Archive for the ‘Competitividade’ Category

Merkel quer moldar Europa à imagem da Alemanha

sexta-feira, fevereiro 4th, 2011

Angela MerkelA chanceler alemã Angela Merkel quer moldar a Zona Euro à imagem da Alemanha, aproveitando a crise de dívida pública, que deixou a região mais fragilizada, escreve a Bloomberg. A ideia é tornar as outras economias do euro, nomeadamente as que agora enfrentam maiores dificuldades (Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda) mais saudáveis e, consequentemente, mais resistentes.

A intenção de Merkel, há muito conhecida, passa por impor condições, como limites ao défice e à dívida dos países, que quer ver inscritos na Constituição de cada um deles. E, para os que desrespeitarem os limites necessários à manutenção da boa saúde financeira, Merkel quer castigos pesados. No entanto, a despeito de o Pacto de Estabilidade e Crescimento impor limites de défice orçamental para os membros do euro, a verdade é que não foi aplicada qualquer sanção a nenhum dos vários países que violaram essas regras. Nem mesmo à Grécia, que falseou as suas contas e que nunca até hoje, respeitou os limites.

No plano económico, também há regras que Merkel quer ver implementadas na Europa como um todo: aumento da idade da reforma, para tornar os respectivos sistemas públicos de Segurança Social mais sustentáveis, e maior flexibilidade nas leis laborais, para que o mercado de trabalho seja ágil e as empresas mais competitivas. Com o apoio da França, Merkel prepara-se para, em Março, impor aos restantes parceiros um Pacto para a Competitividade.

Alargar e flexibilizar o fundo europeu de resgate financeiro pode ser uma forma de acalmar definitivamente os mercados em relação à dívida pública dos países do euro, ao permitir aos mais frágeis aceder a ajuda dos parceiros a taxas de juro mais baixas.

Merkel não tem interesse em ver o euro fraquejar, pelo contrário, mas corre alguns riscos. A chanceler arrisca-se a fazer subir o custo das obrigações alemãs e pode ainda perder o apoio dos seus próprios eleitores, que não gostam de ver o dinheiro dos seus impostos usados para apoiar outros que não souberam governar-se bem sozinhos.

A chanceler alemã está condicionada pelas eleições que a Alemanha enfrenta este ano: Merkel não pode desagradar aos alemães entregando o dinheiro dos seus impostos aos incumpridores parceiros europeus. Numa sondagem de Janeiro, 64% dos alemães manifestaram-se contra o apoio financeiro a outros países do euro, mais endividados. Cerca de metade já só querem ver o euro pelas costas e voltar ao marco.

MRA Alliance/AF

Portugal: Governo quer atingir 40% de licenciados em 2020

segunda-feira, setembro 13th, 2010

O primeiro-ministro anunciou na Madeira que quer que Portugal entre “na rota da excelência”, um caminho possível se em 2020 for garantido mais de 40 por cento de pessoas com idades entre os 30 e os 34 anos diplomadas no Ensino Superior.
 
Durante a cerimónia de abertura do ano académico das universidades portuguesas, que teve como palco a Universidade da Madeira, José Sócrates declarou que para “chegar a 2020 com 40 por cento dos cidadãos entre 30 e 34 anos” licenciados será necessário “atrair mais 60 mil portugueses às universidades portuguesas” nos próximos dez anos.
 
De acordo com a Lusa, o chefe do Governo enalteceu o número de estudantes em universidades e institutos politécnicos portugueses, adiantando que desde 2005 houve um aumento de 50 por cento nas inscrições.
 
Portugal está a atingir os níveis de países mais desenvolvidos, considerou José Sócrates, acrescentando que o número de jovens com 20 anos matriculados presentemente é de 35 por cento.
 
A par com José Sócrates, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, enalteceu o elevado número de alunos inscritos no ano lectivo 2010/1011, 118 mil alunos, o que representa mais 20 mil inscrições face a 2009.

MRA Alliance/Fábrica de Conteúdos

Portugal cai três lugares no índice de competitividade

domingo, setembro 12th, 2010

Portugal caiu três lugares no Índice Global de Competitividade (IGC) do Fórum Económico Mundial, passando a ocupar a 46.ª posição em 139 economias, com 4,38 pontos, a par da Lituânia. Nos dois relatórios anteriores (2008-2009 e 2009-2010), a economia portuguesa surgia na 43.ª posição.

De acordo com o ranking ontem divulgado em Pequim, os factores mais problemáticos para realizar negócios em Portugal prendem-se com a ineficiência ao nível da burocracia governamental, rigidez da legislação laboral e instabilidade política. Impostos, acesso ao financiamento, legislação fiscal e baixa formação são outros aspectos apontados.

O ministro da Economia, Vieira da Silva, atribuiu a descida de Portugal aos efeitos da crise económica global. “Temos de analisar com detalhe para ver o que se passou, mas tanto quanto sei é um movimento que é alargado a outros países europeus”, afirmou.

Também o vice-presidente do Fórum Económico Mundial, Ilídio Serôdio, desvalorizou a descida. Realça que não houve alterações significativas na pontuação face ao ano passado, devendo-se esta queda sobretudo ao facto de Portugal ter sido ultrapassado por outros países: “Há dois que me surpreenderam: a Indonésia e a Polónia, que fizeram o seu trabalho de casa nos últimos anos e conseguem condições de competitividade muito superiores a Portugal.”

Os sindicatos discordam, porém, de que a rigidez laboral seja um dos factores que mais afectam a competitividade no País. “É um relatório totalmente desfasado da realidade e ao arrepio de relatórios mais exigentes, como da OCDE, que indica que a flexibilidade laboral melhorou em Portugal com o novo Código do Trabalho”, disse o secretário-geral da UGT, João Proença.

MRA Alliance/DN 

Competitividade: Portugal cai três lugares no ranking mundial

quinta-feira, maio 20th, 2010

Em 2010, Portugal passou da 34ª para a 37ª posição no ranking da competitividade elaborado pela escola suíça de gestão IMD que, pela primeira vez, é liderado por duas economias asiáticas – Singapura e Hong-Kong.

Em 2010, os países ocidentais deixaram de dominar as posições cimeiras do World Competitiveness Yearbook que todos os anos é elaborado pela IMD, uma escola de gestão com sede em Lausanne, na Suíça. Actualmente, 5 dos 10 primeiros países desta lista são oriundos da região Ásia/Pacífico.

Os Estados Unidos caíram para a terceira posição e a Europa é claramente uma região em declínio. Suíça, Suécia e Noruega são os únicos sobreviventes do Velho Continente no topo da classificação da competitividade atribuída pelo IMD.

Portugal não foge à regra tendo caído da 34ª (em 2009) para 37ª posição da classificação do IMD que analisa o desempenho da economia, a eficiência do governo e dos negócios, as competências dos recursos humanos, as infraestruturas e a investigação.

À frente de Portugal estão países como Espanha, Indonésia, Estónia e Casaquistão, Polónia e Índia.

MRA Alliance/Agências

Governo cria fundo de apoio à internacionalização da economia

quarta-feira, março 31st, 2010

O Conselho de Ministros vai aprovar amanhã, quinta-feira, o diploma que cria o Fundo de Apoio à Internacionalização e Exportações e que terá uma dotação financeira de 250 milhões de euros, anunciou o primeiro-ministro na abertura do debate quinzenal que está a decorrer na Assembleia da República.

Este Fundo visa, entre outros objectivos, aumentar a capacidade das empresas exportadoras, subir o número de empresas que exportam, diversificar os mercados de exportação e ainda aproveitar oportunidades de investimento que a actual conjuntura de crise criou em países como Espanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Num debate que tem por tema a economia a as exportações – e em que a oposição não deixará passar em branco o facto de o Banco de Portugal ter revisto em baixa as previsões de crescimento económico – José Sócrates adiantou ainda que aquele Fundo vai permitir reforçar os capitais necessários à internacionalização, uma vez que pode participar no capital de empresas que tenham projectos de promoção de vendas ao exterior. O Fundo poderá ainda ser usado para subscrever títulos de dívida ou concessão directa de crédito ou garantias a empresas.

Salientando a aposta do Governo na promoção das exportações e diversificação de mercado, o primeiro-ministro sublinhou o novo modelo de “concertação permanente” entre as empresas, os organismos públicos e a diplomacia portuguesa.

José Sócrates elencou ainda as várias medidas de apoio à internacionalização, como a nova linha PME Invest 5, as missões governamentais a diversos países e as 14 Lojas de Exportação que vão abrir em todo o país, a primeira das quais em Leiria, estando a inauguração marcada para a próxima semana.

MRA Alliance/Jornal de Notícias

Líder da AEP contra sugestão do FMI de cortar salários

quarta-feira, fevereiro 3rd, 2010

José António Barros, presidente da AEPO presidente da Associação Empresarial de Portugal recusou ontem que a redução de salários seja a forma certa para Portugal recuperar competitividade. José António Barros reagia assim à medida defendida pelo economista-chefe do FMI, em declarações ao jornal francês Les Echos, classificando a sugestão como uma “forma simplista de ver as coisas”.

O dirigente sublinhou que “há muitas outras coisas que são necessárias [para aumentar a competitividade]” e deu o exemplo dos feriados e da legislação laboral. José António Barros, que falava à margem da assinatura de um protocolo com os CTT, considerou positivo “o sinal dado de não haver aumentos na função pública”. O líder da AEP considera que, na iniciativa privada, as empresas que tiverem condições para aumentar devem fazê-lo, “se assim o desejarem”.

MRA Alliance/Agências

Competitividade portuguesa é um fiasco desde 2005, diz ranking

quarta-feira, setembro 9th, 2009

Portugal está a perder competitividade em relação aos seus parceiros da União Europeia (UE) e da Zona Euro.

Analisando apenas o ranking da Competitividade Global do Fórum Económico Mundial dos 27 países da União Europeia, pode concluir-se que, entre 2005 e 2009, Portugal caiu oito posições, ao passar do 9º para o 17º lugar.

Se se tiver em consideração o ranking dos 16 países que integram actualmente a Zona Euro, verifica-se que Portugal foi ultrapassado por sete países, tendo passado, no período em análise, do 5º para o 12º lugar.

MRA Alliance/Agências

Algarve quer assumir-se como “cluster” do cinema mundial

segunda-feira, agosto 3rd, 2009

As onze produções cinematográficas norte-americanas que o projecto Picture Portugal já garantiu deverão gerar uma receita fiscal de 1.200 milhões de euros e envolver mais de mil postos de trabalho, revelaram à Lusa os promotores do projecto.

Artur Curado, produtor de cinema e um dos cinco consultores internacionais que acompanham o projecto Picture Portugal, disse que aquelas produções “num cenário pessimista, tem um potencial de lucros de 300 milhões de euros e de 1.500 milhões de euros de receitas”.

Curado assegura que o projecto vai desencadear uma “revolução” na indústria cinematográfica em Portugal: “Vai exigir o reajustamento de diversas empresas portuguesas de audiovisual, mas não tenho dúvidas de que, em cinco anos, vão instalar-se em Portimão entre 50 e 100 novas empresas para servir esta indústria.”

“Cada filme é uma empresa sediada em Portugal, que exporta e vende direitos desses filme e que, como tal, paga impostos em Portugal”, observou ainda. Os impactos estendem-se ao mercado artístico, nomeadamente na formação de novos recursos, uma vez que “95 por cento dos actores contratados para estes filmes serão portugueses”.

Esta semana o presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, anunciou que vai pedir ao Governo incentivos fiscais para “atrair indústrias de ponta, novas tecnologias, que consigam dinamizar o tecido económico e tenham repercussão do ponto de vista económico-financeiro”.

Fora do sector, é a hotelaria quem mais terá que se adaptar à particularidade deste segmento no Algarve. O presidente da Portimão Turis, Luís Carito, disse à agência Lusa que as equipas de produção norte-americanas “são muito exigentes e gostam de hotéis de cinco estrelas de topo, o que faz falta no Algarve”.

MRA Alliance/Agências

Calçado: Industriais europeus querem combater dumping asiático

domingo, junho 14th, 2009

A Confederação Europeia protestou em Bruxelas, junto da Comissão Europeia, pelo facto de a China e o Vietname continuarem a exportar calçado a preços inferiores ao custo das matéria-primas e exigem a prorrogação das taxas anti-dumping até 2012.

A indústria europeia de calçado anunciou estar disposta a tomar as medidas necessárias defender os seus interesses, incluindo o recurso aos tribunais, e a combater o lóbi dos importadores – sobretudo do Centro e Norte da Europa – que se opõe a medidas proteccionistas.

O preço médio do calçado de couro produzido pelas empresas portuguesas é de 19,99 euros contra 9,63 euros da China e 9,85 euros do Vietname.

Em Portugal, o sector emprega mais de 34 mil trabalhadores. As 1 368 empresas portuguesas exportam calçado no valor de 1,3 mil milhões de euros.

MRA Alliance/Agências

EDP perdeu quase 30% do mercado para eléctricas espanholas

quarta-feira, maio 6th, 2009

“Em três meses, 754 empresas mudaram-se para o mercado liberalizado de electricidade. E uma parte significativa fê-lo através de eléctricas espanholas. A EDP “reina” nos domésticos, mas no retrato de grupo perdeu quota”, revela o Jornal de Notícias.

O mercado liberalizado (ML) de energia eléctrica para os clientes empresariais e grandes clientes mostra sinais de reanimação após o quase colapso de 2008. Entre Janeiro e Março, as eléctricas passaram de sete para 761 clientes. No segmento residencial também se verificou um ligeiro acréscimo, sendo 212 mil os particulares que aderiram à liberalização.

Este primeiro trimestre não trouxe apenas mudanças no número de clientes que deixaram o mercado regulado (MR) e se mudaram para o liberalizado. Há também alterações na quota de mercado dos vários fornecedores (EDP, Endesa, Iberdrola e Union Fenosa).

Apesar de continuar a dominar, a EDP viu a sua quota de mercado encolher quase em um terço – baixando de 93%, em Janeiro, para 64%, em Março. Inversamente, as eléctricas espanholas Endesa e Iberdola reforçaram o seu peso, reclamando agora uma quota de 23% e 13%, respectivamente, em termos de consumo, e duplicaram o número de clientes.

A entrada de novas eléctricas na liberalização e uma maior operacionalização do simulador que permite comparar tarifas poderá voltar a operar mudanças na correlação de forças entre os diversos operadores.

MRA Alliance/Jornal de Notícias 

China com medalha de ouro nas olimpíadas do desempenho financeiro

terça-feira, agosto 5th, 2008

ICBC - Xangai“Comparativamente com as sucessivas amortizações do Citigroup e Merrill Lynch, os bancos chineses claramente estão a ganhar as medalhas financeiras,” afirmou à Bloomberg Shao Chingxiao, sócio e director do fundo de investimento SMC China Fund, de Xangai, accionista do China Construction Bank e do Bank of China Ltd., o 5.º maior banco do mundo. Antes do início dos Jogos Olímpicos de Pequim, os banqueiros chineses já subiram ao pódio das olimpíadas financeiras devido à sua reduzida exposição aos créditos de alto risco, factor que precipitou o declínio dos concorrentes americanos e europeus, desde 2007. Em capitalização financeira, os bancos chineses lideram a lista dos maiores conglomerados financeiros globais. O primeiro lugar é agora ocupado pelo Industrial & Commercial Bank of China Ltd. seguido do China Construction Bank Corp. A 3.ª posição é do Hongkong and Shangai Bank Corporation Holdings Plc, com sede em Londres, maioritariamente detido por capitais não chineses. Nos seis primeiros lugares a China tem três bancos. Em 2006, a lista dos maiores bancos mundiais era encabeçada pelos americanos Citigroup Inc. e Bank of America Corp. O 3.º lugar era ocupado pelo grupo UBS AG, da Suiça. O resultado é tanto mais expressivo quanto as acções dos bancos chineses cotadas na bolsa de Hong Kong registaram uma queda de 20%, desde Outubro passado. MRA/Bloomberg

Europa reduz vinhedos para melhorar qualidade do vinho

quarta-feira, abril 30th, 2008

vinha -ChileA União Europeia aprovou ontem a reforma para o sector vinícola, que implica a erradicação de 175 mil hectares de vinha para melhorar a competitividade. Os vinhos europeus têm perdido mercado para as marcas do novo mundo – Chile, Argentina, Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Incentivos financeiros serão concedidos aos produtores menos competitivos para cessem a actividade. A UE poderá desta forma reduzir a produção vinícola excedente que custa milhões de euros/ano aos cofres comunitários. Os valores das ajudas serão definidos e pagos pelos governos nacionais. MRA/Agências

Alemanha e França unidas no proteccionismo agrícola

quinta-feira, abril 24th, 2008

Alemães e franceses uniram-se ontem na rejeição de cortes nos subsídios agrícolas, num clima de encarecimento global dos produtos alimentares, e dando argumentos aos que defendem que o eixo Paris-Bona não quer a liberalização global do comércio, paralizada na “Ronda de Doha”, sob os auspícios da OMC – Organização Mundial de Comércio. O ministro alemão da Agricultura Horst Seehofer argumentou que a fome nos países pobres e o aumento dos preços dos bens alimentares não são razões para reduzir os subsídios aos agricultores da UE. Cerca de 40% do orçamento da europa comunitária (EUR 115 mil milhões/bilhões) é absorvido anualmente por apoios financeiros a uma agricultura cara e não competitiva. A decisão franco-alemã foi tomada no mesmo dia em que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso e o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, manifestaram a sua “profunda preocupação” pela alta dos preços dos alimentos, do petróleo e de outras commodities, na cimeira anual EU-Japão. MRA/Agências

Galileo vs. GPS reactiva tensões tecnológicas e estratégicas transatlânticas

quarta-feira, abril 23rd, 2008

Satélite da rede GalileoA aprovação por larga maioria (607-36; 8 abstenções) do sistema europeu de navegação via satélite «Galileo», pelo Parlamento Europeu, hoje, em Estrasburgo, promete reactivar um novo período de surdas tensões entre a União Europeia e os Estados Unidos, proprietários do largamente popular «GPS – Global Positioning System».

O Galileo, que integra um conjunto de 30 satélites, tem um custo estimado em EUR 3.4 mil milhões. O modelo de financiamento e o prazo de início das operações (2013) , nos últimos dois anos, chegaram a pôr em perigo a sua concretização. Etelka Barsi-Pataky, representante parlamentar húngara no PE, defendeu o projecto com o argumento de que “dinamizará a inovação tecnológica, o empreendorismo e a criação de empregos”, em muitos países membros e não apenas nos mais desenvolvidos e com maior influência em Bruxelas.

Os principais clientes do Galileo serão companhias aéreas e empresas globais de transporte, distribuição e logística. Estes e outros mercados, face à expansão do GPS americano, desvalorizaram a viabilidade e a necessidade de um sistema europeu independente. Tais argumentos são contrariados pelos políticos e tecnólogos da UE. Argumentam que os sinais emitidos terão melhor qualidade que os do GPS e estarão sempre disponíveis para servir os seus clientes. O serviço americano poderá ser interrompido a qualquer momento desde que o governo dos EUA invoque “motivos de segurança nacional”.

O Galileo assume-se como o primeiro grande projecto infraestrutural no sector aeroespacial, depois do projecto Airbus, nos anos 70/80. Um novo marco regulatório estabelecerá os respectivos padrões de segurança cuja gestão caberá à Comissão Europeia e à autoridade de supervisão -European Global Navigation Satellite System Supervisory Authority. A legislação hoje aprovada prevê que a UE será a única fonte de financiamento do projecto cabendo-lhe a propriedade de “todos os activos (…) criados ou desenvolvidos durante os programas.” Fundos adicionais poderão ser alocados ao «Galileo» por Estados Membros, terceiros países ou organizações internacionais. As empresas privadas, a partir de 2013, poderão igualmente comparticipar no financiamento da fase de exploração do projecto. Em lugar de lhes ser reconhecido o estatuto de “co-proprietários” do sistema serão tratados como “empreiteiros contratados”. MRA/Agências

Economias do Brasil e México estão a ultrapassar concorrentes regionais

quinta-feira, abril 17th, 2008

A agência de rating Fitch revelou que o Brasil e o México estão a deixar para trás vizinhos como a Venezuela onde os gastos públicos aceleraram a espiral inflacionista e puseram em causa a sustentabilidade do seu crescimento a longo prazo. A Fitch Ratings sublinha que a América Latina está a partir-se em dois grupos em matéria de riscos de crédito. No grupo dos que registaram melhoria nas notações estão o Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá e Perú. Nos últimos anos as suas políticas macroeconómicas melhoraram a balança tributária e o crescimento do produto (PIB) per capita. No grupo dos “maus alunos” estão a Argentina e a Venezuela com “crescentes desequilíbrios.” MRA/Agências

Sarkozy: O falcão europeu nas negociações agrícolas da OMC

quinta-feira, abril 3rd, 2008

“Serei um firme opositor a qualquer acordo que não atenda aos interesses da França”, disse o chefe de Estado francês, num discurso perante o Congresso da principal federação sindical agrícola francês, a FNSEA, em Nantes.O presidente argumentou que depois de mais de sete anos de negociações “o flagrante desequilíbrio [das negociações] deve provocar uma reflexão mais profunda no seio da União Europeia (UE) mas também na OMC, sobre o futuro das decisões, porque é difícil continuar como se nada tivesse acontecido”. “Digo as coisas da forma mais clara: nesta negociação internacional, quero reciprocidade, quero equilíbrio”, insistiu Sarkozy, revelando ter escrito uma carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para lhe recordar a “linha” que se propõe defender.

Sarkozy, cujo país assumirá a presidência rotativa da UE no segundo semestre deste ano, não quer que a Europa seja “ingénua”, deixando uma pergunta no ar: “De que serve construir uma política agrícola se a Europa renuncia a defender sua agricultura de produção e a sua alimentação, se renuncia proteger a qualidade sanitária e o ambiente quando todos os demais se defendem e se protegem?” A União Europeia também não pode ignorar as medidas “dos governos brasileiros e americanos para apoiar, por meio de um dumping fiscal sem precedentes, o desenvolvimento de certos biocombustíveis”.

Na carta a Durão Barroso, Sarkosy exigiu uma “verdadeira reciprocidade no acesso aos mercados” e considerou ser “altamente preocupante” o desequilíbrio das concessões recíprocas contra os interesses europeus quer nos sectores agrícola e industrial, actualmente em fase de negociação, quer no abandono dos temas a negociar sobre os serviços, normativos e os direitos sobre o mapeamento do planeta via satélite. MRA/Agências

Lusófona «Critical Materials» inova nos mercados da Aeronáutica e Defesa

quinta-feira, abril 3rd, 2008

A Critical Materials é uma “start-up” de base tecnológica que vai fornecer produtos capazes de realizar diagnósticos e prognósticos de manutenção em aeronaves de forma a estender a sua vida útil, maximizar as horas de vôo, sem prejuizo da segurança e reduzindo custos. Sedeada em Guimarães, a Critical Materials posiciona-se como fornecedor para os mercados internacionais dos sectores aeroespacial e defesa.
A visão de médio/longo prazo aposta nos materiais auto-reparáveis, de inspiração biónica, que vão revolucionar o projecto e a manutenção de equipamentos críticos de longa duração.

A Critical Materials posiciona-se como uma fornecedora de tecnologia para o “cérebro e o sistema nervoso” das aplicações críticas desses materias avançados. No curto prazo a Critical Materials identificou uma oportunidade de negócio no fornecimento de tecnologia que baixe os custos de manutenção e inspecção de aeronaves através de uma efectiva monitorização da degradação dos seus componentes.

A estrutura de recursos humanos contará com oito elementos no final de 2008. Em 2009 terão início as actividades comerciais no Reino Unido e nos Estados Unidos da América. Os responsáveis contam atingir o break-even no final do terceiro ano de actividade. Fonte: AICEP

 

China: Crise mundial afecta competitividade mas nova revolução industrial já está em marcha

terça-feira, abril 1st, 2008

Containers-ChinaDezenas de milhares de industriais, há 20 anos, deram outro “Salto em Frente” e transferiram as suas fábricas em Taiwan, Hong Kong e Macau para a região de Cantão, no sul da China continental. A região prosperou, registando crescimentos anuais de dois dígitos.

Na nova China, as províncias do sul, transformaram-se numa “fábrica planetária”. Electrónica de consumo, produtos eléctricos e de iluminação, têxteis e confecções, sapatos, mobiliário, louça, etc. inundaram os mercados mundiais e ajudaram a manter a inflação ocidental em níveis historicamente baixos.

A combinação da mão de obra barata, ausência ou deficiente regulação e uma moeda (yuan) barata era um cocktail demasiado agradável para não ser consumido até à exaustão por esse mundo fora. Três décadas de crescimento exponencial parecem, agora, ter os dias contados.

A menos que o mercado interno consiga absorver as mega toneladas de produtos amontoados nos portos chineses, para os mercados ocidentais, vorazes e ricos, mas onde os consumidores, perante a crise global do crédito, deixaram de poder comprar.

Chegou a altura de pagar as dívidas (empréstimos, hipotecas, cartões de crédito) e o preço do dinheiro está num ciclo de subida, apesar dos esforços dos bancos centrais para taparem o sol com a peneira. Mesmo assim, a China parece ter a lição bem estudada para resolver as turbulências deste século. Mais

EU: Presidência eslovena define políticas para competição com o bloco BRIC

sábado, março 22nd, 2008

fuga de cérebrosO ministro esloveno para o Crescimento, Ziga Turk, que preside às reuniões sectoriais durante a actual presidência eslovena da União Europeia/UE (Jan-Jun, 2008), enunciou as orientações estratégicas europeias para a competição com as economias emergentes BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. O apoio às “indústrias crativas”, através do reforço da protecção da propriedade intelectual, e da excelência nos sistemas e infra-estruturas das “auto-estradas” do conhecimento – tecnologias de informação (TI) – são as prioridades para competir com a China e a Índia, numa altura em que ambos progridem aceleradamente na inovação científica e na Investigação e Desenvolvimento (I & D). Em várias ocasiões, por altura da Cimeira da Primavera dos Chefes de Estado e de Governo da União, na semana passada, em Bruxelas, Turk centrou o discurso nos desafios da Estratégia de Lisboa para o Crescimento e a dinamização do Emprego.

O governante esloveno considera que, embora a iniciativa se concentre nas áreas do Conhecimento, I & D e inovação científica, é preciso ir mais longe. As empresas europeias deverão igualmente desenvolver as suas capacidades criativas agora, quando a “China e a Índia também começam a formar excelentes engenheiros e cientistas”, enfatizou. A Europa tem um “défice de quadros de alta qualidade” devido “à fuga de cérebros europeus para os EUA”, disse Turk. Para contrariar esta tendência, em sua opinião, a UE deve criar as condições adequadas para os quadros altamente qualificados se fixem e trabalhem na Europa. “Estancar esta hemorragia e fortalecer a economia através da exportação de trabalho menos especializado e mais barato para os países emergentes, como o Brasil, Rússia, India e China, em lugar de permitir a saída de quadros com qualificações elevadas”, foi a solução proposta. Turk acrescentou que tais políticas poderiam “ajudar os políticos a ‘venderem’ mais eficazmente aos cidadãos a idéia da abertura do mercado.” Uma nova fase de liberdade de circulação favorável à disseminação do conhecimento será um dos principais objectivos da presidência eslovena, durante o primeiro semestre de 2008. (pvc/agências)

UE: Microsoft multada em 899 milhões de euros por violar

quinta-feira, fevereiro 28th, 2008

microsoft multada em 900 milhõesA Comissão Europeia impôs ontem uma multa de 899 milhões de euros à Microsoft por desrespeito das regras de concorrência da União Europeia (UE). A Comissão Europeia (CE) considera que o gigante norte-americano, fundado por Bill Gates, cobrou “preços excessivos” aos programadores que pretendiam criar produtos compatíveis com o sistema operativo Windows.

A empresa já comunicou ser prematuro informar se irá ou não recorrer da decisão. Em comunicado, a Microsoft afirmou-se totalmente comprometida com a interoperabilidade. Neste sentido, recordou os produtos empresariais Windows Server 2008 e SQL Server 2008 entretanto lançados no mercado europeu.
A multa imposta pela CE é a mais alta de sempre, quase duplicando o valor da primeira penalização, em 2004. A Comissária da Concorrência, Neelie Kroes, sublinhou que a decisão se devia ao incumprimento continuado pela Microsoft das regras da concorrência. Em 50 anos esta foi a primeira vez que uma companhia não acatou uma decisão antimonopolista.

Feriados e pontes laborais custam a Portugal € 5 mil milhões/ano ou 2,5%-3% do PIB…

sábado, fevereiro 2nd, 2008

fabrica inactivaOs feriados e as pontes, em Portugal, representam um prejuízo económico de cinco mil milhões de euros/ano. A estimativa é do professor da Universidade Autónoma, Luís Bento. Embora não existam estudos científicos no país sobre a matéria, o investigador e especialista em Recursos Humanos, garantiu à TSF que «durante este ano, 40 por cento dos dias serão de lazer; portanto, vai haver um efeito brutal sobre a economia», precisou.

No entender de Luis Bento, «os efeitos directos e indirectos sobre a economia, por força das pontes e dos feriados, deverá ter um impacto negativo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto e(PIB) entre os 2,5 e três por cento». Assim, Portugal deixará de ganhar 4,8 mil milhões de euros. «Vamos deixar de criar riqueza, exclusivamente, por efeito de não se trabalhar», enfatizou. Todavia, reconheceu que, durante o lazer, a riqueza também pode ser criada nas compras ou em viagens, mas, de acordo com os seus cálculos é «insuficiente». Por considerar que as perdas para a economia são elevadas, Luís Bento defendeu que chegou o momento de Portugal debater a questão dos feriados.

Cepticismo de sindicatos e patrões

O secretário-geral da UGT, admitiu à emissora que a matéria poderá vir a ser debatida entre os parceiros sociais mas desvalorizou a questão. João Proença sublinhou que «Portugal é dos países onde o problema é menos preocupante». Por seu turno, também José António Silva, da Confederação do Comércio, defendeu que acabar com as pontes pode ser «contraproducente»: «De uma forma geral, se obrigarmos os trabalhadores a trabalhar nestes dias, o nível de produtividade vai tornar-se muito baixo, pelo que, provavelmente, será um erro», disse. No entanto, também concordou com a discussão sobre o tema, pelos parceiros sociais, mas logo no início de cada ano. (pvc)