Bolsas afundam, euro treme e ouro atinge máximo histórico

Apreensão na bolsa de Wall StreetA tensão latente no arranque da semana nos mercados é cada vez mais preocupante. Rumores sobre reestruturação da dívida grega até ao Verão e ameaça da Standard & Poor’s (S&P) ao intocável ‘rating’ ‘AAA’ norte-americano ditaram quedas superiores a 2% nas bolsas, atiraram os juros dos periféricos para novos recordes e motivaram uma depreciação de 1,67% do euro face ao dólar.Lisboa não foi excepção. O PSI 20 emagreceu 2,35% e ficou com todas as cotadas negativas – numa sessão em que o ouro se reafirmou como um dos refúgios preferidos dos investidores: a onça do metal amarelo está a um pequeno passo dos 1.500 dólares.

A manhã começou com novos rumores de que a reestruturação da dívida helénica é inevitável. Atenas desmente, Bruxelas descarta essa hipótese, mas os mercados parecem acreditar nela: Madrid, Frankfurt, Londres e Paris escorregaram mais de 2%, com o sector financeiro a liderar as perdas. O mesmo aconteceu em Lisboa: BES, BCP e BPI fecharam a cair mais de 2%.

Outro sintoma de que a renegociação da dívida grega poderá em breve ser uma realidade é o nervosismo que se instalou nos mercados de dívida, com as ‘yields’ dos periféricos a acelerarem até novos máximos históricos. A taxa portuguesa a dois anos, por exemplo, superou hoje, pela primeira vez, a barreira dos 10%. Há um ano estava em 2,2%. O euro também sofria com perdas de 1,67% para 1,4189 dólares. No mesmo sentido, o barril de ‘brent’ recuava 1,9% em Londres para cotar nos 121 dólares.

Tudo ficou (ainda) pior logo ao início da tarde, com o aviso da S&P de que o ‘rating’ dos EUA está em risco por falta de acordo entre democratas e republicados para contrariar a deterioração orçamental da maior economia do mundo. A ameaça da agência atirou Wall Street ao tapete – Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 cediam quase 2% – e fez o índice VIX, um barómetro do pânico em Wall Street, disparar 18%. Por cada cotada que subia em Nova Iorque, cinco estavam em queda e nem os resultados do Citigroup, que saíram melhores que o previsto, conseguiam contrariar a pressão vendedora.

O resultado final em Lisboa foi o segundo maior tombo em 2011 do índice PSI 20, que tem agora saldo anual negativo. Sete cotadas fecharam hoje com tombos acima de 3% e apenas três (Cimpor, PT e REN) caíram menos de 1%. As atenções dos investidores em Lisboa continuam a estar centradas nas negociações com o FMI, das quais devem sair novidades nos próximos dias.

MRA Alliance/DE

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