Barroso diz que euro criou “ilusão de prosperidade”

O euro funcionou como um “soporífero” para alguns países europeus, resultando numa “ilusão de prosperidade”, admitiu, hoje, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, numa entrevista publicada pelo diário britânico Times. O ex-primeiro ministro português afirmou ao jornal que as taxas de juro baixas facilitaram o recurso ao crédito, criando uma falsa sensação de confiança económica.

O resultado foi que os governos evitaram fazer reformas económicas difíceis mas necessárias, acrescentou. Até há alguns meses, o euro foi considerado um “grande sucesso”, tendo-se transformado na “segunda moeda mundial e em algumas áreas é a primeira em termos de transações”, sublinhou Durão Barroro.

O “alarmismo” recente deve-se a “um problema sem precedentes”. “Os mercados começaram a discriminar entre as dívidas públicas de diferentes membros do euro na mesma união monetária”. “Este é um problema para o qual, francamente, não estávamos preparados e perante o qual temos de reagir e temos estado a reagir”, acrescentou Barroso.

As medidas de austeridade que vários governos europeus entretanto tomaram são, na opinião do presidente da Comissão Europeia, uma prova de que o euro está a funcionar.
“O euro está a ser um condutor extremamente poderoso para o que a Europa precisa. E o que a Europa precisa acima de tudo é não viver acima das suas possibilidades e, segundo, fazer as reformas estruturais para se tornar mais competitiva nas economias globais”, defendeu.

Durão Barroso prometeu que os líderes europeus estão dispostos a fazer “o que for preciso” para defender o euro, como foi o caso do fundo de emergência criado para ajudar a Grécia.

MRA Alliance/SIC 
 

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