Archive for the ‘BRIC’ Category

Brasil virou ‘Meca do trabalho’ para estrangeiros, diz ministro Lupi

quinta-feira, junho 16th, 2011

O Brasil está a passar de emissor a recetor de imigrantes, com o número de pedidos de vistos de trabalho a aumentar cada vez mais, afirmou ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

“A quantidade de chineses que está a pedir vistos para trabalhar no Brasil é enorme (…) O Brasil está a tornar-se uma Meca do trabalho para os estrangeiros”, disse Lupi durante uma reunião em Genebra. 

MRA Alliance/Lusa

Europa deve abrir portas aos países emergentes, diz Almunia

sexta-feira, janeiro 14th, 2011

Joaquin Almunia defende a entrada de capital de países emergentes nas empresas da Europa e garante que não devemos ter «uma atitude proteccionista ou negativa» caso países como a China ou o Japão comprem dívida europeia.

Na conferência «Europa 2011 – Regulação e Competitividade», promovida pelo «Jornal de Negócios» e que decorre esta sexta-feira em Lisboa, Almunia explica que «a Europa nunca ganhou nada com o levantamento de obstáculos económicos».

«As nossas empresas continuam a investir em países emergentes e criticamos quando encontramos obstáculos. Mas devemos receber esses investidores [de países emergentes] com as mesmas condições que recebemos de outros países industrializados», frisa.

MRA Alliance/AF

BRIC´s omitem questão do dólar e exigem democratização do sistema financeiro mundial

terça-feira, junho 16th, 2009

As quatro maiores economias emergentes que integram o bloco BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – defenderam hoje um sistema de divisas mais diversificado, estável e previsível, mas ainda não descartaram de vez o dólar, após a primeira cimeira formal na cidade russa de Ekaterimburgo, nos Urais.

Os líderes dos quatro países que concentram cerca de 40% da população mundial, 14,6% do PIB mundial, 12,8% do comércio e um quarto da superfície terrestre do planeta, querem igualmente um mecanismo mais democrático e transparente de tomada de decisões nas organizações financeiras multilaterais.

Os presidentes Lula da Silva, Dmitri Medvedev, Hu Jintao e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, querem que os dirigentes das organizações financeiras multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, sejam escolhidos em eleições abertas e transparentes, de acordo com o mérito dos candidatos e não por indigitação dos países ricos.

O documento ressalta que a reforma da arquitetura económico-financeira mundial deve fortalecer a gestão de riscos e e as práticas de supervisão financeira para evitar abalos nos mercados financeiros.

O comunicado final não faz referência directa ao dólar, mas Medvedev defendeu que o mundo precisa de novas divisas de reserva para estabilizar o sistema financeiro global e evitar novas crises. “As actuais divisas de reserva, acima de tudo a principal delas, o dólar, não cumpriram suas funções”, disse. O presidente russo admitiu que a aparição de novas divisas de reserva “é um processo longo”, rejeitou as mudanças superficiais e defendeu “vias alternativas” para resolver a crise.

Durante a conferência de imprensa final, Medvedev revelou ainda que os BRIC acordaram a futura coordenação das medidas anticrise, incluindo as aprovadas no âmbito do G20 – fórum que reúne os sete países mais ricos e as treze economias emergentes mais importantes. Nesse sentido, os ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais dos quatro países do bloco vão propôr “os parâmetros da nova arquitetura financeira mundial”.

O comunicado final sugere aos países ricos que cumpram as “suas obrigações de alocar 0,7% das suas receitas” para fomentar a ajuda ao desenvolvimento e pede-lhes que flexibilizem “os prazos de pagamento das dívidas, o acesso ao mercado e à tecnologia” por parte dos países pobres.

A segunda reunião formal do bloco BRIC terá lugar em 2010, no Brasil.

MRA Alliance/Agências

Crise financeira e futuro do dólar na agenda da cimeira BRIC

terça-feira, junho 16th, 2009

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China informou que os líderes do Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) vão discutir hoje as medidas de combate à crise financeira durante a cimeira do bloco que se realiza em Yekaterinburgo, na Rússia. Wu Hailong, director de assuntos internacionais da chancelaria chinesa, durante uma conferência de imprensa em Pequim, revelou que os presidentes dos quatro países também deverão debater a reforma do sistema financeiro internacional.

A criação de um sistema de moeda única, sugerida por alguns países, é baseada na garantia da segurança das reservas monetárias, na estabilização do sistema financeiro internacional e na promoção da economia mundial. A China pretende aperfeiçoar o sistema monetário internacional, implementar um mecanismo de controlo da emissão de moeda e manter estável a taxa cambial das principais divisas mundiais bem como diversificar as moedas internacionais.

Num artigo publicado hoje pelo jornal espanhol El País, o Presidente Lula da Silva diz que a primeira cimeira oficial dos BRIC marca o início da maioridade do grupo de economias emergentes fazendo observações e perguntas incómodas. “Vamos selar o compromisso de ajudar a oferecer respostas novas para velhos problemas e uma liderança audaz frente à inércia e à indecisão”, escreveu Lula. “Temos diante de nós ameaças que nos afetam a todos, mas para as quais alguns contribuíram enormemente, enquanto outros não são mais do que vítimas impotentes”, prosseguiu. 

“Os países ricos – pergunta Lula – estão dispostos a aceitar uma supervisão e controle supranacionais do sistema financeiro internacional a fim de evitar o risco de outra crise económica mundial?” (…) “Estão dispostos a renunciar ao seu controlo sobre as decisões do Banco Mundial e do FMI?” (…) “Estarão de acordo em cobrir os custos da adaptação tecnológica necessária para que as pessoas dos países em vias de desenvolvimento também se beneficiem do progresso científico sem causar danos ao meio ambiente mundial?” (…) “Eliminarão os subsídios que tornam a agricultura moderna inviável em muitos países em vias de desenvolvimento e deixam os camponeses pobres à mercê dos especuladores de matérias primas e doadores generosos?”

“Essas são as perguntas para as quais os países do BRIC querem resposta”, afirma Lula no artigo publicado pelo El País.

MRA Alliance/Agências

Crise afecta seriamente reservas monetárias e moedas de alguns BRIC

sexta-feira, fevereiro 20th, 2009

Um estudo da ASSOCHAM Eco Pulse publicado hoje revela que desde o colapso do banco americano Lehman Brothers, em Setembro de 2008,  a queda das reservas monetárias da Rússia atingiu 10% do PIB, seguida da Índia (-3,5%) e da China (-1%). O Brasil registou a queda mais modesta – 0,4% do PIB –   dando mostras de alguma resiliência.

As reservas russas encolheram USD 175 mil milhões/bilhões (mm/bi), as indianas USD 43,2 mm/bi, as chinesas USD 4 mm/bi e as brasileiras USD 6 mm/bi. Em conjunto, o bloco BRIC representa 41% do total das reservas monetárias mundiais.

Entre Setembro/2008 e Janeiro/2009, algumas das divisas BRIC sofreram significativas perdas face ao dólar – rublo (- 44.71%), real (-41,46%), rupia (-12,8%). Apenas a divisa chinesa yuan teve um comportamento ligeiramente negativo (- 0,19%) devido aos volumosos excedentes das balanças de transações correntes e de capitais.

MRA Alliance/AEP

Crescimento: OCDE com maior recuo dos últimos 40 anos e BRIC’s em queda livre

sexta-feira, fevereiro 6th, 2009

Os indicadores sobre a conjuntura económica da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), em Dezembro, sofreram a maior queda mensal desde a década de 70 com as maiores economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) – em forte retracção. Na zona OCDE, o chamado “indicador sintético”, caíu 1,1 % em Dezembro, com 92,9 unidades abaixo da média de longo prazo (100), segundo  um comunicado da organização publicado hoje em Paris. 

Na Zona Euro o recuo foi de 0,9 %. No G7  e no G5 asiático (China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia) atingiu 1,2%. Por países, a OCDE destaca as quedas da Rússia (-3,8), China (-2,4), Brasil (-1,8), Alemanha (-1,6), Estados Unidos e Japão (-1,4 cada).

Os resultados “reflectem níveis nunca vistos desde os anos 70” e confirmam “o enfraquecimento do crescimento para as sete maiores economias mundiais”, refere o comunicado. “As perspectivas também pioraram significativamente para as grandes economias fora da OCDE, que actualmente se encontram em recuo acentuado”, acrescenta a organização, numa alusão aos três países com os piores desempenhos – Rússia, China e Brasil.

MRA Alliance/Agências

Investidores fogem dos BRIC para Médio Oriente e Norte de África

sexta-feira, setembro 5th, 2008

Alexander Shalash, da gestora de patrimónios suíça Julius Bear, considera que os investidores estão a saír dos mercados BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – optando por aplicações mais lucrativas nas bolsas do Médio Oriente e Norte de África (MENA, em inglês). O estrategista em mercados emergentes, afirmou ao diário inglês Times que o “Norte de África atingiu a maturidade”, devido à rápida entrada de recursos financeiros que se traduzem em perspectivas económicas positivas. As reformas económicas melhoraram o clima de confiança, a eficiência do sector bancário e o crescimento do crédito, observou Shalash. Até agora, Marrocos, Egipto e Tunísia registaram taxas de crescimento de 8%, 7% e 6% respectivamente, embora tenha destacado a grande volatilidade do mercado egípcio. MRA Dep. Data Mining

Propriedade Intelectual: BRIC’s no último lugar…

domingo, maio 11th, 2008

Os países do bloco BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – são a lanterna vermelha do ranking de leis de propriedade intelectual preparado por uma firma de advocacia internacional. O Índice Global de Propriedade Intelectual (GIPI, na sigla em inglês), num relatório elaborado pela Taylor Wessing, apresenta dados sobre as 22 maiores economias do mundo em relação ao uso e protecção dos direitos de propriedade intelectual. O Brasil é o 20º da lista, ficando à frente apenas da Rússia e da China. O relatório diz que o desempenho dos BRIC é “preocupante”.Os 22 países foram divididos em cinco categorias de competitividade. No topo da lista, onde os direitos de propriedade intelectual são efectivamente obtidos e protegidos, estão Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha. No segundo grupo estão Holanda, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Singapura e França. No terceiro, aparecem Israel, Japão, Espanha, África do Sul e Coreia do Sul. No quarto, estão a Polónia, Emirados Árabes Unidos, Itália e México. No quinto e último estão os BRIC. MRA/Agências

B+RIC: BRIC um gigante económico, RIC um gigante geopolítico

sexta-feira, abril 11th, 2008

BRICOs ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China reúnem-se em Moscovo, no próximo mês, para debaterem temas de interesse comum no âmbito da globalização: comércio, desenvolvimento e sistema financeiro. Os quatro gigantes querem criar um novo quadro de cooperação que possa gerar sinergias e vantagens competitivas, em particular no âmbito da cooperação económica. Com 40% da população mundial o potencial conjunto das potentes economias e mercados BRIC é uma garantia plausível para poderem passar ao lado do clima recessivo mundial, e assumirem-se como as locomotivas do crescimento global nos próximos 40 anos. Todavia começa a desenhar-se, entre os BRIC, um futuro a duas velocidades: B + RIC. Mais…

MRA, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro

Consultor

Árabes preferem BRIC’s aos «velhos e decadentes ricos»

sábado, abril 5th, 2008

Analistas árabes, nas últimas semanas, têm dado sinais de que, contrariamente às tradições dos investimentos dos países do Golfo Pérsico, aliados dos Estados Unidos, e dos respectivos líderes políticos e empresariais, chegou a altura de mudar de rumo em direcção ao bloco BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – como alternativa às mais-valias sobre activos historicamente considerados mais seguros e lucrativos – EUA, Europa e Japão. Mais

MRA, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro

Consultor

Guru financeiro explica como e porquê os “emergentes” ameaçam os EUA com um humilhante K.O.

terça-feira, março 25th, 2008

EUA: O cerco dos Jonathan Garner, administrador e director estratégico do banco Morgan Stanley, com o pelouro dos investimentos em mercados emergentes globais, enunciou um conjunto de razões que explicam a irreversível manobra de desacoplagem dos mercados emergentes da economia americana.

Cada semana que passa, o mustang económico dos anos 50/60, deu lugar a um mostrengo industrial-militar que, salvo nas administrações Clinton/Gore, arruinou as finanças da nação militar, económica e politicamente mais poderosa do mundo.

Entre o «laissez-faire» do reaganismo e o bushviquismo neoconservador, a locomotiva norte-americana, encurralada por asininas políticas monetárias, orçamentais e fiscais, caminha aceleradamente da impotência para a decadência. Com um sistema financeiro, desregulado, instável, desacreditado e volátil, o capitalismo americano iniciou o hara-kiri. Em câmara lenta. Sem honra, nem glória. Mais

MRA Dep. Data Mining/FinanceAsia.com

EU: Presidência eslovena define políticas para competição com o bloco BRIC

sábado, março 22nd, 2008

fuga de cérebrosO ministro esloveno para o Crescimento, Ziga Turk, que preside às reuniões sectoriais durante a actual presidência eslovena da União Europeia/UE (Jan-Jun, 2008), enunciou as orientações estratégicas europeias para a competição com as economias emergentes BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. O apoio às “indústrias crativas”, através do reforço da protecção da propriedade intelectual, e da excelência nos sistemas e infra-estruturas das “auto-estradas” do conhecimento – tecnologias de informação (TI) – são as prioridades para competir com a China e a Índia, numa altura em que ambos progridem aceleradamente na inovação científica e na Investigação e Desenvolvimento (I & D). Em várias ocasiões, por altura da Cimeira da Primavera dos Chefes de Estado e de Governo da União, na semana passada, em Bruxelas, Turk centrou o discurso nos desafios da Estratégia de Lisboa para o Crescimento e a dinamização do Emprego.

O governante esloveno considera que, embora a iniciativa se concentre nas áreas do Conhecimento, I & D e inovação científica, é preciso ir mais longe. As empresas europeias deverão igualmente desenvolver as suas capacidades criativas agora, quando a “China e a Índia também começam a formar excelentes engenheiros e cientistas”, enfatizou. A Europa tem um “défice de quadros de alta qualidade” devido “à fuga de cérebros europeus para os EUA”, disse Turk. Para contrariar esta tendência, em sua opinião, a UE deve criar as condições adequadas para os quadros altamente qualificados se fixem e trabalhem na Europa. “Estancar esta hemorragia e fortalecer a economia através da exportação de trabalho menos especializado e mais barato para os países emergentes, como o Brasil, Rússia, India e China, em lugar de permitir a saída de quadros com qualificações elevadas”, foi a solução proposta. Turk acrescentou que tais políticas poderiam “ajudar os políticos a ‘venderem’ mais eficazmente aos cidadãos a idéia da abertura do mercado.” Uma nova fase de liberdade de circulação favorável à disseminação do conhecimento será um dos principais objectivos da presidência eslovena, durante o primeiro semestre de 2008. (pvc/agências)

BRIC/2008: Mercados agressivos e em crescimento, mas com debilidades…

quinta-feira, dezembro 27th, 2007

Uma bola de cristal sem pontos de interrogação…Os BRIC padecem todos das mesmas maleitas: corrupção, má governança, Estados de Direito com inúmeros défices – exclusão social, analfabetismo, iliteracia ou menor inclusão no acesso ao saber e ao conhecimento, fosso crescente entre ricos e pobres e fracas classes médias. As opiniões públicas ou estão desorganizadas ou são reprimidas nos seus direitos, liberdades e garantias. Ainda assim, nos últimos 5-10 anos eles foram os grandes campeões da globalização e desafiam os seculares poderes transatlânticos de inspiração judaico-cristã. O fulcro dos centros globais de decisão está a mudar para Oriente e para Sul. A nossa antevisão para os quatro galácticos da competitividade global, embora compartilhando algum optimismo sobre a respectiva evolução global, não deixa de chamar à atenção para as arriscadas políticas públicas dos países mais poderosos do mundo. Mais… (pvc)

BRIC – As luminosas estrelas num universo de “buracos negros”

segunda-feira, novembro 5th, 2007

BRIC - Prosperidade no século XXIAs acções cotadas nos chamados BRICBrasil, Rússia, Índia e China – têm revelado uma supreendente resiliência face ao descalabro dos mercados de capitais das soberbas e poderosas praças financeiras internacionais (de Nova Iorque a Londres, passando por Tóquio e Frankfurt). As raras oscilações não obscureceram um histórico de cinco anos de sólido e consistente crescimento.

O respectivo índice bolsista – MSCI Emerging Markets Index – subiu mais de 56% nos últimos12 meses, e impressivos 33% desde o histórico 16 de Agosto – o fatídico dia do generalizado colapso dos mercados globais – em que se evaporaram vários milhões de biliões (trilhões) de dólares – e que o crédito interbancário entrou perigosamente no vermelho…

Nos mercados asiáticos, as bolsas de Singapura, Hong Kong, Seoul e Sydney destacam-se pelo desempenho, com subidas sustentadas e apreciáveis. Porém, segundo a Reuters, o grupo BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – tem sido o invencível Bando dos Quatro.

Bolsa de XangaiO índice da Bolsa de Xangai (Shanghai Composite) subiu “apenas” 419% (quatrocentos e dezanove por cento) desde o início de 2006. O índice bolsista indiano Sensex valorizou-se 103%. O paulista Bovespa subiu 88%. China, Brasil, Índia, acompanhados pelaa Coreia do Sul, Hong Kong e México, “em 2007, registaram consecutivos recordes no fecho de sessões durante 30 dias.

As luzes no fundo dos “buracos negros”

Os investidores agressivos e optimistas «bulls» apostam que os quatro magníficos, e alguns dos seus seguidores, serão os salvadores das deprimentes «performances» dos ricos e aristocráticos mercados de capitais do hemisfério norte. O seus sistemas imunitários parecem passar os testes mais exigentes para avaliação da respectiva saúde financeira.

Os pujantes indicadores fundamentais das economias BRIC & Cia., o crescente consumo interno e a explosão do preço das «commodities» são sinais de que, contrariamente a um passado não muito distante, os mercados emergentes da febre da globalização, estão de saúde e recomendam-se. Embora as interligações e interdependências das ricas e prósperas economias ocidentais, como muitos economistas ainda classificam o desempenho económico de países como os EUA e a Grã-Bretanha, apesar de exalarem desagradáveis odores de recessão e suores frios, os «emergentes» fazem questão de mostrar que “a tradição já não é o que era”. Empresas dinâmicas, lucrativas e competitivas, governos mais rigorosos e disciplinados na gestão das finanças públicas, e consumidores, a despeito de algum “desaperto” financeiro, continuam com elevadas taxas de poupança, ameaçam a eterna superioridade dos super ricos. Cada vez é menor a sua quota parte no PIB mundial.

Em apenas 1/4 de século a China passou de 50.ª maior contribuinte para a riqueza produzida no mundo para, em 2007, se alcandorar à 3.ª posição, à frente da poderosa Alemanha, e apenas atrás do Japão e dos EUA. As economias emergentes, os quatro BRIC + o G11 (entre os quais se encontram o Vietname, Bangladesh, México e África do Sul, para citar apenas alguns) criam mais riqueza mundial, do que os chamados países industrializados (liderados pelos fundadores do velho G7- EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Japão, Alemanha, França e Itália.

Este é o primeiro facto histórico da economia global do III Milénio. O pagadigma mudou. Os impérios do eixo atlântico, nos últimos 25 anos, viram os centros de poder e decisão migrar para a Ásia-Pacífico e para o “cone sul” do hemisfério.

Percentagem de acções de cada BRIC num fundo de investimento especializado nas 4 economiasNeste capítulo a “supremacia do petrodólar” é, passe o pleonasmo, paradigmática da mudança de paradigma – a acelerada agonia e a deslocação dos centros do poder geopolítico e financeiro para outras latitudes e longitudes. Podemos até abdicar da álgebra e ficarmo-nos pela mais simples aritmética, tão simples são as variáveis a considerar nesta contabilidade. A erosão do valor do dólar gera a apreciação sustentada dos activos não «dolarizados». Os resultados são diários. Impressionam os mercados de divisas pela violência das flutuações cambiais. Yuan, Yen, Real, Rublo, Euro e outros Dólares (canadiano, australiano e neozelandês) coleccionam recordes sucessivos sobre a morbidamente obesa «greenback». O seu valor encolhe na razão directa da velocidade supersónica a que sai das tipografias do banco emissor americano. O real brasileiro, desde Janeiro, caminha para uma taxa de valorização face ao dólar americano de 20%. Nem as compras de dólares por atacado, através das intervenções do Banco do Brasil, conseguiram suster a hemorragia do dólar. As fugas dos investidores da zona dólar para moedas mais atractivas são inevitáveis. E, embora para alguns, já estejam a encarecer demasiado, por enquanto, não têm bolhas especulativas a antecipar os inevitáveis afundanços. Finalmente, um detalhe curioso: Emerging Portfolio Fund Research, fez a contas e chegou à seguinte conclusão – entre Janeiro e 15 de setembro deste ano, o fluxo líquido total de capitais estrangeiros que entrou nos mercados emergentes totalizou USD 19 mil milhões/bilhões (mm/bi). Destes, USD 14 mm/bi de dólares “voaram” para os exóticos destinos nas últimas cinco semanas do referido período. Sinal dos tempos…

Pedro Varanda de Castro

MRA – Dep. Data Mining

Consultor