Archive for the ‘Bancos’ Category

UBS corrige perdas por fraude para 2,3 MM de dólares

segunda-feira, setembro 19th, 2011

O banco suíço UBS revelou ontem que a perda devido a uma operação de trading não autorizada no sector da banca de investimento subiu de dois mil milhões de dólares para 2,3 mil milhões (1.666 milhões de euros).

A fraude decorreu durante os três últimos meses e foi possível porque o operador de mercados responsável, entretanto detido, escondeu os riscos gerando dados fictícios.

Entretanto, a polícia londrina deteve o corretor do banco suíço UBS que terá sido responsável pela fraude. De acordo com o jornal britânico Finantial Times, Kewku Adoboli foi detido pelas autoridades inglesas na manhã de quinta-feira no bairro financeiro da capital londrina, estando a ser investigado pelo seu alegado envolvimento na fraude.

O banco não identificou a divisão de onde terão saído estas perdas, adiantando apenas num comunicado que as posições dos seus clientes não foram afectadas, mas Kewku Adoboli (como o próprio escreve na sua página da rede social LinkedIn) era trader na divisão Delta1, do braço de investimento do UBS. Este departamento, entre outras competências, é normalmente um dos últimos recursos dos bancos para negociações próprias dos bancos de investimento, com recurso a activos do banco.

Este tipo de divisões Delta1 existe em outros bancos de investimento e foi onde o já condenado trader da Société Général Jerome Kerviel também fez negócios com dimensões avultadas (na ordem dos 50 mil milhões de euros), acabando por provocar perdas ao banco francês na ordem dos 4,9 mil milhões de euros.

MRA Alliance/Público

Bancos centrais coordenam-se para injectar liquidez

sexta-feira, setembro 16th, 2011
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou ontem uma acção concertada com a Reserva Federal (Fed) norte-americana, o Banco de Inglaterra, o Banco do Japão e o Banco Nacional Suíço para injectar liquidez em dólares aos bancos da Zona Euro.

A operação visa assegurar que a banca europeia tenha divisa norte-americana suficiente até ao final deste ano.

MRA Alliance/DD

Fraude de 1,4 mil milhões de euros afunda UBS nas bolsas

sexta-feira, setembro 16th, 2011

UBS, o maior banco suíço informou ontem os investidores de que poderá apresentar prejuízos no terceiro trimestre em consequência de uma fraude no valor de 1,44 mil milhões de euros. A polícia londrina prendeu Kweku Adoboli, de 31 anos, ‘trader’ da UBS desde 2006, por estar alegadamente envolvido na transacção não autorizada em causa.

Estas notícias levaram os títulos da UBS a afundar 10,8% na bolsa de Zurique, enquanto a meio da tarde perdiam mais de 11% em Nova Iorque. Trata-se da maior queda diária desde Março de 2009.

Os responsáveis da UBS comunicaram apenas que o assunto está ser investigado:”Pretendemos chegar ao fundo da questão tão depressa quanto possível, e não pouparemos esforços para descobrir exactamente o que se passou”, explicaram.

No entanto, rumores de mercado apontam para transacções sobre o franco suíço. Adoboli estava integrado num departamento de ‘exchange-traded funds’ (ETF), chamado Delta One, onde os ‘traders’ tentavam gerar enormes lucros a partir de pequenas variações de preços. Os ETF são instrumentos complexos, que apostam na performance de activos subjacentes com recurso à alavancagem.

Louise Cooper, analista no BGC Partners, disse ao ‘The Guardian’ que os rumores relacionam as perdas com uma transacção sobre o franco suíço que terá corrido mal, depois da intervenção do Banco Nacional da Suíça para desvalorizar a moeda. A 6 de Setembro, a autoridade monetária estabeleceu que um franco suíço não poderia valer mais do que 0,83 euros. Nesse dia a moeda suíça caiu mais de 8% frente ao euro, “o que é uma grande oscilação no mercado cambial”, comentava a analista do BGC.

MRA Alliance/DE

Moody’s corta rating dos bancos Société Générale e Crédit Agricole

quarta-feira, setembro 14th, 2011

A agência de notação Moody´s baixou hoje o rating dos bancos franceses Société Générale e Crédit Agricole. No caso do Crédit Agricole, a Moody´s atribui agora a classificação “Aa2” contra a “Aa1” anterior, numa decisão justificada com a exposição da instituição à Grécia. Já a Société Générale vê a sua classificação passar de “Aa2” para “Aa3”.

A agência manteve, no entanto, a nota do BNP Paribas, que se mantém  sob “vigilância negativa”, o que significa que a instituição bancária não está isenta do risco de degradação. A Moody´s alertou em meados de Junho que podia baixar a nota dos três bancos face à sua exposição à Grécia.

MRA Alliance/DE

Ratings de três grandes bancos franceses em risco

segunda-feira, setembro 12th, 2011

Os bancos franceses BNP Paribas, Société Générale e Credit Agricole poderão esta semana ser objecto de um corte na notação da sua saúde financeira por parte da agência de rating norte-americana  Moody’s.

Fontes próximas do processo revelaram à agência financeira de notícias Bloomberg que a Moody’s, após ter colocado as três instituições bancárias francesas sob observação negativa, em Junho, prepara-se para cortar o ‘rating’ destes bancos devido à exposição que têm à dívida e a activos gregos.

Quando colocou o ‘rating’ em revisão, a Moody’s explicou que iria analisar “uma potencial inconsistência” entre o impacto de  uma eventual reestruturação da dívida soberana grega, ou de uma situação de incumprimento das autoridades helénicas no pagamento dos juros aos credores, com as notações de risco daqueles bancos.

MRA Alliance/DE

Agência de notação independente dos EUA diz as verdades inconvenientes…

sábado, setembro 10th, 2011

A Weiss Ratings, agência independente de notação financeira dos Estados Unidos, baixou ontem a classificação do Bank of America (BofA) para lixo (de D+ para D), confirmando crescentes rumores em Wall Street que admitem a possibilidade de o maior banco norte americano em activos – mais de USD 2,2 triliões (2,2 biliões na terminologia europeia) – correr sérios riscos de falência e de poder vir a ser nacionalizado pela administração Obama.

Entre Outubro de 2007 e Setembro de 2011 a cotação do banco passou de cerca de USD 50 (cinquenta) para menos de USD 7 (sete), por acção. Comparado com outras empresas cotadas que apresentam um similar nível de risco, os títulos do Bank of America , no entender da Weiss Ratings, “representam um mau investimento com base na sua cotação e valorização actuais”.

Na semana que agora termina, a agência de notação norte-americana para além de ter reafirmado a notação da dívida soberana dos Estados Unidos em “C–” anunciou ter baixado a notação de seis países europeus, conforme o quadro seguinte:  

Weiss Ratings – Dívidas Soberanas

País Novo
Rating
Rating           Anterior
Áustria C+ B+
Bélgica C– C
República Checa C C+
Finlândia C– C
Suíça B+ A–
Turquia C – C
© 2011 Weiss Ratings. All rights reserved.
Escala Weiss Ratings: A = excelente, B = bom, C = razoável, D = fraco, E = muito fraco; mais/menos = parte superior/inferior da notação.

Afectados por modestos desempenhos em termos de crescimento do PIB e pela evolução das dívidas soberanas dos chamados PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – todos os países agora analisados foram penalizados  pelos mercados financeiros, nos últimos meses,com particular destaque para os casos da Áustria e da Turquia, refere a agência.

O caso turco foi basicamente agravado pela sua proximidade e dependência do enfraquecido Mercado Único. O problema da proximidade contagiou igualmente a economia suíça. O banco central helvético teve mesmo que, no início da semana, tomar medidas drásticas para defender a sua moeda ao tê-la indexado ao euro e fixado o valor mínimo da moeda única em 1,20 francos suíços.

O analista financeiro da Weiss Ratings, Gavin Magor justificou as novas classificações pelo facto de “à medida que o contágio financeiro europeu se alarga para além dos óbvios candidatos [PIIGS], outras nações têm que adoptar severos programas de austeridade ou pagar juros mais altos aos compradores dos seus títulos de dívida.”

A qualidade das análises da Weiss Ratings é demonstrada por uma taxa de sucesso de 98% nas falências bancárias decretadas em 2011, nos Estados Unidos. Entre 68 acertou em 66…

MRA Alliance

Pedro Varanda de Castro, Consultor

Alemanha prepara plano B para os bancos caso a Grécia falhe

sexta-feira, setembro 9th, 2011

O governo alemão está a ultimar um plano para proteger os bancos caso a Grécia entre em default, noticia a agência financeira Bloomberg, citando fontes da coligação governamental liderada por Angela Merkel.

O plano de emergência envolve medidas de apoio aos bancos e seguradoras face a perdas eventuais de 50 por cento na dívida grega detida pelas instituições financeiras alemãs, isto, caso os líderes europeus não cheguem a acordo para o desbloqueio da próxima tranche do plano de apoio financeiro internacional à economia helénica.

As fontes citadas pela Bloomberg pediram anonimato, uma vez que as negociações estão a decorrer de forma confidencial, mas revelaram que o fundo introduzido pela Alemanha em 2008, após o colapso do Lehman Brothers, de apoio à banca, poderá ser desenvolvido para ajudar à recapitalização das entidades que sejam prejudicadas por um eventual incumprimento grego.

MRA Alliance/DD

Processo contra ex-gestores do BCP em risco de ser anulado

sexta-feira, setembro 2nd, 2011

O juiz, que está a ouvir as testemunhas no recurso das condenações do Banco de Portugal, decidiu debruçar-se novamente sobre a existência de alegada violação de sigilo bancário na denúncia que Joe Berardo fez do BCP ao Banco de Portugal. Por isso, chamou ontem Filipe Pinhal que foi ouvido na qualidade de Presidente do BCP à data da denúncia.

O acusado Pinhal terá sublinhado o facto de a documentação, que Joe Berardo recebeu e que entregou ao Banco de Portugal, CMVM e à Procuradoria-Geral da República, ter sido obtida de forma ilegal, já que a violação do sigilo bancário é um crime.

Na sequência da audiência de ontem, o juiz ditou um despacho onde levanta o problema da violação do sigilo bancário como forma de obtenção de provas. Se as provas forem consideradas nulas, deixa de haver processo, uma vez que a denuncia é que despoletou toda a acusação. “É como os casos em que as provas são escutas ilegais”, refere fonte jurídica.

O juiz António da Hora quer avaliar se as provas que estiveram na origem do processo foram obtidas de forma ilegal. O juiz pretende ainda saber como é que o accionista do BCP obteve os documentos que entregou às autoridades em Dezembro de 2007. No despacho que António da Hora ditou ao oficial de justiça é admitida a possibilidade de a prova que deu origem ao processo ser considerada nula.

MRA Alliance/DE

Bancos europeus eliminam 67 mil postos de trabalho desde início do ano

quinta-feira, agosto 25th, 2011

A retracção nas economias e a consequente quebra no negócio estão a levar os bancos, sobretudo os europeus, a reduzir o número de postos de trabalho. De acordo com dados da Bloomberg, desde início deste ano já foram anunciados cortes de 80 mil empregos a nível global, sendo cerca de 67 mil em instituições financeiras sedeadas na Europa e, destes, 40 mil anunciados só entre Julho e Agosto.

O fenómeno só encontra paralelo no auge da crise financeira de 2008, com a eliminação, entre Setembro desse ano e o final de 2009, de mais de 115 mil postos de trabalho na Europa. “É um banho de sangue e prevejo que as coisas fiquem ainda piores antes de começarem a melhorar”, afirmou Jonathan Evans, presidente da Sammons Associates, à Bloomberg.

Uma das áreas mais afectadas será a banca de investimento, dadas as fortes quebras no volume de negócios, numa altura em que os investidores continuam receosos e afastados do mercado.

Só nas últimas semanas cinco dos maiores bancos europeus anunciaram que irão avançar com reduções, tendo a mais expressiva sido a do britânico HSBC, que pretende eliminar 30 mil empregos. Seguem-se o UBS – que vai cortar 3.500 postos sobretudo na banca de investimento – o Barclays, que prevê eliminar 3.000, e Bank of Scotland e Crédit Suisse, cada um a anunciar o corte de 2.000 postos de trabalho.

MRA Alliance/DE

Depósitos das famílias sobem para 125 mil milhões de euros

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

O total de depósitos aplicados por particulares  subiu em junho para os 124.514 milhões de euros, mais 2,265 mil milhões  de euros do que no mês anterior, segundo o boletim estatístico mensal do  Banco de Portugal, hoje divulgado.

A poupança das famílias beneficiou de taxas de juro mais atrativas,  que voltaram a subir em junho, passando dos 3,54 por cento registados em  maio para 3,63 por cento, o valor mais alto desde finais de 2008. Os depósitos das famílias cresceram 1,9 por cento entre maio e junho  de 2011.  

Em termos homólogos, os depósitos aumentaram 5,2 por cento, passando  de 118.402 mil milhões de euros contabilizados em junho de 2010 para 124.514  mil milhões de euros em junho de 2011.

MRA Alliance/SIC Noticias

Funcionários do Deutsche Bank desviaram 30 milhões

domingo, agosto 21st, 2011

Quatro funcionários de delegações asiáticas do banco são acusados do desvio de 30 milhões através de crimes de manipulação do mercado. Segundo a agência Yonhap, as autoridades sul-coreanas acusaram formalmente a unidade de mercados bolsistas do Deutsche Bank em Seul, três funcionários da unidade do banco em Hong Kong e um quarto na filial coreana.

Em comunicado citado pela Dow Jones, o Deutsche Bank nega qualquer envolvimento em actos ilícitos e garante que defenderá o seu nome em tribunal.

Os factos remontam a 11 de Novembro de 2010, quando as unidades do banco alemão de Seul e Hong Kong terão realizado um movimento ilegal que levou a uma queda de 2,8% da bolsa de Seul nos últimos 10 minutos de sessão.

Nesse período, quase 2 mil milhões de euros foram processados gerando um lucro ilegal de 41 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 30 milhões de euros, um montante que foi entretanto confiscado pela justiça sul-coreana.

MRA Alliance/DE

Falências nos EUA já atingiram 68 bancos

sábado, agosto 20th, 2011

A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), fundo de garantia dos depósitos bancários norte-americanos, assumiu o Lydian Private Bank, com sede em Palm Beach, na Flórida, que detinha 1.700 milhões de dólares em activos e 1.240 milhões de dólares em depósitos, indica num comunicado. Os reguladores fecharam ainda duas instituições mais pequenas: a First Southern National Bank na Geórgia e o First Choice Bank no Illinois.

Segundo o canal MSNBC, em 2008, ano em que estalou a crise financeira nos Estados Unidos, 25 bancos declararam falência. Apesar dos 68 encerramentos este ano, verifica-se uma diminuição face a 2010, atendendo a que no mesmo período do ano passado foram fechados 118 bancos, refere o MSNBC.

MRA Alliance/JdN

Banco pediu insolvência do Vitória de Setúbal

sábado, agosto 20th, 2011

O banco Efisa SA interpôs no Tribunal do Comércio de Lisboa um pedido de insolvência do Vitória de Setúbal, clube da Liga portuguesa de futebol, confirmou hoje a agência Lusa, citada pelo Diário de Notícias.

Segundo informação disponível no CITIUS (o portal dos operadores da Justiça), a acção foi entregue no dia 19 de Julho. A entidade bancária reclama aos sadinos uma dívida de 30.000,01 euros, estando o processo distribuído ao 2.º Juízo daquele tribunal judicial de primeira instância.

O clube do Bonfim pode agora contestar a acção executiva antes de a mesma ser decidida pelo juiz do Tribunal do Comércio de Lisboa.

O Vitória de Setúbal debate-se com dificuldades financeiras há algumas temporadas, mas tem conseguido manter-se no principal escalão do futebol nacional.

O porta-voz do Vitória de Setúbal, Marco Santos, que declinou fazer comentários sobre a matéria durante o fim de semana.

MRA Alliance

Banco Mundial:Economia global entrou numa «fase nova e perigosa»

sábado, agosto 13th, 2011

A economia mundial entrou numa «fase nova e perigosa» e os países da zona do euro têm de reagir rapidamente, disse hoje o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

«Estamos no início de uma tempestade nova e diferente, esta não é a mesma crise de 2008 (…) Nas últimas duas semanas, passamos de uma recuperação difícil – com um bom crescimento nos países emergentes e em alguns países como a Austrália, mas muito mais hesitante em países mais desenvolvidos — para uma fase nova e mais perigosa », disse Zoellick, numa entrevista publicada no sábado pela revista semanal The Weekend Australian.

Segundo o responsável, a crise na zona euro «pode ser o maior desafio» para a economia global e exorta os países europeus a tomarem medidas o mais rapidamente possível.

MRA Alliance/Agências

Gestores da CGD têm os salários mais baixos da banca em Portugal

sexta-feira, agosto 12th, 2011

A comissão executiva da Caixa é a menos bem remunerada entre os principais bancos portugueses, revelam as contas relativas a 2010. A equipa liderada por Faria de Oliveira, que dirige o maior banco português, auferiu um total de 2,3 milhões de euros no ano passado, o que representa, em média, 323 mil euros por cada um dos sete administradores executivos. Um valor que é inferior ao ordenado de pelo menos um dos directores de departamento da instituição, sabe o Diário Económico.

As remunerações dos gestores do banco público são muito superiores à média de salários nacional, mas ficam abaixo dos ordenados praticados nas instituições privadas, com quem a Caixa tem de se bater.

O salário médio na comissão executiva do banco público, que tem vindo a ser reduzido desde 2009, compara com 767 mil euros no BES, 668 mil no Millennium BCP, 644 mil euros no Santander Totta, 555 mil euros no BPI e 420 mil euros no Banif.

MRA Alliance

Da apendicite grega ao tumor hispano-italiano

quarta-feira, agosto 10th, 2011

A bolsa nova-iorquina interrompeu ontem um ciclo de quedas consecutivas, ao fechar com valorizações de mais de quatro por cento nos principais índices. Pouco antes do fecho da sessão, aconteceu a repentina valorização após a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter anunciado que manterá as taxas de juro de referência próximas de zero por mais dois anos.

Entre os índices de referência, o Nasdaq Composite Index, que agrega empresas de base tecnológica, foi o que mais disparou: 5,295 por cento (para 2,482.520 pontos). O índice Standard and Poor’s 500 Index cresceu 4,741 por cento (para 1,172.530 pontos) e o industrial Dow Jones avançou 3,977 por cento (para 11,239.770 pontos).

Porém, o dia foi marcado por uma acentuada volatilidade nas bolsas europeias e norte-americanas. Wall Street abriu positiva, mas o disparo só foi visível no final da sessão, após o anúncio do Fed.

Imediatamente a seguir à divulgação da notícia, os mercados reagiram com apetite pelo risco. O Nasdaq subia pouco mais de um por cento, o índice S&P 500 valorizava 0,2 por cento e o Dow estava em terreno negativo. Os minutos finais da sessão foram determinantes para a recuperação.

Mas a recuperação de ontem será de curta ou de média duração? Em nossa opinião, os fundamentais das economias nacionais e das empresas cotadas nas bolsas dos dois lados do Atlântico não enganam: estamos na antecâmara de uma nova fase da crise sistémica de que temos vindo a falar, desde 2007 (ver  exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, ou aqui).

Contrariamente à reacção de ontem das bolsas norte-americanas, outras praças indicam que entraram no território dos mercados recessivos (bear market). Em Londres, o índice de referência FTSE 100 recuou 20%, desde Fevereiro. De 6091 pontos escorregou para 4855 pontos. O mesmo aconteceu em Hong Kong. O índice Hang Seng recuou 23% desde o último máximo, registado em 8 de Novembro passado.  Idêntica situação aconteceu na brasileira Bovespa  (-31%). Por outro lado, refira-se que o entusiasmo de ontem nas praças americanas está ensombrado pela acelarada perda de 18% nas cotações do índice S&P 500 registada nos últimos meses…

A decisão da agência de rating Standard & Poor´s de baixar a notação da dívida norte-americana de AAA para Aaa, na sexta-feira, na sequência do recente aumento, pelo Congresso, do tecto da dívida federal acima da fasquia de USD 14,3 trillion, apesar de ter precipitado a presente situação, é apenas mais um episódio do colossal descontrolo financeiro norte-americano. A crise não está controlada. Longe disso.

A decisão do Fed agora anunciada de manter as taxas de juro próximas de zero até 2013 é tudo menos uma boa notícia. Dinheiro fácil e escandalosamente barato é mau conselheiro. É um viveiro de bolhas especulativas. Das dotcom às hipotecas subprime insistimos em trilhar um caminho perigoso. De bolha em bolha até à definitiva implosão do sistema financeiro global. Sem pretendermos ser exaustivos, propomos uma olhada sobre os sinais. Alguns têm tanto de elucidativos como de preocupantes:  

  • Na bolsa de futuros Comex, após o anúncio do Fed,  as posições relativamente aos contratos de ouro subiram 1,8%,  fixando-se no novo recorde histórico de  1740 dólares a onça;
  • O banco J.P. Morgan emitiu ontem uma nota segundo a qual a cotação do ouro deverá atingir os 2500 dólares a onça até ao final do ano, enquanto o Goldman Sachs prevê que esteja nos 1730 dólares dentro de seis meses e nos 1900 dólares dentro de 12 meses;
  • O metal amarelo prossegue a sua escalada enquanto activo à prova de crises. Continua a ser o refúgio mais seguro que o dinheiro pode comprar nos tempos que correm. Esta opinião é partilhada por alguns governadores de importantes bancos emissores;
  • Nos dois últimos meses, o banco central da Coreia do Sul comprou 25 toneladas de ouro, aumentando em 17 vezes as suas reservas de metal amarelo. No mesmo período, também o banco central da Tailândia aumentou as suas reservas de ouro em 15,5%, tendo passado de 3523 milhões de onças, em Maio, para 4,07 milhões, em Junho. No princípio do ano, a Tailândia já adquirira 9,3 toneladas de ouro. A Rússia comprou 41,8 toneladas e o México 99,2 toneladas. A China anunciou no início do ano que pretende, até 2020, aumentar drasticamente as suas reservas de ouro.   Das actuais 1054 toneladas quer chegar às 8-10 mil toneladas;
  • Os juros implícitos (yield)  dos títulos dos EUA a dez anos baixaram de 2,32% para 2,28%, entre segunda e terça-feira;
  • Até agora, perante a visível deterioração do clima económico nos sete países mais industrializados (G7) e a profunda crise das dívidas soberanas europeias,  a maioria dos investidores e especuladores comprava, devido ao risco quase inexistente,  títulos do tesouro americano na expectativa de que se valorizassem. Porém, se em vez disso eles se depreciarem, como já está a acontecer,  tal pode significar que a bolha do mercado das obrigações norte-americanas está prestes a rebentar. As consequências serão trágicas para a economia global;
  • Desde 24 de Julho, o pânico generalizado em todos os mercados mundiais gerou perdas globais de USD 8,1 trillion (mais de metade do PIB dos EUA). Este valor  corresponde  a 14,8% da capitalização bolsista do mundo;
  • Em apenas cinco anos (2008-2012), o montante das obrigações de dívida vencidas, emitidas pelo Tesouro norte-americano, atingirá o gigantesco volume de USD 5,6 trillion.   A totalidade do crescimento da dívida do país, entre 1776 (ano da declaração de independência) e 2008, foi de 4,6 trillion. Obama vai ultrapassar em apenas cinco anos o que o conjunto dos seus 43 antecessores fez em… 232 anos!!!
  • O custo global das ajudas financeiras aos bancos e empresas financeiras dos EUA e da Europa, desde 2008, na realidade, ascende a quase USD 24 trillion, segundo a estimativa de Neil Barofsky, o inspector-geral do TARP (Troubled Asset Relief Program), o mega programa de resgate aprovado pela administração Bush e continuado pela administração Obama. Se compararmos este número com o do défice reconhecido pelo Tesouro (USD 14,7 trillion) ficamos com uma ideia mais realista da enormidade dos problemas a resolver quando for apresentada a factura para liquidação; 
  • Se tivermos em conta que o rácio dívida/PIB da Grécia já atingiu os 150%, e que os EUA estão a caminho de ultrapassar rapidamente a psicológica barreira dos 100%, as perspectivas para o biénio 2012-2013 são ainda mais negras. Os efeitos sobre a evolução do crescimento e do emprego serão devastadoras. Também o dólar, enquanto reserva cambial mundial,  terá o seu canto do cisne;

E o que nos reserva a Europa dos 17 (Zona Euro),  ou dos 27 (UE)? Será que o sonho europeu, idealizado nos anos 50 pelo eixo Bona-Paris, poderá, meio século depois,  vir a transformar-se no pesadelo do eixo Berlim-Paris? A prazo é bem possível. Para já, é avisado estarmos preparados para o pior (desintegração da UE e fim do euro).

Os altos dirigentes dos países membros mais ricos e a elite dos eurocratas têm pautado a sua actuação pela incapacidade de gerar consensos, de elaborar discursos coerentes, de afirmar um projecto europeu credível e sustentável e de ter a noção dos timings certos para agir.

Se no debate sobre a subida do tecto da dívida federal, os congressistas norte-americanos e o Presidente Obama deram aquele risível espectáculo de marcar o golo (chegar a acordo) no período de descontos (praticamente no fim do prazo), o que dizer dos líderes europeus? Com os sucessivos avanços e recuos e os constantes desmentidos das promessas feitas na véspera, uns e outros colocaram a Europa a jeito da voracidade vampírica dos mercados (leia-se especuladores).

O que ontem era uma simples apendicite grega, passou hoje a ser um desconfortável pólipo luso-irlandês, o qual, num futuro próximo, ameaça evoluir para um fatal carcinoma hispano-italiano. 

Deste lado do Atlântico, os meteorologistas da política e do dinheiro têm o dedo no botão de alerta de tsunami, atentos a alguns sinais dos chamados “mercados”:

  • Um editorialista do Financial Times escreveu ontem que o futuro da Europa depende da qualidade da defesa da Espanha e da Itália pelo triunvirato UE/BCE/FMI.
  • Embora  Madrid tenha apresentado “bons resultados” no combate ao défice e na flexibilização do mercado de trabalho, o articulista elege como positivo o facto de registar um superávit primário e de os seus empréstimos terem maturidades confortáveis. Como aspecto negativo é sublinhado o elevado peso da dívida (a terceira maior da Zona Euro), as tímidas medidas de combate ao défice e a crónica incapacidade do governo Berlusconi para fazer crescer a economia,  melhorar a capacidade  competitiva e combater o excesso de burocracia;
  • Esta análise, em nossa opinião,  peca por benigna já que passa ao lado de uma variável essencial da equação – a estratégia dos especuladores e as ferramentas de que dispõem para desestabilizar qualquer economia ou moeda, independentemente do seu peso e dimensão;
  • A manipulação pelos especuladores (privados e institucionais) de instrumentos derivativos, designadamente os famigerados seguros de incumprimento financeiro – Credit Default Swaps (CDS) -, levou à falência do banco Lehman Brothers, à nacionalização da seguradora AIG, à insolvência da Islândia e a severas crises cambiais nos anos 90 que atiraram para as cordas as moedas da Rússia, da Malásia, da Coreia do Sul, do México e por aí fora;
  • Ninguém sabe ao certo qual o montante global dos tóxicos CDS que infectam os balanços de sonantes nomes da banca europeia – do germânico Deutsche Bank, ao britânico Barclays, ao francês Paribas, passando pelo espanhol Santander e pelo italiano Unicredit – mas diversos especialistas dividem-se entre estimativas estratosféricas (trillions ou quadrillions);  
  • Certo é que, contrariamente ao que tem sido vertido em muitas páginas de jornais e revistas especializadas, existe o perigo real de um ou mais bancos europeus de grande dimensão poderem vir a ser atacados pelo vírus Lehman Brothers. Quando chegar a hora, lembrem-se  de trautear “Don’t cry for me Argentina”;
  • A França, para alguns inesperada e injustamente, está na berlinda desde sexta-feira, dia em que a S&P despromoveu a qualidade da dívida norte-americana. Comparativamente a outros países com notações triple A, os juros implícitos, os CDS e os níveis do défice que afectam a economia gaulesa são variáveis consideradas excessivas pelas maiores agências de rating;
  • Na próxima sexta-feira, a França publicará dados estatísticos sobre o crescimento da economia no segundo trimestre. A generalidade dos analistas prevê números desanimadores da ordem dos 0,2%, ou seja 0,7% abaixo do valor registado no primeiro trimestre;
  • Caso se confirmem as previsões, as campainhas de alarme alertarão para a dificuldade de a França conseguir, em 2013, atingir a prometida meta de reduzir o actual défice (7,15% do PIB) para menos de 3%;
  • O facto de os CDS sobre a dívida francesa serem superiores aos pagos pelos compradores de dívida emitida pelas autoridades do Peru, Indonésia, África do Sul e da República Eslovaca é motivo de preocupação não apenas para o governo francês. As lideranças da UE, do BCE e do FMI receiam que a equacionável perda pela França da notação AAA possa pôr em causa toda a arquitectura do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e inviabilizar futuros resgates;
  • De  resto, os recursos do FEEF (750 mil milhões de euros) são considerados insuficientes para fazer face às necessidades prováveis dos resgates. Chegam para atender o conjunto dos actuais três “clientes” – Grécia, Irlanda e Portugal e eventualmente de Chipre.  Caso a Espanha ou a Itália sejam forçadas a usá-lo precisaria de ser generosamente recapitalizado.  De resto, há mesmo quem pense que o resgate da terceira e da quarta economias da UE, a Itália e a Espanha respectivamente, necessitaria de um novo Plano Marshall, mas agora com a inclusão dos países emergentes do G20 (China, Índia, Brasil, Arábia Saudita, etc.);
  • Para apimentar o cenário, o mês de Setembro promete ser crítico. A troika irá a Atenas fazer a avaliação de desempenho do governo na aplicação dos programas de resgate em curso e em fase de implementação. A instabilidade política e social em que a Grécia está mergulhada faz temer a obtenção de resultados aquém dos desejados pelos credores, com efeitos negativos na evolução da crise europeia;
  • Na Alemanha, a Chanceler Merkel enfrenta uma resiliente frente de forças políticas e de individualidades da coligação que lidera (CDU/FDP) que discordam abertamente dos acordos pró-resgate por ela validados em Bruxelas. O regresso de férias dos deputados do Bundestag promete acessos debates.
  • Conhecida a sua propensão para o “nim”, bem como para protelar até ao limite decisões urgentes, a senhora Merkel poderá viver dias difíceis e voltar a dar sinais errados aos mercados de dívida. Qualquer sinal de instabilidade e de laisser-faire dado pela Alemanha pode complicar ainda mais as já ténues possibilidades de controlo da situação;
  • Também em Setembro, algumas “cajas de ahorros” espanholas irão ao mercado tentar obter empréstimos. Num cenário de eleições antecipadas, de escalada dos juros da dívida soberana e de insuficientes taxas de crescimento económico, para além de uma elevada taxa de desemprego (superior a 20%), este segmento da banca espanhola terá uma missão espinhosa e de resultados duvidosos;

Se, como tudo indica, nada de enérgico e proactivo for feito, em Agosto, pelos líderes europeus que ditam as políticas da UE – Merkel e Sarkozy – chegaremos a Setembro com uma situação mais degradada. Talvez irremediavelmente…

Nesse caso, e se persistirem os ataques especulativos contra as dívidas espanhola e italiana, com uma insustentável subida das taxas de juro e dos CDS, o último trimestre promete ser um osso duro de roer.

Neste momento, ninguém, do BCE ao FMI, passando por outras instituições de idêntico calibre, dispõe de recursos para resgatar financeiramente países como a Espanha e a Itália. Se tal for imperativo, como vão os mandantes da economia mundial resolver o problema?

A resposta é simples. Ninguém sabe. Nem eles…

Pedro Varanda de Castro, Consultor

MRA Alliance

Medo da crise provoca subida recorde nos depósitos e alivia pressões sobre a banca

segunda-feira, agosto 8th, 2011

Segundo os dados mais recentes do BCE, referentes ao final de Junho, o valor dos depósitos feitos em entidades do sistema bancário português subiu 26,6 mil milhões em 12 meses. É um aumento de 8,42% para 342,5 mil milhões de euros, a maior subida em termos percentuais de toda a zona euro.

A média dos países da união monetária aponta para uma descida de 2,41% no valor dos depósitos, sendo que a Irlanda viu estes recursos caírem mais de 14% e os bancos gregos deixaram fugir mais de 7% de depósitos.

“Os níveis de confiança relativamente à banca desceram muito na Irlanda e na Grécia. Em Portugal há a consciência dos problemas do sector financeiro, mas ainda se considera o depósito como uma das aplicações mais seguras, senão mesmo a mais segura”, observa o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia.

Numa altura em que os mercados continuam fechados para os bancos nacionais e em que a ordem do Banco de Portugal é para diminuir a dependência dos fundos do BCE, os depósitos são das poucas escapatórias dos bancos para se manterem à tona.

“O aumento de depósitos é um elemento crucial para manter a estabilidade do sistema financeiro e reduzir a dependência de fontes terceiras, como o BCE ou a venda forçada de créditos a um desconto elevado”, explica o administrador da Dif Broker, Pedro Lino.

MRA Alliance/DE

81 mil bancários despedidos em 2011 devido à crise global

domingo, agosto 7th, 2011

Desde o início do ano foram destruídos 200 mil empregos a nível mundial. O sector financeiro foi responsável pelo anúncio de 81 mil destes cortes, sendo que 65 mil serão contabilizados por instituições financeiras europeias.

Destaque para o gigante britânico HSBC que na segunda-feira informou o mercado de que até 2013 planeia eliminar 30 mil postos de trabalho, cerca de 10% da sua força laboral.

Também o Lloyds, liderado pelo português António Horta Osório, revelou no final de Junho que irá cortar 15 mil empregos da sua estrutura, cerca de 12,2% da força laboral, quando em Março e Abril tinha apenas anunciado o despedimento de 1.095 pessoas.

Desde o início da crise financeira, em meados de 2007, só estas duas instituições já anunciaram a eliminação de 77,3 mil postos de emprego.

Em Portugal o quadro é distinto e os números menos dramáticos. Nenhum dos grandes bancos anunciou uma onda de despedimentos. A Associação Portuguesa de Bancos (APB) coligiu dados segundo os quais a população bancária emagreceu 4% entre 2009 e 2010, passando de 59.224 funcionários para 56.844 entre despedimentos e reformas.

O BPI, entre 2007 e Junho de 2011 reduziu a base de colaboradores em 9,3% para 7.048 funcionários no final de Junho, tendência que deverá manter-se até ao final do ano. O banco liderado por Fernando Ulrich espera que 260 colaboradores peçam a reforma antecipada, permitindo ao banco poupar 12 milhões de euros por ano.

O BCP também cortou no número de funcionários entre Junho de 2010 e Junho deste ano. De acordo com dados do banco de Santos Ferreira, foram 469 o número de colaboradores que deixaram de ter vínculo contratual com o BCP neste período.

O BES não revela no documento de apresentação de resultados do primeiro semestre o número de cortes no pessoal realizados neste período, mas refere que “excluindo as novas consolidações e o efeito da integração dos colaboradores na Segurança Social, os custos operativos registam uma diminuição de 3,8%”.

MRA Alliance/DE

Lucros da CGD caem 13,2% para 91,4 milhões de euros

quinta-feira, agosto 4th, 2011

Os resultados líquidos consolidados da Caixa Geral de Depósitos caíram 13,2 por cento no primeiro semestre face a período homólogo para 91,4 milhões de euros, divulgou hoje o banco público, que em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Antes de impostos, os resultados da instituição liderada por Faria de Oliveira foram de 182,4 milhões de euros, mais 47,4 por cento face ao mesmo semestre de 2010.

Entre janeiro e junho de 2011, os custos da Caixa com impostos e contribuições foram de 91 milhões de euros (mais 72,5 milhões do que no período homólogo), sendo que deste valor 14,7 milhões de euros referem-se à contribuição extraordinária sobre o sector bancário.

MRA Alliance/ionline

Factura total do BPN só será conhecida em 2020

quinta-feira, agosto 4th, 2011

O negócio da venda do BPN deverá ficar fechado até ao final de Janeiro de 2012, mas só em 2020 será possível conhecer o valor total da factura que caberá ao Estado.

O Governo já assumiu que a nacionalização do banco vai custar aos contribuintes 2,4 mil milhões de euros, sendo que uma parte desse valor – 1,8 mil milhões de euros – já foi reconhecido no défice de 2010. Os cerca de 550 milhões de euros remanescentes – que irão capitalizar o BPN antes da sua venda ao BIC – só será contabilizado no défice deste ano.

Mas o custo final para o contribuinte da opção de nacionalização do banco só é possível apurar em 2020, pois uma grande parte dos activos tóxicos do BPN foram transferidos para três veículos do Estado, com financiamento da CGD e aval do Estado.

Se os três veículos não conseguiram recuperar o valor dos activos necessários para ressarcir a CGD, o Estado ainda poderá incorrer em perdas adicionais.

Estas contas só serão feitas dentro de dez anos, altura limite para se tentar recuperar o valor dos activos tóxicos do BPN que foram para o Estado, de acordo com o relatório e contas do banco nacionalizado.

MRA Alliance/DE

Imparidades no crédito custam mil milhões ao BCP, BES, BPI e Totta

quinta-feira, agosto 4th, 2011

No primeiro semestre, os quatro grandes bancos que já apresentaram resultados – BCP, BES, BPI e Santander Totta – registaram imparidades no crédito no valor de 1.039 milhões de euros, mais 57% que no mesmo período do ano passado.

Este valor compara com lucros de 317 milhões de euros dos bancos em questão, na primeira metade do ano. Ou seja, as imparidades com o crédito malparado foram quase três vezes superiores aos resultados líquidos. Porém, falta ainda conhecer os resultados semestrais da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o maior banco português.

Os analistas e as fontes do sector contactadas pelo Diário Económico consideram que, à medida que a crise económica se acentuar, com empresas e fechar portas e o desemprego a crescer, haverá cada vez mais casos de incumprimento por parte das famílias e das sociedades.

“É uma tendência crescente e que se deverá manter, devido à actual conjuntura económica”, afirmou um analista contactado pelo jornal.

MRA Alliance

Estado pode ficar com mais de 1000 milhões de créditos do BPN

quinta-feira, agosto 4th, 2011

O Estado deverá ficar com mais de mil milhões de euros de créditos do BPN, estando a negociar actualmente a transferência desses créditos com o BIC, disse a secretária de Estado do Tesouro, ouvida em comissão parlamentar.

“O valor adicional a transferir para as sociedades é superior a mil milhões de euros. A razão é que o banco comprador quer ter um rácio de transformação de depósitos em crédito de 120%”, disse Maria Luís Albuquerque na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças.

Segundo a governante, tendo em conta a “fuga de depósitos”, esse rácio é “actualmente muito superior” pelo que está a ser acordado com o BIC “a transferência adicional de créditos”.

Maria Luís Albuquerque afirmou que a transferência “não tem a ver com a qualidade” dos créditos mas com o rácio de transformação de depósitos em créditos que o BIC pretende ter no momento da aquisição do BPN.

MRA Alliance/Agências

Venda do BPN levanta dúvidas e críticas

terça-feira, agosto 2nd, 2011

A venda do BPN ao BIC por 40 milhões de euros está a gerar uma onda de dúvidas e críticas. O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) suspeita que tenha havido «interesses exógenos».

«O próprio comunicado [do Ministério das Finanças] diz que foram recebidas quatro propostas de aquisição. Não conhecemos a quarta proposta, mas qualquer uma das duas outras, seja do Montepio, seja do NEI, era bem melhor que esta», afirmou à Lusa o presidente do SNQTB, Afonso Diz. «Interesses exógenos» que podem estar relacionados com «a natureza da administração da própria Caixa Geral de Depósitos e a forma atabalhoada como foi composta».

Ainda que tenha sido «estancado um sorvedouro de dinheiro», o responsável mostra-se apreensivo por não ser claro o destino dos trabalhadores do banco, uma vez que a proposta apresentada pelo Banco BIC, segundo o comunicado do Governo, «assegura a integração de um mínimo de 750 dos atuais 1.580 colaboradores» do BPN. Mas o sindicalista garante que são 1.710 e não 1.580.

Quem também não vê o negócio com bons olhos é a Federação do Sector Financeiro (Febase), que estranha que a proposta vencedora «não se comprometa minimamente com o número de trabalhadores a manter na instituição». Em comunicado, a Febase disse que «não pode deixar de estranhar a proposta agora vencedora que obriga “o próprio Estado a assumir os custos com essas eventuais rescisões, que serão decididas pelo Banco BIC».

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (SINTAF) critica que o banco BIC «não tenha sido obrigado a manter todos os postos de trabalho». «Os trabalhadores do BPN são assim, depois dos cidadãos portugueses que pagaram com os seus impostos a gestão fraudulenta e esta aventura cúmplice de branqueamento, as vítimas directas deste processo», refere o comunicado do SINTAF.

MRA Alliance/AF

Lucro dos 4 maiores bancos privados cai mais de metade

terça-feira, agosto 2nd, 2011

Os lucros dos quatro maiores bancos privados portugueses registaram uma forte queda na primeira metade deste ano, face ao obtido no mesmo período de 2010. No conjunto, BCP, BES, BPI e Santander Totta lucraram 396,1 milhões de euros, uma redução de 55,8% face aos 897,4 milhões obtidos nos primeiros seis meses do ano passado.

Todos os bancos do grupo registaram uma descida dos ganhos, mas foi o Santander Totta que apresentou a maior quebra: 70%, para 72,6 milhões.
Em termos absolutos, o maior lucro coube ao BES, que ganhou 156 milhões de euros em seis meses (mesmo assim menos 44,7%). Segue-se o BCP, com 88,4 milhões (menos 45,8%). Nota ainda para o BPI, com ganhos de 79,1 milhões de euros e uma queda de 20,4%.

Feitas as contas, os quatro maiores bancos privados a operar em Portugal lucraram mais de 2 milhões de euros por dia nos primeiros seis meses do ano.

MRA Alliance/AF

Banco Bic é o novo dono do BPN

domingo, julho 31st, 2011

O Banco Bic será o novo dono do BPN, avançou o Ministério das Finanças, em comunicado, divulgando que a proposta de aquisição de 100 por cento das ações do banco pelo angolano BIC é de 40 milhões de euros.

«O Governo comunica que tomou hoje a decisão de selecionar a proposta do Banco BIC Português, S.A. com vista a negociar, em condições de exclusividade, um acordo para a alienação das ações representativas do capital social do BPN», avança o comunicado do Ministério das Finanças.

A proposta de aquisição de 100 por cento das ações do BPN pelo Banco BIC é de 40 milhões de euros, a realizar na data de transmissão das ações. Adicionalmente, caso o banco apresente um resultado acumulado líquido de impostos superior a 60 milhões de euros ao final de cinco anos após a data da transação, será pago ao vendedor uma percentagem de 20 por cento sobre o respetivo excedente, a título de acréscimo de preço, frisa o comunicado.

A nota explica que a celebração do contrato formalizando a transação deverá ocorrer num prazo máximo de 180 dias, tendo em conta «a necessidade de estabelecer um prazo de conclusão das negociações em exclusividade, e, caso as mesmas sejam bem sucedidas, da obtenção dos pareceres e autorizações por parte das entidades reguladoras e da celebração dos contratos».

O Ministério das Finanças sublinha que a decisão do governo «assegura a continuidade da atividade do BPN e tem em consideração a defesa dos interesses dos depositantes» e adianta que o Banco BIC garante a integração de um mínimo de 750 dos atuais 1.580 colaboradores do BPN.

Quanto à rede de agências e centros de empresa do BPN, assim como à totalidade dos trabalhadores a eles afetos, a nota explica que «será transmitida ao proponente comprador», que «indicou a intenção de proceder à respetiva racionalização».

Já o Estado vai suportar os custos com a eventual cessação dos vínculos laborais dos trabalhadores das agências e/ou centros de empresa que venham a ser encerrados ou reestruturados num prazo máximo de 120 dias após a data de transmissão das ações, acrescenta.

O Governo adianta que a recapitalização do BPN, prévia à transmissão das ações, atingirá os cerca de 550 milhões de euros, sendo o total do custo do Estado com o BPN, descontado do preço de venda, nesta data, de cerca de 2,4 mil milhões de euros.

MRA Alliance/Sol

Lucros do banco Santander Totta caem 70 por cento

sábado, julho 30th, 2011

Os lucros do Santander Totta desceram 70 por cento para os 72,6 milhões de euros no primeiro semestre, anunciou o presidente do banco, Nuno Amado. De acordo com o responsável, “houve uma redução significativa do lucro, mas os resultados recorrentes são compatíveis com o momento do ciclo económico”.

Já o resultado líquido recorrente baixou 42,8 por cento para os 129,3 milhões de euros. O banco “está no módulo resistência, privilegiou o reforço do balanço, mais do que os resultados”, acrescentou o banqueiro.

Na apresentação de resultados, Nuno Amado afirmou que o banco atingiu o rácio core tier 1 de 10,7 por cento no final deste semestre, acima dos 9,6 por cento de Junho de 2010 e já acima do objectivo definido no acordo com a ‘troika’ para 2012.

MRA Alliance/Público

BCP estuda saída da Polónia e da Grécia e entrada no Brasil e China

quinta-feira, julho 28th, 2011

O Banco Comercial Português (BCP) está a ponderar vender as suas unidades na Grécia e na Polónia, onde obteve boa parte dos seus lucros semestrais, passando a focar a sua estratégia internacional na China, no Brasil e em África, anunciou ontem o seu presidente, Carlos Santos Ferreira.

Carlos Santos Ferreira, que falava na apresentação de resultados semestrais do banco, explicou a nova agenda estratégia do BCP, dizendo que “as operações europeias deixam de ser core”, o que abre a porta para a venda das unidades do banco naqueles dois países.

Simultaneamente anunciou ter  em curso uma iniciativa para obter uma licença bancária que lhe permita operar no Brasil e reforçar a presença física na China. Assim, o foco do grupo passa a assentar – para além do mercado nacional – em três eixos: Brasil, Ásia e África. Parte da estratégia agora anunciada passa pela criação de uma holding que irá incorporar o Banco Millennium Angola (BMA).

À decisão de reposicionamento estratégico em mercados emergentes não terão sido estranhos os fracos resultados do banco. O BCP fechou os primeiros seis meses do ano com um lucro de 88,4 milhões de euros, menos 45,8 por cento do que no mesmo período do ano passado.

É na Polónia que o banco tem grande parte do seu valor internacional. Ao contrário dos resultados totais do grupo, os lucros do banco na Polónia (onde o BCP é o maior accionista) dispararam 58,7 por cento no primeiro semestre, para os 54,7 milhões .

No documento, no qual define a nova agenda estratégica para os próximos três anos, o banco explica que está a explorar opções “para reduzir exposição ao mercado da Grécia”, onde o grupo regista uma crescente diluição dos resultados e uma estagnação do crescimento de volumes (o banco detém um por cento da quota de activos).

Em África, os parceiros angolanos no BMA, a Sonangol e o Banco Privado Atlântico, de Carlos da Silva, ficam com 30 e 20 por cento do capital da nova holding, respectivamente, detendo o BCP os restantes 50 por cento. Assin sendo, o Banco Privado Atlântico (BPA) reforça a sua posição accionista, já que, até agora, esta instituição angolana era dona de 15,8 por cento do BMA, enquanto o BCP dominava 52,7 por cento do capital e a Sonangol 31,5 por cento.

A partir daqui, a estratégia passa por entrar em outros mercados, tendo já sido identificados como alvos a Namíbia e São Tomé e Príncipe, e por apostar em “novos negócios”. O grupo liderado por Carlos Santos Ferreira admite que poderá ter parceiros locais nos mercados onde quer entrar, bem como parceiros especializados na nova vertente de negócios.

No caso de Angola, o resultado líquido no primeiro semestre subiu 54,5 por cento para 15,1 milhões de euros. Já em Moçambique, onde o BCP também opera com o Millennium bim (onde tem 66,7 por centro do capital), a subida foi de 40,5 por cento para 41,9 milhões de euros no período em análise.

Ao todo, as operações internacionais do banco cresceram no último semestre 154,1 por cento, representando 64,4 mil milhões de euros nos resultados do banco, descontando já os interesses minoritários (os lucros devidos aos parceiros do BCP).

MRA Alliance/Público

Troika desconfia das avaliações do BdP aos créditos da banca nacional

quarta-feira, julho 27th, 2011

As equipas da troika internacional, que a partir de Setembro vão estar em permanência nos bancos portugueses a avaliar os créditos destas instituições, vão integrar técnicos dos Bancos de Espanha, França e Bélgica, apurou o Jornal de Negócios junto de fontes financeiras.

Quer isto dizer que, os bancos centrais espanhol, francês e belga vão, indirectamente, verificar a validação que o próprio Banco de Portugal já fez da forma como os activos da banca nacional estão registados nos respectivos balanços.

MRA Alliance

Bancos dizem que se o Estado pagar as dívidas nos prazos haverá dinheiro para a economia

terça-feira, julho 26th, 2011

Os cinco banqueiros que ontem se reuniram no IX Fórum da Banca e Mercado de Capitais, organizado pelo Diário Económico, foram unânimes em dizer que se o Estado pagasse os seus créditos a tempo e horas haveria muito mais dinheiro para emprestar à economia.

Foi Fernando Ulrich quem abordou o tema de forma mais incisiva, chegando a apresentar soluções: “A linha de capitalização [de 12 mil milhões de euros] devia servir para o Estado pagar o que deve aos bancos”.

O presidente do BPI defendeu que o programa da ‘troika’ não devia ter uma linha de capitalização para o Estado apoiar o reforço de capitais dos bancos, “mas que esse dinheiro era útil se fosse canalizado para o sector público, para que este pudesse pagar aos bancos nas datas em que os empréstimos vencem”.

Fernando Ulrich revelou que “estão sempre a pedirem-nos [ao BPI] moratórias para os programas do PME Invest e para as empresas públicas. Logo, esses 12 mil milhões faziam mais falta ao sector público para este poder pagar à banca”.

Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP avançou com um número: “a exposição do sector financeiro ao Estado são 61 mil milhões (contando com a dívida pública que os bancos têm no balanço). Ora, se o Estado fizesse o que lhe compete, que pague o que deve no prazo contratado, isso daria liquidez ao sistema financeiro”, disse o presidente do BCP.

“Um dos caminhos a percorrer era que o Estado fizesse aquilo que lhe compete como qualquer cidadão: que pague aquilo que deve no prazo. Se pagar às autarquias ficam elas felizes e nós felizes. Se pagar às regiões é uma festa. Paguem. É só isso”, disse o banqueiro.

MRA Alliance

Presidente do BPI arrasa plano da ‘troika’ para a banca

terça-feira, julho 26th, 2011

O presidente do BPI critica o programa de ajustamento da ‘troika’ para o sector bancário. Fernando Ulrich foi peremptório: “lamento dizer mas o plano da ‘troika’ para o sector financeiro não tem sentido e por isso tem de ser repensado”.

O presidente do BPI enumera os problemas das metas que a ‘troika’ exigiu aos bancos a curto prazo. “Desde logo a questão do ‘core capital’ que era de 7%, passou para 9% e vai passar para 10%. Assim está sempre a faltar capital”. Depois lembrou que 50% dos activos do BPI são créditos de médio e longo prazo (a 30 anos) que foram concedidos no pressuposto de um ‘core capital’ de 4% e não da exigência de um ‘core capital’ de 10%”. Não foi por acaso, diz Ulrich, que “Basileia III deu calendários de 10 anos para a banca se adaptar às novas regras”.

Este programa é, na opinião do banqueiro, incompatível com as medidas adoptadas pela União Europeia na semana passada onde “finalmente foi reconhecido que os bancos não vão voltar ao mercado tão cedo”.

“Um dos argumentos que tem sido apresentado a favor de conceder mais capital aos bancos é o regresso ao mercado de capitais. Mas gostava de chamar a atenção: enquanto me lembrar do que o mercado de capitais me fez, não quero voltar ao mercado tão cedo. Não podemos estar reféns do mercado, que este é por definição ganancioso”, afirmou. O programa da troika só não é pior, diz Ulrich por causa do Banco de Portugal.

MRA Alliance/DE