O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) disse à Lusa que as empresas só têm encomendas para este ano, acrescentando que, em média, são construídos cinco fogos por mês por concelho. “No início da década eram construídos 118 mil fogos. Este ano não vamos além dos 23 mil”, disse Reis Campos.
“O setor da habitação perdeu-se”, considerou o presidente da confederação constituída em 2009, acrescentando que, em média, são construídos cinco fogos por mês por concelho. Reis Campos disse que o setor só tem encomendas para este ano e salientou que “Portugal é o país da Europa com menos arrendamento, a seguir à Espanha”.
Segundo a “Estratégia para a Dinamização da Construção e do Imobiliário”, apresentada sexta feira pela CPCI, “a habitação continua a ser o segmento do setor da construção mais afetado por esta conjuntura desfavorável, e ao fim de sete anos de quebras consecutivas da produção, registou mais um ano negro, com uma evolução fortemente negativa, ao cair cerca de 22%, em 2009”.
Em termos acumulados, a quebra de produção neste segmento já supera os 51%, acrescenta a confederação, referindo que a habitação representa 38% da produção e 60% dos postos de trabalho do setor da construção.
Segundo o documento da CPCI, o número de transações imobiliárias caiu 12 % no ano passado para 150 mil transações de imóveis por ano, depois de um recuo de 16 % em 2008.
O investimento na construção de habitações novas, medido pelo respetivo licenciamento, deverá ter sofrido, no ano passado, “a maior quebra observada desde 1994 (ano em que o INE (Instituto Nacional de Estatística) iniciou a disponibilização desta informação), registando-se uma redução de 36,5% na área residencial licenciada e de 41 % do número de fogos novos face a 2008”, refere a confederação.
Em 2009, licenciaram-se cerca de 27 mil fogos em construções novas, uma redução de “cerca de 76,4%, face aos 114.254 fogos licenciados em 2001”.
A produção de edifícios não residenciais registou, por seu turno, “um andamento muito negativo, com a produção a cair cerca de 10 % em 2009, devido à forte contração da procura privada (menos 17 %)”.
O número de edifícios não residenciais novos licenciados pelas Câmaras Municipais caiu 20% em 2009.
MRA Alliance/SIC