A Weiss Ratings, agência independente de notação financeira dos Estados Unidos, baixou ontem a classificação do Bank of America (BofA) para lixo (de D+ para D), confirmando crescentes rumores em Wall Street que admitem a possibilidade de o maior banco norte americano em activos – mais de USD 2,2 triliões (2,2 biliões na terminologia europeia) – correr sérios riscos de falência e de poder vir a ser nacionalizado pela administração Obama.
Entre Outubro de 2007 e Setembro de 2011 a cotação do banco passou de cerca de USD 50 (cinquenta) para menos de USD 7 (sete), por acção. Comparado com outras empresas cotadas que apresentam um similar nível de risco, os títulos do Bank of America , no entender da Weiss Ratings, “representam um mau investimento com base na sua cotação e valorização actuais”.
Na semana que agora termina, a agência de notação norte-americana para além de ter reafirmado a notação da dívida soberana dos Estados Unidos em “C–” anunciou ter baixado a notação de seis países europeus, conforme o quadro seguinte:
Weiss Ratings – Dívidas Soberanas |
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País | Novo Rating |
Rating Anterior |
Áustria | C+ | B+ |
Bélgica | C– | C |
República Checa | C | C+ |
Finlândia | C– | C |
Suíça | B+ | A– |
Turquia | C – | C |
© 2011 Weiss Ratings. All rights reserved. Escala Weiss Ratings: A = excelente, B = bom, C = razoável, D = fraco, E = muito fraco; mais/menos = parte superior/inferior da notação. |
Afectados por modestos desempenhos em termos de crescimento do PIB e pela evolução das dívidas soberanas dos chamados PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – todos os países agora analisados foram penalizados pelos mercados financeiros, nos últimos meses,com particular destaque para os casos da Áustria e da Turquia, refere a agência.
O caso turco foi basicamente agravado pela sua proximidade e dependência do enfraquecido Mercado Único. O problema da proximidade contagiou igualmente a economia suíça. O banco central helvético teve mesmo que, no início da semana, tomar medidas drásticas para defender a sua moeda ao tê-la indexado ao euro e fixado o valor mínimo da moeda única em 1,20 francos suíços.
O analista financeiro da Weiss Ratings, Gavin Magor justificou as novas classificações pelo facto de “à medida que o contágio financeiro europeu se alarga para além dos óbvios candidatos [PIIGS], outras nações têm que adoptar severos programas de austeridade ou pagar juros mais altos aos compradores dos seus títulos de dívida.”
A qualidade das análises da Weiss Ratings é demonstrada por uma taxa de sucesso de 98% nas falências bancárias decretadas em 2011, nos Estados Unidos. Entre 68 acertou em 66…
MRA Alliance
Pedro Varanda de Castro, Consultor