos mercados interbancários através de massivas injecções de capital no sistema financeiro global. Desta forma procuram facilitar o acesso ao crédito dos bancos mais afectados pelo descalabro financeiro iniciado com a chamada crise “suprime” que fez implodir a bolha imobiliária norte-americana. A Reserva federal (Fed) dos Estados Unidos anunciou dois leilões de USD 20 mil milhões/bilhões (mm/bi), para a próxima semana. Em Janeiro de 2008 outros se seguirão, mas os montantes envolvidos não foram revelados. Num comunicado à imprensa o Fed esclareceu que “esta medida deverá ajudar a promover uma eficiente disseminação de liquidez quando os inseguros mercados interbancários se encontram sob stress.” O banco emissor americano acordou com os seus homólogos da UE e da Suiça uma mega operação de swaps em dólares, 20 e 4 mm/bi respectivamente, para revalorização do dólar e dos activos sedeados/depositados nas zonas dominadas pela divisa dos EUA. (pvc/ reuters)

VIE’s: O próximo escândalo financeiro global que está prestes a rebentar

segunda-feira, novembro 26th, 2007

Dólares em lume brando“A ausência de informação apropriada aos accionistas, por parte dos bancos, sobre os potenciais prejuízos [nos mercados hipotecário e da dívida] é talvez o maior escândalo desde o aperto do crédito que começou no passado Verão”, escreve Peter Eavis, na edição online da revista norte-americana Forbes.

O redactor-sénior da influente publicação económica e financeira dos Estados Unidos, aborda as consequências ainda ocultas do envolvimento dos gigantescos e globais conglomerados financeiros de Wall Street. “Por exemplo, no início do ano – escreve Eavis – Merrill Lynch, Citigroup e o Bank of America praticamente omitiram que um produto financeiro particularmente tóxico – Obrigações de Dívida «Colateralizadas» (CDO’s, em inglês) – podem ser causadoras de prejuízos da ordem de milhares de milhões/bilhões (mm/bi) de dólares. Tais prejuízos revelaram-se neste Outono. Atacaram os accionistas pelas costas e arrasaram as cotações dos títulos”.

O articulista dá como exemplo as “obscuras condutas” por onde fluem instrumentos financeiros cujo risco deriva, ou é subjacente, ao valor dos activos que garantem a respectiva solvência. Um pequeno número de operações, obrigou o Citigroup a incluir nos balanços, em apenas três meses, cerca de USD 25 mil milhões/bilhões (mm/bi) de prejuízos irrecuperáveis.

A vermelhinha: Norma FIN 46-R

O articulista da Fortune discorre largamente sobre as consequências que os previsíveis e descomunais incidentes de crédito terão em todo o sistema financeiro. “Os bancos continuam a ocultar” obstinadamente tais riscos aos accionistas, investidores e ao público em geral.

O artigo denuncia o facto de os bancos aproveitarem, na legislação que regula o mercado dos valores mobiliários nos Estados Unidos, a norma FIN 46-R, para esconderem a verdade dos números através de um enigmático item contabilístico – entidades de remuneração variável/variable interest entities (VIE’s) – onde são inscritas as exposições a vários tipos de risco não contabilizados. Estas VIE’s ameaçam transformar-se na verdadeira caixa de pandora dos “derivativos de crédito”.

A coberto da citada norma, legalmente e com a cúmplice anuência dos legisladores e reguladores, os bancos podem esconder a verdade do grau de risco a que os seus capitais próprios, e os depósitos dos seus clientes (passivo dos banqueiros), estão realmente expostos com toda a verdade e clareza.

No dia 3 de Agosto passado, o Citigroup informou os seus accionistas que a exposição aos CDO’s, incluída no balanço como capitais não consolidados (VIE’s), era de USD 75 mm/bi, mas sublinhava que os potenciais riscos “não se deveriam materializar. (…) Desde então os prejuízos estimados situam-se entre os USD 8 mm/bi e os USD 11 mm/bi (o que é sem sombra de dúvida materializável)”, escreve Peter Eavis concluindo:

“Imaginem como teriam sido melhor informados os investidores se as estimativas dos actuais prejuízos tivessem sido tornadas públicas. Agora pensem quão útil lhes teria sido o conhecimento antecipado das estimativas dos prejuízos com os quais os bancos tem que se haver, actualmente, nas agonizantes e multimilionárias condutas de riscos financeiros.” (pvc)

A Goldman Sachs prevê um cenário dantesco para a economia americana

domingo, novembro 25th, 2007

O efeito dominó vai agravar-se para a economia americanaO banco Goldman Sachs (GS) divulgou um atemorizador relatório sobre a evolução a médio prazo do sector financeiro estadunidense. O documento prevê que o preço dos imóveis ainda caia bastante, que os incidentes de crédito (pagamento de prestações) vão subir. As seguradoras de hipotecas e empresas financeiras para sobreviverem terão que proceder a generosos aumentos de capital e a injectar fundos multimilionários nas suas reservas. O cenário é dantesco: morte garantida do mercado «subprime»/alto risco, aperto substancial na concessão de crédito ao consumo, aumento gradual do desemprego com a inerente retracção nas despesas dos agregados familiares, ameaçadores sinais de acentuada recessão ou longa estagflação, com volatilidade e instabilidade permanente em 2008/2009.

Os analistas prevêem que, por aquela altura, o mercado oferecerá a investidores estrangeiros, designadamente das economias emergentes, marcas de grande valor global e «goodwill» a preços de saldo. Os BRIC e países membros da OPEP, aproveitarão o derrube sustentado do dólar para tomarem o controlo accionista de grandes conglomerados financeiros americanos.

O afundanço dos preços dos imóveis e a desaceleração/estagflação/recessão do ambiente económico vão afectar dolorosamente os títulos de hipotecas imobiliárias, sobretudo no segmento «subprime», ou de alto risco, segundo o detalhado estudo, no qual participaram alguns dos seus analistas da GS, e disponibilizado para o mercado desde o início da semana.

Os instrumentos financeiros subjacentes a (ou derivados de) empréstimos «subprime» poderão registar perdas superiores a USD 150 mil milhões/bilhões (mm/bi USD), lê-se no relatório. O banco estima em USD 22 mm/bi as amortizações que algumas empresas terão que incluir nos respectivos balanços no último trimestre do ano.

A Goldman Sachs, numa análise anterior ao grau de exposição do Citigroup, previra a gravidade da crise do crédito imobiliário nos EUA e o respectivo contagio aos mercados globais e, provavelmente, à economia real.

No início da semana as bluechips americanas caíram para as cotações mais baixas em três meses. O índice Asia MSCI também registou seu menor valor desde setembro. As acções ligadas ao sector financeiro foram as mais afetadas.

Os analistas prognosticam que as seguradoras e empresas de crédito hipotecário se vão dividir em dois grupos: as que lutarão a todo o custo para sobreviver – com avultados aumentos de capital para evitar a falência – e as que talvez resistam com meros cortes, mas sempre punidos pelos investidores, nos dividendos.

A Goldman inclui no primeiro grupo as empresas MBIA Inc, Ambac Financial Group Inc, Security Capital Assurance Ltd e Assured Guaranty Ltd. Os membros da aristocracia financeira de Wall Street como o Citigroup Inc, Washington Mutual Inc, First Horizon, National Corp and National City Corp, integram o segundo grupo. (pvc)

Ouro caminha gradualmente para os USD 1 000/onça em 2008

sábado, novembro 24th, 2007

Barras de Ouro - reservas bancos centraisOs contratos futuros de ouro subiram novamente ontem (sexta-feira) devido ao afundanço crónico do dólar, com fornecimentos para Dezembro a fecharem a USD 827,7/onça (+3,3%), na bolsa NYMEX (New York Mercantile Exchange). Esta foi a terceira subida consecutiva desde terça-feira.

A cotação do euro aproximou-se, como previramos anteriormente, dos USD 1,50, fechando a USD 1.4966 confirmando a aversão ao risco dos investidores face ao desempenho da economia americana. Diariamente repetem-se as notícias negativas sobre o comportamento dos mercados de acções, o aperto do crédito interbancário e comercial, a crise no mercado do papel comercial e o tsunami que infundiu estragos devastadores no segmento «subprime», crédito hipotecário de alto risco.

Jon Nadler, analista sénior da corretora de ouro Kitco Bullion Dealers afirmou que “a desgraça do dólar estimulou a nova corrida ao ouro como o porto sempre seguro para qualquer investidor.”

O facto de, em 8 de Novembro, ter chegado aos USD 847.50, a cotação mais alta nos últimos 28 anos, alimenta a convicção de que o drama do dólar vai levar o ouro para níveis acima dos USD 1 000/onça, dentro de alguns meses. (pvc/agências)