Archive for the ‘América Central’ Category

Honduras: Eleição de novo presidente continua a dividir Comunidade Ibero-americana

segunda-feira, novembro 30th, 2009

Porfírio “Pepe” Lobo - Presidente eleito das HondurasPorfírio “Pepe” Lobo reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de domingo apresentando-se como o candidato da “reconciliação” nacional. Não terá, no entanto, uma tarefa fácil. Porfírio Lobo obteve 56% dos votos contra 37% de Elvin Santos, o candidato derrotado do Partido Liberal.

Candidato pelo Partido Nacional (direita) com 61 anos, vencido em 2005 pelo deposto presidente Manuel Zelaya, precisa de mais do que apenas carisma para reconciliar uma sociedade dividida pelo golpe de estado de 28 de Junho que paralisou o país da América Central.

O novo Presidente das Honduras terá a tarefa árdua e difícil de convencer os governos da América Latina, e são muitos, que não reconhecem a legitimidade dessas eleições e que continuam a exigir o regresso ao poder do presidente deposto Manuel Zelaya como forma de retorno à democracia e ao convívio das nações democráticas.

Profírio Lobo, filho de uma rica família oligárquica de Olancho, concelho de onde é também natural Manuel Zelaya, é uma personalidade muito ligada à terra, sendo um dos grandes produtores de milho e soja, num país essencialmente agrícola.

Enfileirando com a direita mais conservadora das Honduras, Lobo fez de tema principal da sua campanha eleitoral a segurança, num país onde a taxa de homicídios por habitante se eleva a 58 em mil, o que constitui uma das mais elevadas taxas mundiais.

Defensor da pena de morte e de uma politica dura contra os gangues que assolam aquele país é apesar de ser um homem da direita, visto com desconfiança pelos sectores mais ultra-conservadores do país que o vê como a segunda escolha de Hugo Chávez – o presidente odiado da Venezuela – depois de Manuel Zelaya.

Lobo durante a campanha eleitoral nunca advogou a saída do seu país da ALBA, bloco anti – liberal latino-americano, cujo líder é precisamente o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Foi precisamente Manuel Zelaya que assinou em nome das Honduras, a adesão deste país centro-americano a esse bloco em 2008, enraivecendo uma parte dos seus aliados do Partido Liberal (de direita)

Porfírio Lobo terá com o seu partido um papel essencial e determinante na decisão do Congresso no próximo dia 2 de Dezembro quanto ao regresso ao poder de Manuel Zelaya para concluir o seu mandato. Os seus 55 lugares poderão juntando-se aos 26 de Manuel Zelaya garantir esse regresso, ou não.

Antes de domingo, dia da eleição, Lobo não se pronunciou sobre o tema afirmando apenas que “a decisão que o grupo parlamentar (do seu partido) tomar irá no sentido da paz”.

Honduras dividem Cimeira Ibero-americana

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje, no Estoril, que há “divergências muito grandes” em relação à situação nas Honduras entre os 22 Estados-membros da Comunidade Ibero-americana, pelo que está a ser difícil encontrar uma posição comum durante a reunião a decorrer na estância balnear portuguesa.

“Ou há uma solução que contribua para o processo de estabilização na Honduras, ou não vale a pena”, disse Luís Amado, que se manifestou esperançado que até amanhã ainda se consiga o necessário consenso para elaborar um comunicado conjunto.

Enquanto os países mais próximos dos Estados Unidos, que patrocinaram o acordo que permitiu a realização das eleições nas Honduras, são a favor da sua legitimação, os restantes estão contra. “Não vale a pena ficarmos numa guerra de trincheiras para saber quem tem razão”, sublinhou Luís Amado.

Questionado sobre a posição portuguesa, o ministro disse que “Portugal tem uma”, mas como país anfitrião o seu papel é negociar uma declaração e encontrar parâmetros de referência em que todos se revejam. Luís Amado afirmou que Portugal também não pode ignorar as eleições, bem como outros factos, tais como a permanência de Zelaya na embaixada brasileira.

Na cimeira, Espanha anunciou que é contra a legitimação das eleições, mas que “não pode ignorá-las”, uma expressão que está a ser vista como uma eventual saída diplomática para encontrar o tal “consenso”.

MRA Alliance/Agências

Honduras: Bispos católicos apoiam golpistas

domingo, julho 5th, 2009

Manuel ZelayaOs bispos católicos das Honduras manifestaram o seu apoio ao governo que assumiu o poder depois do afastamento pelos militares do Presidente Manuel Zelaya, a quem pediram que reconsidere a intenção de regressar domingo ao país, o que, dizem, “poderia provocar um banho de sangue”, noticiou o diário “El País”.

Num comunicado lido pelo cardeal Oscar Andrés Rodríguez, a Conferência Episcopal pede também à Organização de Estados Americanos (OEA) que “preste atenção a tudo o que vinha ocorrendo à margem da legalidade nas Honduras” e “não apenas ao que sucedeu desde dia 28 de Junho”, data do golpe militar que afastou Zelaya. “Os três poderes do Estado estão em vigor legal e democrático, de acordo com a Constituição”, referem também os bispos, segundo os quais, quando foi afastado pelos militares, Manuel Zelaya “já não se comportava como Presidente da República”.

Recorde-se que o levantamento dos militares apoiado por parte da classe política hondurenha e de analistas e políticos norte-americanos ligados aos partidos Republicano e Democrata, foi motivado por Zelaya, eleito em 2006, ter procurado acabar com o limite constitucional de um só mandato e por considerarem que se tinha alinhado demasiado com o seu homólogo da Venezuela, Hugo Chávez.

MRA Alliance/Agências

Fidel Castro deixa o poder após 50 anos de ditadura

terça-feira, fevereiro 19th, 2008

Fidel faz prova de vida com jornal do diaO veterano líder Fidel Castro anunciou hoje que não continuará como presidente de Cuba, despedindo-se do poder depois de quase meio século e colocando fim a uma era. Fidel, de 81 anos, num texto publicado pelo jornal oficial Granma, reconhece a incapacidade para recuperar de uma doença, nunca revelada, que o obrigou a transferir o poder, há um ano e meio, para o irmão Raúl. Com esta decisão, o líder cubano renuncia à reeleição, em 24 de Fevereiro, como chefe do Estado cubano.

“Aos meus estimados compatriotas, que me fizeram a imensa honra de me eleger em dias recentes como membro do Parlamento, lhes comunico que não aspirarei nem aceitarei – repito – não aspirarei nem aceitarei, o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante-chefe”, escreveu Fidel num texto publicado hoje pelo diário oficial do Partido Comunista cubano.

A sucessão de Fidel terá um sabor dinástico. O Parlamento cubano vai reunir-se no domingo para renovar o Conselho de Estado, que Fidel presidia até agora. Raúl Castro, um general de 76 anos, desde 1959, foi o braço direito do irmão mais velho, substituindo-o interinamente desde julho de 2006, é o candidato mais provável. Mais…

(pvc/agências)

UE e América Central assinam acordo de cooperação de 840 M€ até 2013

sexta-feira, outubro 26th, 2007

Cooperação UE-América CentralA cooperação económica que a União Europeia (UE) vai conceder à América Central no período 2007-2013 será de 840 milhões de euros mas a verba poderá variar quando for revista, anunciou hoje fonte oficial, citada pela Lusa.A delegação europeia, chefiada pelo português João Aguiar Machado, encontra-se até hoje na Costa Rica a participar na primeira ronda de negociações entre a União Europeia e a América Central na procura de um acordo de associação.

O acordo não se limita ao montante mencionado, havendo que adicionar a ajuda bilateral dada pelos países europeus e outros mecanismos de financiamento importantes, como os que são geridos pelo Banco Europeu de Investimentos e que extravasam o conceito de cooperação.

América CentralDos 840 milhões de euros confirmados, o maior recipiente é a Nicarágua, com 214 milhões de euros, seguida das Honduras (147 milhões), Guatemala (135 milhões), El Salvador (121 milhões), Panamá (38 milhões) e Costa Rica (34 milhões). O Panamá participa nas negociações para o acordo de associação como observador.

O director adjunto da direcção geral de Relações Externas da Comunidade Europeia e chefe negociador, o português João Aguiar Machado, assinou ontem com a Costa Rica um memorando de entendimento sobre cooperação entre 2007 e 2013. O funcionário da UE disse que a Costa Rica é um importante aliado na América Central, que partilha valores como o desenvolvimento social, e assegurou que o acordo visa modernizar os Estados, combater a pobreza e desenvolver a tecnologia. Documentos semelhantes com os restantes países centro-americanos já foram assinados pela União Europeia.