Archive for the ‘Crise’ Category

Défice público baixou 2.000 milhões em oito meses

terça-feira, setembro 20th, 2011

Após os sucessivos planos de austeridade lançados pelo anterior Governo e pelo actual, as contas do Estado parecem estar a melhorar. Entre Janeiro e Agosto deste ano, o défice público baixou em dois mil milhões de euros.

O saldo negativo está agora nos 7.200 milhões de euros, quando no mesmo período do ano passado estava nos 9.200 milhões de euros. Estes dados referem-se ao saldo do subsector Estado e à Segurança Social. Isto é, ficam de fora os Fundos e Serviços Autónomos, por exemplo, os hospitais, e também os municípios e as regiões autónomas, que como sabemos, no caso da Madeira, estão a mostrar surpresas negativas.

Por outro lado, as contas da execução orçamental referem-se ao saldo entre todas as verbas que a Administração Central e a Segurança Social receberam e tudo o que tiveram efectivamente de pagar, isto é a chamada contabilidade pública. De fora ficam os compromissos assumidos que só se percebem pela chamada contabilidade nacional. O que significa que, quando se fizer o acerto final das contas do estado neste período, o saldo pode ser diferente.

Recorde-se que é pela chamada contabilidade nacional que o Governo tem justificado o agravamento das medidas de austeridade por serem detectadas diferenças significativas nas contas do Estado.

MRA Alliance/SIC Noticias

Madeira: Passos isola politicamente Jardim e endurece críticas ao Governo Regional

terça-feira, setembro 20th, 2011

O líder do PSD e primeiro-ministro Passos Coelho não vai fazer campanha na Madeira ao lado de Alberto João Jardim para as eleições regionais, marcadas para 9 de Outubro, e não poupa críticas ao líder regional.

O primeiro-ministro, em entrevista à RTP1, afirmou que enquanto líder do Executivo não se deve envolver em disputas partidárias e menos ainda quando foi “conhecida uma situação greve e irregular”, referindo-se à dívida da região escondida por Alberto João Jardim e que rondará os 1891,3 milhões de euros.

“Nas actuais condições, em que foi conhecido pelo país uma situação que é grave e que é irregular, que tem custos de reputação para Portugal, não seria compreensível que o primeiro-ministro fizesse qualquer confusão de carácter partidário e se envolvesse na campanha eleitoral da Madeira”, afirmou.

O primeiro-ministro afirmou ainda que “o Governo tem de assegurar, em primeiro lugar, que todo o trabalho que vai ser feito e completado de avaliação da real situação da Madeira não será objecto de olhares partidários, mas de olhares de Estado”.

O Governo, acrescentou Passos Coelho, “tem nesta altura uma responsabilidade muito grande: aos eleitores da Madeira, ao país e à comunidade internacional mostrar exactamente qual é a dimensão das finanças públicas no arquipélago e, sobretudo, criar condições para que se possa corrigir uma coisa que não devia ter acontecido e que não pode voltar a acontecer”.

MRA Alliance/Público

O começo do fim do jardinismo madeirense

segunda-feira, setembro 19th, 2011

Até sexta-feira passada, Alberto João Jardim era o único político português invencível – e inimputável também. Todos os líderes do pós-25 de Abril, de todos os partidos, ganharam e perderam, tiveram o amor do povo e o seu ódio correspondente, à vez. De Mário Soares a Cavaco Silva, todos viveram os seus momentos “horribilis”, provaram o fel da impopularidade e sofreram derrotas estrondosas. A única excepção à normalidade democrática era, de há 33 anos para cá, Alberto João Jardim, refere hoje a edição online do jornal i

Todos os que prometeram guerra a Jardim acabaram a deitar a toalha ao chão, humilhantemente. António Guterres, nos idos 90, descobriu o “défice democrático” da Madeira – e o seu líder parlamentar de então, Jaime Gama, levou a causa ao ponto de, numa famosa sessão parlamentar, ter comparado Jardim ao ditador da República Centro-Africana “Bokassa”. Quase vinte anos mais tarde, em 2008, já Presidente da Assembleia da República, o mesmo Jaime Gama foi à Madeira elogiar a governação de Alberto João e, mais, apontá-lo como “o exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo”.

Depois de António Guterres, até antes de ter chegado ao governo, ter metido a viola do défice democrático da Madeira no saco, veio Sócrates e tentou pôr cobro ao festival jardinista. A “megera lei socialista das finanças regionais” – como ainda ontem lhe chamou o presidente do governo regional da Madeira – foi o mote para a estrondosa demissão de Alberto João e convocação de eleições antecipadas. E o povo madeirense renovou a confiança a Alberto João Jardim.

As finanças regionais continuaram no centro do dramalhão político: a demissão do governo Sócrates esteve iminente, com Teixeira dos Santos a ameaçar demitir-se se as cedências a Jardim fossem feitas. Um braço-de-ferro neurótico que terminou a favor de Jardim, depois da tragédia que em Fevereiro de 2010 abalou a Região Autónoma. A desgraça aniquilou a guerra das transferências e Sócrates e Jardim ficaram amigos – com Teixeira dos Santos, isolado, a clamar que não deveria ser assim.

Isto é só um avo de uma história recente em que os insultos de nível abaixo de zero e as ameças  de independência pontuaram o discurso do homem que era “assim”, uma espécie de fardo que o PSD nacional e o país tinham de acarretar por obrigação democrática. As vitórias consecutivas aniquilavam qualquer resposta.

Agora, aparentemente, o mundo mudou. Pela primeira vez, Jardim foi apanhado em flagrante delito e com Portugal sob o fogo amigo dos mercados internacionais, a sua margem de manobra reduziu-se drasticamente. Pode não ser o fim, mas é o começo disso.

Bancos centrais coordenam-se para injectar liquidez

sexta-feira, setembro 16th, 2011
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou ontem uma acção concertada com a Reserva Federal (Fed) norte-americana, o Banco de Inglaterra, o Banco do Japão e o Banco Nacional Suíço para injectar liquidez em dólares aos bancos da Zona Euro.

A operação visa assegurar que a banca europeia tenha divisa norte-americana suficiente até ao final deste ano.

MRA Alliance/DD

Governo ataca despesa com extinção de entidades públicas e redução de cargos dirigentes

quarta-feira, setembro 14th, 2011

O primeiro-ministro Passos Coelho anunciou  esta tarde no Parlamento que serão extintas 137 entidades públicas no âmbito da redução do peso da despesa no Orçamento Geral do Estado.

“Serão extintas cerca de 162 entidades no âmbito da Administração Central, serão criadas novas 25 através de fusões de entidades existentes, e isso dá um saldo líquido de cerca de 137 entidades que serão extintas e que beneficiarão a Administração Central para futuro de uma estrutura mais leve que pese menos aos bolsos dos contribuinte”, afirmou Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal, no Parlamento.

O primeiro-ministro acrescentou que “será de 100 milhões de euros o impacto orçamental durante o ano de 2012 que esta medida trará” e, quanto aos 1712 lugares dirigentes a extinguir, referiu que isso “equivale a cerca de 27 por cento de redução”.

Passos Coelho assinalou que esta redução de lugares que vai ser aprovada pelo Conselho de Ministros nesta quinta-feira fica “muito acima, portanto, dos 15 por cento que tinham ficado indicados como objectivo importante a alcançar”.

O Governo estabeleceu, no dia 20 de Julho, as linhas gerais do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC), fixando como “objectivo mínimo uma redução de pelo menos 15 por cento do total das estruturas orgânicas de cada ministério e de pelo menos 15 por cento do número de cargos dirigentes, tanto de nível superior, como de nível intermédio”.

MRA Alliance/DN

Troika obriga a cumprir cortes de 15% este ano

terça-feira, setembro 13th, 2011

A troika vai obrigar as empresas públicas a cortar 15% de custos operacionais até ao final deste ano. Segundo o relatório do Programa de Assistência Económica e Financeira publicado hoje, a troika não vai abrir excepções no cumprimento das metas ainda que algumas empresas, nomeadamente na área dos transportes, tenham estado a negociar cortes mais faseados.

A troika diz que até ao final do ano serão para implementar cortes de “pelo menos 15%” nas sociedades controladas pelo Estado central, sendo que nas locais e regionais deverão estar concluídos planos para proceder a cortes semelhantes até ao final deste mês.

A troika impõe ainda que até ao fim de 2012 a maioria das empresas públicas, com excepção das mais problemáticas, atinjam o equilíbrio operacional.

Para isso, diz o documento, o Governo irá elaborar um documento estratégico a rever a estrutura de tarifas e de serviços a nível local, central e regional com metas numéricas e de redução de custos incluindo “realinhamento de salários, redução de emprego ou mais aumento de tarifas se necessário” até ao fim deste mês.

MRA Alliance/JdN

“Precisamos de penalidades orçamentais para políticos”, diz Silva Lopes

terça-feira, setembro 13th, 2011

O antigo ministro das Finanças defendeu hoje, numa conferência da Ordem dos Economistas, que deveria haver penalizações para os políticos que não cumprissem as regras de sustentabilidade das contas públicas. Um alerta numa altura em que Portugal inscreve na sua Lei de Enquadramento Orçamental a proibição de manter um défice superior a 0,5% do PIB.

“Precisamos de penalidades orçamentais para políticos. Por exemplo, quem não cumprisse as regras não podia ser de novo eleito durante um período de tempo. Até o presidente da Madeira já admitiu que faz despesa para impedir que a Esquerda chegue ao poder. Temos de impedir isto”, disse Silva Lopes.

Para o antigo ministro, Portugal tem de melhorar a qualidade dos seus procedimentos orçamentais, incluindo, além de penalizações, um sistema de controlo mais eficiente, apoiado por auditorias mais regulares. “Não temos suficientes auditorias nos serviços públicos, autarquias incluídas”, afirmou Silva Lopes.

Outra proposta feita por Silva Lopes foi a criação de um “organismo poderoso”, incorporado no Ministério das Finanças, que teria a obrigação de analisar e aprovar os orçamentos dos vários órgãos do Estado, de maneira a facilitar o acompanhamento da situação financeira das Administrações Públicas.

Silva Lopes considerou ainda que o actual programa de ajustamento é “difícil” e que as circunstâncias em que vai ser aplicado são bastante mais complicadas, devido à adversa conjuntura externa.

MRA Alliance/JdN

Número de pobres nos EUA ultrapassa 46 milhões

terça-feira, setembro 13th, 2011

A taxa de pobreza dos Estados Unidos subiu em 2010 para o nível mais alto de quase duas décadas. Já o rendimento das famílias registou uma queda. Os números evidenciam o impacto da pior crise financeira em sete décadas, de acordo com a Bloomberg. Os dados foram divulgados pela unidade Census Bureau do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, e revelaram que a proporção de pessoas a viver em situação de pobreza subiu para 15,1% no ano passado, contra 14,3% em 2009. O rendimento médio das famílias caiu 2,3% em 2010.

São cerca de 46,2 milhões os norte-americanos que vivem em condições consideradas de pobreza, o que corresponde ao número mais alto desde que o Census Bureau começou a contabilizar este indicador, há 52 anos.

Segundo a Bloomberg, os dados podem também ter piorado nos últimos meses devido ao enfraquecimento da economia. “As famílias estão a lutar para pôr comida na mesa e não têm poder de compra para ajudar a economia a recuperar”, disse Isabel Sawhill, da Brookings Institution, em declarações à Bloomberg.

MRA Alliance/JdN

Alemanha previne-se contra eventual default grego

segunda-feira, setembro 12th, 2011

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, prepara-se para a possibilidade do colapso da Grécia, depois de Atenas ter admitido que a economia do país deverá contrair 5% este ano, em vez da recessão de 3,8% anunciada em Junho. Nesse caso, será impossível atingir o défice de 7,6%, em 2011, acordado com a ‘troika, impedindo o envio da próxima parcela da ajuda financeira internacional.

A edição desta semana da revista Der Spiegel, citando fontes próximas do gabinete de Schäuble, revela que funcionários do Ministério das Finanças alemão estão a analisar cenários prevenindo um eventual incumprimento dos pagamentos da Grécia e avaliando o impacto dessa situação na zona euro.

A revista diz que estão a ser considerados dois cenários de uma eventual falência técnica da Grécia: no primeiro o país continua na zona euro, enquanto no segundo Atenas deixa a moeda única, voltando à dracma, o que provocaria uma subida em flecha da dívida pública grega, que está em euros, e o colapso dos bancos.

Nos dois cenários, os especialistas sugerem a abertura de linhas de crédito preventivas para países como Espanha e Itália, caso tenham dificuldade em financiar-se nos mercados, e az concessão de ajudas a alguns bancos da zona euro com  excesso de exposição à dívida grega.

O jornal alemão adianta que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) também têm um papel importante na elaboração daqueles cenários. Brevemente, o FEEF terá mais poderes de acordo com as decisões tomadas na cimeira extraordinária da União Europeia de 21 de Julho.

A iminência de um incumprimento grego acentuou-se depois de terem sido suspensas as negociações entre o Governo helénico e a missão de inspectores da União Europeia e do FMI devido à descoberta de uma derrapagem orçamental de 1,7 mil milhões de euros.

MRA Alliance/DE

Grécia avança com mais austeridade para evitar incumprimento

segunda-feira, setembro 12th, 2011

O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, perante a ameaça de congelamento da próxima parcela do resgate em vigor, anunciou ontem um novo imposto sobre o imobiliário, que vai afectar todos os proprietários de casas. Atenas vai cobrar, em média, quatro euros por cada metro quadrado, oscilando entre um mínimo de 50 cêntimos nas zonas mais pobres e um máximo de 10 euros nas áreas mais ricas do país. A medida vai durar dois anos. Além disso, o Governo decidiu também cortar um mês de salário a todos os políticos.

As novas medidas de austeridade de emergência foram aprovadas num conselho de ministros extraordinário, depois de o primeiro-ministro grego ter dito ontem que a prioridade é “salvar o país da bancarrota” e garantido que irá fazer tudo o que for necessário para atingir as metas orçamentais.

“Tomámos esta decisão para evitar a catástrofe para o nosso país e os nossos cidadãos. Vamos permanecer no euro e isso significa decisões difíceis”, disse o ministro das Finanças, sublinhando que o Governo “decidiu enfrentar uma situação especialmente nefasta à Grécia na Europa e nos mercados, fazendo um novo esforço nacional”.

As duas medidas vão ajudar o Governo a atingir as metas do défice de 17,1 mil milhões de euros em 2011 e de 14,9 mil milhões de euros em 2012, colmatando uma derrapagem orçamental de dois mil milhões de euros para este ano, motivada pelo agravamento da recessão, que será perto de 5% do PIB este ano, pior que a contracção de 3,8% esperada em Junho.

A nova vaga de austeridade surge depois de o euro ter resvalado para mínimos de seis meses e de os juros gregos terem voltado a bater novos máximos desde a adesão ao euro na semana passada, com os mercados a descontarem um ‘default’ da Grécia. As ‘yields’ gregas das maturidades a um e dois anos superaram os 57% e 97%, respectivamente.

O Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, reagiu dizendo que as decisões tomadas pela Grécia demonstram o compromisso de Atenas de atingir as metas orçamentais este ano e no próximo. “A Grécia necessita de alcançar os objectivos orçamentais e levar a cabo as reformas estruturais acordadas para garantir” ajuda externa, disse.

Nos últimos dias, responsáveis da União Europeia e do Fundo avisaram que a próxima ajuda à Grécia não está garantida e que o Governo tem de cumprir as metas orçamentais acordadas. Isto depois de terem sido suspensas de uma forma intempestiva as negociações entre Atenas e a troika sobre a próxima parcela do actual resgate, no valor de 110 mil milhões de euros, concedido em 2010.

Em entrevista à edição de domingo do jornal alemão Der Tagesspiegel, publicada hoje, a chanceler Angela Merkel, revelou ter pedido ao Governo grego que não desista do seu esforço reformista e insistiu que as ajudas europeias só irão para a frente se Atenas cumprir com as condições impostas para o resgate. Num clima de crescente recusa dos alemães em prosseguir no apoio ao resgate da Grécia, Merkel pediu no entanto paciência para com o país mediterrânico, argumentando que os problemas criados durante anos não se podem resolver da noite para o dia.

MRA Alliance/DE

Agência de notação independente dos EUA diz as verdades inconvenientes…

sábado, setembro 10th, 2011

A Weiss Ratings, agência independente de notação financeira dos Estados Unidos, baixou ontem a classificação do Bank of America (BofA) para lixo (de D+ para D), confirmando crescentes rumores em Wall Street que admitem a possibilidade de o maior banco norte americano em activos – mais de USD 2,2 triliões (2,2 biliões na terminologia europeia) – correr sérios riscos de falência e de poder vir a ser nacionalizado pela administração Obama.

Entre Outubro de 2007 e Setembro de 2011 a cotação do banco passou de cerca de USD 50 (cinquenta) para menos de USD 7 (sete), por acção. Comparado com outras empresas cotadas que apresentam um similar nível de risco, os títulos do Bank of America , no entender da Weiss Ratings, “representam um mau investimento com base na sua cotação e valorização actuais”.

Na semana que agora termina, a agência de notação norte-americana para além de ter reafirmado a notação da dívida soberana dos Estados Unidos em “C–” anunciou ter baixado a notação de seis países europeus, conforme o quadro seguinte:  

Weiss Ratings – Dívidas Soberanas

País Novo
Rating
Rating           Anterior
Áustria C+ B+
Bélgica C– C
República Checa C C+
Finlândia C– C
Suíça B+ A–
Turquia C – C
© 2011 Weiss Ratings. All rights reserved.
Escala Weiss Ratings: A = excelente, B = bom, C = razoável, D = fraco, E = muito fraco; mais/menos = parte superior/inferior da notação.

Afectados por modestos desempenhos em termos de crescimento do PIB e pela evolução das dívidas soberanas dos chamados PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – todos os países agora analisados foram penalizados  pelos mercados financeiros, nos últimos meses,com particular destaque para os casos da Áustria e da Turquia, refere a agência.

O caso turco foi basicamente agravado pela sua proximidade e dependência do enfraquecido Mercado Único. O problema da proximidade contagiou igualmente a economia suíça. O banco central helvético teve mesmo que, no início da semana, tomar medidas drásticas para defender a sua moeda ao tê-la indexado ao euro e fixado o valor mínimo da moeda única em 1,20 francos suíços.

O analista financeiro da Weiss Ratings, Gavin Magor justificou as novas classificações pelo facto de “à medida que o contágio financeiro europeu se alarga para além dos óbvios candidatos [PIIGS], outras nações têm que adoptar severos programas de austeridade ou pagar juros mais altos aos compradores dos seus títulos de dívida.”

A qualidade das análises da Weiss Ratings é demonstrada por uma taxa de sucesso de 98% nas falências bancárias decretadas em 2011, nos Estados Unidos. Entre 68 acertou em 66…

MRA Alliance

Pedro Varanda de Castro, Consultor

FMI prepara reunião de urgência sobre a Grécia

sexta-feira, setembro 9th, 2011

O FMI prepara-se para realizar uma reunião de urgência sobre a Grécia, na próxima quarta-feira, diz hoje a imprensa grega, reunião que Atenas não confirma mas que considera “lógica”, dado o impasse na atribuição dos fundos de resgate ao país.

De acordo com os jornais Elefthérotypia e Kathimérini, esta “reunião excepcional” do conselho de administração do Fundo Monetário Internacional (FMI), a 14 de Setembro, visa transmitir informação à direcção do fundo, por parte do enviado especial à Grécia, Poul Thomsen.

Segundo os jornais, a direcção do fundo deverá discutir alterações de última hora ao programa de resgate grego, porque Thomsen deverá chegar no dia 14 de Setembro a Atenas, para recomeçar a auditoria às contas públicas gregas, ao lado dos outros elementos da ‘troika’ — o Banco Central Europeu e a União Europeia.

Na cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro, em Bruxelas no dia 21 de Julho, os países da zona euro acordaram um segundo plano de ajuda à Grécia, no valor de 158,8 mil milhões de euros, cuja aplicação se tem complicado, após a missão da “troika” que avalia o programa de reforma e austeridade grego ter dito, na  semanapassada, que Atenas tem que fazer mais para reduzir o défice.

A ‘troika’ também duvida das revisões que Atenas fez no seu orçamento, indispensáveis para que a Grécia receba mais uma ‘tranche’ do resgate financeiro aprovado na primavera de 2010, que tem um valor total de 110 mil milhões de euros.

MRA Alliance/DN

FMI: Lagarde pede a governos e políticos que apoiem recuperação económica global

sexta-feira, setembro 9th, 2011

A directora do FMI declarou que os governos e os decisores políticos das economias avançadas deveriam apoiar a recuperação, dado que o risco de uma recessão ultrapassa a ameaça da inflação.

“Os países deverão agir agora – e agir audaciosamente – para orientar as suas economias através desta nova fase perigosa da recuperação”, disse Christine Lagarde num discurso em Londres realizado ontem. A política monetária nas economias avançadas “deverá permanecer altamente acomodatícia”, acrescentou.

“A actividade global abrandou e os riscos de deterioração aumentaram”, disse Lagarde, alertando que “o reequilíbrio da procura para um crescimento global sustentado estagnou”. “O fraco crescimento e os fracos balanços dos governos, as instituições financeiras e as famílias estão a contagiar o pessimismo umas às outras. Se o crescimento continuar a perder força os balanços dos governos irão piorar, a sustentabilidade fiscal será ameaçada, e o leque de políticas para salvar a recuperação irá esgotar-se”, comentou a directora do FMI.

Os banqueiros dos bancos centrais e os ministros das Finanças dos países do G-7 reúnem-se hoje em Marselha, França, para debater a recuperação global está a dar preocupantes sinais de abrandamento. Ontem, o BCE e o Banco de Inglaterra mantiveram as suas taxas de juro de referência inalteradas, por as perspectivas económicas terem piorado.

MRA Alliance/JdN

“Espanha e Itália, se forem mal geridas, serão um problema mundial”, diz economista do Citi

quinta-feira, setembro 8th, 2011

Economista-chefe do Citi diz que o BCE deve direccionar os seus poderes para proteger Espanha e Itália do contágio da crise de dívida. “Espanha e Itália, se forem mal geridas, não serão um problema europeu, mas mundial”, alerta Willem Buiter, em entrevista à Reuters, em Moscovo.

Buiter diz ainda que “os dois países têm de fazer compromissos mais credíveis do que aqueles que foram feitos até agora, especialmente no caso de Itália”. Isto mesmo depois de o Senado italiano ter aprovado ontem uma nova versão do plano de austeridade para alcançar o equilíbrio orçamental em 2013, que contempla uma subida de um ponto percentual no IVA, de 20 para 21%, e um imposto de 3% sobre os rendimentos superiores a 300 mil euros anuais.

O economista-chefe do grupo financeiro norte-americano defende ainda que cabe ao BCE, e não ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), actuar como financiador de último recurso, fornecendo liquidez a Itália e Espanha. Quanto aos países intervencionados – Grécia, Irlanda e Portugal – o especialista diz que o BCE deve permitir a reestruturação das suas dívidas.

No mesmo comentário, Buiter considerou ainda que o BCE deve descer os juros em Outubro. “Eles têm de mudar o curso e não apenas congelar a subida dos juros. Eles têm realmente de cortar os juros”, disse.

O banco central reúne hoje para decidir a evolução da sua taxa directora, que, segundo os economistas, deve ficar em 1,5%.

MRA Alliance/DE

Salvar a Grécia, Irlanda e Portugal é mais barato do que “matar” o euro, diz UBS

quinta-feira, setembro 8th, 2011

Segundo a análise do banco suíço UBS, os custos de uma eventual saída do euro por parte dos países economicamente mais debilitados seriam “significativos”. No caso de Portugal custaria até 11.500 euros, em média, por pessoa e no primeiro ano. Mas a probabilidade de a moeda única entrar em colapso está “perto do zero”,  e deixá-lo morrer sairá bem mais caro do que resgatar “periféricos”, dizem os autores do estudo.

Stephane Deo, Paul Donovan e Larry Hatheway, os três economistas do UBS que redigiram o relatório intitulado Perspectivas económicas globais, partem da premissa de que com “a actual estrutura” o “euro não funciona”. “Este euro gera mais custos económicos do que benefícios”, algo que se “tornou dolorosamente óbvio para alguns dos seus participantes nos últimos anos”, defendem no documento.

Os economistas ressalvam, porém, que a probabilidade de a moeda única entrar em colapso está “perto do zero”, e enumeram as consequências económicas e políticas para os diferentes estados-membros.

A saída de um “país fraco” da zona euro, como Portugal, custaria, segundo as estimativas dos três economistas, entre 9.500 a 11.500 euros por pessoa no primeiro ano, o equivalente a 40 ou 50 por cento do PIB desse país. Nos anos seguintes, o custo iria variar entre os 3.000 e os 4.000 euros por cada cidadão.

Estes cálculos incluem as consequências que um país de menor dimensão económica sofreria caso abandonasse o euro: incumprimento da dívida pública (sovereign default), insolvência de empresas (corporate default), colapso do sistema financeiro e do comércio internacional.

Já para um “país forte” economicamente o rombo seria menor para a carteira dos cidadãos. Na Alemanha, por exemplo, um regresso à moeda anterior (o marco) implicaria um custo entre 6.000 a 8.000 euros a cada germânico no primeiro ano, o equivalente a 20 ou 25 por cento do PIB. Nos anos subsequentes, a saída do euro por parte da maior potência económica da Europa seria consolidada com um custo entre 3.500 e 4.500 euros por cidadão.

Face a estes cálculos, os economistas do UBS defendem que fica mais barato resgatar a Grécia, a Irlanda e Portugal, caso os três países periféricos entrassem em incumprimento (default). Nesse caso, o custo para os estados-membros situar-se-ia “ligeiramente acima de mil euros por pessoa, de uma só vez”.

Deo, Donovan e Hatheway ressalvam, porém, que estes cálculos não incluem os custos políticos que a fragmentação do euro poderia trazer, como a perda de influência da Europa no plano mundial. Por isso, defendem, os “custos económicos são, em múltiplos sentidos, a última das preocupações que os investidores deveriam ter acerca de uma ruptura [do euro]”.

MRA Alliance/Público

Alemanha ameaça congelar resgate da Grécia

quinta-feira, setembro 8th, 2011

O ministro das Finanças da Alemanha disse hoje perante o Parlamento do seu país que a Grécia não receberá a próxima parcela do plano de resgate em vigor até que cumpra as condições orçamentais definidas pelos credores internacionais.

“Senhoras e senhores, a situação na Grécia é séria”, disse Wolfgang Schaeuble, citado pela agência Reuters. “De momento a missão da troika está suspensa. Não pode haver aqui ilusões. Enquanto a missão não confirmar que a Grécia cumpriu as condições, então a próxima parcela não pode ser paga”, explicou, na sessão em que defendia perante os deputados alemães o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), decidido em Julho com o objectivo de tentar controlar a crise da dívida pública da zona euro.

Neste contexto, Schaeuble disse também, citado pela AFP, que “o debate de uma segunda ajuda [um novo pacote de resgate, já decidido em Julho] é muito prematuro face às actuais dificuldade em torno do pagamento da próxima parcela” prevista ao abrigo do programa em curso.

O ministro das Finanças dos Países Baixos, Jan Kees de Jager, disse também hoje aos jornalistas que o seu país não contribuirá para a próxima parcela do empréstimo à Grécia se a trioka composta pela Comissão Europeia, BCE e FMI concluir que a Grécia não cumpriu o acordo sobre as reformas orçamentais.

Questionado sobre se nesse cenário a Grécia deverá deixar a zona euro, Kees de Jager disse que “então teremos uma situação diferente e teremos de ver como lidar com ela”, afirmou, citado . Salvaguardou ainda que a proposta do seu Governo de obrigar os países orçamentalmente indisciplinados a deixar a zona euro, lançada ontem, não se aplica à situação actual.

O primeiro-ministro liberal dos Países Baixos, Mark Rutte, e Kees de Jager defendem que a União Europeia (UE) nomeie um responsável pelos orçamentos na zona euro, que no limite poderia expulsar países da moeda única.

MRA Alliance/Público

Incumprimento das famílias no valor mais alto desde 1998

terça-feira, setembro 6th, 2011

O crédito malparado entre os particulares está ao nível mais alto desde 1998, nos 3,1%. Seja por questões de desemprego, cortes salariais ou aumento de impostos, trata-se de um claro sinal de que, de mês para mês, são cada vez mais as famílias que não conseguem fazer face às suas responsabilidades.

O crédito à habitação é um bom barómetro da situação financeira dos portugueses já que, por norma, é o último crédito que as famílias deixam de pagar. O malparado nos empréstimos para a casa atingiu em Julho o segundo valor mais alto de sempre, nos 1,77%, apenas uma centésima acima do máximo histórico alcançado em Novembro de 2009, nos 1,78%. Ou seja, as famílias portuguesas estão a chegar ao limite do esforço financeiro comportável.

No total, entre particulares e empresas os bancos têm 10,4 mil milhões de euros em incumprimento, dos quais cerca de 60% pertence às empresas. O malparado no sector empresarial atingiu em Julho os 5,16%, acima dos 4,94% registados no mês anterior e bastante perto dos valores mais altos registados na última década. Só entre as empresas existiam, no final de Junho, cerca de 54 mil entidades em incumprimento, mais 4.656 do que no final de 2010. Cerca de metade das empresas em incumprimento, mais de 25 mil, não conseguem pagar créditos inferiores a 5.000 euros.

MRA Alliance/DE

Juros no financiamento às PME acima de 7%

terça-feira, setembro 6th, 2011

Os juros no financiamento às pequenas e médias empresas já ultrapassou o limiar que um dia Teixeira dos Santos disse ser incomportável para o País. As pequenas e médias empresas (PME) financiam-se hoje a uma taxa de juro média de 7,04%. Acima do limiar que ficou célebre nas palavras do então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que o dava como incomportável para o financiamento do Estado, em Outubro de 2010.

Trata-se do valor mais alto desde Janeiro de 2009, num período de máximos históricos das taxas Euribor. Nessa altura o ‘spread’ cobrado às PME rondava os 3,8%, hoje ultrapassa os 5,5%.

“O problema mais importante com o qual as nossas empresas se deparam actualmente é com a falta de financiamento à actividade. E o pouco crédito que os bancos disponibilizam é cada vez mais caro”, refere António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

Em termos mensais, o montante de crédito concedido às PME tem-se mantido mais ou menos constante desde Setembro de 2008 – mês da falência do gigante Lehman Brothers – entre os 1,6 e os dois mil milhões de euros. No entanto, comparando com o período pré-crise, os bancos emprestam hoje menos um terço do crédito então concedido.

MRA Alliance/DE

Bolsas afundam com incerteza política e riscos de recessão

terça-feira, setembro 6th, 2011

Praças europeias sofreram ontem um ‘mini-crash’, pressionadas por indefinições políticas europeias e receios de estagnação da economia norte-americana. A agenda política europeia é preenchida para este mês e os mercados receiam as decisões que possam vir a ser tomadas.

Ontem, as bolsas europeias continuaram em queda livre, com o índice que mede a pulsação às ‘praças’ do ‘Velho Continente’, o Stoxx Europe 600, a resvalar 4,14%. Isto após ter cedido 2,44% na sexta-feira, as piores sessões desde Maio de 2009. O PSI 20 conseguiu limitar as perdas, descendo 2,82% na sessão. No entanto, nenhuma empresa cotada resistiu às perdas.

A justificar as quedas estão, segundo o administrador da Fincor, Pedro Pereira Coutinho, “as incertezas a nível económico e político, tanto na Europa como nos EUA, e os receios de estagnação do crescimento da maior economia do mundo”.

As descidas de ontem ocorreram após o partido da chanceler alemã, Angela Merkel, ter perdido mais umas eleições regionais. A derrota “faz com que a oposição ganhe mais poder político, tornando o processo associado a mais pedidos de ajuda ou pedidos adicionais mais complicado de aprovar”, explicou o analista da IG Markets, Duarte Caldas, ao Diário Económico. Isto, nas vésperas do Tribunal Constitucional alemão se pronunciar sobre o processo legislativo da ajuda à Grécia.

“Os riscos políticos irão dominar o resto do mês”, referiram ontem os economistas do Barclays Capital num relatório.

MRA Alliance/DE

Governo tem nove medidas em atraso no plano da ‘troika’

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

Há nove medidas que deviam estar prontas até final de Agosto e ainda não estão no terreno pelo que o Governo tem pela frente um mês que se afigura de grande exigência. Além de ultimar o Orçamento do Estado para 2012 – que será apresentado em Outubro -, o Executivo vai ter de implementar em Setembro 62 medidas que constam do memorando de entendimento com a ‘troika’.

No entanto, o Governo já está obrigado a cumprir o rígido calendário definido pelas autoridades internacionais desde Maio e há nove que já deviam estar no terreno, mas que furaram os prazos definidos.

“Vamos ter um mês de Setembro muito complicado, com muito trabalho pela frente”. A frase é do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que a 23 de Agosto se referia às “75 medidas” que o Governo terá que implementar este mês.

MRA Alliance/DE

Governo anuncia hoje “cortes históricos” de mil milhões

quarta-feira, agosto 31st, 2011

O Governo vai apresentar hoje os prometidos “cortes históricos” na despesa do Estado. As medidas que constam deste documento de estratégia orçamental, que será divulgado pelo ministro das Finanças às 15 horas, vão permitir uma poupança de cerca de mil milhões de euros ao Estado.

Além dos cortes na despesa este documento deverá conter o cenário macroeconómico e orçamental a quatro anos. Sobre este ponto o comunicado do conselho de ministros de ontem antecipou que o “documento referencia as principais opções que permitirão alcançar uma meta próxima do equilíbrio orçamental em 2015”.

Embora o conteúdo deste documento esteja fechado a sete chaves é expectável que haja novidades sobre o programa de rescisões amigáveis no Estado e sobre a redução de trabalhadores na “administração indirecta do Estado”. E segundo apurou o Diário Económico o Executivo vai duplicar as saídas de pessoal da Função Pública. Até 2014 terão de sair do Estado dez mil funcionários por ano.

Espera-se também novidades sobre o programas de racionalização do património do Estado e sobre a “redução do número de cargos de direcção e administração e de dirigentes intermédios “. O Executivo já fez saber que pretende que o já afamado imposto sobre as fortunas comece a ser estudado no âmbito deste pacote de medidas.

MRA Alliance/DE

Os planos franco-alemães para a zona euro

domingo, agosto 28th, 2011

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, reuniram na passada terça-feira em Paris, numa cimeira onde delinearam um novo plano para tentar fortalecer a zona euro. Saiba qual é a estratégia que os dois líderes têm para a moeda única, resumida na edição de hoje do Diário Económico.

1 – Governo económico europeu
Para reforçar a zona euro, Merkel e Sarkozy querem constituir um governo económico europeu. A nova instituição será constituída pelos 17 chefes de Governo dos países que formam a união monetária e devem reunir duas vezes por ano para supervisionar a evolução das políticas económicas, discutir os problemas de cada Estado-membro e tomar decisões para contornar a crise. O actual presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, foi ontem convidado para liderar o governo por um período de dois anos e meio.

2 – Limites à dívida na Constituição
Uma das medidas mais polémicas é a introdução de limites ao endividamento na Constituição dos países da zona euro. Merkel defende a introdução de um objectivo anual quantificado de redução da dívida para os países que ultrapassem o limite de endividamento – de 60% definido para a zona euro no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Os países deverão fazer alterações à Constituição até ao final do Verão de 2012 e, no final deste ano, os governos dos países da zona euro com um nível de dívida acima de 60% – no qual se inclui Portugal – devem apresentar planos de redução e encontrar respostas para o impacto do envelhecimento populacional na sustentabilidade da dívida de longo prazo.

3 – Taxa sobre transacções financeiras
Merkel e Sarkozy sugeriram ainda a aplicação de uma taxa sobre as transacções financeiras. Por saber está o valor da taxa e sobre o que vai incidir. A proposta será feita já em Setembro. A implementação da medida não será fácil já que um imposto semelhante foi chumbado no passado pelos 27 países da União Europeia. O ministro sueco para os Mercados Financeiros, Peter Norman, já fez saber que um imposto deste tipo “só funcionará se for implementado a nível mundial”.

4 – Corte de fundos para quem não cumprir défice
Numa carta enviada ontem a van Rompuy, Alemanha e França defendem o corte de fundos estruturais e de coesão aos países da União Europeia que não consigam reduzir o défice. Esta norma já está prevista nas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

5 – Imposto comum para empresas em França e na Alemanha
Em 2013, os dois países deverão ter um imposto comum para todas as empresas. Falta definir que taxa de IRC será imposta às empresas e qual a base tributável a que será aplicada.

6 – ‘Eurobonds’ não avançam
De fora do acordo, ficaram as ‘eurobonds’. Os títulos de dívida europeia harmonizariam o preço de financiamento dos países da zona euro. Esta é uma solução que agradaria os países em dificuldades, que viam os juros descer, mas desagradaria os países que têm as suas contas públicas em ordem, que pagariam juros mais elevados.

7 – Fundo de estabilização mantém-se
Outro dos pontos que ficou fora das propostas a apresentar por aqueles dois países é a necessidade de mexer nos 440 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

MRA Alliance/DE

Finlândia põe em xeque resgate grego e faz disparar juros

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Helsínquia instou ontem os líderes europeus a definirem um “modelo aceitável” de garantias no segundo resgate a Atenas, depois de Berlim ter rejeitado o acordo bilateral entre os governos finlandês e helénico. A indefinição está a causar medo nos investidores, que acreditam cada vez menos no sucesso do segundo pacote de ajuda. Em resultado, os juros gregos a dois anos chegaram a ultrapassar os 46%.

“Se o acordo finlandês e grego não é aceitável para os outros, é tempo de todos os Estados do euro construírem um modelo que toda a gente considere aceitável”. As palavras são da ministra das Finanças finlandesa, Jutta Urpilainen, através de um comunicado citado pela Bloomberg.

Recorde-se que a ministra finlandesa anunciou na terça-feira ter chegado a um acordo bilateral com o seu homólogo grego, Evangelos Venizelos, para um modelo de garantias. Atenas depositaria dinheiro numa conta do país nórdico para este investir nos títulos soberanos com pouco risco. A partir daí, os juros gerados serviriam para aumentar o montante destinado a cobrir a contribuição da Finlândia para o resgate da Grécia.

O montante a depositar não chegou a ser revelado, mas a imprensa internacional avançou que seria entre 20% a 40% dos 1.400 milhões de euros correspondentes à parcela finlandesa do resgate. Mas o acordo motivou críticas dos outros Estados-membro e Áustria e Holanda, por exemplo, fizeram saber que, nesse caso, também queriam garantias para ajudar Atenas.

MRA Alliance/DE

20% das farmácias sem dinheiro para repor stocks

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Associações e distribuidores no mercado ambulatório alertam para colapso das farmácias. A situação, dizem, está a degradar-se a ritmo acelerado desde 2005. O cenário é de alerta, de acordo com dados adiantados pelo sector: 20% das farmácias estão sem dinheiro para repor stocks. Cerca de 604 suspenderam já os fornecimentos de medicamentos, mais 154 que no final de 2010. O número de processos judiciais para execução de dívidas também aumentou, assim como o número de farmácias que pagam aos fornecedores acima dos 90 dias.

As queixas das associações e dos distribuidores relacionam-se com a redução de preços que lhes tem sido imposta e ainda com a sobrecarga com prazos de pagamento dos medicamentos aos distribuidores – dez vezes inferior àqueles de que beneficia o sistema hospitalar. Além disso, as implicações da entrada dos genéricos e a necessidade de manter em stock várias marcas do mesmo medicamento (em consequência da não autorização de receitas por DCI e as receitas trancadas pelos médicos) tem criado desconforto. Além deste rol de problemas, o sector garante que também nota a erosão da confiança dos utentes.

Entre 2005 e 2010, em virtude de uma série de reduções impostas pelo Estado, o preço dos medicamentos passou a ser dez vezes mais baixo. Os lucros distribuem-se em proporções de 20% para as farmácias, 8% para os distribuidores (que revendem com margem estipulada pela lei), cabendo o remanescente à indústria farmacêutica.

MRA Alliance/ionline

Juros da dívida grega a dois anos superam os 44%

quinta-feira, agosto 25th, 2011
A taxa de juro da dívida portuguesa subiu ontem mais de 40 pontos base nas maturidades mais curtas, num dia em que a Grécia viu os juros a dois anos ultrapassarem os 44%. Em Portugal a “yield” das obrigações a dois anos subiram 26,1 pontos base para 13,276% e na dívida a cinco anos a subida foi de 41,4 pontos para 12,484%.

A subida mais acentuada registou-se na linha de financiamento a seis anos, que saltou 49,3 pontos base para 12,864%, enquanto os juros da dívida a 10 anos apreciaram 19,2 pontos base para 11,175%.

Depois de a Finlândia ter chegado a acordo para receber garantias em troco dos empréstimos concedidos a Atenas, são já mais quatro os países que pedem o mesmo tratamento.

A taxa de juro da dívida grega subiu 414,8 pontos base (4,148 pontos percentuais) para 44,025% na maturidade de dois anos e a taxa de retorno da dívida a cinco anos avançou 204,4 pontos base para 21,865

A mesma tendência de subida dos juros verificou-se em Espanha e Itália, apesar de o Banco Central Europeu ter estado a comprar dívida dos dois países.

A “yield” da dívida espanhola a dois anos apreciou 1,4 pontos base para 3,321% e na emissão a 10 anos os juros aumentaram 1,9 pontos base ara 5,010%. Também Itália viu os juros da dívida a 10 anos subir 4,1 pontos base para 4,047%.

“Existem receios de que o segundo pacote [de ajuda à Grécia] não se materialize”, disse o estratega do Commerzbank, Christoph Rieger, à Bloomberg. “Se a Finlândia cumprir a sua palavra e exigir garantias, poderemos chegar a um impasse”, acrescentou.

Também a Alemanha viu os seus juros subirem num dia em que em emitiu dívida pública e em que os investidores reduziram a sua exposição à segurança relativa das obrigações norte-americanas. A Alemanha “em geral” não concorda com acordos de entrega de garantias feitos em separado entre dois Estados-membros que ponham alguns governos em vantagem face a outros, disse o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, à imprensa. Os detalhes do acordo requerem aprovação pelos parceiros europeus, referiu o responsável em Berlim.

“Vamos acabar por ter alguma forma de reestruturação na Grécia”, disse o analista do mercado cambial do Société Général, Kit Juckes, à Bloomberg. “Se não conseguimos sequer ter o acordo quanto aos termos do resgate entre os finlandeses e os alemães, então teremos simplesmente reestruturação da dívida”, acrescentou.

MRA Alliance/JdN

Juros a pagar pela Grécia voltam a bater nos 40%

terça-feira, agosto 23rd, 2011

Os juros das obrigações gregas a 2 anos estão muito perto dos 40%, sinal do aumento do nervosismo dos mercados em relação ao país. De acordo com dados da Bloomberg, o juro das obrigações do Tesouro grego a 2 anos subiam 120 pontos base até aos 39,6%, muito perto do máximo histórico de 40,46% atingido a 20 de Julho.

Esta subida empurrou o ‘spread’ dos títulos com esta maturidade – prémio que os investidores pagam para comprar dívida grega em vez da alemã, que é a referência para o mercado – até aos 3.894 pontos, um máximo da era do euro. No mesmo sentido, o juro a 3 anos subia até aos 32,53%, enquanto a taxa a 10 anos avançava 61 pontos base para se fixar nos 17,425%.

Na base desta pressão vendedora está a incerteza em relação ao segundo pacote de ajuda à Grécia. Em cima da mesa estão 159 mil milhões de euros para Atenas mas alguns países, incluindo a Finlândia, pediram garantias em troca dos empréstimos, o que está a deixar os mercados nervosos.

“O pacote de ajuda ainda não está fora de questão, mas o mercado pensa que as coisas podem não ser tão estáveis como pareciam antes, o que está a pesar nas obrigações gregas”, explicou David Scnautz, especialista do Commerzbank, à Bloomberg.

O primeiro-ministro finlandês, Jyrku Katainen ameaçou hoje que o país pode desistir de participar no segundo resgate à Grécia se não tiver garantias sobre a sua contribuição nos empréstimos.

Questionado pela Reuters sobre se a Finlândia poderia não entrar no segundo resgate a Atenas caso uma garantia dessas fosse negada, Katainen respondeu que “sim”. “É uma decisão do nosso Parlamento que apresentamos como condição para participar no resgate”, afirmou.

Numa primeira reacção, a Chanceler alemã Angela Merkel rejeitou a possibilidade de a União Europeia tolerar a posição radical de Helsínquia.

MRA Alliance/DE

Confiança dos europeus na economia afunda em Agosto

terça-feira, agosto 23rd, 2011

A confiança dos consumidores registou uma queda significativa em Agosto, quer na Zona Euro quer na União Europeia (UE).

Segundo a estimativa preliminar divulgada hoje pela Comissão Europeia, o índice de confiança dos consumidores da UE caiu dos 12,4 pontos negativos para 16,8 pontos negativos, entre Julho e Agosto. Nos países da moeda única, o indicador, que também se mantém em terreno negativo, baixou de -11,2 para -16,6 pontos.

A versão definitiva deste índice será divulgada a 30 de Agosto, como parte integrante do Indicador de Sentimento Económico.

MRA Alliance/Agências

Merkel recusa exigir ouro dos países resgatados

terça-feira, agosto 23rd, 2011

chanceler alemã recusou esta terça-feira a proposta do seu próprio partido de exigir como garantias as reservas de ouro para conceder empréstimos aos países que beneficiam dos financiamentos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Tanto Angela Merkel como o líder do grupo parlamentar conservador, Volker Kauder, expressaram a sua oposição a esta proposta, apresentada pela ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen, de acordo com a agência Efe.

A direcção do grupo parlamentar da CDU, o maior partido da coligação governamental alemã, decidiu ontem formar uma comissão para procurar soluções de consenso para a reforma do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que o Governo quer levar a votação no parlamento a 23 de Setembro.

À formação desta comissão, seguiu-se hoje uma reunião extraordinária do grupo parlamentar conservador, na qual participou Angela Merkel. Segundo a imprensa alemã, logo na abertura da reunião a chanceler alemã deixou clara a sua oposição a esta proposta.

Entre os deputados da CDU e do Partido Liberal Democrata, o parceiro de coligação de Angela Merkel, vai aumentando a oposição à reforma do FEEF, um dos resultados da cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países da Zona Euro, a 21 de Julho.

Grande parte da oposição alemã, no entanto, assegura que vai apoiar a reforma, razão pela qual os observadores esperam a aprovação das novas medidas.

MRA Alliance/AF

«O euro entrou em colapso», diz Greenspan

terça-feira, agosto 23rd, 2011

«O euro está a entrar em colapso». A frase é do antigo presidente da Reserva Federal norte-americana, Alan Greenspan. Numa conferência em Washington, Greenspan sustentou que algumas garantias colaterais detidas pelos bancos da zona euro são «questionáveis» e que a crise europeia poderá afectar os lucros de algumas empresas dos EUA.

Sobre a União Europeia, o antigo banqueiro central dos EUA acredita que ainda não está em recessão, mas considera que a elevada incerteza, está a prejudicar a retoma.

MRA Alliance/Agências

Um quarto das famílias portuguesas perdeu rendimento mínimo

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

No espaço de um ano, 36 mil famílias deixaram de receber o Rendimento Social de Inserção (RSI) em nome da contenção do défice.

O Estado decidiu cortar 20% nas verbas do RSI e o resultado está à vista: só no último ano, 70 mil beneficiários deixaram de receber este apoio destinado a minimizar situações de pobreza grave.

Regras de atribuição mais apertadas fizeram com que uma em cada quatro famílias perdesse o apoio. São agora 120 mil.

MRA Alliance/DN