Archive for the ‘América Latina’ Category

Cimeira ibero-americana relança diplomacia económica

domingo, dezembro 5th, 2010

Sócrates, Cavaco e Lula na XX Cimeira Ibero-americanaA 20.ª Cimeira Ibero-americana terminou ontem na Argentina com a aprovação de declarações sobre educação, justiça e uma forte carga política, mas a mala do primeiro-ministro foi e regressou carregada de incumbências de diplomacia económica.

A decisão de grande importância (elogiada pelo presidente da República, Cavaco Silva, e por José Sócrates, por dar à organização uma “dimensão política mais forte”) consiste numa “cláusula democrática”, que permite intervenções diplomáticas para ajudar o governo legítimo de um país cuja ordem constitucional seja interrompida, como aconteceu com as Honduras, cujo presidente foi deposto, e até suspender a sua participação nos órgãos da comunidade.

Dedicada ao tema “Educação para a inclusão social”, a cimeira, que decorreu na estância balnear de Mar del Plata, aprovou uma extensa declaração na qual os estados ibéricos e latino-americanos afirmam o seu compromisso de alcançar plena alfabetização de todos os países antes de 2015, entre outros objectivos.

O encontro, que valorizou a escola pública e se comprometeu no investimento de 76 mil milhões de euros em projectos educativos até 2011 e na criação de um fundo de cooperação e coesão educativa com uma dotação inicial de três mil milhões através de bancos públicos e privados, proclamou o acesso universal de alunos e professores às novas tecnologias de informação, a investigação e o desenvolvimento de estratégias inovadoras da sua incorporação no ensino e o intercâmbio de experiências.

Trata-se de um tema do agrado do primeiro-ministro, José Sócrates, que voltou a usar o fórum de chefes de Estado e de Governo para promover, entre outros negócios, os programas governamentais “e-escolas” e “e-escolinhas” junto dos líderes de vários países, com os quais se encontrou.

O presidente do Panamá mostrou-se interessado naqueles programas; Sócrates espera que em breve seja possível vender à Argentina entre 700 mil e 900 mil computadores “Magalhães”; o presidente da Guatemala pediu-lhe que envie ao seu país uma equipa técnica a expor a experiência portuguesa no domínio das tecnologias de informação; e a Venezuela mostrou interesse na área da protecção civil, especialmente na prevenção de cheias.

“Venho com a intenção de potenciar a nossa relação com a América Latina no plano económico. A América do Sul é um dos continentes que estão a crescer mais, com taxas que se distanciam de muitos outros países”, disse Sócrates ainda antes dos trabalhos da cimeira. Depois de um encontro com o presidente do Brasil, Lula da Silva, garantiu que há mais interesse em investimentos brasileiros no país. Antes de deixar Mar del Plata, anunciou que tem aprazadas para o primeiro trimestre visitas ao Panamá e ao México.

Um dos documentos mais importantes da cimeira é uma resolução sobre o uso de vídeo-conferência para facilitar a prestação de depoimentos de vítimas de crimes, testemunhas, peritos e acusados sem obrigar à sua deslocação.

MRA Alliance/JN

Nobel/Literatura: Peru festeja consagração de Mario Vargas Llosa

sexta-feira, outubro 8th, 2010

Mario Vargas LlosaEntre a surpresa e a euforia, os peruanos festejaram, na quinta feira, o Prémio Nobel da Literatura 2010 concedido ao escritor Mario Vargas Llosa, num dia considerado “enorme” pelas autoridades locais.A decisão da Academia Real das Ciências da Suécia apanhou de surpresa familiares do galardoado, mas também a imprensa peruana, que, num primeiro momento, se limitou a citar os meios de comunicação internacionais, para depois entrar numa cobertura do acontecimento com euforia, recolhendo declarações do presidente peruano, Alan García.

“É um enorme dia para o Peru, um dia de alegria, inclusive para os que não comungavam com Mario”, declarou, emocionado, García, que considerou Vargas Llosa um “criador em todo o sentido da palavra”.

MRA Alliance/DN

“Guerra de divisas” assusta Brasil e estremece América Latina

quinta-feira, outubro 7th, 2010

O fluxo financeiro para a América Latina quase quadruplicou em 2010, totalizando 91,2 mil milhões de dólares, revela o Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu relatório semestral.

Os fluxos financeiros privados líquidos, em 2009, totalizaram 25,1 mil milhões de dólares, contra os quase 60 mil milhões em 2008, segundo o documento publicado na quarta-feira, em Washington. Para 2011, o Fundo calcula um fluxo de capital pouco superior a 100 mil milhões de dólares.

Os fluxos de investimento financeiro na região preocupam especialmente o Brasil, que endureceu as suas taxas para dissuadir a entrada de dólares. O Brasil está preocupado com o impacto que esta entrada de capital possa ter sobre o real. 

A valorização involuntária do real em relação ao dólar faz parte de uma “guerra de divisas” no planeta, como destacou na semana passada o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega.

A queda do dólar e a valorização de outras moedas são temas que certamente dominarão a reunião semestral do FMI, que começa nesta sexta-feira.

MRA Alliance/AFP

Chávez rompe relações com Colômbia

quinta-feira, julho 22nd, 2010

chavez11.jpgO presidente da Venezuela anunciou hoje a ruptura das relações bilaterais com a Colômbia, depois de este país acusar Caracas de abrigar guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

“Vejo-me obrigado a romper as relações com a Colômbia, por dignidade. É o mínimo que nós podemos fazer e estaremos alerta porque o presidente da Colômbia está doente de ódio”,disse Hugo Chávez.  

O embaixador da Colômbia na Organização de Estados Americanos (OEA),  Luís Alfonso Hoyos, denunciou esta quinta-feira que 1500 guerrilheiros terroristas colombianos estão refugiados em território venezuelano.

Luís Alfonso Hoyos disse ainda que a paz na Colômbia não pode existir “quando guerrilheiros encontram guarida no irmão território da Venezuela, onde encontram a oportunidade  de se rearmarem, de sequestrar e de planear acções terroristas”.

MRA Alliance/CM

Colombianos elegeram novo Presidente votando na continuidade

segunda-feira, junho 21st, 2010

Juan Manuel Santos - Presidente eleito da ColômbiaOs prognósticos confirmaram-se e os colombianos escolheram continuar a política de firmeza face à guerrilha das FARC, elegendo Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa, para suceder ao Presidente Álvaro Uribe.

Santos, é Uribe”, resumiu uma militante do movimento do presidente eleito, o Partido Social de União Nacional, citada pelo site do diário espanhol “El País”. Santos, de 58 anos, reuniu 69 por cento dos votos contra os 27,5 por cento do seu rival nesta segunda volta, o ex-presidente da câmara de Bogotá, Antanas Mockus.

“O tempo das FARC está contado”, prometeu o escolhido pelos colombianos frente a apoiantes que o aplaudiam. “Vamos continuar a enfrentá-las com toda a dureza e firmeza” necessárias, disse, no final de uma jornada eleitoral em que as FARC mataram sete polícias numa emboscada; quatro soldados morreram noutros incidentes.

Santos apelou em seguida aos guerrilheiros para libertarem todos os seus reféns: imediatamente e “de forma unilateral”.

Santos, a escolha de Uribe, deixou já a sua marca no combate à guerrilha, estando por trás enquanto ministro de várias operações, nomeadamente a “Operação Jaque”, que permitiu em 2008 resgatar às FARC 15 dos seus reféns mais preciosos, incluindo a franco-colombiana Ingrid Betancourt.

Com esta eleição, os colombianos votaram uma continuidade de políticas também no que respeita às relações externas: a Colômbia vai permanecer um aliado dos Estados Unidos e as relações deverão continuar tensas com os vizinhos Equador (foi Santos que em 2008 ordenou um ataque contra um campo das FARC no país, matando 26 pessoas) e Venezuela (Hugo Chávez considera-o uma “ameaça à paz regional”).

MRA Alliance/Público

Cimeira Ibero-americana apoia inovação e justiça social e reprova crise hondurenha

quarta-feira, dezembro 2nd, 2009

A declaração final da XIX Cimeira Ibero-americana, que terminou ontem no Estoril, salienta o empenhamento dos chefes de Estado e de Governo dos países reunidos em “avançar em direcção a políticas públicas em matéria de inovação e conhecimento”, o tema central escolhido pela presidência portuguesa.

Políticas que, de acordo com o texto, “favoreçam a equidade, a inclusão, a diversidade, a coesão e a justiça social”, bem “como o pleno respeito pela igualdade de género”, e que contribuam “para superar as consequências da crise financeira e económica mundial”.

Os chefes de Estado e de Governo reunidos no Estoril, através de um comunicado especial, cujo conteúdo político foi excluído da Declaração de Lisboa por insanáveis divergências, reprovaram o golpe de estado nas Honduras e “condenaram as inaceitáveis e graves violações dos direitos e liberdades fundamentais do povo hondurenho”. “Neste contexto, consideramos que a restituição do Presidente José Manuel Zelaya ao cargo para o qual foi democraticamente eleito até completar o seu mandato constitucional é um passo fundamental para o retorno à normalidade constitucional”, refere o comunicado.

A Cimeira Ibero-americana de 2010 vai realizar-se na cidade de Mar del Plata, na Argentina, e será dedicada à Educação e Inclusão, anunciou a presidente daquele país, Cristina Kirchner, no final da reunião do Estoril.

MRA Alliance/Agências

Chávez prepara venezuela para guerra com Colômbia

segunda-feira, novembro 9th, 2009

Hugo Chávez ordenou aos soldados venezuelanos que se preparem para a guerra contra a Colômbia num discurso que promete agravar a tensão entre os dois vizinhos da América Latina. O Presidente da Venezuela disse que a melhor forma de evitar uma guerra é estar pronto para ela. O Governo colombiano preferiu dizer que vai procurar ajuda das Nações Unidas. O Presidente da Colômbia disse que o seu país não encetará qualquer acção belicista contra a comunidade internacional e muito menos contra uma nação latino americana.

Caracas e Bogotá estão de costas voltadas desde que, em Julho, a Colombia assinou um acordo para a instalação de bases militares americanas no seu território. O Presidente colombiano Alvaro Uribe justificou a decisão dizendo que EUA vão colaborar no combate à guerrilha e aos traficantes de droga. Chávez vê no acordo uma cedência ao imperialismo e terá ordenado o envio de mais de 1 500 soldados para a fronteira com o argumento de que a violência dos grupos paramilitares colombianos na região está a aumentar.

“Não vamos desperdiçar em um dia o nosso maior objectivo – preparar-nos para a guerra e ajudar as pessoas a prepararem-se para a guerra, por essa é uma responsabilidade de todos”, disse Chávez.

MRA Alliance/Agências

Brasil preocupado com bases militares americanas na Colômbia

sexta-feira, agosto 7th, 2009

Lula da Silva com Álvaro UribeO presidente do Brasil, Lula da Silva, “expressou preocupação” sobre o acordo militar americano-colombiano, actualmente em fase de negociação, durante o encontro que manteve na quinta-feira com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.  

O ministro dos negócios estrangeiros brasileiro Celso Amorim disse que a conversa de duas horas entre os dois estadistas “transcorreu em clima de diálogo”. Uribe não comentou a conversa mas “agradeceu ao presidente Lula pelo amplo diálogo”.

“Nossas preocupações foram expressas e o presidente Uribe deu as explicações que achou que deveria dar sobre os objectivos do acordo”, disse Amorim.

A visita de Uribe ao Brasil faz parte de um giro pela América do Sul, que incluiu sete países. A iniciativa partiu do governo colombiano, depois de ter sido criticado por governos da região pela “falta de transparência” com relação ao acordo com os Estados Unidos.

De acordo com Amorim, o presidente Lula teria ainda reiterado a importância do Conselho de Defesa da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), que tem como objectivo, entre outros, discutir questões técnicas e “permitir um clima de confiança”, disse o chefe da diplomacia brasileira. “Claro que não somos ingénuos. Muitas vezes isso não é uma coisa fácil, mas o objectivo é caminharmos nessa direcção”, disse Amorim.

Segundo Amorim, Lula mencionou durante o encontro a “importância de os países da América do Sul assumirem também o combate ao narcotráfico”. “É algo que nós temos que combater, sem ingerências externas”, disse o ministro, referindo-se à participação dos Estados Unidos nos projectos militares da Colômbia.

MRA Alliance/Agências 

EUA podem estar por trás de crise hondurenha, diz presidente da AG da ONU

domingo, junho 28th, 2009

Manuel Zelaya - Presidente das HondurasO presidente da Assembleia Geral da ONU, o nicaraguense Miguel D’Descoto, acusou hoje os Estados Unidos de terem apoiado as acções do exército hondurenho que apearam do poder o presidente Manuel Zelaya.

D’Escoto distribuiu um comunicado no qual informa ter feito um pedido ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que esclareça a sua política face à América Latina.

“Muitos se perguntam se esta tentativa de golpe é parte dessa nova política, já que o Exército hondurenho reconhecidamente tem um histórico de submissão total aos EUA”, acusou o presidente da assembleia geral da ONU. D’Escoto considera “imprescindível” que “Obama condene imediatamente a acção golpista contra Zelaya”, para evitar suspeições.

O presidente americano limitou-se a fazer distribuir um comunicado no qual expressa “preocupação” com a situação nas Honduras e pede ao povo e aos partidos políticos hondurenhos que respeitem as regras democráticas, o Estado de Direito e os princípios da Carta Democrática Interamericana. “As tensões e disputas que possam existir devem ser resolvidas pacificamente por meio do diálogo livre de qualquer interferência externa”, disse Obama.

Zelaya foi detido hoje por militares e levado contra a sua vontade para a Costa Rica, de onde denunciou estar sob “sequestro”.

A acção militar ocorreu no dia do referendo sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte, declarada ilegal pelos tribunais.

MRA Alliance/Agências

Crise: América Latina deverá perder 2,4 milhões de empregos, em 2009

terça-feira, janeiro 27th, 2009

A crise económica mundial, em 2009, deverá afectar fortemente os empregos urbanos na América Latina e no Caribe atirando para o desemprego cerca de 2,4 milhões de pessoas, segundo o estudo “Panorama Laboral” divulgado hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra.

O estudo mostra que o ciclo de redução do desemprego evidenciado nos últimos cinco anos, terminará em 2009. Desde 2003, o desemprego na América Latina e no Caribe passou de 11,2% para 7,5%, em 2008. O aumento consecutivo do número de empregos foi provocado pelo crescimento económico da região que, no ano passado, se situou nos 4,6%. Em 2009, face à actual crise, a OIT prevê que a desaceleração do crescimento para 1,9% gere mais desemprego. Neste momento 15,7 milhões de trabalhores da região não têm trabalho.

As mulheres e os jovens são os mais prejudicados. Segundo o estudo, o desemprego entre os jovens nas áreas urbanas da  América Latina é 2,2 vezes maior que a média geral – 7,5% em 2008. Entre as mulheres, o número de desempregadas é 1,6 vezes maior comparativamente aos homens.

Fonte: Agências

Itaú compra Unibanco e forma maior banco do Hemisfério Sul

segunda-feira, novembro 3rd, 2008

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou a primeira sessão de Novembro em alta, sob o impacto da notícia da fusão entre os bancos Unibanco e Itaú, criando a maior instituição financeira do Hemisfério Sul. O principal índice da Bovespa subiu 2,66%, fechando nos 38 249 pontos.

Após 15 meses de negociações secretas, os dois bancos brasileiros assinaram hoje um contrato visando a unificação das operações. Em Setembro, os activos conjuntos ascendiam a mais de 575 mil milhões/bilhões de reais, o património líquido era superior a 51 mm/bi e a carteira combinada de crédito ultrapassava os 225 mi/bi. A empresa resultante da fusão tem activos superiores aos do Banco do Brasil.

O presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que o Brasil precisa ter um grande banco internacional. Analistas do sector interpretam a operação como uma aquisição do Unibanco pelo Itaú, mas não consideram a acção como uma forma de socorrer um banco em dificuldades. MRA Dep. Data Mining

Bolívia suspende operações da agência antidrogas dos EUA

domingo, novembro 2nd, 2008

Evo MoralesO presidente boliviano, Evo Morales, anunciou a suspensão “por prazo indeterminado” de todas as operações da agência americana antidrogas (DEA, em inglês) na Bolívia. Morales acusou a agência de encorajar protestos contra o governo, no mês passado. “Funcionários da DEA apoiaram o falhado golpe de Estado na Bolívia”, disse Morales, em Chimore, região central do país onde abundam as plantações de coca. O presidente da Bolívia não esclareceu se vai satisfazer o pedido dos plantadores de coca para que os funcionários da DEA sejam expulsos do país. Durante o anúncio, Morales declarou que o governo já erradicou mais de 5 mil hectares de plantações ilegais de coca na Bolívia.

Evo Morales é o primeiro presidente indígena boliviano. Antes, liderou o sindicato dos cocaleros – os plantadores de coca. Nos últimos meses, multiplicaram-se os incidentes diplomáticos entre a Bolívia e os Estados Unidos e agravou-se a tensão política entre os respectivos governos. O executivo boliviano expulsou do país a agência de desenvolvimento americana USAid e o embaixador dos EUA em La Paz. Washington retaliou declarando o embaixador boliviano “persona non grata”. Em Outubro, o presidente Bush colocou a região andina na lista negra do narcotráfico. MRA Dep. Data Mining

Venezuela propõe moeda comum latino-americana

terça-feira, outubro 28th, 2008

A Venezuela propôs a criação de um sistema financeiro do Sul, durante a VII Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul. “É a resposta à crise de hegemonia financeira do dólar”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Nicolás Maduro. O sistema seria constituído por uma moeda comum latino-americana e pela concretização do prometido Banco do Sul. Também faria parte do sistema um fundo de reserva da América do Sul, integrado por 10% a 20% das reservas internacionais dos países da região. Maduro considera que a região dispõe de cerca de USD 400 mil milhões/bilhões (mm/bi) em reservas, e defendeu a alocação de uma parte para o crescimento económico. “Financiaríamos o nosso desenvolvimento em condições estáveis e não especulativas. (…) O caminho do Sul é caminhar com pés próprios”, rematou. A Venezuela propôs também o aumento da pressão regional sobre a ONU para a convocação de uma cimeira de emergência para discutir as causas da crise financeira mundial. MRA Dep. Data Mining

Sarkozy quer África e América do Sul no Conselho de Segurança

sábado, outubro 18th, 2008

O presidente francês Nicolas Sarkozy defendeu a entrada de um país africano ou sul-americano como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, na abertura da reunião de cúpula da francofonia, no Quebec. “A crise (financeira internacional) deve ser uma oportunidade para sacudir os costumes e rejeitar as facilidades. Como imaginar solucionar os grandes problemas do mundo quando há um Conselho de Segurança que não conta com um membro da África ou do continente sul-americano como membro permanente?”, disse Sarkozy. “A crise é uma oportunidade para refletir de maneira diferente sobre o crescimento”, ressaltou também o presidente francês. Neste capítulo, disse, “o crescimento sustentável, o crescimento verde, o desenvolvimento de uma agricultura alimentar em todo o mundo”, devem objectivos do futuro. “Temos de refletir sobre o que está em jogo. Como chegamos até aqui? (…) Quem é responsável? O que aconteceu? Devemos estabelecer um diagnóstico e tirar disso as conclusões. (…) O mundo tem que mudar”, sublinhou o presidente da França. MRA Dep. Data Mining

América Latina atirada para o lodaçal da nova Guerra-Fria

domingo, setembro 14th, 2008

Ahmadinejad com Morales, em Teerão (01-09-2008)Enquanto a media global nos empaturrava com notícias das guerras no Médio Oriente, Cáucaso e Ásia Central, outra, surda e secreta, mas igualmente de capital importância geopolítica e geoestratégica – a desestabilização da América do Sul – já estava em marcha. Tal como no Afeganistão, Iraque e Geórgia, a reconquista da influência das multinacionais norte-americanas e europeias no Cone Sul é de crucial importância para os poderes globais – EUA, Rússia, China e União Europeia (o elo político-militar mais fraco da cadeia). Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando são regiões bolivianas. No léxico industrial-militar ocidental são sinónimos de Kandahar, Faluja, Mosul ou Tskhinvali. Em qualquer deles, militares e diplomatas do Arco Atlântico usam a “Guerra contra o Terror” e a “Guerra contra a Droga” como justificação para invasões, ocupações militares e operações clandestinas. Na região andina o cenário é idêntico. Convencidos de que ganhavam rapidamente as guerras no Afeganistão e no Iraque, EUA e NATO mobilizaram para ali todos os recursos “pesados”. Os países sul-americanos levaram as sobras – algum dinheiro, agentes secretos e conselheiros militares. A versão “soft” da pressão político-militar ocidental está agora a dar os seus frutos.

O Governo da Bolívia confirmou esta semana a morte de 16 pessoas nos confrontos armados ocorridos em Pando, norte do país, entre partidários do governo (Collas) e militantes da oposição (Cambas) que querem impedir a nova Constituição, proposta por Morales. As regiões rebeldes da parte oriental do país, habitadas maioritariamente por cidadãos de origem europeia ou mestiços, opõem-se à redistribuição das riquezas naturais pelas pobres comunidades índias dos Andes. Nos últimos dias, as tensões diplomáticas agudizaram-se. A Bolívia e a Venezuela expulsaram os embaixadores dos EUA em La Paz e Caracas. Em retaliação, Washington, para além da expulsão do embaixador venezuelano, impôs sanções contra dois altos responsáveis dos serviços secretos e um ex-ministro da Venezuela sob a acusação de “ajuda material às FARC no tráfico de droga”. Nas últimas semanas, o embaixador Patrick Duddy, agora “persona non grata” na Venezuela, irritara o presidente Hugo Chávez ao criticar a falta de cooperação do regime bolivariano na luta anti-droga. Os EUA ripostaram com o “combate ao narcotráfico” e às “actividades terroristas”, metendo no mesmo saco as “FARC”, da Colômbia, e os movimentos índios que defendem a soberania dos seus países contra a ingerência ocidental. Morales e Chávez foram eleitos democraticamente. As eleições foram sufragadas pela ONU. Tal como na Palestina, onde o Hamas conquistou o poder após um processo eleitoral julgado por observadores ocidentais como “livre e justo”, os eleitores bolivianos e venezuelanos foram penalizados por votar contra os interesses americanos e europeus. Os collas bolivianos são etiquetados como os talibã da América Latina. Em cada teatro de guerra, EUA e NATO dispõem de aliados estratégicos – Colômbia, Paquistão, Israel e Geórgia. O correspondente do semanário alemão “Der Spiegel“, Jens Glüsing, analisou desta forma a tensão na Bolívia: “O próprio presidente [Morales] agudizou desnecessariamente a crise quando expulsou o embaixador americano do país [Bolívia]. Claro que os americanos não morrem de amores pelo ‘presidente índio’, claro que o embaixador dos EUA, Philipp Goldberg, foi imprudente quando na semana passada se encontrou com o governador da província rebelde de Santa Cruz. Porém, Washington não é o causador do conflito boliviano. A causa é interna. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, interfere de forma muito mais forte nos assuntos internos da Bolívia. Ele financia o seu protegido Morales. Com a sua estratégia de envolvimento, Chávez empurrou o inexperiente presidente-índio para uma confrontação inútil com os ‘porcos-ianques’, como lhes chamou na quinta-feira.” O articulista alemão, que considerou uma provocação a Venezuela ter autorizado o estacionamento de vasos de guerra russos nos portos do país, apontou “o único líder” regional que “pode fazer frente” a Chávez: Luís Inácio Lula da Silva – e tomou como seus os prognósticos dos think tanks americanos AEI e CFR: “Caso Lula não consiga neutralizar o barril de pólvora na Bolívia, terá de enfrentar outros conflitos. Então, morrerá definitivamente o seu sonho de uma América do Sul unida.”

O embaixador Goldberg, antes de ocupar o cargo em La Paz, foi o representante diplomático dos Estados Unidos no Kosovo, província que se separou da Sérvia com o apoio de Washington, da NATO e de boa parte dos 27 estados membros da UE. Em Outubro de 2006, quando apresentou credenciais ao “presidente-índio”, alguns observadores prognosticaram que iria aplicar a experiência separatista nos Balcãs e preparar o terreno para uma situação idêntica na Bolívia. Estes factos não merecem destaque nas análises dos comentadores alinhados com a lógica geopolítica do eixo Washington-Bruxelas. Este mês reforçaram os alertas sobre os perigos das estratégias da Rússia, da China e do Irão, no continente americano: “Enquanto a Rússia recupera a esfera de influência no seu quintal [Ásia Central], via rearmamento nuclear, o Irão islâmico está a intervir amplamente no quintal da América. Cumprindo a promessa de reforçar o protagonismo na América Latina, o Irão estende a mão aos governos esquerdistas na Bolívia, Venezuela e Nicarágua. Analistas receiam que o Irão possa usar aqueles laços para a introdução clandestina nos Estados Unidos de terroristas e armas de destruição maciça. O presidente venezuelano Hugo Chávez, um inimigo fanático dos EUA, é apontado como o promotor da aliança latino-iraniana. O presidente boliviano Evo Morales está a reforçá-la. Ele aterrou em Teerão na segunda-feira [01-09-2008] para uma visita de dois dias no seguimento da visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad à Bolívia, em 2007, durante a qual prometeu a ajuda de USD 1 000 milhões/1 bilhão à nação andina.”

Está recriado o “Eixo do Mal”. A demonização dos regimes contrários aos interesses estratégicos do Ocidente em geral, e dos EUA em particular, faz parte dos cenários que antecipam o ciclo pós Bush/Cheney nas Américas. Não importa quem será o próximo presidente estadunidense. O democrata Barack Obama ou o republicano John McCain cumprirão a agenda estabelecida pelos financiadores das suas campanhas eleitorais. O CIM/Complexo Industrial-Militar forneceu antecipadamente os cenários dos próximos capítulos através de um obscuro general da secreta militar dos EUA. Uma intervenção militar na Amazónia, nos próximos 4 ou 8 anos, não está excluída dos programas do Pentágono. As mudanças de poder na América Latina puseram em risco o domínio continental do Tio Sam e tornaram menos fácil o livre acesso às matérias-primas que abundam em diversos países – da Nicarágua ao Chile, da Venezuela à Argentina, passando pelo Equador, Bolívia, Peru, Paraguai e, incontornavelmente, pelo Brasil – putativo membro da OPEP na região. Os movimentos sindicais e organizações de camponeses – Cocaleros (Bolívia) e CONAIE (Equador) – são colocados no mesmo plano das guerrilhas paramilitares anti-americanas – Zapatistas (México), FARC (Colômbia).

A história recente das ligações da CIA aos cartéis da droga latino-americanos faz temer o pior. O caldo político-ideológico esbate as questões sociais e releva os fenómenos do terrorismo e do narcotráfico, ambos apresentados como causas de possíveis intervenções militares. Rotulados de “ameaça à segurança nacional” dos EUA, Zapatistas e FARC, tal como os Talibã e a Al Qaeda, ajudam a neutralizar politicamente a revolta das populações indígenas. Ambos são úteis cortinas de fumo para iludir as manobras secretas de Washington e Bruxelas. Desde 2001, o governo Bush/Cheney canalizou USD 20 milhões para apoio aos movimentos anti-Chávez através do National Endowment for Democracy e da USAID/United States Agency for International Development. Durante o consulado Bush/Cheney o apoio financeiro à oposição venezuelana aumentou 400%. Duddy ocupou vários postos diplomáticos na região antes de assumir o cargo em Caracas – Chile, República Dominicana, Costa Rica, Panama e Paraguai. Em 2002, como Cônsul Geral em La Paz, foi decisivo no incremento da presença militar americana na Bolívia, ao abrigo do acordo para a erradicação de plantações de coca. Como subsecretário para o Brasil, Cone Sul e Caraíbas desempenhou um papel importante nas eleições de 2005, no Haiti, após o derrube do presidente Jean-Bertrand Aristide, através de um golpe de estado patrocinado pelos EUA. Na Bolívia, cabe ao embaixador americano, e ao chefe local das operações da CIA, a coordenação dos fundos do Pentágono, das fundações e dos think tanks para apoio aos aliados da “Nação Camba”, no leste do país. Nas suas províncias estão localizadas as maiores reservas de gás natural. As operações clandestinas são executadas pelos “camba” na metade ocidental da BolíviaLa Paz, Chuquisaca, Potosí, Oruro e Cochabamba – contra os “colla”, aliados de Morales, que recusam a autonomia e a divisão político-administrativa do país. Os governadores e as populações rebeldes estão dispostos a paralisar a acção do governo até às eleições presidenciais de 2010. As lições da Bolívia deverão servir de exemplo aos países vizinhos. Mesmo aos politicamente mais moderados. Como o Brasil. Quando chegar a altura de avaliar o acesso a recursos energéticos e alimentares – bem como às ricas reservas de água potável da região – não faltarão bodes expiatórios para justificar o congelamento de processos democráticos. As areias movediças da Guerra-Fria XXI irão tragar novas vítimas.

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor

P.S.: Neste contexto será útil revisitar o histórico dos serviços secretos americanos na região através de vídeos disponibilizados no YouTube.

CIA I (ex-agentes revelam segredos; 6 videoclips)

CIA II (Bolivia/Che Guevara)

CIA III (Nicarágua)

CIA I (Venezuela/Chávez; 6 videoclips)

Morales cancelou encontro presidencial e perdeu peso na Bolívia

quinta-feira, agosto 7th, 2008

O presidente da Bolívia, Evo Morales, que suspendeu o encontro de terça-feira com os seus homólogos da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, face aos protestos dos seus opositores da cidade de Tarija, parece ter perdido o controlo sobre a totalidade do território boliviano. Escassos dias antes da realização de um referendo que vai decidir sobre os mandatos do presidente Evo Morales, do seu vice e de oito governadores, o presidente boliviano afirmou que vai seguir o conselho do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de permanecer junto do seu povo e mostrar paciência nos momentos de conflito. Muitos analistas, dentro e fora da Bolívia, interpretaram o recuo de Morales como um sinal de que o poder do Estado central já não se consegue impôr em todas as regiões do país. “Uma das características do Estado Nacional é o controle do território. Quando um presidente não pode aterrar numa cidade e não pode receber visitas internacionais, é um sinal claro de que o seu poder está jogo, é uma prova do enfraquecimento das instituições e de desagregação social da Bolívia”, disse o professor Manuel Gonzalo Chávez, da Universidade Católica Boliviana. MRA/Agências

Colômbia adere ao Conselho de Defesa Sul-americano

domingo, julho 20th, 2008

O presidente do Brasil, Lula da Silva, conseguiu uma vitória diplomática durante a viagem oficial à Colômbia, realizada este fim de semana, ao conseguir que o homólogo colombiano, Álvaro Uribe, confirmasse a adesão do seu país ao Conselho de Defesa Sul-americano. O projecto foi criado por iniciativa dos brasileiros mas enfrentava fortes resistências da Colômbia. Em conferência de imprensa Uribe anunciou que a Colômbia integrará o Conselho por as suas condições terem sido aceites pelos outros estados sul-americanos – decisões por consenso, reconhecimento exclusivo das instituições constitucionalmente aprovadas por cada Estado e o combate a todos os grupos que defendem e praticam actos violentos. MRA/Agências

Banca vai atrair mais investimentos na América Latina

segunda-feira, junho 30th, 2008

Apesar da crise financeira global, a indústria bancária da América Latina deverá atrair futuramente volumes maiores de investimento, de acordo com um relatório recém-publicado da Economist Intelligence Unit (EIU). A maioria dos executivos interrogados espera uma participação maior da América Latina nas receitas dos próximos cinco anos. A tendência foi prevalente entre executivos da América do Norte. Hoje, 61% dizem que a região representa menos de 10% das suas receitas. Porém, questionados sobre o futuro nos próximos cinco anos, apenas 23% esperam uma participação tão reduzida, de acordo com o relatório.

Dos 208 executivos da área de serviços financeiros que actuam a nível mundial, ouvidos pela EIU a economia global deve ter um impacto maior nas operações das empresas a médio prazo, do que as operações locais. O principal risco é o impacto da turbulência do mercado financeiro internacional a nível local ou regional. Embora percebida como vulnerável, a América Latina também é considerada mais forte do que em épocas passadas registando maiores níveis de confiança entre os inquiridos. A indústria bancária da América Latina ainda é reconhecidamente subdesenvolvida.

As instituições financeiras internacionais procuram maiores capitalizações através da expansão das operações na região, disse Kim Andreasson, editor do sector Indústria e Gestão da Economist Intelligence Unit. Richard Hartzell, presidente da MasterCard Worldwide na América Latina & Caribe, prevê que “a oportunidade de desenvolver a indústria de serviços financeiros ainda é muito grande” tendo destacado “as empresas da indústria de pagamentos”.

O estudo indica o Brasil (71%), México (43%) e Argentina (38%) como os mercados preferenciais e mais atraentes da região embora para os gestores norte-americanos o México seja o preferido (58%) e para os europeus o Brasil (77%) ganhe claramente.

MRA Dep. Data Mining

OEA rejeita medidas de imigração da União Europeia

sexta-feira, junho 20th, 2008

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, criticou ontem as medidas aprovadas pelo Parlamento Europeu que criminalizam a imigração e afecta milhões de latino-americanos sem documentação. Com a nova lei, os imigrantes ilegais poderão ser detidos até 18 meses e são proibidos de retornar à UE por cinco anos. “Mais uma vez se aprova no mundo desenvolvido uma medida repressiva e contra os imigrantes ilegais, que afecta diretamente muitos latino-americanos”, disse o secretário da OEA. Em sua opinião “é uma paródia” que os 27 negociem acordos comerciais e falem de alianças estratégicas quando adoptam “medidas como a prisão prolongada, que tratam como deliquentes os imigrantes ilegais, sem sequer discutirem nem negociarem com os governos latino-americanos”. Insulza acrescentou que o fluxo migratório para os países ricos continuará enquanto os latino-americanos não encontrarem trabalho nos seus países, enfatizando que a emigração é uma das consequências da globalização. Diversos governos da região também rejeitaram a medida europeia. MRA/Agências

BID: 500 milhões de dólares para combater crise alimentar

quinta-feira, maio 29th, 2008

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou uma nova linha de crédito de 500 milhões de dólares para ajudar países da América Latina e Caribe a combaterem os efeitos da crise global de alimentos. O BID disse que a actual crise de alimentos pode levar novamente à condição de pobreza extrema milhões de pessoas na região. Os governos podem usar os créditos para reforçar programas de protecção social para famílias pobres e financiar projectos que aumentem a produtividade rural. “O risco que a região enfrenta é muito concreto”, disse o presidente do BID, Luiz Alberto Moreno. “Se não fizermos nada, podemos perder o terreno ganho na luta contra a pobreza no últimos cinco anos”, acrescentou. O preço dos alimentos tem aumentado globalmente numa média de 68% desde janeiro de 2006, afirmou o BID. Um aumento sustentado de 30% nos seis produtos de consumo básico, como farinha, milho, carne, soja, açúcar e arroz, significaria que pelo menos 26 milhões de pessoas na região cairiam novamente na pobreza extrema, estimou o banco. MRA/Agências

Economias do Brasil e México estão a ultrapassar concorrentes regionais

quinta-feira, abril 17th, 2008

A agência de rating Fitch revelou que o Brasil e o México estão a deixar para trás vizinhos como a Venezuela onde os gastos públicos aceleraram a espiral inflacionista e puseram em causa a sustentabilidade do seu crescimento a longo prazo. A Fitch Ratings sublinha que a América Latina está a partir-se em dois grupos em matéria de riscos de crédito. No grupo dos que registaram melhoria nas notações estão o Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá e Perú. Nos últimos anos as suas políticas macroeconómicas melhoraram a balança tributária e o crescimento do produto (PIB) per capita. No grupo dos “maus alunos” estão a Argentina e a Venezuela com “crescentes desequilíbrios.” MRA/Agências

Venezuela nacionalizou a indústria de cimento e irrita outros governos

sexta-feira, abril 4th, 2008

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem a nacionalização imediata de toda a indústria de cimento do país. Chávez, num discurso televisivo, disse que o seu governo não pode permitir que as companhias privadas exportem o cimento que é necessário para atacar o grave problema habitacional da Venezuela. As reacções não se fizeram esperar.

O Governo do México convocará o embaixador da Venezuela no país, Roy Chaderton, “para conhecer o alcance e natureza das declarações do presidente” venezuelano. A Secretaria de Relações Exteriores “fará tudo o que esteja a seu alcance para proteger os interesses legítimos das empresas mexicanas no exterior”, informou a Chancelaria mexicana em comunicado.
O grupo mexicano Cemex é o maior fabricante de cimento e betão da Venezuela, onde possui três fábricas com uma capacidade de produção de 4,6 milhões de toneladas de cimento ao ano, e gera empregos directos e indirectos para cerca de 3.000 pessoas, segundo dados da empresa. Fontes: MRA/Agências

Gigante russa Gazprom alarga tentáculos ao gás natural da Bolívia

quarta-feira, março 19th, 2008

Bolívia_Hidrocarbonetos - YPBFO consórcio russo Gazprom e a companhia estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) assinaram um acordo para a prospecção em jazidas de gás bolivianas, informou a maior empresa de energia da Rússia e uma das maiores do mundo.

Os trabalhos serão realizados no sudeste da Bolívia, na bacia petrolífera e de gás Subandino Sur. Segundo especialistas do sector, a região boliviana poderá ter reservas até 300 mil milhões/bilhões de metros cúbicos (m3) de gás natural.

O acordo obriga a Gazprom a iniciar os trabalhos de prospecção em 2009. Concluídos aqueles, o conglomerado energético russo, caso a viabilidade do negócio se confirme, investirá no projecto conjunto cerca de USD 2 mil milhões/bilhões.

A estratégia de internacionalização da Gazprom prevê igualmente a possibilidade de cooperação regional com as companhias Repsol (Espanha), Tecpetrol (Argentina)e Guaracachi (Bolívia), que já operam em vários países sul-americanos. MRA/UOL

Opinião: Os efeitos especiais do ruidoso silêncio de Fidel Castro

terça-feira, fevereiro 26th, 2008

Fidel comanda via telefoneInacessível e invisível, Fidel Castro conseguiu uma brilhante vitória na batalha político-mediática sobre o futuro que a sua anunciada resignação como “Comandante em Chefe” terá para Cuba. A agora tão em moda “mudança de regime”, glorificada pelos neo-conservadores americanos e europeus, está a ser difícil de engolir e digerir. Mais…

Pedro Varanda de Castro

MRA, Dep. Data Mining

Consultor

América Latina ajuda a transformar gigantismo dos EUA em nanismo

segunda-feira, janeiro 14th, 2008

Os novos poderosos do continente americanoNeste início de 2008, ano que prevemos de grandes e perigosas ameaças para a economia global, uma análise mais profunda dos fundamentais dos países da América Latina, com o Brasil a funcionar como potente locomotiva, indicam que, apesar dos desafios e ameaças, brasileiros e seus pares da «iberolândia» americana têm razões para acreditar que a anunciada queda do «subprime» império americano, contrariamente ao que acontecia no século XX, não afectará substancialmente o seu desenvolvimento sustentado. A melhoria das condições de vida dos eternos «parentes pobres» dos Estados Unidos parece uma realidade sustentável e duradoura. Os factos e os números mostram que, desde o 11 de Setembro, o gigante americano está a encolher e a perder – influência e poder – no xadrês geopolítico global. De gigante e magnata, os «States» estão a transformar-se num pedinte atacado de nanismo. Veja aqui os dados que recolhemos, e avalie se estamos certos ou errados…

Economias latino americanas enfrentarão teste de fogo em 2008

terça-feira, dezembro 18th, 2007

América Latina - 2008 o ano das incertezasEstudos recentes referidos pela Knowledge@Wharton prevêem quebras de até 2% nas taxas de crescimento dos países da América Latina em 2008, comparativamente aos desempenhos registados durante o corrente ano. A desacelaração do crescimento nas economias mais industrializadas, provocada pela financeira global e a deterioração dos termos de troca, afundanço do dólar e encarecimento do crédito são uma ameaça real. Para 2008, o FMI antecipa que o crescimento regional flutuará na banda dos 3-4% no México, Equador e Uruguai. O Brasil oscilará entre os 4-5%, sendo acompanhado pelo Chile, Colômbia e Paraguai. Com crescimentos mais robustos (5,5-6%) são premiados o Perú, Venezuela, Bolívia e Argentina.

Analistas locais, mantêm a confiança de que o desempenho continuará a ser positivo. Os fundamentais das economias são francamente melhores do que há uma década atrás, com excedentes comerciais, mais rigor fiscal e orçamental e fortes exportações para países carentes de matérias primas do sub-continente, como a China e a Índia, com taxas de crescimento muito superiores e que devem ter ligeiros recuos. Apesar da crise financeira global as perspectivas de que as economias latino americanas conseguirão resistir às pressões de arreficimento económico global.

No último relatório sobre a evolução das economias da região o FMI considera que “2008 será o primeiro teste real à capacidade da América Latina para recuperar dos choques sofridos no princípio da década.” (pvc/thestreet.com)

Lula diz que América do Sul é um parceiro comercial maior que os EUA

segunda-feira, dezembro 17th, 2007

Morales, Lula, BacheletO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (16), em La Paz, que para o Brasil a “América do Sul já é um parceiro comercial maior que os Estados Unidos”, na apresentação de um corredor interoceânico, em cerimônia que também foi assistida pelos governantes do Chile, Michelle Bachelet, e da Bolívia, Evo Morales.

Os três presidentes assinaram no Palácio do Governo de La Paz um acordo para o relançamento das obras da via entre a costa atlântica brasileira e a pacífica do Chile, que atravessará a Bolívia. Bachelet assegurou que o corredor é mais que uma estrada e que vai “facilitar de maneira extraordinária a integração e o diálogo” da região sul-americana “com a Ásia Pacífico”, que em sua opinião é “a zona mais vigorosa e dinâmica da economia”. Já Morales destacou o benefício para “os povos esquecidos” dos três países. A estrada, que partirá do porto de Santos, atravessará a Bolívia e terminará nos portos chilenos de Arica e Iquique, será uma realidade no primeiro semestre de 2009. (pvc/Folha)

Brasil desafia lideranças regionais usando charme e toneladas de dólares

sexta-feira, dezembro 14th, 2007

Quem vai ter mais influência na Bolívia? Chávez ou Lula? Morales terá escolha?O Brasil investe charme e somas multimilionárias numa forte ofensiva diplomática em curso no Cone Sul para tentar resolver conflitos de interesses, mal-entendidos e delicados problemas bilaterais, como os relacionados com a cocaína e as migrações, mas sobretudo com os equilíbrios dos vários poderes sul-americanos.

O governo brasileiro quer convencer a Bolívia, a abandonar as actuais políticas de cultura de coca, para “fins alternativos” ao seu uso como narcótico e que La Paz dê sinais mais convincentes que quer, de facto, cooperar no combate aos preniciosos efeitos das narco-economias na estabilidade da região. Por outro lado pretende reciprocidade na legalização de emigração clandestina. Brasília cumpriu os acordos bilaterais e regularizou a permanência de 38 mil bolivianos no país. Outros tantos brasileiros que se encontram na Bolívia em idêntica situação, ainda esperam, e desesperam. Estes são dois dos temas em agenda na visita que o presidente Lula da Silva faz este fim-de-semana à Bolívia. Mas, no concreto, valores mais altos se levantam…

Ver informação detalhada

Fidel Castro é recandidato à presidência de Cuba

segunda-feira, dezembro 3rd, 2007

Os irmãos Fidel e Raúl Castro - A dinastia castrista quando o “El Comandante” ainda respirava saúdeFidel Castro foi ontem (domingo) indigitado como n.º 1 da lista de candidatos a deputados ao parlamento nacional nas próximas eleições legislativas em Cuba, marcadas para 20 de Janeiro. Por inerência formal continuará a ser o principal líder político e militar do país, dando mais um sinal de ainda não estar “politicamente morto”, como muitos analistas e observadores internacionais têm sugerido. “Fidel está a trabalhar como presidente do Conselho de Estado”, disse um alto dignitário cubano, para quem a nomeação de ontem é “uma prova da recuperação” do líder cubano.

Apesar de não exercer funções desde 31 de Julho de 2006, por motivo de doença, a indigitação foi votada, por unanimidade e aclamação, pelos delegados à convenção nacional das 169 Assembléias Municipais da ilha caribenha, realizada em Santiago de Cuba. Tradicionalmente, o poder absoluto de Fidel é plebiscitado, há quase meio século, como candidato pelo círculo eleitoral de Santiago, cidade situada 900 km a leste da capital, Havana.

Foi naquela cidade, em 1959, que o então futuro aliado da ex-União Soviética, proclamou o triunfo da revolução cubana ao derrubar Fulgêncio Baptista que, nos anos 40 e 50, serviu obedientemente os interesses das administrações americanas, das suas multinacionais e da máfia norte-americana.

Actualmente com 81 anos, e devido à sua prolongada doença (16 meses), caso Fidel não fosse agora indigitado como candidato às eleições, abriria caminho para a sua substituição definitiva na líderança política e militar de Cuba, dando início à era pós-Fidel e, com ela, à incontornável “revolução geracional” do governo cubano. Uma espécie de “perestroika” e “glasnost” à la Habana…

A presidência de Cuba é interinamente exercida pelo seu irmão Raúl que acumula o cargo com o de ministro da Defesa. O “príncipe herdeiro”, com a provecta idade de 76 anos, também foi indigitado candidato pelo município cubano de Segundo Frente. Caso o “mano” Fidel abra mão de ser reeleito, o que é pouco provável enquanto a sua morte física não for oficialmente reconhecida, Raúl manterá a situação actual num clima de “business as usual”. A missão que lhe foi confiada por “El Comandante” consiste em tentar manter, a todo o custo, a dinastia castrista na encantadora ilha, localizada a menos de 200 km, por mar, da solarenga e norte-americana cidade de Miami, na Flórida. (pvc/agências)

Chávez salvador da OPEP e acelerador dos USD 100/barril? Humildemente, ele confirma…

quinta-feira, novembro 22nd, 2007

Hugo Chávez - Presidente da VenezuelaO presidente da Venezuela, Hugo Chávez,regressou hoje ao país após uma série de visitas oficiais à Arábia Saudita, Irão, França, Portugal e Cuba, autoproclamando-se como “salvador da OPEP” e o artífice do “petróleo a quase 100 dólares”, segundo informa a Agência France Presse, da sua delegação em Caracas. “Há dez anos ninguém respeitava a Venezuela porque era uma colónia do império estadunidense, acentuou Chávez, alcandorado num palanque junto à sede presidencial, o Palácio de Miraflores. O líder venezuelano, que falou de improviso, perante uma audiência maioritariamente constituída por estudantes, lembrou que “quando a revolução bolivariana chegou ao poder [1999] o petróleo estava a 7 dólares (…) E quando eu entreguei [a presidência da OPEP] estava a quase 100 dólares“.

No passado fim-de-semana, o presidente venezuelano participou, em Riade, Arábia saudita, na III Cimeira dos 13 Chefes de Estado e de Governo membros da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Porém, não conseguiu convencer os seus pares a transformar a organização num actor de primeiro plano na geopolítica global e a usar o petróleo como “arma política”.

“Se não fosse pela Venezuela, hoje a Opep estaria liquidada, porque este era o objetivo do império norte-americano. Salvamos a Opep e a entregamos fortalecida. Este foi o papel da Venezuela”, disse poucos minutos depois de ter aterrado em Caracas. (pvc/AFP)