O ex-presidente Itamar Franco defendeu que os chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), devem condenar a política de imigração europeia, durante a cimeira que se inicia amanhã em Lisboa. “A política de imigração da União Européia deveria ser repudiada, não isoladamente, mas por toda a comunidade” lusófona, declarou Itamar Franco, em entrevista à Lusa, em Brasília. O governo do Brasil já se manifestou contra a directiva aprovada em 18 de Junho, pelo Parlamento Europeu, que endureceu as regras para os imigrantes ilegais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a política de imigração da UE como um “preconceito” e disse que o “vento frio da xenofobia sopra mais uma vez para o desafio da sociedade”.
O governo português minimizou hoje as afirmações do ex-presidente Itamar Franco. Em breves declarações aos jornalistas, o vice-ministro português dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho, afirmou que Portugal vai se opor a qualquer resolução naquele sentido, pois Lisboa “aprovou” a directiva comunitária. “Da parte de Portugal, não vai haver qualquer apoio a essa pretensão”, frisou Cravinho. Porém, mesmo admitindo que a questão possa dividir a comunidade lusófona, Cravinho disse acreditar na possibilidade de um entendimento. Os chefes de Estado e de governo da CPLP inauguram amanhã, em Lisboa, a VII cimeira da organização, subordinada ao tema “Língua Portuguesa: um patrimônio comum, um futuro global”. No encontro, a Guiné-Bissau transmitirá a Presidência do bloco lusófono a Portugal. MRA/Lusa