Bush tenta impor estatuto colonial no Iraque, diz editor do “Guardian”

A administração americana quer obrigar o governo iraquiano a aceitar a existência de mais de 50 bases militares dos EUA em solo iraquiano, controlo absoluto do espaço aéreo iraquiano, 100% de imunidade para militares americanos e empresas privadas de segurança [dos EUA], bem como o direito de lançar operações militares no Iraque sem a obrigação de consultar, ou obter a prévia aprovação, do governo de Bagdade. “Isto ultrapassa largamente outros acordos que regulam a actividade da tropa americana noutras partes do mundo, transformando permanentemente o Iraque num Estado fantoche”, escreve na edição de hoje do diário britânico “The Guardian”, o editor Seumas Milne. O analista enfatiza que estas políticas causaram indignação no Iraque e oposição nos EUA. Porém, o Congresso americano está impedido de tomar uma posição sobre o assunto por a administração Bush/Cheney não classificar oficialmente o acordo como “um tratado” político bilateral. Milne prosseguiu: “Após a Grã-Bretanha ter invadido e ocupado o Iraque, durante a I Guerra Mundial, impôs um repugnante tratado ao governo fantoche de 1930 na véspera da independência simbólica do país. Tal como na versão George W. Bush, a Inglaterra locupletou-se com bases militares próprias, garantiu o direito de executar acções militares e a imunidade legal para as suas tropas. Apesar disto, as novas propostas dos poderes americanos, e as restrições à soberania iraquiana, ultrapassam largamente as impostas pelo tratado colonial anterior à II Guerra Mundial.” Artigo original

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