As presidentes do Brasil e da Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Fernández de Kirchner, afirmaram nesta sexta-feira que a América do Sul deve adotar medidas conjuntas para se blindar contra a crise financeira global.
“Temos que defender nossos países da valorização das moedas e da avalanche de produtos que não encontram mercado nos países desenvolvidos e afetam nossas indústrias”, declarou Dilma.
A governante argentina, em sua primeira visita oficial ao Brasil desde que Dilma assumiu, disse que o assunto foi tratado na cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realizada em Lima nesta quinta-feira, durante a posse de Ollanta Humala como novo presidente peruano.
“É necessário adotar medidas comuns para defender os avanços conquistados e a inclusão social”, opinou Cristina.
De acordo com as únicas mulheres presidentes da região atualmente, a América do Sul acumulou nos últimos anos um forte desenvolvimento nas áreas social, econômica e industrial, que deve ser protegido de um possível agravamento da crise global.
Dilma esclareceu que não se trata apenas do que possa gerar uma possível moratória nos Estados Unidos, mas de um mundo que mergulhou em uma grande incerteza.
No entanto, a presidente garantiu que os países sul-americanos, em seu processo de integração, têm agora “a oportunidade histórica de aprender com os erros dos outros”, entre os quais citou a União Europeia (UE), em clara alusão às turbulências no bloco comunitário.
Embora tenham sido enfáticas em relação à necessidade dessa “blindagem” ser de caráter regional, nem Dilma nem Cristina deram pistas sobre quais seriam as medidas comuns que devem ser adotadas.
Nesse sentido, remeteram ao futuro imediato e a uma reunião que terão na próxima semana em Lima os ministros de Economia da região e a outra que reunirá em agosto em Buenos Aires os presidentes dos Bancos Centrais.
MRA Alliance/Terra Brasil