Um ataque da NATO no Afeganistão matou 12 crianças e duas mulheres. O Presidente Hamid Karzai repudiou o “erro grave” do raide aéreo e lançou um aviso às forças aliadas.
Há meses que uma operação das forças da Aliança (Isaf) não provocava a morte de tantos civis no Afeganistão. Uma base de “marines” norte-americanos foi atacada por rebeldes taliban, no sábado, em Nawzad, na província de Helmand. A base pediu ajuda à Isaf, que por isso lançou o raide. Mas errou o alvo.
“O ataque aéreo da Isaf atingiu duas casas de civis. Infelizmente, 14 civis inocentes morreram e seis ficaram feridos”, afirmou um comunicado do governador. Sete rapazes, cinco raparigas e duas mulheres morreram, especificou.
Em Cabul, um responsável da força da NATO afirmou “estar ciente das notícias da morte de alegados civis ontem [sábado] em Helmand”. Uma equipa já foi enviada para o local para fazer um inquérito.
As mortes de civis pelas forças estrangeiras, normalmente durante “raides nocturnos”, é um dos grandes pontos de tensão entre Karzai e os aliados estrangeiros, e prejudica as tentativas de conseguir o apoio da população afegã a uma guerra cada vez mais impopular, refere a Reuters.
Karzai afirmou num comunicado oficial: “Já foi várias vezes repetido aos EUA e à NATO que as suas operações unilaterais e inúteis causam a morte de afegãos inocentes e que tais operações violam os valores humanos e morais. Mas parece que eles não ouvem”.
No mesmo texto, e “dirigindo um último aviso às tropas e responsáveis americanos”, o Presidente qualificou “este incidente como um erro grave”.
Um porta-voz da Casa Branca disse este domingo que os Estados Unidos reagiram com «muita serenidade» aos avisos do presidente afegão, Hamid Karzai, que condenou o «grave erro» das tropas norte-americanas que matou 14 civis no Afeganistão.
«O Presidente Karzai já expressou por diversas ocasiões a sua preocupação pela perda de vidas humanas entre a população civil. É uma preocupação que partilhamos e que encaramos com muita seriedade», disse Jay Carney.
MRA Alliance/Público/Agências