Archive for the ‘Cuba’ Category

Merkel e Sarkozy de acordo sobre novo resgate grego

quinta-feira, julho 21st, 2011

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegaram a acordo esta madrugada sobre uma nova ajuda à Grécia, com o apoio do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.

Nas cerca de sete horas de reunião, em Berlim, para debater a crise da dívida na Europa, Sarkozy e Merkel «acordaram uma posição comum que foi transmitida ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, para integrar estes elementos nas suas consultas preparatórias da reunião dos líderes da Zona Euro», que terá hoje lugar, em Bruxelas, refere um comunicado da presidência francesa.

Também o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, informou que Merkel e Sarkozy estão determinados em aprovar o resgate grego e que o seu plano foi discutido com o presidente do BCE, que se juntou à reunião em Berlim, como com o presidente do Conselho Europeu, por telefone.

MRA Alliance/Agências

Cuba: Reformas do Partido Comunista abrem janela ao capitalismo

quarta-feira, abril 20th, 2011

Congresso do PCCSufocados por décadas de proibições, os cubanos respiraram aliviados, pois finalmente poderão comprar e vender casas e carros, além de receber créditos para negócios e cultivos, após o VI Congresso do Partido Comunista (PCC), que aprovou nesta terça-feira as reformas de propostas pelo colectivo presidido por Raúl Castro.”Raúl avança aos poucos, mas com um bom ritmo. Com a venda de casas e carros muita gente vai poder ganhar um dinheirinho e usá-lo, por exemplo, em negócios”, declarou à AFP Julio González, carregador de bagagens de 37 anos que trabalha no Centro Histórico de Havana.

Raúl Castro chegou ao governo, em julho de 2006, quando o seu irmão Fidel ficou doente e, paulatinamente, foi eliminando as leis que impediam que os cubanos se hospedassem em hotéis, alugassem carros ou comprassem eletrodomésticos.

Cerca de 90% dos cubanos são donos de suas casas, não pagam impostos por elas ou pagam rendas baixas, mas não podem vendê-las. A troca é um expediente ilegal que movimenta muitos milhares de dólares mas ao qual as autoridades fazem vista grossa.

Para já a alegria é contida. O Governo e o Parlamento ainda devem dar forma legal a esses acordos, o que desencadeia as suspeitas de muitos. Só podem comprar carros se houver autorização do governo, e, em casos excepcionais, com uma permissão especial, como ocorre com os músicos que viajam para o exterior e ganham avultados cachets.

Os cubanos apenas podem comprar livremente os velhos carros americanos, fabricados antes do triunfo da revolução de Fidel Castro, em 1959. “Conheço muita gente que vai ficar muito feliz com isto, porque há anos guardam dinheiro para comprar uma coisa ou outra”, comentou Freddy Muguercia, um taxista de 40 anos, que dirige um dos carros que são um símbolo cubano.

Com a compra e venda de casas, o Governo tenta enfrentar o persistente défice de centenas de milhares de residências em Cuba, agravado em 2008 após a passagem de três furacões que em poucos dias destruíram ou danificaram meio milhão de casas.

O Governo autorizou em abril do ano passado, que boa parte dos 11,2 milhões de cubanos pudesse reerguer as suas casas com esforços e recursos próprios, mas também eliminou os subsídios aos materiais de construção, o que dificultou as reconstruções. 

O congresso comunista autorizou outras duas propostas do Governo: o fornecimento de créditos bancários a trabalhadores privados, camponeses e à população em geral, incluindo a construção de casas, e a ampliação dos limites de terras ociosas a serem concedidas em usufruto aos agricultores com bons resultados.

“Para um ‘cuentrapropista’ (trabalhador privado) que começa, é muito oportuno ter créditos. Isso é saudável para o negócio”, disse Miriam Blanco, uma vendedora ambulante de pastéis, de 51 anos. Também serão beneficiados com esses créditos bancários boa parte dos mais de 128.000 cubanos que, desde setembro de 2008, receberam mais de um milhão de hectares de terras em usufruto, mas que enfrentam a falta de ferramentas e outros bens para produzir.

“Se o congresso aprovou, que isso venha muito rápido”, disse Blanco, que como todos os cubanos, sabem que os acordos do PCC são uma espécie de lei sem texto em Cuba, pelo menos, durante o governo de Fidel Castro.

MRA Alliance/AFP

Cuba: Fidel confirma que já não é líder do Partido Comunista

terça-feira, março 22nd, 2011

Fidel CastroNum artigo publicado na imprensa cubana e citado pela agência noticiosa norte-americana AP, Fidel Castro, agora com 84 anos, referiu-se aos problemas de saúde de que padece desde 2006: «Demiti-me sem hesitação de todos os meus cargos estatais e políticos, incluindo de primeiro secretário do partido… e nunca mais tentei exercer esses papéis».

Em 2006, Fidel transferiu as responsabilidades políticas para o irmão, Raul Castro. Dois anos depois, anunciou que não aceitaria um novo mandato como Presidente, com o irmão a suceder-lhe. Nunca chegou a ser feito nenhum anúncio oficial sobre o seu estatuto relativamente à liderança do Partido Comunista.

Segundo a AP, o site na Internet do Partido Comunista cubano continua a referir Fidel Castro como o primeiro secretário e Raul Castro como segundo secretário.

MRA Alliance

Wikileaks: Corrupção em Cuba é sistémica e endémica

domingo, janeiro 23rd, 2011

Telegramas diplomáticos norte-americanos filtrados pela organização Wikileaks dão conta da corrupção generalizada que se vive actualmente em todos os sectores da vida pública cubana.~

O jornal “El País”, que teve acesso aos documentos filtrados, fala de subornos, comissões ilegais, tráfico de influências e de práticas corruptas sistemáticas numa sociedade ameaçada pela penúria, noticia o a edição online do jornal Público.

A corrupção em Cuba transformou-se numa prática de tal forma generalizada que chega aos mais altos cargos da administração pública e a membros do Partido Comunista Cubano. Em alguns sectores assiste-se à actuação de verdadeiras “máfias”, indicam os telegramas.

Vários relatórios, declarações e dados compilados pela secção consular norte-americana em Havana dão conta destas práticas corruptas agora filtradas para a Wikileaks. Segundo os documentos é comum, por exemplo, a prática de cobrar comissões ilegais sempre que é preciso autorizar alguma coisa. Apesar das campanhas pedagógicas e das sanções contra as práticas corruptas, elas “reinam” em Cuba, “onde a maioria dos seus 11,2 milhões de habitantes trabalha em empresas do Estado”, escreve o “El País”.

Num dos telegramas a que o diário espanhol teve acesso via Wikileaks, o ex-embaixador espanhol na ilha de Cuba, Carlos Alonso, era citado como tendo comentado aos diplomatas norte-americanos que “a corrupção é necessária para sobreviver”. Para a diplomacia norte-americana, profundamente anti-castrista e que impõe um embargo a Cuba desde 1958, este monopólio estatal faz com que “corrupção e roubo seja a mesma coisa”, indicam os documentos.

A escolha de novos funcionários públicos – por outros funcionários que já trabalham para o Estado e têm poder de decisão nesta matéria – também é alvo de subornos. Empregos em que o futuro trabalhador poderá vir, ele próprio, a ganhar dinheiro extra – como por exemplo um trabalho junto dos sectores do turismo ou dos combustíveis – poderão custar aos candidatos muito dinheiro para terem a certeza que serão escolhidos. Os polícias são outra classe profissional famosa por aceitar subornos.

Os telegramas indicam igualmente que as práticas de corrupção estão particularmente instituídas nos sectores do turismo, da construção e da distribuição de alimentos. Nestas áreas a diplomacia americana fala da actuação de verdadeiras “máfias”.

Um dos telegramas enviados para Washington durante o ano de 2009 (194480) indica o seguinte: “A corrupção em Cuba é uma ferramenta de sobrevivência aceite. Os cubanos ganham uma média de 18 dólares por mês”. Perante este cenário, as autoridades toleram as actividades à margem da lei até certo ponto, mas quando assistem a desvios importantes actuam com severidade, escreve o “El País”.

MRA Alliance

Fariñas ameaça Havana se não for receber prémio Sakharov

sexta-feira, outubro 22nd, 2010

O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento de 2010 foi atribuído ontem ao cubano Guillermo Fariñas, alguém “que estava pronto a sacrificar a sua saúde e a sua vida para se concretizarem mudanças em Cuba”, declarou o presidente do Parlamento Europeu (PE), Jerzy Buzek, ao anunciar a escolha do opositor, que se tem distinguido pela resistência pacífica ao regime comunista de Havana. Esta é a terceira vez em menos de dez anos que o Parlamento de Estrasburgo distingue figuras da oposição anticastrista.

Declarando-se pessimista face a uma possível autorização de Havana para se deslocar a Estrasburgo e receber o Prémio a 17 de Dezembro, o opositor disse estar pronto a “iniciar uma greve de fome para que me deixem sair”. Todavia, esta decisão será tomada em comum “com os companheiros de luta mais próximos, com veteranos da oposição e também com a minha família”, disse Fariñas.

Ao ser informado da escolha do PE, Fariñas dedicou o prémio a todo o povo cubano. “Em nome de todas as mulheres e homens de boa vontade em qualquer parte do mundo, queremos agradecer esta distinção, que não é para mim, é para todo o povo de Cuba e Cuba é a minha pátria.”

Em 2002, o prémio foi atribuído a Oswaldo Paya Sardiñas, opositor activo desde os anos 60, que foi autorizado por Havana a sair do país para a cerimónia em Estrasburgo. Três anos depois, foram escolhidas as Damas de Branco, grupos de mães, mulheres, filhos e filhas de opositores na prisão, que se batem por uma amnistia geral aos presos políticos. Quando foram distinguidas, em 2005, o regime não autorizou a sua deslocação ao PE.

MRA Alliance/DN

Cuba: Irmãos Castro despedem 500 mil funcionários públicos

terça-feira, setembro 14th, 2010

A federação sindical cubana, a Central de Trabalhadores de Cuba, anunciou ontem a “redução de mais de 500 mil postos de trabalho no sector estatal e, paralelamente, o aumento no sector privado”. O objectivo é elevar a produtividade e tornar a economia mais eficiente. 

A superestrutura sindical cubana disse que é necessário realizar mudanças “inadiáveis” para “tornar mais eficiente o atual processo produtivo e laboral” e “avançar na construção do socialismo”.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, já havia anunciado em Abril um plano que previa o despedimento de mais de um milhão de funcionários públicos em cinco anos.

O Estado é o maior empregador em Cuba, e a decisão de eliminar 20% da sua força de trabalho deixa muitos cubanos em dúvida sobre o futuro. O governo prometeu apoiar os desempregados e recolocar os trabalhadores em outros sectores que costumam precisar de mão de obra no país, como agricultura, construção, educação e polícia.~

MRA Alliance/Agências

Cuba iniciou a libertação de dissidentes políticos

domingo, julho 11th, 2010

O governo de Cuba libertou três dissidentes políticos, segundo os familiares destes, atendendo a um acordo que prevê a libertação de 52 pessoas, diz a emissora britânica BBC citada pelo site português IOL.

O acordo de libertação é algo raro no país e pode transformar-se no maior da última década, o que poderia originar uma mudança nas relações internacionais cubanas. O governo não revelou quantos prisioneiros foram libertados no sábado.

A Igreja Católica de Cuba, que mediou o acordo de libertação, afirmou que pelo menos 17 pessoas vão procurar asilo em Espanha. De acordo com a agência AFP, dez dissidentes vão viajar para o país «em breve».

MRA Alliance

Cuba: Inesperada remodelação ministerial reforça poder dos militares

terça-feira, março 3rd, 2009

O presidente Raúl Castro substituiu hoje mais de uma dezena ministros e secretários estado com estatuto ministerial apeando do poder um conjunto de políticos ligados ao irmão Fidel por personalidades da sua confiança ligadas ao establishment militar cubano. Raúl Castro comandou as forças armadas de Cuba durante várias décadas. 

A mudança abrupta ocorre um ano após Fidel Castro ter renunciado aos cargos de liderança por motivos de saúde.

Analistas políticos não interpretam as mudanças como uma possível reaproximação imediata entre os governos cubano e norte-americano.

Carlos Lage, de 57 anos, aparentemente manteve o cargo de vice-presidente do Conselho de Estado, mas foi substituído como secretário do gabinete pelo general José Amado Ricardo Guerra, um oficial com uma longa carreira no Exército de Cuba durante décadas.

Lage tinha a reputação de ter salvo a economia cubana através de reformas económicas executadas após o colapso da União Soviética, em 1991.

A substituição mais surpreente para os observadores foi a do ministro dos Negócios Estrangeiros, Felipe Pérez Roque, de 43 anos, no cargo há dez anos. Pérez Roque, substituído pelo seu vice-ministro, Bruno Rodríguez Parrilla, foi líder da Juventude Comunista e secretário pessoal de Fidel Castro.

“Ele era alguém muito próximo a Fidel e que construiu a carreira trabalhando directamente com o líder”, afirmou Phil Peters, especialista em assuntos cubanos no Instituto Lexington, em Washington. “Todavia, isto não indica que seja uma reacção às mudanças na administração norte-americana”, opinou Peters.

José Luis Rodríguez García foi afastado do cargo de ministro da Economia e do Planeamento e também da vice-presidência do Conselho de Ministros. O seu substituto, Marino Murillo Jorge, ocupava o cargo de ministro do Comércio Interno.

O ministério da Indústria do Aço e da Mecânica passa a ser tutelado pelo general de brigada Salvador Cruz, que substitui Fernando Acosta no cargo.

O ministro do Trabalho, Alfredo Cartaya, também deixa o cargo.

Otto Rivero Torres saiu da vice-presidência do Conselho de Ministros, cuja coordenação e controlo ficarão com o vice-presidente de Governo, Ramiro Menéndez.  

Raúl de la Nuez Ramírez deixou o cargo de ministro do Comércio Exterior cedendo o posto a Rodrigo Malmiera Díaz.

Os ministérios do Comércio Exterior, Investimento Estrangeiro e Cooperação Económica, Indústria Pesqueira e Indústria Alimentar vão ser unificados, ficando sob a tutela de María de Carmen Concepción González.

Georgina Barreiro Fajardo foi afastada do cargo de ministra de Finanças que passará para a tutela de  Lina Pedraza Rodríguez.

As mudanças no gabinete ministerial anunciadas visam agilizar as tarefas do poder executivo, segundo comunicado emitido pelo Conselho de Estado de Cuba.

MRA Alliance/Agências

Cuba disposta a dialogar com EUA sem pré-condições

segunda-feira, novembro 10th, 2008

O primeiro vice-presidente cubano, José Ramón Machado, disse que a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos é “interessante” e lembrou que o líder cubano, Raúl Castro, está disposto a dialogar “incondicionalmente”.

“É interessante e realmente demonstra que houve uma mudança, houve algo que não é habitual”, disse Machado a jornalistas, durante uma visita a Santa Cruz del Sur, para conhecer os efeitos do furacão Paloma.

Cuba está disposta a falar com os Estados Unidos “incondicionalmente” e em “plano de igualdade”, disse o vice-presidente cubano.

Machado assegurou que apesar de, durante a campanha eleitoral, o presidente eleito dos Estados Unidos ter manifestado abertura para falar com todos os países, “governar é outra coisa”. “[Obama] não está sozinho, (…) há outros interesses, outras coisas”, disse Machado.

MRA Dep. Data Mining/Agências

Cuba: Reformas fazem UE suspender sanções

sexta-feira, junho 20th, 2008

Raul CastroA União Européia (UE), incentivada pelas “mudanças empreendidas pelo presidente Raúl Castro” em Cuba, decidiu hoje, por unanimidade, suspender as sanções diplomáticas que havia imposto ao regime cubano. A República Checa manteve que as medidas restritivas poderão ser retomadas daqui a um ano. A suspensão, adoptada durante a presente cimeira da UE, em Bruxelas, visa melhorar a situação política e dos direitos humanos na ilha e facilitar um processo de diálogo político “recíproco, incondicional, não discriminatório e voltado para obtenção de resultados”. Embora a UE tenha dito que a decisão foi unânime, os defensores do fim das sanções tiveram que convencer República Checa, Suécia e Alemanha, que demonstraram sérias reservas quanto o estreitamento dos laços com Havana. As medidas restritivas aprovadas pela UE em 2003 – após a prisão de 75 opositores cubanos – limitaram as visitas governamentais de alto nível, reduziram a participação das nações europeias em manifestações culturais cubanas e estreitaram os laços com a oposição. MRA/Agências

Palop’s vão acompanhar África na retracção econonómica até 2010

sexta-feira, junho 13th, 2008

O crescimento económico dos países africanos de língua oficial portuguesa deverá acompanhar o abrandamento global do continente, que cairá de 6,3 por cento este ano para 5,6 por cento em 2009, segundo o Banco Mundial (BM). Nos termos do relatório “Desenvolvimento Global”, divulgado pelo BM à margem da conferência anual da organização dedicada ao desenvolvimento (ABCDE), que terminou ontem na Cidade do Cabo, África do Sul, o crescimento económico em Moçambique descerá de 7,2 por cento em 2008, para 6,7 por cento em 2009 e 6,6 por cento em 2010. Em Cabo Verde a tendência será semelhante: 7,1 por cento de crescimento este ano, 6,9 por cento em 2009 e 6,4 por cento em 2010. Angola terá, nas previsões do BM, a queda mais acentuada, passando de uma previsão de crescimento de 25,4 por cento este ano para 6,7 por cento em 2009, voltando a subir para 10,2 por cento em 2010. A oscilação, de acordo com Hans Timmer, co-autor do relatório, reflecte “quase integralmente o desempenho da produção petrolífera”. A Guiné-Bissau será o único país lusófono africano a crescer, embora timidamente, nos próximos anos, de acordo com o BM – 2,9 por cento em 2008, 3,3 por cento em 2009, 3,4 por cento em 2010. No relatório, o BM realça que a taxa e crescimento prevista para o continente africano em 2008, 6,3 por cento, é, ainda assim, “a mais elevada em 38 anos”. O crescimento previsto para 2010, 5,9 por cento, está “ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos”.

MRA/Agências

Cuba quer Brasil como parceiro número um

domingo, junho 1st, 2008

O vice-presidente cubano Carlos Lage afirmou que o seu país está disposto a ter o Brasil como seu principal parceiro, como expressou o chefe da diplomacia brasileira, Celso Amorim, que se reuniu ontem com o presidente de Cuba, Raúl Castro. “Agora temos o desafio de que o Brasil seja o parceiro número um de Cuba e estamos favoravelmente dispostos a este objetivo”, disse Lage em declarações divulgadas pela oficial Agência de Informação Nacional (AIN). A sessão conjunta de representantes de ambos países, com o intuito de analisar a evolução dos 10 acordos bilateriais assinados em Janeiro, abrangendo o sector agrícola, energético e médico-farmacêutico, entre outros. Neles está incluído o financiamento da compra de alimentos, no valor de 200 milhões de dólares, o aumento da capacidade de uma fábrica de níquel e equipamentos para piscicultura. O comércio bilateral, em 2007, atingiu os USD 450 milhões, estimulado por importações cubanas de alimentos, maquinaria agrícola e equipamentos de transporte. Em contrapartida, Cuba aumentou as exportações para o Brasil, principalmente com produtos de biotecnologia e farmacêuticos. Fonte: MRA/Agências

Filha de Raul Castro apoia reformas e liberdade de circulação para o povo cubano

sábado, maio 10th, 2008

Mariela CastroOs cubanos devem poder sair livremente do seu país, considera Mariela Castro, a influente filha do presidente cubano Raul Castro, entrevistada pelo diário espanhol “La Vanguardia”. Havana não autorizou esta semana a comentadora política cubana Yoani Sanchez a deslocar-se a Madrid para receber um prémio de jornalismo atribuído pelo diário “El Pais”. “Não é preciso privar as pessoas do seu direito de sair do país. Quanto a mim, é necessário dar autorização a todos os que queiram sair” para o estrangeiro , declarou Mariela sobre a vontade crescente dos cubanos de poderem viajar livremente.

A sobrinha de Fidel Castro, que em Cuba dirige o Centro Nacional de Educação Sexual e milita pelos direitos dos homossexuais, diz que não tem intenções de fazer política em Cuba. Mariela explica que seu pai, que sucedeu ao irmão mais velho Fidel na liderança dos destinos do Estado cubano, quer introduzir reformas, mas “lentamente.” “Não queremos instaurar uma sociedade de consumo, mas produzir bens e serviços de que as pessoas precisam” , precisou a filha de Raul Castro, relativamente ao acesso a certos bens de consumo liberalizado recentemente pelo governo de Havana. MRA/Agências

Primeiros sinais de mudança na Cuba pós-Fidel

sexta-feira, fevereiro 29th, 2008

fotografias de dissidentes cubanos presosCuba assinou dois importantes acordos internacionais sobre direitos humanos, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, escassos dias após a tomada de posse de Raúl Castro como novo presidente da ilha caribenha. Os tratados, que fazem parte da Convenção das Nações Unidas sobre Direitos Humanos, obrigam o regime cubano a garantir aos seus cidadãos vários tipos de direitos civis. Mais…

Opinião: Os efeitos especiais do ruidoso silêncio de Fidel Castro

terça-feira, fevereiro 26th, 2008

Fidel comanda via telefoneInacessível e invisível, Fidel Castro conseguiu uma brilhante vitória na batalha político-mediática sobre o futuro que a sua anunciada resignação como “Comandante em Chefe” terá para Cuba. A agora tão em moda “mudança de regime”, glorificada pelos neo-conservadores americanos e europeus, está a ser difícil de engolir e digerir. Mais…

Pedro Varanda de Castro

MRA, Dep. Data Mining

Consultor

UE oferece «diálogo político construtivo» a Raúl Castro

segunda-feira, fevereiro 25th, 2008

Queda de Fidel, irmão Raúl ajuda«A Comissão Europeia está disposta a continuar a trabalhar com o governo cubano, em coordenação com os nossos parceiros da União Europeia, para melhorar e aprofundar questões de interesse comum, como o ambiente e as mudanças climáticas», disse o comissário europeu para o Desenvolvimento, Louis Michel, informa o Diário Digital.

Michel deverá deslocar-se a Havana a 6 de Março, numa visita de dois dias. Raúl Castro iniciou hoje em Cuba a era pós-Fidel, apoiado pelos militares e ao lado da velha guarda comunista, que moderou expectativas sobre as mudanças económicas exigidas pelos cubanos. (pvc)

Fidel Castro deixa o poder após 50 anos de ditadura

terça-feira, fevereiro 19th, 2008

Fidel faz prova de vida com jornal do diaO veterano líder Fidel Castro anunciou hoje que não continuará como presidente de Cuba, despedindo-se do poder depois de quase meio século e colocando fim a uma era. Fidel, de 81 anos, num texto publicado pelo jornal oficial Granma, reconhece a incapacidade para recuperar de uma doença, nunca revelada, que o obrigou a transferir o poder, há um ano e meio, para o irmão Raúl. Com esta decisão, o líder cubano renuncia à reeleição, em 24 de Fevereiro, como chefe do Estado cubano.

“Aos meus estimados compatriotas, que me fizeram a imensa honra de me eleger em dias recentes como membro do Parlamento, lhes comunico que não aspirarei nem aceitarei – repito – não aspirarei nem aceitarei, o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante-chefe”, escreveu Fidel num texto publicado hoje pelo diário oficial do Partido Comunista cubano.

A sucessão de Fidel terá um sabor dinástico. O Parlamento cubano vai reunir-se no domingo para renovar o Conselho de Estado, que Fidel presidia até agora. Raúl Castro, um general de 76 anos, desde 1959, foi o braço direito do irmão mais velho, substituindo-o interinamente desde julho de 2006, é o candidato mais provável. Mais…

(pvc/agências)

TV cubana acusa apresentador de “traição” por fugir para os EUA

segunda-feira, dezembro 17th, 2007

Carlos Otero fugiu da televisão cubana e pediu asilo político nos EUAO Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT) qualificou de “traidora” a atitude do Carlos Otero, que pediu asilo nos Estados Unidos no começo da semana. Otero apresentava o programa dominical “Con Carlos y Punto”, pela emissora de TV “Cubavisión”.

Num comunicado, a emissora denunciou que a “atitude traidora (de Otero) o separa do povo, sua decisão o coloca entre os que sonham em aniquilar o que foi conquistado com o sacrifício e o esforço de várias gerações de cubanos dignos”. Depois de vários meses em horário nobre, “Con Carlos y Punto” tornou-se um dos programas mais populares da TV cubana. No começo desta semana, o apresentador foi aos Estados Unidos com sua esposa e dois filhos e pediu asilo, após ter viajado ao Canadá, onde se encontrava para realizar um programa especial de fim de ano. Fonte Folha/EFE

Fidel Castro é recandidato à presidência de Cuba

segunda-feira, dezembro 3rd, 2007

Os irmãos Fidel e Raúl Castro - A dinastia castrista quando o “El Comandante” ainda respirava saúdeFidel Castro foi ontem (domingo) indigitado como n.º 1 da lista de candidatos a deputados ao parlamento nacional nas próximas eleições legislativas em Cuba, marcadas para 20 de Janeiro. Por inerência formal continuará a ser o principal líder político e militar do país, dando mais um sinal de ainda não estar “politicamente morto”, como muitos analistas e observadores internacionais têm sugerido. “Fidel está a trabalhar como presidente do Conselho de Estado”, disse um alto dignitário cubano, para quem a nomeação de ontem é “uma prova da recuperação” do líder cubano.

Apesar de não exercer funções desde 31 de Julho de 2006, por motivo de doença, a indigitação foi votada, por unanimidade e aclamação, pelos delegados à convenção nacional das 169 Assembléias Municipais da ilha caribenha, realizada em Santiago de Cuba. Tradicionalmente, o poder absoluto de Fidel é plebiscitado, há quase meio século, como candidato pelo círculo eleitoral de Santiago, cidade situada 900 km a leste da capital, Havana.

Foi naquela cidade, em 1959, que o então futuro aliado da ex-União Soviética, proclamou o triunfo da revolução cubana ao derrubar Fulgêncio Baptista que, nos anos 40 e 50, serviu obedientemente os interesses das administrações americanas, das suas multinacionais e da máfia norte-americana.

Actualmente com 81 anos, e devido à sua prolongada doença (16 meses), caso Fidel não fosse agora indigitado como candidato às eleições, abriria caminho para a sua substituição definitiva na líderança política e militar de Cuba, dando início à era pós-Fidel e, com ela, à incontornável “revolução geracional” do governo cubano. Uma espécie de “perestroika” e “glasnost” à la Habana…

A presidência de Cuba é interinamente exercida pelo seu irmão Raúl que acumula o cargo com o de ministro da Defesa. O “príncipe herdeiro”, com a provecta idade de 76 anos, também foi indigitado candidato pelo município cubano de Segundo Frente. Caso o “mano” Fidel abra mão de ser reeleito, o que é pouco provável enquanto a sua morte física não for oficialmente reconhecida, Raúl manterá a situação actual num clima de “business as usual”. A missão que lhe foi confiada por “El Comandante” consiste em tentar manter, a todo o custo, a dinastia castrista na encantadora ilha, localizada a menos de 200 km, por mar, da solarenga e norte-americana cidade de Miami, na Flórida. (pvc/agências)