Governo americano encobre violação sexual no Iraque

Jamie Leigh Jones em BagdadeJamie Leigh Jones, actualmente com 22 anos de idade, de Houston, Texas, acusa o governo Bush/Cheney de ter encoberto até agora um crime de violação de que foi vítima no Iraque, em 2005. O delito terá sido perpetrado por colegas seus na KBR, empresa subsidiária, até Abril passado, da famigerada Halliburton – poderosa multinacional de serviços petrolíferos presidida pelo actual vice-presidente Dick Cheney , entre 1995-2000. A jovem iniciou recentemente uma disputa judicial acusando vários homens da KBR, em Bagdade, de a terem violentado sexualmente.

No processo contra as duas empresas, Jones diz ter sido mantida durante 24 horas num container, sem água nem comida, vigiada por seguranças armados. “Senti-me como numa prisão”, afirmou numa entrevista à ABC News . Um dos guardas, mais cooperante, forneceu-lhe o telemóvel/celular através do qual comunicou o sucedido ao pai. O Sr. Jones, contactou o congressista do seu círculo eleitoral (Ted Poe, Republicano, Texas) pedindo-lhe ajuda. Após a intervenção de Poe junto do Departamento de Estado (DE), em Washington, poucas horas depois a jovem foi libertada da clausura por agentes da embaixada americana no Iraque. A cadeia americana de televisão confirmou que nenhum orgão policial, ou do Departamento de Justiça, tenha investigado o caso.

Jurisconsultos entrevistados pela ABC afirmaram ser improvável que os violadores e respectivos cúmplices alguma vez venham a ser julgados nos EUA devido ao vaccum legis existente. Na prática, todas as empresas americanas, seus funcionários e subcontratados não são abrangidos pela jurisdição penal ou criminal dos Estados Unidos, tendo a respectiva impunidade assegurada.

A Halliburton e a KBR, embora negando todas as acusações, pretenderam que o caso fosse exclusivamente apreciado num processo privado de arbitragem, não aberto ao público, impedindo a presença de juízes e jurados, e durante o qual não são feitas gravações, nem permitidas transcrições das audiências. A decisão do caso, nesta modalidade, é feita por um mediador (árbitro).

Até agora, nestes processos, a Halliburton obteve 80% de decisões a seu favor. No Iraque, a empresa tem estado envolvida em vários escândalos de corrupção, fraude, sobrefacturação ilegítima e controversas adjudicações directas de multimilionários contratos, por alegado por favorecimento de Cheney, que é suspeito de continuar a receber compensações milionárias pelos serviços prestados. (pvc/ABC)

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