Archive for the ‘Afeganistão’ Category

ONG quer Bush no banco dos réus por tortura e acusa Obama de branqueamento

quinta-feira, julho 14th, 2011

A Human Rights Watch (HRW) exige a abertura de uma investigação e posterior julgamento de George W. Bush pelas responsabilidades do antigo Presidente dos EUA na tortura e maus tratos infligidos a suspeitos de terrorismo. A organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos critica a actual Administração norte-americana, de Barack Obama.

“O governo de Obama não cumpriu as obrigações dos EUA relativas à Convenção contra a tortura, porque não investigou os actos de tortura e outros maus tratos aos detidos”, afirma a HRW num relatório de 107 páginas intitulado “Tortura impune: o governo de Bush e o mau trato aos detidos”.

De acordo com o El Mundo, a ONG insiste que o documento contém “informação substancial que justifica a investigação criminal a Bush e outros funcionários do seu governo, incluindo o ex-vice-presidente, Dick Cheney, o ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld, e o ex-director da Agência Central de Inteligência (CIA), George Tenet”.

A HRW acusa estes dirigentes de terem autorizado o uso de ‘waterboarding’ (simulação de afogamento) nas prisões secretas da CIA ou de países terceiros que receberam suspeitos de terrorismo. Mas esta não é a primeira vez que a ONG faz acusações deste género: já em 2005 a HRW apresentou um relatório apontando o dedo a estes dirigentes e ainda ao ex-comandante do Exército dos EUA no Iraque, Ricardo Sánchez, e o ex-comandante militar da prisão de Guantánamo, Geoffrey Miller.

Kenneth Roth, director executivo da HRW, diz haver “razões sólidas para investigar Bush, Cheney e Tenet” por crimes de guerra e tortura, mas a Administração Obama limitou-se a tratar “a tortura como uma selecção desafortunada de procedimentos, mais que como um delito”: o secretário da Justiça, Eric Holder, ordenou em 2009 uma investigação aos abusos contra os detidos, mas limitou o inquérito aos “actos não autorizados”.

Quem autorizou o uso de tortura ficou fora do inquérito e, diz a HRW, ou se “reestabelece a proibição da tortura”, ou a decisão de Obama “em colocar um ponto final às técnicas abusivas de interrogatório continuará a ser reversível”.

MRA Alliance/DN 

Afeganistão: NATO mata 14 civis e irrita Karzai

segunda-feira, maio 30th, 2011

Um ataque da NATO no Afeganistão matou 12 crianças e duas mulheres. O Presidente Hamid Karzai repudiou o “erro grave” do raide aéreo e lançou um aviso às forças aliadas.

Há meses que uma operação das forças da Aliança (Isaf) não provocava a morte de tantos civis no Afeganistão. Uma base de “marines” norte-americanos foi atacada por rebeldes taliban, no sábado, em Nawzad, na província de Helmand. A base pediu ajuda à Isaf, que por isso lançou o raide. Mas errou o alvo.

“O ataque aéreo da Isaf atingiu duas casas de civis. Infelizmente, 14 civis inocentes morreram e seis ficaram feridos”, afirmou um comunicado do governador. Sete rapazes, cinco raparigas e duas mulheres morreram, especificou.

Em Cabul, um responsável da força da NATO afirmou “estar ciente das notícias da morte de alegados civis ontem [sábado] em Helmand”. Uma equipa já foi enviada para o local para fazer um inquérito.

As mortes de civis pelas forças estrangeiras, normalmente durante “raides nocturnos”, é um dos grandes pontos de tensão entre Karzai e os aliados estrangeiros, e prejudica as tentativas de conseguir o apoio da população afegã a uma guerra cada vez mais impopular, refere a Reuters.

Karzai afirmou num comunicado oficial: “Já foi várias vezes repetido aos EUA e à NATO que as suas operações unilaterais e inúteis causam a morte de afegãos inocentes e que tais operações violam os valores humanos e morais. Mas parece que eles não ouvem”.

No mesmo texto, e “dirigindo um último aviso às tropas e responsáveis americanos”, o Presidente qualificou “este incidente como um erro grave”.

Um porta-voz da Casa Branca disse este domingo que os Estados Unidos reagiram com «muita serenidade» aos avisos do presidente afegão, Hamid Karzai, que condenou o «grave erro» das tropas norte-americanas que matou 14 civis no Afeganistão.

«O Presidente Karzai já expressou por diversas ocasiões a sua preocupação pela perda de vidas humanas entre a população civil. É uma preocupação que partilhamos e que encaramos com muita seriedade», disse Jay Carney.

MRA Alliance/Público/Agências

Morte de Bin Laden reacende debate sobre retirada de tropas do Afeganistão

quinta-feira, maio 12th, 2011

A morte de Osama Bin Laden reacendeu o debate sobre a retirada das tropas americanas do Afeganistão e as razões pela quais dezenas de milhares de soldados foram enviados às montanhas daquele país nos últimos 10 anos à procura dos membros da rede Al-Qaeda.

O objetivo da intervenção americana, iniciada semanas após os atentados de 11 de setembro de 2011, era caçar os membros da rede extremista e o esconderijo do seu líder. Agora, uma década depois, 100 mil americanos e 44 mil soldados da NATO combatem os talibãs afegãos rebeldes.

Os combatentes estrangeiros da Al-Qaeda seriam menos de 200 no país, escreveu Leslie Ghelb, um ex-alto funcionario americano, em uma coluna publicada na segunda-feira no Wall Street Journal. “Missão cumprida”, sentenciou. Pelo menos no “necessário e possível”.

“O Afeganistão já não é mais interessante em termos de segurança para os Estados Unidos. O país é o retrato do fracasso das elites políticas americanas ao considerar dois simples factos: a ameaça da Al-Qaeda já não está mais concentrada neste campo de batalha e a luta contra os talibãs é sobretudo um assunto dos afegãos”, considerou.

Os Estados Unidos e a Otan devem transferir a segurança às forças afegãs até o fim de 2014. No entanto, com a morte de Bin Laden, multiplicam-se as hipóteses de que a operação seria realizada agora no mês de julho, data anunciada pelo presidente Barack Obama para o início da retirada das tropas.

A retirada deve ser reduzida, se não simbólica, segundo a maioria dos analistas internacionais. O Wall Street Journal publicou na terça-feira que em julho acontecerá a saída de cinco mil militares e outros cinco mil o farão ao final do ano, mas o general David Petraus afirmou que se trata de mera especulação. O comandante das forças internacionais no Afeganistão deve apresentar brevemente as suas recomendações ao presidente.

A morte de Bin Laden “seguramente avivará o debate sobre o ritmo da retirada”, acredita Robert Lamb, do Centro Estratégico de Estudos Interncionais (CSIS, na sigla em inglês), que é favorável à continuidade do compromisso americano. “Apesar da morte de Bin Laden ser, sem dúvida, um acontecimento muito importante, ela é essencialmente simbólica do ponto de vista estratégico”, justificou.

MRA Alliance/AFP

Bin Laden foi enterrado no mar, diz Washington

segunda-feira, maio 2nd, 2011

Veículos de imprensa americanos afirmaram que o corpo do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, foi enterrado no mar nesta segunda-feira.

De acordo com o jornal New York Times e a agência de notícias Associated Press, o funeral seguiu o preceito americano de enterrar o corpo no mesmo dia da morte.

Ao mesmo tempo, divulgou a agência AP, as autoridades americanas justificaram o enterro no mar afirmando que seria difícil encontrar um país que aceitasse receber o corpo de um dos mais procurados líderes extremistas do mundo.

As fontes não foram identificadas nas reportagens.

Em um pronunciamento transmitido pela TV americana tarde da noite do domingo, o presidente americano, Barack Obama, anunciou que Bin Laden foi morto em uma operação militar na cidade de Abbottabad, próximo da capital paquistanesa, Islamabad.

Logo após o anúncio, multidões foram às ruas em Washington e Nova York – cidades atingidas pelos ataques de 11 de setembro de 2001, no qual cerca de 3 mil pessoas morreram – para festejar a morte de Bin Laden.

MRA Alliance/BBC

França rejeita ameaças de Bin Laden e diz que continuará no Afeganistão

sexta-feira, janeiro 21st, 2011

Osama Bin LadenFrança está «determinada» a manter as suas tropas no Afeganistão, apesar das ameaças do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. «Estamos determinados a continuar a nossa acção em favor do povo afegão, ao lado dos nossos aliados», declarou o porta-voz do ministério, Bernard Valero, antes de afirmar que a autenticidade da gravação de áudio do líder da Al-Qaeda divulgada hoje pela Al Jazeera está a ser verificada.Bin Laden, condicionou a libertação dos reféns franceses à retirada da França do Afeganistão e advertiu o presidente Nicolas Sarkozy que as suas posições «custaram caro» ao país, numa gravação divulgada hoje pela Al Jazeera. «Repetimo-vos a mesma mensagem: a libertação dos vossos prisioneiros nas mãos de nossos irmãos está relacionada com a retirada dos vossos soldados do nosso país», declara a voz atribuída a Bin Laden na mensagem de áudio divulgada pela rede Al Jazeera. «A recusa do vosso presidente de deixar o Afeganistão é o resultado da obediência dele aos Estados Unidos e esta recusa é uma luz verde para matar os vossos prisioneiros», acrescenta.

MRA Alliance/DD

NATO sai do Afeganistão no final de 2014

sábado, novembro 20th, 2010

Rasmussen com KarzaiO secretário-geral da NATO e o presidente do Afeganistão assinaram hoje um compromisso que prevê a retirada gradual da forças da Aliança Atlântica do país até ao final de 2014. O compromisso foi selado esta manhã em Lisboa, no quadro da 22ª cimeira da NATO, e a Aliança comprometeu-se a continuar a apoiar o país mesmo após a transição.

“Se os taliban pensam que nos vamos embora, esqueçam!”, recordou Rasmussen, enfatizando a parceria “a longo-prazo” assinada com o presidente Hamid Karzai. O presidente agradeceu o contributo das forças aliadas para o desenvolvimento do país, e manifestou satisfação por, durante a cimeira, os líderes mundiais terem demonstrado “profundo conhecimento sobre a situação actual do Afeganistão”.

O secretário-geral das Nações Unidas, também presente, garantiu o apoio das Nações Unidas durante o processo de transição no Afeganistão. Ban Ki-moon frisou, porém, que a transição deve ser guiada “pela realidade e não pelo calendário”. O secretário-geral da NATO mostrou-se confiante no cumprimento das metas estabelecidas, porque “tem-se visto um grande crescimento nas capacidades das forças de segurança afegãs”.

MRA Alliance/JdN 

CFR aconselha Obama a assumir Afeganistão como segundo Vietname

sábado, novembro 13th, 2010

Especialistas do “Governo Sombra” dos Estados Unidos, o poderoso Council on Foreign Relations (CFR), esboçaram ontem a imagem de uma pré-derrota americana e da NATO na guerra do Afeganistão e aconselharam Barack Obama a reduzir fortemente o envolvimento militar no país asiático, face ao fiasco verificado no terreno.

Actualmente os Estados Unidos têm cerca de 100 mil homens estacionados no Afeganistão. O estudo defende que, a partir de meados do próximo ano, a força expedicionária americana seja reduzida para 10/20 mil homens.

Um painel do CFR, liderado por Richard Armitage e Samuel Berger, destacados conselheiros dos presidentes George W. Bush e Bill Clinton, num estudo ontem publicado em Washington informou que “caso se registem progressos, a partir de Julho de 2011, os EUA deverão reduzir as suas forças em sintonia com as condições no terreno. (…) Porém, se os esforços americanos não atingirem os resultados desejados, deverá optar-se por reduzir as forças no terreno de forma substancial sob a forma de uma missão militar  adequada a um conflito anti-guerrilha”.

O estudo do CFR evendencia as crescentes dificuldades da Administração Obama em financiar o multi-bilionário esforço de guerra e o interesse em salvaguardar as tensas relações com o vizinho Paquistão.

MRA Alliance

Irão dá “sacos de dinheiro” ao Afeganistão

segunda-feira, outubro 25th, 2010

O Presidente afegão, Hamid Karzai, confirma que o seu gabinete recebe “sacos de dinheiro” do Irão, mas  garante que o processo é completamente transparente.

O jornal “The New York Times”, citando uma fonte oficial afegã, noticiou ontem que o Irão entregou milhões de dólares, dinheiro que foi usado para pagar a deputados, líderes tribais e comandantes talibã.

Hamid Karzai confirmou hoje, em conferência de imprensa, que recebe dinheiro de vários “países amigos” e que o Irão contribui com cerca de 700 mil euros, duas vezes por ano.

“Isto é transparente, é algo que discuti com o (antigo) Presidente George W. Bush, nada foi escondido, e os Estados Unidos fazem a mesma coisa, dão-nos sacos com dinheiro”, salientou o Presidente do Afeganistão.

Sobre o destino destas verbas, Karzai disse serem para despesas da presidência, pagamento de salários e de despesas, mas não deu mais pormenores.

MRA Alliance/RR

Paquistão decide pesada retaliação contra a NATO

sexta-feira, outubro 1st, 2010

Soldados da NATO atrevessam fronteira de Torkham entre Paquistão e AfeganistãoO Governo paquistanês proibiu a NATO de utilizar a fronteira de Torkham, por onde passava até agora, em direcção ao Afeganistão, grande parte dos abastecimentos da coligação ocupante no país vizinho. A proibição foi decidida na sequência de um incidente em que dois helicópteros da NATO mataram três soldados paquistaneses.

O Governo de Islamabad responsabilizara a NATO pela violação da soberania do país e pelo tiroteio que custou a vida a soldados paquistaneses – dois segundo a agência France Press, três segundo a Al Jazeera. Um posto fronteiriço do lado paquistanês terá sido alvejado hoje por dois helicópteros da NATO, causando as baixas mortais referidas e ferindo mais três soldados paquistaneses.

O incidente, segundo fonte paquistanesa citada pela France Press, foi o quarto numa semana. O Governo de Islamabad protestara na segunda feira contra duas destas violações do seu espaço aéreo cometidas no final da semana passada. A ISAF, força da NATO que ocupa o Afeganistão, reconhecera o fundamento da queixa, justificando-se embora com um direito de perseguição a combatentes taliban, dos quais teria matado 30.

MRA Alliance/RTP

Afeganistão: 90 mil documentos secretos na Internet podem mudar a história da guerra

segunda-feira, julho 26th, 2010

Mais de 90 mil documentos e relatórios secretos sobre a guerra no Afeganistão já foram disponibilizados na Internet pelo site Wikileaks. Esta é uma das maiores fugas de informação militar de sempre, permitindo ter uma ideia real – não manipulada nem censurada pelas forças da NATO – sobre a verdadeira face do conflito.

Confrontos que resultaram na morte de civis afegãos e que foram encobertos pelas forças norte-americanas e da NATO, incidentes de ‘fogo amigo’, evidências de corrupção no governo de Cabul e pormenores da alegada colaboração entre os serviços secretos paquistaneses e a guerrilha talibã são alguns dos factos relatados no extenso manancial de informação classificada agora disponibilizado online.

O fundador do site ‘Wikileaks’, Julian Assange, acredita que alguns dos 75 mil documentos disponibilizados ontem constituem “provas de crimes de guerra” por parte das forças multinacionais.

A Casa Branca condenou já a divulgação do material confidencial, afirmando que constitui uma ameaça à segurança das forças internacionais no terreno.

MRA Alliance/Agências

General MacCrystal arrasa administração Obama e é despedido

quinta-feira, junho 24th, 2010

Obama com General MacchrystalO general David Petraeus, responsável pela “reviravolta” que pôs fim à violência sectária no Iraque, vai assumir o comando das tropas americanas e da missão militar da NATO no Afeganistão que estava entregue ao general Stanley McChrystal, ontem afastado do cargo por ter perdido a confiança do Presidente Barack Obama.

“Aceitei com muita pena o pedido de demissão apresentado pelo general McChrystal”, anunciou Obama. A exoneração de McChrystal tinha-se tornado inevitável na sequência de um perfil do general publicado pela revista Rolling Stone, no qual ele se referia em termos impróprios ao Presidente e a membros da sua Administração.

Rodeado pelo vice-presidente Joe Biden, o secretário da Defesa Robert Gates, o chefe das Forças Armadas Mike Mullen e o general Petraeus, Obama reafirmou, sem hesitações, o princípio do controlo civil sobre a estrutura militar que está na base da organização política norte-americana. “A nossa democracia depende do facto de as instituições serem mais fortes do que o indivíduo”, frisou.

A manutenção de McChrystal era impensável depois da publicação do explosivo artigo “O General em Fuga”. Durante as várias semanas em que concedeu total acesso ao repórter Michael Hastings, McChrystal deu conta da sua desilusão com Obama e do desprezo por Joe Biden, o embaixador americano em Cabul, Karl Eikenberry, e outras figuras-chave da política para o Afeganistão, tanto na Casa Branca como no Senado.

O artigo ilustra a tensão e o desdém que marcam as relações daqueles que se movimentam no círculo do poder. Como assinalaram vários analistas, a linguagem utilizada pela equipa de McChrystal pode soar desrespeitosa, só que não é assim tão invulgar: a distinção é que habitualmente estas conversas estão vedadas aos jornalistas.

As citações mais comprometedoras nem sequer pertencem ao general, mas sim a colaboradores que são citados anonimamente. O que não invalida que essas declarações tenham sido feitas na sua presença, sem que McChrystal se tenha demarcado ou condenado o seu teor. Aliás, a linguagem utilizada e a veracidade das declarações publicadas pela Rolling Stone não foram contestadas.

Obama terá ficado enraivecido quando leu o artigo. Numa reacção imediata, o Presidente exigiu que o general viesse a Washington explicar-se. Os dois reuniram-se ao início da manhã, durante pouco mais de 20 minutos, na Sala Oval. O general apresentou a demissão e Obama confirmou o seu afastamento. McChrystal nem sequer voltará ao Afeganistão – os seus pertences serão empacotados e enviados para a sua casa nos Estados Unidos.

Washington já não assistia a um escândalo desta dimensão desde que o Presidente Harry Truman demitiu o general Douglas MacArthur, que liderava a campanha militar na Coreia e manifestou em público o seu desagrado com a estratégia da Casa Branca.

O caso de McChrystal é ligeiramente diferente, uma vez que o general não contestou directamente a política da Administração, mas antes alguns dos actores com que trabalhava na definição e aplicação da estratégia. Contudo, as suas críticas configuram um acto de insubordinação intolerável.

Para o Presidente americano, a crise não tinha apenas a ver com a conduta desastrada do general: o escândalo de relações públicas afectava a sua política para a guerra do Afeganistão, que foi revista no ano passado (com um reforço de 30 mil homens) e continua sem produzir resultados positivos.

Ao escolher o general David Petraeus para prosseguir a missão, Obama dá um forte sinal de que a Administração não está interessada em recalibrar a sua política para o Afeganistão ou alterar a actual estratégia de contra-insurreição para a de contraterrorismo. “Nós definimos uma estratégia no Outono passado e continuaremos a implementá-la. Esta é uma mudança de pessoal, mas não de política”, garantiu o Presidente.

Enquanto Petraeus não chega ao Afeganistão, o comando da operação da NATO ficará temporariamente nas mãos do general britânico Nick Parker. Com cerca de dez mil soldados no terreno, o Reino Unido é o segundo maior contribuinte para a missão no Afeganistão.

MRA Alliance/Público

 

Afeganistão: EUA e aliados da NATO enviam mais 37 mil soldados

sábado, dezembro 5th, 2009

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO chegaram hoje a acordo, em Bruxelas, para enviar para o Afeganistão um reforço de pelo menos sete mil efectivos. O número, quase o dobro do inicialmente anunciado, fica aquém dos dez mil solicitados pelos Estados Unidos da América que vão reforçar o seu contingente com 30 mil homens.

Dos países que já anunciaram um reforço de tropas, Portugal é o que, em termos percentuais, mais vai aumentar o seu contingente no Afeganistão. O envio de mais 150 homens anunciado para o próximo mês significa um aumento de 146% face ao número de efectivos que o exército português tinha naquele país (103). Com 253 elementos, este passa a ser o maior destacamento português em território estrangeiro, só batido pelas tropas estacionadas no Kosovo, podendo aumentar nos próximos meses.

No final da reunião de dois dias, no quartel-geral da NATO, apesar de tudo, foi com optimismo que o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, anunciou o acordo. “Pelo menos 25 países enviarão mais tropas em 2010”, afirmou, mostrando-se confiante de que nos próximos meses mais aliados respondam ao apelo de Barack Obama e reforcem o contingente das tropas da coligação.

Refira-se que a NATO é composta por 28 países, mas actualmente são 43 os aliados com tropas no Afeganistão. Isto significa que não é forçoso ser a Aliança a fornecer o total de efectivos adicionais.

Isso mesmo foi sublinhado pelo responsável da diplomacia portuguesa, Luís Amado, que considerou “positiva” a resposta da NATO. Esta resulta, salientou, da “convicção de que não há alternativa” à estratégia do presidente Barack Obama, que no dia 1 de Dezembro anunciou o envio de mais 30 mil soldados norte-americanos para o teatro de operações e pediu aos aliados um esforço adicional.

Com o reforço de contingente, o número total de tropas estrangeiras no Afeganistão vai elevar-se no próximo ano para cerca de 140 mil efectivos de combate.

Ainda assim, segundo Rasmussen, a escalada dos efectivos não basta para ganhar a guerra: “Não há balas de prata nem soluções mágicas. Serão necessários mais tempo, mais empenho e mais paciência para alcançarmos o nosso objectivo”, frisou.

MRA Alliance/Agências

Afeganistão: Dois candidatos reclamam vitória eleitoral na primeira volta

sexta-feira, agosto 21st, 2009

Hamid KarzaiA votação para a eleição presidencial no Afeganistão terminou esta sexta-feira mas os resultados só serão divulgados na próxima semana, anunciou a Comissão Eleitoral Independente. o fim do escrutínio da eleição presidencial no Afeganistão. As previsões apontam uma adesão às urnas entre 40% a 50%.

O dirigente da campanha do actual presidente, Hamid Karzai, afirmou que a vitória será do seu candidato, alegando informações recolhidas nas mesas de voto. O candidato Abdullah Abdullah, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, também reclama vitória. MRA Alliance/Agências

Al-Qaeda ameaça Musharraf e acusa-o de ser o “maior inimigo do islão”

sábado, agosto 16th, 2008

al-ZawahiriAyman al-Zawahiri, o número dois da al-Qaeda atacou o presidente paquistanês Pervez Musharraf numa mensagem áudio em inglês distribuída pela Internet. Pervez [Musharraf] revelou-se um dos maiores inimigos do islão, se é que não é o maior”, afirmou na mensagem cuja autenticidade aguarda confirmação. O exército paquistanês defende os muçulmanos, é uma agência de serviços secretos ou é um bando de mercenários que mata muçulmanos para agradar aos seus patrões, os novos cruzados da casa Branca?”, interrogou-se Al-Zawahiri quando comentou a cooperação entre os Estados Unidos e o Paquistão na guerra contra os talibãs. MRA/Agências

Afeganistão: Deputados estão envolvidos no tráfico de drogas e terrorismo

sábado, agosto 9th, 2008

Abdollah Loghmani, director adjunto dos serviços secretos do Afeganistão, revelou ter provas do envolvimento de deputados afegãos na produção e tráfico de drogas, noticiou a agência Adnkronos. Durante um depoimento na Câmara Baixa do parlamento (Vali Jirga), em Cabul, Loghmani confirmou as acusações do deputado independente Khaled Pashtun ao afirmar que “os serviços de segurança têm provas suficientes desse facto”, mas recusou-se a fornecer provas documentais argumentando que “são segredo de Estado.” O n.º2 dos serviços secretos afegãos acrescentou que “os deputados envolvidos no tráfico de droga também são apoiantes de grupos terroristas que operam no sul do país.” Vários deputados pediram ao governo afegão que entregue as provas ao parlamento mas, até agora, o executivo recusou. Recentemente vários deputados do Parlamento Europeu apelaram à Comissão Europeia e o Conselho Europeu para que tomem medidas mais eficazes de combate ao narcotráfico controlado pelos talibãs e ao fluxo de fundos financeiros gerados no exterior pelo comércio de droga. MRA/Agências

Pentágono receia crescimento do protagonismo «talibã»

sábado, junho 28th, 2008

Os talibãs tentarão aumentar sua presença no norte e no leste do Afeganistão, enquanto mantém combates no sul e no leste,disse o Pentágono num relatório sobre o país.”Os talibãs desafiarão o controle do governo afegão em áreas rurais, especialmente no sul e no leste. Mesmo assim, os talibãs tentarão, provavelmente, aumentar sua presença no oeste e no norte”, escrevem os autores. “No primeiro trimestre de 2008, a ameaça mais significativa nas regiões leste e norte do país veio dos chefes tribais, dos criminosos e dos traficantes de droga”, segundo o texto distribuído à imprensa. Em 2007, apesar das dificuldades causadas aos jihadistas por tropas da NATO e afegãs, “os talibãs podem querer aumentar ainda mais a escala e o ritmo de seus ataques, em 2008”, diz o Departamento de Defesa dos EUA. As tropas ocupantes, registaram em 2007, mais de 2 600 atentados bombistas em estradas (1 931, em 2006). Pelo menos 106 soldados estrangeiros morreram no Afeganistão desde Janeiro, a maioria vítima de engenhos explosivos, segundo cálculos da AFP feitos a partir de comunicados militares. Para o Pentágono, “o maior desafio para a segurança a longo prazo no Afeganistão” reside na existência de santuários dos radicais islâmicos nas zonas tribais do noroeste do Paquistão que fazem fronteira com o Afeganistão. O secretário americano da Defesa, Robert Gates, queixou-se ontem, da permissividade paquistanesa contra os líderes radicais islâmicos na fronteira entre os dois países. MRA Dep. Data Mining

Comandos talibã cooperam com EUA e Inglaterra para eliminação de radicais islâmicos

segunda-feira, fevereiro 18th, 2008

Mansoor DadullahMansoor Dadullah, comandante veterano dos talibãs foi ferido e capturado na semana passada, após três horas de tiroteio com comandos paquistaneses. Segundo o jornal escocês Scotsman, o mujahedin foi traído pelos seus superiores alegadamente por ter mantido contactos com os serviços secretos britânicos MI6. O ataque teve lugar no seu esconderijo, uma casa situada numa área tribal na fronteira afegano-paquistanesa.

Mansoor fora responsável por dezenas de ataques contra as tropas ocupantes britânicas, na província de Helmand, uma zona controlada por tribos afegãs hostis aos invasores da NATO. A operação foi desencadeada 24 horas depois de o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, ter avisado que os santuários dos guerrilheiros islâmicos nas zonas tribais constituem um sério perigo para o Paquistão.

Radicais islâmicos, fiéis ao líder espiritual talibã Mullah Omar, sentenciaram a sorte de Mansoor, após ter perdido o controlo militar de Musa Qala, em 2007. As tropas regulares afegãs e britânicas passaram a controlar militarmente o refúgio secreto talibã.

Oficiais paquistaneses, citados pelo diário escocês, admitiram “ter informações acerca do esconderijo, fornecidas por agentes secretos.” Segundo o jornal
“Mansoor deverá ter sido traído como parte de um acordo entre os novos talibã da linha dura, no Paquistão, e as forças de segurança locais.”

Na semana passada, foi a vez do comandante da al-Qaeda, Abu Laith al-Libi, ter sido mortalmente atingido por um míssil norte-americano, na província pauistanesa do Waziristão Norte. Especialistas em terrorismo, segundo o Scotsman, acreditam que os serviços secretos do Paquistão (ISI) forneceram ao exército americano as informações sobre o paradeiro de Libi, com o objectivo de aliviarem a pressão dos EUA sobre o governo de Islamabade descontentes com as actividades dos radicais islâmicos no Paquistão. (pvc)

‘Poder da mente’ aceite como parte da nova doutrina militar dos EUA

sábado, fevereiro 9th, 2008

iraque_soldados vigiam mercado localO exército americano, num novo manual que será divulgado este mês, estabelece orientações e práticas que reconhecem pela primeira vez o “poder da mente” como um instrumento a utilizar na sua estratégia de guerra. A necessidade de vencer batalhas pelo uso da força, implica alterar o comportamento dos inimigos, obtendo o seu apoio para intervenções militares idênticas às que a tropa americana executa no Afeganistão e no Iraque . Numa entrevista à BBC, o general William Caldwell, afirmou que o exército dos EUA aprendeu que a invasão e a estabilização de países estrangeiros, bem como ganhar a confiança da população local, exigem muito mais do que apenas talento militar.

“Descobrimos que o uso do ‘poder subtil’ – que defino como o ‘poder da mente’ – se provou muito, muito mais eficiente no processo de estabilização no Iraque e no Afeganistão”, disse. Em sua opinião, o exército dos EUA pode até vencer militarmente todas as batalhas, mas nunca atingir o objectivo final – ganhar a paz.

Caldwell descreveu o manual como uma referência para a forma como o exército americano deve actuar nos próximos 10 a 15 anos. Os cépticos afirmam que a aplicação prática dos novos ensinamentos exigirá mais tempo. Segundo o general, a mudança de doutrina implica que mais soldados terão que conhecer as culturas locais e dominar pelo menos uma língua estrangeira. “88% das pessoas que participarão nos nossos programas de treino para oficiais serão obrigadas a escolher uma língua. É uma mudança radical. Hoje, são cerca de 33%, esclareceu. (pvc/agências/BBC)

Governo do Paquistão não quer tropa dos EUA no país

segunda-feira, janeiro 7th, 2008

Manifestação anti-americana no PsquistãoUm representante do governo do Paquistão disse à BBC ontem à noite que Islamabade não irá permitir que a CIA e o exército dos Estados Unidos procurem membros da Al-Qaeda e simpatizantes Taliban no país. O jornal norte-americano The New York Times, noticiou ontem que, numa reunião realizada na sexta-feira, os líderes americanos discutiram a possibilidade de serem ampliadas as operações militares e dos serviços secretos em regiões tribais, na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Aquelas regiões, disse um analista da BBC “têm sido palco de um número crescente de episódios de violência nos últimos seis meses, o que tem levado a frequentes escaramuças entre os mudjahedin e tropas do Paquistão.”

Segundo NYT, na reunião – que contou com a presença do presidente George W. Bush, do vice-presidente Dick Cheney, e da Secretária de Estado, Condoleezza Rice – foi sugerido que o risco dos radicais islâmicos desafiarem o governo paquistanês é muito sério. Por isso, foi defendida a tese de que o presidente paquistanês Pervez Musharraf deveria considerar a possibilidade de permitir acções das forças estadunidenses no país.

“O governo americano sabe (…) que não permitiremos que nenhum país do mundo realize tais operações em território paquistanês”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior do Paquistão Muhammad Sadiq, citado pela emissora britânica. O porta-voz sublinhou que Islamabade tem “a capacidade e a determinação” para combater os jihadistas através dos meios adequados. O NYT informou que na reunião da Casa Branca foi avaliada a estratégia de Washington no Paquistão face ao assassínio da ex-primeira-ministra paquistanesa, Benazir Bhutto, que desejava concorrer às eleições, inicialmente marcadas para amanhã, dia 8. Todavia face à situação interna de grande tensão política entre os militares e o governo Musharraf, por um lado, e os partidos políticos que querem a rápida democratização do país, por outro, o sufrágio foi adiado para o dia 18 de Fevereiro. Fonte: BBC

Assassínio de Benazir Bhutto: Algumas reacções e uma intrigante premonição

sexta-feira, dezembro 28th, 2007

Premonição da Guerra Civil, 1936, Salvador DaliEx-agentes da CIA, membros de influentes lóbis dos Estados Unidos, editoralistas e académicos prevêm que, com o assassínio de Benazir Bhutto, “os Estados Unidos terão que repensar a estratégia de influenciar o processo democrático no Paquistão. (…) Um dos especialistas considerou mesmo que 27/12/2007 foi “um dia mau para os Estados Unidos” prevendo consequências negativas para a administração Bush/Cheney, no futuro próximo, pela forma como geriu as suas relações com a pró-americana ditadura militar paquistanesa .

Porém, no mínimo, é perturbante o artigo escrito pelo editorialista de um influente diário israelita. Não pelo conteúdo, mas pela data. Mais…

(pvc)

Guerras multibilionárias: Afeganistão e Iraque custam mais que Vietname e Coreia. E o Irão?…

sexta-feira, novembro 9th, 2007

Independente - Sim ou não ao cessar-fogo imediato no Iraque?

“O Presidente George W. Bush terá gasto mais de um milhão de biliões [USD –trillion/BRL-trilhão] em aventuras militares quando abandonar o cargo, no final de 2008, montante superior ao total conjugado dos gastos das guerras do Vetname e da Coreia”, escreveu recentemente Leonard Doyle, num artigo publicado no jornal britânico “The Independent”. O articulista acrescenta existirem actualmente “sinais perturbadores” de que o chefe da Casa Branca “está a preparar um ataque ao Irão durante os meses que ainda lhe restam no cargo.” O diário britânico esclarece que “ele [Bush] pediu mais USD 46 mm/bi ao Congresso até ao Natal, tendo incluido apenas uma simples frase, explicitando que os fundos são para actualizar os bombardeiros B-2”. Estas sofisticadas aeronaves militares, conhecidas também como aviões furtivos, conseguem dissimular equipamentos, pilotos e tripulação e confundir os radares inimigos como se fossem pequenas aves.

Bush - Reforço orçamental para a guerra - Congresso - Out/2007O pedido de reforço orçamental, feito pelo próprio presidente na Câmara dos Representantes na companhia dos pais de um soldado morto no Iraque, mereceu um comentário agreste por parte de Nancy Pelosy, a líder do Congresso, eleita pelo Partido Democrático: “Com a despesa de menos de 40 dias de guerra no Iraque, poderíamos garantir cuidados de saúde para 10 milhões de crianças [americanas] durante um ano inteiro.” Pelosy, representante do partido que detém a maioria na câmara legislativa dos EUA – é a 3.ª figura da hierarquia do Estado. Em caso de impedimento do Presidente ou do Vice-Presidente para o exercício dos respectivos cargos, cabe ao dirigente máximo do poder legislativo federal – Speaker of the House of Representatives (o equivalente em Portugal, ao cargo de Presidente da Assembleia da República) – assegurar a presidência dos EUA.

O orçamento militar americano para o presente ano fiscal já atingiu os USD 196,4 mm/bi. O Pentágono está a caminho de gastar uma verba total acumulada de USD 806 mm/bi, dispendida exclusivamente com a invasão e ocupação do Afeganistão e do Iraque. Esta verba ultrapassa qualquer outra utilizada no financiamento de conflitos militares envolvendo tropas americanas, desde a II Guerra Mundial. A verba total da despesa, estimada em 1 (um) milhão de biliões [trillion (EUA)/trilhão (Brasil)], inclui o pagamento dos juros das dívidas contraídas através da emissão de Obrigações do Tesouro. A título de curiosidade refira-se que, em percentagem do PIB estadunidense, os orçamentos militares afectos a cada um dos casos citados são bastantes díspares: Afeganistão e Iraque (4,2%), Coreia (12,2%), Vietname (9,4%). A II Guerra Mundial consumiu mais de 40% de toda a riqueza produzida pelos EUA. (pvc/Congresso/Casa Branca)

Pentágono quer mais USD 196 mil milhões para ocupação do Iraque e Afeganistão

sexta-feira, novembro 9th, 2007

fracção do tesouro de guerra americanoO Pentágono solicitou ao Congresso dos Estados Unidos que aprove o orçamento de USD 196 mil milhões/ bilhões (mm/bi) para as campanhas no Iraque e no Afeganistão durante 2008, considerando a verba “essencial” para a “guerra contra o terrorismo”. “O Departamento da Defesa deseja que o Congresso autorize o pedido de verba apresentado pelo presidente (George W. Bush) para financiar a guerra contra o terrorismo. É essencial e a melhor maneira de garantir que nossos soldados tenham o que precisam”, acentuou o porta-voz Bryan Whitman.O financiamento das guerras no Iraque e Afeganistão é aprovado à parte do orçamento comum do Departamento da Defesa. Os negociadores do Congresso aprovaram na terça-feira 459 bilhões de dólares do orçamento ordinário do Pentágono para 2008, revelou a Câmara de Representantes. Porém, os congressistas autorizaram uma pequena parte (referente à manutenção de carros blindados) dos USD 196 mm/bi para a “guerra contra o terrorismo”. O restante não foi aprovado. (pvc/AFP)