Angola quer mais investimento italiano não petrolífero

ENI - Exploração de petróleo em AngolaO vice-ministro da Economia de Angola, Job Graça, convidou hoje as empresas italianas a investirem nas áreas de produção de bens e serviços não petrolíferos, durante o Fórum Económico Angola-Itália, a decorrer em Luanda, no qual participam 60 empresas transalpinas.

O vice-ministro para o Comércio Externo da Itália, Adolfo Urso, ouviu do governante angolano declarações que prometem aumentar a presença de capital e de bens italianos na ex-colónia portuguesa. Segundo Job Graça, o comércio bilateral pode desenvolver-se “de forma mútua e benéfica”. Entre 2006 e 2008, as importações de Itália atingiram 151,6 milhões de dólares, enquanto as exportações chegaram aos 221,2 milhões.

Máquinas, equipamentos e utensílios são o grosso das exportações de Itália para Angola, enquanto o petróleo é a quase totalidade das exportações angolanas para o país europeu.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), Aguinaldo Jaime, disse que o fórum demonstra que, apesar da crise económica mundial, Angola continua a ser “um mercado atractivo para as principais economias do mundo”.

“A Itália já teve uma cooperação multifacetada com Angola, que hoje tem índices reduzidos, mas que podem ser aumentados através da elevação da cooperação, saindo da indústria petrolífera e do gás e dos serviços de apoio ao setor petrolífero, para outros em que a Itália é muito forte”, disse Aguinaldo Jaime.

A construção civil, a produção de equipamentos, a agricultura e as agro-indústrias, as pescas, a habitação social, a produção de maquinaria são sectores que o presidente da ANIP considerou “decisivos” para o desenvolvimento da economia angolana.

Aguinaldo Jaime considerou “feliz” a ideia de “desenvolvimento partilhado, não imposto, não intrusivo” estabelecido pela Itália no seu Plano para a Cooperação com África.

“Saber que os italianos querem vir a Angola não para impor regras, mas para se ajustar às regras existentes e para criarem parcerias com os empresários angolanos na criação de mecanismos de transferência de tecnologias parece-me ir de encontro às necessidades da nossa classe empresarial”, frisou.

Por sua vez, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, disse à Lusa que Angola deve saber aproveitar a iniciativa italiana, que reúne no fórum um conjunto de agentes económicos italianos, fortes no comércio e na cooperação internacional, com “posições muito claras e objectivas” nas áreas da madeira, granito, café, produtos derivados da pesca e frutas tropicais com boas possibilidades de exportação para a Itália.

Até ao momento o petróleo, a principal área de investimento dos italianos em Angola, onde estão representados pela ENI, é o único produto a ser exportado.

O volume de negócios entre Angola e a Itália, a terceira maior economia da Europa, não ultrapassa os 50 milhões de dólares fora do sector petrolífero. A Itália é o segundo fornecedor de máquinas e equipamentos industriais e agrícolas.

Participam no fórum, empresas italianas dos sectores da construção civil, engenharia, agricultura, indústria alimentar, transporte aéreo e marítimo, sistemas de tratamento de água, consultoria, telecomunicações, pescas e saúde.

MRA Alliance/Agências

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