O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, prepara-se para a possibilidade do colapso da Grécia, depois de Atenas ter admitido que a economia do país deverá contrair 5% este ano, em vez da recessão de 3,8% anunciada em Junho. Nesse caso, será impossível atingir o défice de 7,6%, em 2011, acordado com a ‘troika, impedindo o envio da próxima parcela da ajuda financeira internacional.
A edição desta semana da revista Der Spiegel, citando fontes próximas do gabinete de Schäuble, revela que funcionários do Ministério das Finanças alemão estão a analisar cenários prevenindo um eventual incumprimento dos pagamentos da Grécia e avaliando o impacto dessa situação na zona euro.
A revista diz que estão a ser considerados dois cenários de uma eventual falência técnica da Grécia: no primeiro o país continua na zona euro, enquanto no segundo Atenas deixa a moeda única, voltando à dracma, o que provocaria uma subida em flecha da dívida pública grega, que está em euros, e o colapso dos bancos.
Nos dois cenários, os especialistas sugerem a abertura de linhas de crédito preventivas para países como Espanha e Itália, caso tenham dificuldade em financiar-se nos mercados, e az concessão de ajudas a alguns bancos da zona euro com excesso de exposição à dívida grega.
O jornal alemão adianta que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) também têm um papel importante na elaboração daqueles cenários. Brevemente, o FEEF terá mais poderes de acordo com as decisões tomadas na cimeira extraordinária da União Europeia de 21 de Julho.
A iminência de um incumprimento grego acentuou-se depois de terem sido suspensas as negociações entre o Governo helénico e a missão de inspectores da União Europeia e do FMI devido à descoberta de uma derrapagem orçamental de 1,7 mil milhões de euros.
MRA Alliance/DE