Um dia após a confirmação de que haverá segundo turno na eleição para presidente, a senadora Marina Silva (PV) disse ter sido procurada pelos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para discutir seu apoio na disputa eleitoral.
A candidata do PV teve 19.636.359 votos, o equivalente a 19,33% dos votos válidos, com 99,99% dos votos apurados. “Ambos me telefonaram para parabenizar pela contribuição que demos ao país, pelas propostas que apresentamos e ambos, muito rapidamente, manifestaram desejo de ter uma oportunidade de conversar, caso eu ache isso oportuno, e no momento adequado” relatou.
Marina afirmou ainda, durante entrevista coletiva em São Paulo, que a decisão do seu apoio e do partido será tomada em uma convenção que, segundo estimou, deverá ocorrer na próximas duas semanas.
“O povo brasileiro decidiu como decidiu, confirmando, aliás, sondagens mais recentes que perspectivavam a necessidade de uma segunda volta”, comentou, em Bruxelas, o chefe de diplomacia portuguesa, Luis Amado, quando questionado sobre os resultados das eleições de domingo no Brasil, que determinaram uma segunda volta, entre Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (46,7% dos votos), e José Serra, do Partido da Social-Democracia Brasileira (32,7%).
Amado indicou que, “um Governo amigo do Brasil como é o Governo português espera que o povo brasileiro decida e estará preparado para trabalhar com o próximo Presidente do Brasil, seja ele qual for, naturalmente”.
Questionado sobre se o ainda Presidente em exercício Lula da Silva deixa saudades, Amado respondeu que, “sem dúvida, e não só apenas ao Governo português”, já que “fez uma presidência absolutamente extraordinária, de afirmação de valores e de princípios”, que “tem que ver muito também com os valores e princípios” defendidos por Portugal.
O ministro sustentou que “o eixo de relacionamento estratégico entre Portugal e Brasil aprofundou-se muito durante o seu mandato”, e considerou que “o extraordinário desenvolvimento económico que o Brasil tem conhecido”, como a sua afirmação como potência na cena internacional, se deve “em grande parte ao trabalho do Presidente Lula”.
Dilma Rousseff, a candidata do PT e “de” Lula, é a grande favorita à vitória na segunda volta das eleições brasileiras, agendada para 31 de Outubro.
MRA Alliance/Agências