O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi reeleito este domingo com 60 por cento do votos, de acordo com as sondagens à boca de três estações televisivas, refere a «EFE». O principal candidato da oposição, Manfred Reyes Villa, do Plano Progresso para a Bolívia-Convergência Nacional (PPB-CN) obteve, segundo as mesmas sondagens, um resultado entre 23 e 24 por cento.
Morales deverá conseguir votos suficientes da maioria dos cinco milhões de eleitores para controlar o Congresso sem precisar negociar com a oposição para governar. Ao votar na região cocaleira do Chapare, no centro da Bolívia, Morales admitiu a possibilidade de se candidatar a um terceiro mandato e considerou que estas eleições – nas quais apareceu como destacado favorito – podem ser interpretadas como o seu primeiro mandato sob a nova Constituição, aprovada em Janeiro deste ano.
Os bolivianos escolheram também os 36 senadores e 130 deputados que farão parte da futura Assembleia Legislativa Plurinacional, que subtituirá o actual Congresso.
Neste momento, a expectativa ainda radica na dúvida se o presidente conseguirá os 2/3 de parlamentares no Senado, que lhe daria o controle político absoluto do país.
Morales, que iniciou sua presidência em 2006, conviveu com um Senado controlado pela oposição, o que gerou problemas de governabilidade. Daí o seu empenhamento em controlar o poder legislativo para operar novas mudanças na Constituição e, eventualmente, recandidatar-se a um terceiro mandato.
Depois de quase três anos de convulsão – de Janeiro de 2006 até final de 2008 – a Bolívia viveu em 2009 um ano de calma política marcada pela hegemonia de Morales e do seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS).
Com um discurso nacionalista, o presidente dotou o país de uma Constituição favorável às comunidades índias, nacionalizou o petróleo e o gás, concedeu subsídios aos velhos, grávidas e crianças, e conseguiu dar estabilidade económica ao país.
Todavia, os problemas persistem: 11% de desemprego, queda abrupta dos investimentos estrangeiros, em especial no sector dos hidrocarbonetos, e a produção de coca e o narcotráfico não param de aumentar.
MRA Alliance/Agências