Archive for the ‘Direito’ Category

Portugal: Investigação em Direito é pouco crítica e auto-referencial

sábado, julho 10th, 2010

Miguel Poiares MaduroMiguel Poiares Maduro, professor catedrático especialista em Direito da União Europeia,  venceu a edição bienal do Prémio Gulbenkian Ciência, que em 2010 foi dedicado às Ciências Sociais e Humanas. Maduro afirmou ao Ciência Hoje que o prémio dado a um jurista da área da investigação é o reconhecimento da importância do desenvolvimento de carreiras científicas no Direito”, mas foi cáustico – “a investigação realizada no nosso país é de cariz auto-referencial, pautada pela prática e pouco crítica”.

A “excelência” do trabalho do vencedor, sobretudo nos domínios do Direito da União Europeia e do estudo comparado do Direito Constitucional e do Direito do Comércio Internacional foi unanimemente reconhecida pelo júri, composto por constituído por Fernando Lopes da Silva, João Ferreira de Almeida, Jorge Gaspar, Jaime Reis e Luís Cabral.

Na opinião do jurista, o reconhecimento da dimensão internacional da sua carreira é uma prova de que o trabalho científico realizado em Portugal na área do Direito tem de se globalizar. Uma vez que “o trabalho científico é encarado como um sub-produto” e geralmente realizado por “juristas na prática do Direito”, quando é feito por “pessoas de fora da área é visto com desconfiança”, lamenta.

Embora reconheça que sempre houve “grandes juristas” no país, o professor do Instituto Universitário Europeu, em Florença (Itália), defende que a comunidade científica é “muito pequena, contaminada e dominada pela prática”, havendo a necessidade da sua internacionalização.

“O Direito é entendido, de uma forma errada, como uma área puramente nacional, o que reduz a comunidade científica, a crítica e o debate, pelo que internacionalizar é a única solução”, referiu. No entanto, o investigador acredita que este panorama pode ser alterado pela “nova vaga de juristas”, que “está a dar passos nesse sentido”.

MRA Alliance

UE: Lei do divórcio pode abrir caminho a “Europa a 2 velocidades”

quinta-feira, julho 24th, 2008

O veto sueco à lei europeia do divórcio está a ser desafiado por nove estados membros da União Europeia (UE) dispostos a adoptar uma lei comum que, a verificar-se, reacenderá a polémica questão da “Europa a duas velocidades”. Áustria, França, Grécia, Hungria, Itália, Luxemburgo, Roménia, Eslovénia e Espanha estão prontos a accionar o chamado procedimento “cooperação reforçada”, previsto pelos tratados da União. Ele permite que um grupo mínimo de oito países possa adoptar legislação, com ritmos e/ou objectivos diferentes, dos restantes parceiros. Outros quatro Estados-membros – Alemanha, Bélgica, Lituânia e Portugal – estudam a possibilidade de se associarem à iniciativa. O mecanismo jurídico prevê uma cooperação mais estreita entre os estados que desejem prosseguir o aprofundamento da construção europeia mais rapidamente. A acontecer será utilizado pela primeira vez. Se a inciativa for aprovada pela Comissão Europeia (CE), só entrará em vigor após a aprovação por uma maioria qualificada dos 27. Observadores em Bruxelas, consideram que o mecanismo, criado para evitar a paralisia institucional do bloco, poderá abrir um precedente imparável se a comissão não resolver rapidamente o impasse criado pelo «não» irlandês ao Tratado de Lisboa. O processo de aprofundamento europeu, com ritmos diferentes, entre os diversos parceiros passaria a ser a regra e não a excepção, alegam os críticos. “A cooperação reforçada é uma questão muito sensível por nunca ter sido usada. Permite a vários Estados-membros avançar mais rapidamente que outros. Essa não é propriamente a imagem da UE que queremos transmitir,” disse uma fonte da presidência francesa, citada pela agência Reuters. Há anos que os países da UE não se entendem sobre a legislação comum relativamente a casos de divórcio entre casais europeus de nacionalidades diferentes. A questão tem sido bloqueada pela Suécia que se recusa a aceitar que as partes possam escolher a jurisdição que deverá julgar o divórcio. Existem substanciais discrepâncias entre o Direito de Família nos países nórdicos (mais tolerante) e nos países maioritariamente católicos (mais restritivo). Em Malta, por exemplo, o divórcio é proibido. O tema vai ser debatido amanhã, em Bruxelas, durante uma reunião dos ministros da Justiça e da Administração Interna. MRA/Agências

Gomes Canotilho em São Paulo

sexta-feira, junho 20th, 2008

O Prof. Dr. Gomes Canotilho profere hoje uma lição na Universidade de São Paulo, subordinada ao tema «Interpretação de acordo com a Constituição ou interpretação de acordo com os Direitos Fundamentais?».
Trata-se de uma iniciativa da Escola Superior de Advocacia. O local da conferência foi mudado para o Salão Nobre do Largo da São Francisco.
Na próxima semana, o constitucionalista português apresenta na Livraria Almedina, na Avenida Lorena, 670, um novo livro sobre a problemática das patentes pipeline no quadro do direito constitucional brasileiro.

Opinião: Rússia, Putin e a autoridade moral do Ocidente para os apoucar

segunda-feira, dezembro 3rd, 2007

Políticas, Democracias, Fraudes e outras “desgracias”A generalidade das chancelarias ocidentais e organizações multilaterais controladas pelos países ricos, afinam pelo mesmo diapasão dos oposicionistas russos: as eleições russas foram um logro, uma fraude, recheada de violações à lei, de atropelos intoleráveis aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e a “democraticidade do processo” foi deliberamente posta em causa pela pobre logística eleitoral disponibilizada pelo Czar Putin. Será que os russos deveriam seguir o exemplo das eleições presidenciais nos EUA, de 2000?
Ver o comentário de Pedro Varanda de Castro.

UE: Transferências de fundos comunitários podem ser rapidamente congeladas a partir de 2008

sábado, novembro 17th, 2007

PAC - O principal “buraco” do orçamento da UESiim Kallas, Comissário para Auditorias Financeiras avisou que a Comissão Europeia congelará transferências de fundos para estados membros, a partir de 2008, se os governos não melhorarem os controlos sobre o uso e aplicação dos dinheiros comunitários a nível nacional. A revelação foi feita, esta semana numa reunião da Comissão de Controlo Orçamental do Parlamento Europeu com o aviso que “actuaremos mais rapidamente na suspensão dos pagamentos intercalares (…) sempre que forem detectadas deficiências graves nos sistemas de controlo.” O relatório de 2006 do Tribunal de Contas da UE considerou terem sido feitos progressos em 70% dos controlos sobre subsídios agrícolas, com um nível de risco de 2%, classificado como “aceitável”.

Hubert Weber, presidente do Tribunal de Contas europeu, calculou que, em 2006, a Comissão deveria ter cancelado a transferência de 12% dos reembolsos de fundos estruturais face às não conformidades detectadas. Deputados europeus membros da comissão admitiram ser difícil a aprovação das contas face às irregularidades detectadas. O social democrata dinamarquês, Dan Jørgensen, relator da comissão, foi mais assertivo: “Será dificil votar positivamente as contas” na ausência de “respostas claras” face às dúvidas sobre o carácter pontual ou sistémico dos problemas. Jørgensen exigiu aos 27 estados membros da União Europeia, que gerem 80-85% dos fundos estruturais, a “intensificação dos controlos e assumam as suas responsabilidades”, criticando a brandura da Comissão. O deputado dinamarquês exigiu que os ministros das Finanças dos 27 façam declarações oficiais sobre a transparência da gestão dos fundos estruturais. Até agora, apenas a Suécia, Holanda e Reino Unido, concordaram. Em Novembro de 2006, a Comissão Europeia, congelou a transferência de 1,7 mil milhões de euros para o Reino Unido, após a descoberta de várias irrregularidades e problemas em organismos nacionais reponsáveis pelo pagamento de subsídios relacionados com o Fundo Social Europeu. Kallas enfatizou que a Comissão está “profundamente empenhada” nas declarações oficiais dos ministros das Finanças e informou ter enviado uma carta à presidência portuguesa, em 13/11/2007, para que os estados membros forneçam informação sobre os procedimentos usados nos controlos nacionais, até Fevereiro de 2008. Na missiva exigiu mais do que “um catálogo de auditorias efectuadas” e que os relatórios sejam validados por uma autoridade com poderes centrais, sob pena de não lhes acrescentarem valor.

Presidência portuguesa quer fechar acordos sobre protecção de dados

sexta-feira, novembro 9th, 2007

Protecção de Dados Pessoais - Os 10 mandamentos - CNPDA presidência portuguesa da União Europeia conta alcançar hoje acordos políticos entre os 27 a nível de protecção de dados pessoais e mediação civil e comercial, afirmou o ministro da Justiça à entrada para uma reunião em Bruxelas. Relativamente à decisão-quadro sobre a protecção de dados pessoais em matéria de cooperação penal e policial, Alberto Costa afirmou tratar-se de «um contributo muito importante para que a colaboração entre as polícias e os tribunais da Europa se possa desenvolver com protecção dos direitos individuais».Os 27 podem também fechar hoje um acordo sobre a mediação civil e comercial no plano europeu, que visa proporcionar alternativas para resolver conflitos mais eficazmente e com menos custos, mas fora dos tribunais, através da mediação. Estes serão dois dos «dossiers» hoje em discussão no segundo e último dia de trabalhos da reunião de ministros da Justiça e Assuntos Internos da União Europeia, a penúltima sob a presidência portuguesa, que termina a 31/12/2007.

Fontes: Diário Digital/Lusa

Padre português no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica

domingo, agosto 12th, 2007
Mário Rui Oliveira vai tomar posse a 1 de Outubro, em Roma, como ministro do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
O padre Mário Rui Oliveira,professor da Universidade Católica e juiz-presidente do Tribunal Eclesiástico de Braga, vai tomar posse a 1 de Outubro, em Roma, como ministro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, a mais alta instância judicial da Igreja. Em declarações ao Diário do Minho, jornal da Arquidiocese de Braga, o sacerdote revelou que o convite «já tinha sido feito há bastante tempo» mas que, «só agora foi possível aceitar este novo desafio». Natural de Joane, arciprestado de Vila Nova de Famalicão, o sacerdote disse ainda desconhecer o que «de concreto» lhe está reservado.

Fonte: Agência Ecclesia

Portugal simplifica venda e oneração de imóveis dispensando escritura pública

sexta-feira, agosto 3rd, 2007

Foi publicado um suplemento do Diário da República de 23 de Julho de 2007 que contém três diplomas reguladores de um novo regime simplificado para a alienação e oneração de imóveis e que cria a certidão de registo predial permanente.

Como todas as simplificações, também esta alteração legislativa reduz, de forma substancial, a segurança relativamente ao património imobiliário, sobretudo naqueles casos em que os registos não estão estabilizados e nas situações de usucapião.

Vai ser usucapir e vender de forma simplificada… imediatamente, antes que apareça o dono.

Fonte: MRA Newsletter

UE: Novo regime das obrigações extracontratuais

sexta-feira, agosto 3rd, 2007

Foi publicado o Regulamento (CE) nº 864/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Julho de 2007, relativo à lei aplicável às obrigações extracontratuais («Roma II»).

O Regulamento uniformiza o conceito de obrigações extra-contratuais e manda que o novo conceito se aplique em todo o espaço da União a partir de 11 da Janeiro de 2008, sem prejuizo de aplicação da norma do artº 28 até 11 de Julho de 2008.