As medidas penais contra o ex-Director-geral do FMI, Dominique Straus-Kahn, acusado de violação de uma empregada de hotel, em Nova Iorque, poderão ser retiradas em breve, informou esta madrugada o jornal New York Times (NYT), citando fontes judiciais ligadas ao processo.
Curiosamente, a notícia surge 48 horas depois de o seu cargo no FMI ter sido formalmente ocupado pela também francesa, Christine Lagarde, ex-ministra das Finanças do Governo Sarkozy.
Segundo o jornal, os procuradores nova-iorquinos têm dúvidas sobre a credibilidade do testemunho da suposta vítima do potencial candidato às eleições presidenciais francesas. O NYT sublinha que os juízes terão agora chegado à conclusão que a empregada mentiu repetidas vezes desde 14 de Maio, dia em que, alegadamente, terá ocorrido o incidente.
As contradições, segundo fontes citadas pelo jornal, são manifestas nas questões relacionadas com as verdadeiras razões invocadas no seu pedido de asilo nos EUA e na natureza de alguns relacionamentos pessoais que mantinha nos últimos meses.
Provavelmente, adianta o jornal, os acusadores públicos, esta sexta-feira, quando Strauss-Kahn comparecer no tribunal, irão reconhecer que “o caso tem problemas”. “É um desastre”, comentou um funcionário judicial citado pelo NYT.
O diário de Nova Iorque admite a possibilidade de haver um “volte-face extraordinário” no caso podendo as novas provas serem suficientes para justificar a libertação do ex-Diretor-geral do FMI, em prisão domiciliária desde Maio, com pulseira electrónica, e sob apertada vigilância das forças de segurança.
O jornal afirma que a polícia descobriu ligações da vítima, uma guineense de 32 anos, a indivíduos presos por crimes relacionados com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Várias pessoas terão feito depósitos superiores a 100 mil dólares, em numerário, na conta bancária da alegada vítima, durante os últimos dois anos. Após o escândalo, as autoridades norte-americanas gravaram conversas telefónicas, entre ela e indivíduos presos, durante as quais foram discutidos pagamentos pelas denúncias de agressão sexual contra Strauss-Kahn, refere o jornal.
Strauss-Kahn, de nacionalidade francesa, sempre negou as acusações de violação e agressão sexual contra a empregada, que alegou ter sido atacada quando se preparava para arrumar o quarto do hotel, em Manhattan, onde o economista e político francês estava hospedado.
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