Archive for agosto, 2011

Governo anuncia hoje “cortes históricos” de mil milhões

quarta-feira, agosto 31st, 2011

O Governo vai apresentar hoje os prometidos “cortes históricos” na despesa do Estado. As medidas que constam deste documento de estratégia orçamental, que será divulgado pelo ministro das Finanças às 15 horas, vão permitir uma poupança de cerca de mil milhões de euros ao Estado.

Além dos cortes na despesa este documento deverá conter o cenário macroeconómico e orçamental a quatro anos. Sobre este ponto o comunicado do conselho de ministros de ontem antecipou que o “documento referencia as principais opções que permitirão alcançar uma meta próxima do equilíbrio orçamental em 2015”.

Embora o conteúdo deste documento esteja fechado a sete chaves é expectável que haja novidades sobre o programa de rescisões amigáveis no Estado e sobre a redução de trabalhadores na “administração indirecta do Estado”. E segundo apurou o Diário Económico o Executivo vai duplicar as saídas de pessoal da Função Pública. Até 2014 terão de sair do Estado dez mil funcionários por ano.

Espera-se também novidades sobre o programas de racionalização do património do Estado e sobre a “redução do número de cargos de direcção e administração e de dirigentes intermédios “. O Executivo já fez saber que pretende que o já afamado imposto sobre as fortunas comece a ser estudado no âmbito deste pacote de medidas.

MRA Alliance/DE

Japão: Ministro das Finanças designado primeiro-ministro

segunda-feira, agosto 29th, 2011

Yoshihiro Noda foi hoje eleito líder do Partido Democrata do Japão e deverá ser nomeado primeiro-ministro nipónico na terça-feira, na sequência da demissão de Naoto Kan, passando a ser o sexto governante a ocupar o cargo em cinco anos.

Noda, de 54 anos, derrotou o ministro da Economia e Comércio do Japão, Banri Kaieda, na segunda volta por 215 votos contra 177, e enfrentará uma longa lista de desafios, incluindo uma série de problemas económicos, a reconstrução de áreas devastadas pelo terramoto e tsunami deste ano e a crise nuclear na central nuclear de Fukushima.

Noda também terá que convencer os mercados de que o Japão conseguirá superar um Parlamento dividido e lidar com a maior dívida interna do mundo industrializado. O ministro das Finanças era, aliás, o único entre os cinco candidatos ao cargo que defendia a necessidade de duras reformas para controlar o crescente défice fiscal do país.

MRA Alliance/DE

Stiglitz pede ao BCE para baixar taxas de juro

segunda-feira, agosto 29th, 2011

O Nobel da Economia em 2001 apela ao Banco Central Europeu (BCE) para baixar a taxa de juro directora. Em entrevista ao diário alemão Handelsblatt, Joseph Stiglitz defende que “o BCE deve recuar nos aumentos anteriores”.

A 7 de Julho, o BCE subiu a taxa de juro directora em 0,25 pontos para 1,5% depois de também em Abril ter aumentado a taxa de referência da zona euro para 1,25%, ao fim de 23 meses no mínimo histórico de um por cento.

O economista, conhecido pelas duras críticas liberais, considera que a instituição de Frankfurt deverá ter em conta a decisão da instituição homóloga norte-americana, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que decidiu manter as taxas de juro inalteradas, nos zero por cento, durante dois anos.

“A actual política monetária do BCE impulsiona o euro e prejudica os exportadores alemães”, argumenta o economista, citado pelo jornal.

Os economistas esperam que o banco central não volte a aumentar novamente este ano a taxa de juro na zona euro, devido à nova eclosão da crise da dívida soberana, numa altura em que a instituição parece determinada em tornar a sua política monetária mais rígida já no Outono.

MRA Alliance/DE

Privatizações: TAP em 2011 e Águas de Portugal e RTP em 2012

segunda-feira, agosto 29th, 2011

A primeira revisão do resgate português pela ‘troika’ diz que a TAP é para tentar vender ainda este ano. O documento, obtido pela agência Bloomberg, avança com o calendário de algumas privatizações previstas no memorando da ‘troika’ mas até agora sem data definida.

A TAP é para alienar até ao final de 2011 se “as condições de mercado permitirem”, lê-se no documento. No próximo ano será a vez de privatizar as Águas de Portugal e também o primeiro canal da RTP.

Antes disso, no decorrer deste terceiro trimestre, e segundo anunciou Pedro Passos Coelho, o Governo quer avançar com as privatizações da REN (que o Estado controla em 51%) e também da EDP (que o Estado controla em 25%).

No total o Executivo conta arrecadar cinco mil milhões de euros nas privatizações prometidas em troca dos 78 mil milhões de euros que Portugal recebeu de Bruxelas e do FMI.

MRA Alliance/DE

Preço das casas no valor mais baixo desde 2008

segunda-feira, agosto 29th, 2011

Segundo o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor médio de cada metro quadrado foi de 1.114 euros em Julho, o que representa uma variação em cadeia de menos 2,8% e a uma variação homóloga inferior em 4,1%.

A descida homóloga é a “mais intensa da actual série”, ou seja, desde pelo menos Setembro de 2008. E o valor de cada metro quadrado também está em mínimos dessa mesma data, o que quer dizer que a avaliação que os bancos atribuem às casas está no valor mais baixo dos últimos 3 anos, pelo menos.

Em todas as regiões do país, exceptuando os Açores, verificaram-se variações negativas. Lisboa e Alentejo foram as regiões mais penalizadas pelas instituições bancárias na hora de decidir qual o valor do empréstimo a conceder.

A capital destacou-se pela negativa com um corte de 18 euros no preço por m2 em relação ao valor registado em Junho. Aqui, o metro quadrado vale 1.351 euros. Um pouco mais abaixo, no Alentejo, os preços das casas também desceram 18 euros por metro quadrado, fixando-se nos 1.018 euros.

MRA Alliance/DE

Juros da dívida portuguesa aliviam em todas as maturidades ao contrário da Grécia

segunda-feira, agosto 29th, 2011

Segundo dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg,  pelas 10H00, os juros exigidos pelos investidores para transacionar dívida  portuguesa a dois anos negociavam hoje no mercado secundário nos 13,249  por cento, ligeiramente abaixo da média de 13,317 por cento da sessão anterior,  com o ‘spread’ face à dívida alemã (referencial para a Europa) nos 1.259  pontos base. 

Neste prazo, o máximo jamais registado desde a adesão de Portugal ao  euro foi atingido a 18 de julho nos 20,359 por cento. A 10 anos, os juros da dívida portuguesa também cedem, ainda que muito  ligeiramente, passando dos 11,180 por cento da sessão de sexta-feira para  os 11,149 por cento. O ‘spread’ nestes títulos face aos títulos alemães é o mais baixo das  três maturidades analisadas, situando-se nos 896,9 pontos base. Já no prazo a cinco anos, registava-se esta manhã uma ligeira descida  para os 12,393 por cento, face à média de 12,512 por cento da sessão anterior,  com o ‘spread’ nos 1.114 pontos base. 

Na Grécia, depois de na quinta-feira os juros associados aos títulos  soberanos a dois anos terem batido o máximo histórico de 45,884 por cento,  estes negoceiam esta manhã nos 45,827 por cento, acima dos 43,944 por cento  da média do dia anterior. 

Estes valores, que se aproximam do máximo de 25 de agosto,  indicam que os investidores continuam a pressionar a dívida helénica perante  o impasse no segundo plano de resgate à Grécia, que pode não avançar face  às resistências da Finlâdia, que exige garantias bilaterais por parte de  Atenas para aceitar participar no pacote de ajuda. No prazo a cinco anos, os juros da dívida helénica negoceiam hoje nos  22,095 por cento, aproximando-se dos máximos de quinta-feira, dia em que  se posicionaram nos 22,430 por cento. Também na Grécia, os juros dos títulos a 10 anos, que fecharam na quinta-feira  em máximos de 18,278 por cento, negoceiam hoje nos 18,064 por cento.

MRA Alliance/SIC Noticias

Ouro bate máximos históricos e continua a atrair investidores

domingo, agosto 28th, 2011

Desde a crise financeira global, inic iada em meados de 2007, o ouro já escalou, por ano, 29%, e ontem voltou a bater um novo máximo histórico, ao ser negociado em Londres nos 1.894 dólares.

Há duas semanas, a negociação de contratos de futuros sobre a onça de ouro contabilizou um volume superior a 1,3 biliões de dólares, o valor mais elevado de sempre. Isto significa que alguns dos recordes alcançados foram consolidados com posições fortes dos investidores, colocando assim um entrave a futuras correcções.

“Ao investir em ouro, espera-se apenas que alguém, dentro de um ou cinco anos, esteja disposto a pagar mais do que nós pagámos no passado por algo que não faz nada. Estamos a apostar no medo que as pessoas vão ter dentro de alguns anos”, explicou Warren Buffett aos accionistas da sua Berkshire Hathaway, em Abril, no decorrer do aclamado “Woodstock do Capitalismo”, em Omaha, EUA.

O ouro é assim utilizado como um activo de refúgio contra crises. E a verdade é que a incerteza em redor do rumo da economia mundial aliada a níveis de baixas taxas de juro continua a catalogar o metal precioso como um investimento cada vez mais brilhante e atractivo para os cofres dos investidores.

Luís Correia Tavares, analista da WorldSpreads, lembra que “o ouro é um activo altista e continuará a sê-lo”. O especialista refere mesmo que “caso o ouro corrija para os 945 dólares não perde a sua tendência altista”.

Porém, são cada vez mais as vozes a chamarem a atenção para a existência de uma bolha no mercado aurífero. O multimilionário George Soros é um desses casos: durante anos teve no maior ETF aurífero – o SPDR Gold Trust – uma das suas maiores posições do seu lendário ‘hedge fund’ “Quantum”, mas, em Setembro do ano passado revelou à Reuters que “o ouro é a última bolha”. E desde então, tem vindo a reduzir a exposição ao metal precioso.

A pressionar a cotação do ouro no futuro próximo poderão estar duas variáveis: a subida da taxa de juro real nos EUA e o anúncio do terceiro programa de ‘quantitive easing’ da Reserva Federal norte-americana (Fed), que poderá ser feito na sexta-feira num encontro entre os líderes dos principais bancos centrais do mundo em Jackson Hole, nos EUA.

Se a primeira medida corrói o valor do ouro retirando assim o seu interesse face a outros activos como depósitos, o segundo episódio significará um novo impulso para o mercado accionistas e uma nova reviravolta nos mercados. Nesse sentido, os investidores que estejam de olho no investimento do metal dourado devem, pelo menos, esperar até ao resto da semana para tomarem a sua decisão de investimento.

MRA Alliance/DE

Os planos franco-alemães para a zona euro

domingo, agosto 28th, 2011

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, reuniram na passada terça-feira em Paris, numa cimeira onde delinearam um novo plano para tentar fortalecer a zona euro. Saiba qual é a estratégia que os dois líderes têm para a moeda única, resumida na edição de hoje do Diário Económico.

1 – Governo económico europeu
Para reforçar a zona euro, Merkel e Sarkozy querem constituir um governo económico europeu. A nova instituição será constituída pelos 17 chefes de Governo dos países que formam a união monetária e devem reunir duas vezes por ano para supervisionar a evolução das políticas económicas, discutir os problemas de cada Estado-membro e tomar decisões para contornar a crise. O actual presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, foi ontem convidado para liderar o governo por um período de dois anos e meio.

2 – Limites à dívida na Constituição
Uma das medidas mais polémicas é a introdução de limites ao endividamento na Constituição dos países da zona euro. Merkel defende a introdução de um objectivo anual quantificado de redução da dívida para os países que ultrapassem o limite de endividamento – de 60% definido para a zona euro no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Os países deverão fazer alterações à Constituição até ao final do Verão de 2012 e, no final deste ano, os governos dos países da zona euro com um nível de dívida acima de 60% – no qual se inclui Portugal – devem apresentar planos de redução e encontrar respostas para o impacto do envelhecimento populacional na sustentabilidade da dívida de longo prazo.

3 – Taxa sobre transacções financeiras
Merkel e Sarkozy sugeriram ainda a aplicação de uma taxa sobre as transacções financeiras. Por saber está o valor da taxa e sobre o que vai incidir. A proposta será feita já em Setembro. A implementação da medida não será fácil já que um imposto semelhante foi chumbado no passado pelos 27 países da União Europeia. O ministro sueco para os Mercados Financeiros, Peter Norman, já fez saber que um imposto deste tipo “só funcionará se for implementado a nível mundial”.

4 – Corte de fundos para quem não cumprir défice
Numa carta enviada ontem a van Rompuy, Alemanha e França defendem o corte de fundos estruturais e de coesão aos países da União Europeia que não consigam reduzir o défice. Esta norma já está prevista nas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

5 – Imposto comum para empresas em França e na Alemanha
Em 2013, os dois países deverão ter um imposto comum para todas as empresas. Falta definir que taxa de IRC será imposta às empresas e qual a base tributável a que será aplicada.

6 – ‘Eurobonds’ não avançam
De fora do acordo, ficaram as ‘eurobonds’. Os títulos de dívida europeia harmonizariam o preço de financiamento dos países da zona euro. Esta é uma solução que agradaria os países em dificuldades, que viam os juros descer, mas desagradaria os países que têm as suas contas públicas em ordem, que pagariam juros mais elevados.

7 – Fundo de estabilização mantém-se
Outro dos pontos que ficou fora das propostas a apresentar por aqueles dois países é a necessidade de mexer nos 440 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

MRA Alliance/DE

Alemanha deseja criar “Estados Unidos da Europa”

domingo, agosto 28th, 2011

A ministra do Trabalho alemã, Ursula von der Leyen, considera que a crise pode ser superada com a criação dos “Estados Unidos da Europa”. “O meu objectivo são os Estados Unidos da Europa, seguindo o exemplo de outros estados federais como a Suíça, Alemanha ou os Estados Unidos de América”, afirma Ursula von der Leyen na edição de hoje da revista alemã Der Spiegel.

Uma união política permitiria, segundo a governante, unificar questões importantes em matéria de política financeira, fiscal e económica, “aproveitando as vantagens da dimensão da Europa”.

No entender da ministra do Trabalho alemã e vice-presidente do partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), a moeda única europeia não é suficiente para fazer face à competição global.

Ursula von der Leyen também defendeu esta semana a exigência da Finlândia de que os países que beneficiam da ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) apresentem como caução desses empréstimos as reservas de ouro que possuam ou as participações que detenham em empresas estatais.

Em declarações à televisão pública ARD, a governante – que é apontada pela imprensa alemã como uma possível sucessora de Angela Merkel – argumentou que só assim esses Estados “continuarão a envidar esforços para consolidar as finanças públicas”.

MRA Alliance/DE

Drama humanitário toma conta da Líbia

domingo, agosto 28th, 2011

Em Trípoli, escasseiam água, medicamentos, energia e combustíveis. Na capital, as forças pró-Kadhafi resumem-se a pequenas bolsas de tropas leais ao regime em colapso e a atiradores furtivos por conta própria. Os rebeldes, apoiados no terreno por forças especiais da NATO, à revelia do mandato da ONU, viram-se agora para Sirte, fazendo cerco à cidade natal de Kadhafi. Esta conquista pode ser decisiva para a vitória final dos testas de ferro do complexo industrial-militar euro-americano.

Nas últimas horas, as tropas rebeldes do Conselho Nacional de Transição (CNT) conquistaram Bin Jawad e lograram ainda abrir a fronteira com a Tunísia, ponto estratégico para o abastecimento de Trípoli. Depois de o CNT anunciar a libertação de Trípoli, os combates prosseguiram rua a rua e, muitas vezes, casa a casa, deixando um rasto de mortos nas artérias da capital.

Nas últimas horas eram audíveis violentos combates, principalmente no sul da cidade. Os mortos são agora às centenas e estavam a ser deixados abandonados sob o Sol, em plena decomposição. A decisão foi por isso começar a sepultar os corpos, sem identificação, em valas comuns.

O caos também é visível nos hospitais, completamente cheios, sendo vulgar encontrar na mesma enfermaria feridos que combateram em lados opostos.
À semelhança do que acontece por toda a capital, também nos hospitais falta quase tudo: pessoal médico, medicamentos e outros bens de primeira necessidade.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu o envio urgente de ajuda humanitária. O CNT já considerou que é uma prioridade resolver esse problema.

MRA Alliance/Agências

Finlândia põe em xeque resgate grego e faz disparar juros

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Helsínquia instou ontem os líderes europeus a definirem um “modelo aceitável” de garantias no segundo resgate a Atenas, depois de Berlim ter rejeitado o acordo bilateral entre os governos finlandês e helénico. A indefinição está a causar medo nos investidores, que acreditam cada vez menos no sucesso do segundo pacote de ajuda. Em resultado, os juros gregos a dois anos chegaram a ultrapassar os 46%.

“Se o acordo finlandês e grego não é aceitável para os outros, é tempo de todos os Estados do euro construírem um modelo que toda a gente considere aceitável”. As palavras são da ministra das Finanças finlandesa, Jutta Urpilainen, através de um comunicado citado pela Bloomberg.

Recorde-se que a ministra finlandesa anunciou na terça-feira ter chegado a um acordo bilateral com o seu homólogo grego, Evangelos Venizelos, para um modelo de garantias. Atenas depositaria dinheiro numa conta do país nórdico para este investir nos títulos soberanos com pouco risco. A partir daí, os juros gerados serviriam para aumentar o montante destinado a cobrir a contribuição da Finlândia para o resgate da Grécia.

O montante a depositar não chegou a ser revelado, mas a imprensa internacional avançou que seria entre 20% a 40% dos 1.400 milhões de euros correspondentes à parcela finlandesa do resgate. Mas o acordo motivou críticas dos outros Estados-membro e Áustria e Holanda, por exemplo, fizeram saber que, nesse caso, também queriam garantias para ajudar Atenas.

MRA Alliance/DE

Rússia e China boicotam reunião da ONU sobre repressão na Síria

sexta-feira, agosto 26th, 2011

As delegações de Rússia e China boicotaram nesta quinta-feira uma reunião do Conselho de Segurança da ONU referente à situação política na Síria e reiteraram, assim, sua rejeição à proposta de Estados Unidos e Europa para que a organização adote um pacote de sanções contra a Síria.

Um diplomata ocidental confirmou que nem o representante da Rússia nem o da China compareceram a um encontro que o Conselho tinha convocado para analisar o projeto de resolução sobre a Síria que europeus e americanos fizeram circular na terça-feira. “Nem Rússia nem China se apresentaram, mas esperamos que se unam às negociações de maneira construtiva o mais rápido possível”, indicou o mesmo diplomata, que evitou detalhar se já se falou sobre alguma data concreta para apresentar oficialmente a resolução e submetê-la a votação.

A mesma fonte assinalou, no entanto, que europeus e americanos mantêm “conversas construtivas” com os demais membros do Conselho de Segurança e destacou a vontade dessas delegações em convencer russos e chineses de que “não é possível fazer vista grossa diante da terrível situação que vive a Síria”.

MRA Alliance/Terra Brasil

20% das farmácias sem dinheiro para repor stocks

sexta-feira, agosto 26th, 2011

Associações e distribuidores no mercado ambulatório alertam para colapso das farmácias. A situação, dizem, está a degradar-se a ritmo acelerado desde 2005. O cenário é de alerta, de acordo com dados adiantados pelo sector: 20% das farmácias estão sem dinheiro para repor stocks. Cerca de 604 suspenderam já os fornecimentos de medicamentos, mais 154 que no final de 2010. O número de processos judiciais para execução de dívidas também aumentou, assim como o número de farmácias que pagam aos fornecedores acima dos 90 dias.

As queixas das associações e dos distribuidores relacionam-se com a redução de preços que lhes tem sido imposta e ainda com a sobrecarga com prazos de pagamento dos medicamentos aos distribuidores – dez vezes inferior àqueles de que beneficia o sistema hospitalar. Além disso, as implicações da entrada dos genéricos e a necessidade de manter em stock várias marcas do mesmo medicamento (em consequência da não autorização de receitas por DCI e as receitas trancadas pelos médicos) tem criado desconforto. Além deste rol de problemas, o sector garante que também nota a erosão da confiança dos utentes.

Entre 2005 e 2010, em virtude de uma série de reduções impostas pelo Estado, o preço dos medicamentos passou a ser dez vezes mais baixo. Os lucros distribuem-se em proporções de 20% para as farmácias, 8% para os distribuidores (que revendem com margem estipulada pela lei), cabendo o remanescente à indústria farmacêutica.

MRA Alliance/ionline

Governo prepara “choque reformista” nas autarquias

sexta-feira, agosto 26th, 2011

O governo vai apresentar na próxima semana a reforma administrativa. O programa do executivo de Passos Coelho passa por alterações políticas, na gestão dos municípios, mas também no território, um “verdadeiro choque reformista, com vista ao reforço do municipalismo como veículo de gestão de território e de serviço aos cidadãos”, disse ao jornal i o secretário de Estado da Administração Local Paulo Júlio.

O memorando da troika impõe uma redução do número de autarquias e de freguesias, uma medida que tem levantado polémica entre os autarcas e que o governo não deve seguir, pelo menos com régua, esquadro e tesoura na mão. Ao i, Paulo Júlio prefere avançar que “o grande problema da sustentabilidade financeira dos municípios portugueses não é o elevado número de municípios, mas o seu modelo de gestão”.

Um estudo recente do “Research Institute for Knowledge Systems” alerta para o risco do encerramento de serviços no interior, bem como do comércio e de unidades industriais, o que terá consequências nos próximos anos. Até 2034, diz este estudo, a população do país vai concentrar-se sobretudo junto ao Litoral. As áreas mais afectadas serão Lisboa, Porto e Algarve, uma tendência que já se tem verificado nos últimos anos.

O argumento do perigo de despovoamento do interior, com a perda de serviços, é recorrente e pode bem vir a servir ao governo para justificar uma leitura mais conservadora deste ponto da troika, contornando a questão da extinção de municípios.

O presidente da Liga de Protecção da Natureza e perito em matéria de desertificação, Eugénio Sequeira, explica ao i que “a diminuição das autarquias é o resultado do despovoamento, mas também causa mais despovoamento”. Este movimento de saída para o litoral acarreta outro risco para estas zonas: “São construídas mais casas, utilizados mais recursos hídricos, que acabam com ecossistemas e aumentam os riscos de catástrofe”, diz Sequeira.

O estudo a que o i teve acesso mostra ainda que nos próximos quinze anos o despovoamento vai criar um uso reduzido das terras do interior e que com isso vai aumentar a impermeabilização do solo no litoral. A concentração da população na costa vai provocar, por isso a diminuição da área florestal nesta zona.

O governo tem de reduzir nos próximos dois anos cerca de 100 milhões de euros por ano nas transferências para as autarquias, de acordo com a troika. Neste momento a despesa pública na administração local é de cerca de 251 euros per capita, um montante que fica abaixo de países como a Holanda, Espanha, Itália ou mesmo da Alemanha.

Também no número de autarquias, quer por área quer por número de habitantes, Portugal (34000 habitantes em média) fica longe de países como a França (1758), Espanha (5655), Alemanha (6758) ou Itália (7437). Depois das alterações impostas, a Grécia ficou, mesmo assim, com mais câmaras que Portugal e aproximadamente com a mesma média de habitantes por câmara municipal.

Na reforma administrativa, o governo vai transferir para as câmaras mais competências em áreas como na Educação – em matérias de construção, manutenção e gestão de escolas -, na Saúde – na participação no planeamento de equipamentos de saúde – e na Acção Social, tal como defendido no programa do governo.

MRA Alliance/ionline

ONU desbloqueia USD 1,5 mil milhões para rebeldes líbios

sexta-feira, agosto 26th, 2011

O Conselho de Segurança da ONU aprovou esta quinta-feira o desbloqueamento de 1,5 mil milhões de dólares, cerca de mil milhões de euros de fundos líbios, para financiar os esforços dos rebeldes na Líbia.

O dinheiro, garantem, será usado para a reconstrução do país, destruído pelos confrontos entre Kadhafi e as suas tropas, e os rebeldes, apoiados por forças das Nações Unidas. O acordo surgiu depois da África do Sul, que se opunha há já duas semanas, ter cedido e aprovado a medida.

Os fundos líbios, congelados ao regime de Kadhafi pelos Estados Unidos vão ser assim libertados e disponibilizados, ao que a África do Sul se opunha, por entender que tal implicaria o reconhecimento internacional do Conselho Nacional de Transição.

Os Estados Unidos propõem a distribuição do dinheiro entre organizações humanitárias, Conselho de Transição e fundos internacionais, para que a Líbia possa adquirir combustível e outros bens similares, enquanto que o FMI garante que só irá reconhecer o novo governo líbio quando este for alvo de um «reconhecimento claro e alargado», pela comunidade internacional.

MRA Alliance/Agências

Khadafi volta a pedir aos líbios que expulsem “os ratos e infiéis”

sexta-feira, agosto 26th, 2011

A estação de televisão Al-Orouba, descrita como leal ao regime, transmitiu hoje uma nova mensagem de Muammar Khadafi na qual o ditador líbio volta a apelar aos seus seguidores que expulsem “os ratos e infiéis”. “A Líbia é para os líbios, não para agentes estrangeiros”, disse.

O coronel que governou a Líbia durante mais de 40 anos, e que vê agora o seu regime chegar ao fim após a chegada dos rebeldes a Trípoli, apelou aos líbios, numa mensagem de áudio, para que se desloquem para a capital para a “purificar” e combater os rebeldes, que qualificou como “ratos” e “infiéis”.

Tem sido este o teor das mensagens de Khadafi desde que os opositores chegaram a Trípoli, no domingo à noite, um apelo à violência e uma recusa da derrota, quando os rebeldes dizem já controlar 95 por cento da capital.

A cidade foi tomada mas Khadafi continua por capturar. Sirte, a sua cidade natal, é um dos locais em que se acredita que possa estar escondido, e é daí que, segundo a Reuters, terá sido enviada esta mensagem.

Khadafi dirigiu-se aos apoiantes, pediu-lhes que expulsem os “agentes estrangeiros” e adiantou: “A Líbia é para o povo líbio e não para agentes, não para o imperialismo, não para a França, não para Sarkozy, não para Itália”. Trípoli, disse, “é para vocês, não para aqueles que confiam na NATO”.

Os líbios devem “lutar e destruir” os rebeldes em Trípoli, adiantou Khadafi, que disse ainda aos seus apoiantes para saírem à rua e trazerem “as mulheres e as crianças”. Tal como em outras mensagens, e mesmo depois de ter visto invadido o seu complexo militar em Trípoli, Khadafi voltou a apelar à violência. “É preciso resistir contra esses ratos inimigos, que serão vencidos pela luta armada”.

MRA Alliance/Público

“Eurodeputados e jornalistas em cruzada” fazem “manchetes baratas” com caso dos voos CIA, diz embaixada dos EUA

sexta-feira, agosto 26th, 2011

A embaixada norte-americana em Lisboa considerou, em 2006, que “eurodeputados e jornalistas em cruzada continuam a fazer manchetes baratas” com os alegados voos ileagais da CIA em Portugal, reporta telegrama diplomático divulgado ontem pela WikiLeaks.

O telegrama da diplomacia norte-americana em Portugal, com data de 15 de dezembro de 2006 e a referência 06LISBON2841, refere-se à demissão de Henrique Freitas da vice-presidência da bancada social-democrata, numa ação de “protesto pela cooperação do seu partido com os partidos de esquerda para investigar os alegados voos da CIA sob comando do Governo socialista”, que sempre negou tais voos.

O telegrama em causa realça que “a ideia de um dirigente do PSD defender o Governo do PS ao protestar formalmente contra a cooperação do seu partido com a esquerda é deliciosamente irónica”.

MRA Alliance/Lusa

Oposição líbia pede 1,7 mil milhões para estabilizar o país

quinta-feira, agosto 25th, 2011

Com as forças do regime quase expulsas de Tripoli, no dia do golpe de Estado que levou Kadhafi ao poder em 1969, as atenções dos aliados voltam-se agora para o apoio económico à reconstrução da Líbia.

Ao falar ontem em Doha, capital do Qatar, o primeiro-ministro do Conselho Nacional de Transição (CNT, governo provisório da oposição), Mahmud Jibril, anunciou a convocação “imediata” nessa cidade de uma conferência de países doadores, que tem como objectivo a angariação de fundos para o novo governo: cerca de 1,7 mil milhões numa primeira fase. Entre os países presentes estão os EUA, o Reino Unido, a França, a Itália, a Turquia e o Qatar.

Londres anunciou que a ONU vai debater já na próxima semana uma resolução para descongelar os activos líbios em todo o mundo. “As nações aliadas esperam abrir o caminho para o descongelamento dos activos que, em última análise, pertencem ao povo líbio”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, William Hague.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que Washington espera desbloquear imediatamente entre 694 milhões e mil milhões de euros para a oposição líbia.

A Áustria também manifestou o desejo de colocar à disposição do conselho revoltoso parte dos 1,2 mil milhões de euros em activos líbios que tem congelados.

MRA Alliance/DE

Grupos franceses e alemães mais próximos do controlo da EDP a preço de saldo

quinta-feira, agosto 25th, 2011

Ao alterar o limite dos direitos de voto dos accionistas, a EDP dá hoje mais um passo decisivo para a futura mudança da sua estrutura accionista, abrindo definitivamente a porta ao controlo estrangeiro. Uma corrida que coloca os alemães da RWE e da E.ON, bem como os franceses da EDF e da GDF Suez na linha da frente – quer pelo seu músculo financeiro, quer pela complementaridade de activos que a EDP lhes oferece na área de energias renováveis e presença no mercado brasileiro.

Hoje o grupo energético vale menos de metade do que há quatro anos: a sua capitalização bolsista passou de 17 mil milhões de euros para cerca de oito mil milhões de euros. Em termos líquidos, incluindo dividendos, os títulos da eléctrica caíram 42,28%. Uma média de 13,5% ao ano, o que a coloca actualmente na fasquia dos 2,215 euros. A queda justifica-se em grande parte pela turbulência das bolsas e pela perda de protagonismo do sector eléctrico entre as preferências dos investidores.

Até agora, os referidos gigantes europeus da energia só se têm movimentado nos bastidores e, como apurou o Diário Económico, todos eles contam com o apoio político dos respectivos governos, cujo aval foi determinante no plano de ajuda financeira a Portugal.

À lista de candidatos junta-se ainda a China Power Internacional, que já assumiu o seu interesse em adquirir uma participação na EDP. A fasquia, colocada inicialmente em 5%, foi agora elevada pelos chineses para 20%. O Diário Económico sabe, contudo, que a China Power International já fez saber que não o fará a qualquer preço, o que a pode deixar em desvantagem numa disputa com os grupos europeus. As condições da operação são igualmente determinantes para que a Eletrobras se mantenha na corrida. O Governo de Passos Coelho quer vender 20% da EDP, em bloco – mas o grupo brasileiro só se mostrou disponível para comprar até 10% do capital.

Apontada como eterna candidata, a espanhola Iberdrola – maior accionista privada da EDP -, enfrenta graves conflitos accionistas, depois de uma agressiva política de investimentos no Reino Unido e nos EUA que a deixam agora numa posição menos ofensiva. Joga ainda contra si a concentração de activos na Península Ibérica que uma união com a EDP provocaria.

MRA Alliance/DE

Bancos europeus eliminam 67 mil postos de trabalho desde início do ano

quinta-feira, agosto 25th, 2011

A retracção nas economias e a consequente quebra no negócio estão a levar os bancos, sobretudo os europeus, a reduzir o número de postos de trabalho. De acordo com dados da Bloomberg, desde início deste ano já foram anunciados cortes de 80 mil empregos a nível global, sendo cerca de 67 mil em instituições financeiras sedeadas na Europa e, destes, 40 mil anunciados só entre Julho e Agosto.

O fenómeno só encontra paralelo no auge da crise financeira de 2008, com a eliminação, entre Setembro desse ano e o final de 2009, de mais de 115 mil postos de trabalho na Europa. “É um banho de sangue e prevejo que as coisas fiquem ainda piores antes de começarem a melhorar”, afirmou Jonathan Evans, presidente da Sammons Associates, à Bloomberg.

Uma das áreas mais afectadas será a banca de investimento, dadas as fortes quebras no volume de negócios, numa altura em que os investidores continuam receosos e afastados do mercado.

Só nas últimas semanas cinco dos maiores bancos europeus anunciaram que irão avançar com reduções, tendo a mais expressiva sido a do britânico HSBC, que pretende eliminar 30 mil empregos. Seguem-se o UBS – que vai cortar 3.500 postos sobretudo na banca de investimento – o Barclays, que prevê eliminar 3.000, e Bank of Scotland e Crédit Suisse, cada um a anunciar o corte de 2.000 postos de trabalho.

MRA Alliance/DE

Presidente angolano é o 6º homem mais poderoso da economia portuguesa

quinta-feira, agosto 25th, 2011
Todos os caminhos do poder angolano vão dar ao Presidente de Angola. Discreto mas activo, a sua força política em Portugal cresce com o PSD, reforçando um poder económico especialmente visível através da Sonangol e da filha, Isabel dos Santos. É um poder crescente e cada vez mais sólido. Na economia portuguesa. E para as empresas portuguesas em Angola.
A Bolsa de Valores de Luanda é um projecto antigo e inexistente. Mas se para lá fossem transferidas todas as empresas portuguesas com interesses em Angola, o PSI-20 passaria a PSI-10. Das grandes empresas portuguesas aos pequenos empresários, dos aventureiros aos desventurados, Angola passou a Plano A de Portugal. E José Eduardo dos Santos é a soma de todas as partes. O vértice de uma pirâmide onde assenta o poder angolano. Dentro e fora de portas.

MRA Alliance/JdN

Juros da dívida grega a dois anos superam os 44%

quinta-feira, agosto 25th, 2011
A taxa de juro da dívida portuguesa subiu ontem mais de 40 pontos base nas maturidades mais curtas, num dia em que a Grécia viu os juros a dois anos ultrapassarem os 44%. Em Portugal a “yield” das obrigações a dois anos subiram 26,1 pontos base para 13,276% e na dívida a cinco anos a subida foi de 41,4 pontos para 12,484%.

A subida mais acentuada registou-se na linha de financiamento a seis anos, que saltou 49,3 pontos base para 12,864%, enquanto os juros da dívida a 10 anos apreciaram 19,2 pontos base para 11,175%.

Depois de a Finlândia ter chegado a acordo para receber garantias em troco dos empréstimos concedidos a Atenas, são já mais quatro os países que pedem o mesmo tratamento.

A taxa de juro da dívida grega subiu 414,8 pontos base (4,148 pontos percentuais) para 44,025% na maturidade de dois anos e a taxa de retorno da dívida a cinco anos avançou 204,4 pontos base para 21,865

A mesma tendência de subida dos juros verificou-se em Espanha e Itália, apesar de o Banco Central Europeu ter estado a comprar dívida dos dois países.

A “yield” da dívida espanhola a dois anos apreciou 1,4 pontos base para 3,321% e na emissão a 10 anos os juros aumentaram 1,9 pontos base ara 5,010%. Também Itália viu os juros da dívida a 10 anos subir 4,1 pontos base para 4,047%.

“Existem receios de que o segundo pacote [de ajuda à Grécia] não se materialize”, disse o estratega do Commerzbank, Christoph Rieger, à Bloomberg. “Se a Finlândia cumprir a sua palavra e exigir garantias, poderemos chegar a um impasse”, acrescentou.

Também a Alemanha viu os seus juros subirem num dia em que em emitiu dívida pública e em que os investidores reduziram a sua exposição à segurança relativa das obrigações norte-americanas. A Alemanha “em geral” não concorda com acordos de entrega de garantias feitos em separado entre dois Estados-membros que ponham alguns governos em vantagem face a outros, disse o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, à imprensa. Os detalhes do acordo requerem aprovação pelos parceiros europeus, referiu o responsável em Berlim.

“Vamos acabar por ter alguma forma de reestruturação na Grécia”, disse o analista do mercado cambial do Société Général, Kit Juckes, à Bloomberg. “Se não conseguimos sequer ter o acordo quanto aos termos do resgate entre os finlandeses e os alemães, então teremos simplesmente reestruturação da dívida”, acrescentou.

MRA Alliance/JdN

Juros a pagar pela Grécia voltam a bater nos 40%

terça-feira, agosto 23rd, 2011

Os juros das obrigações gregas a 2 anos estão muito perto dos 40%, sinal do aumento do nervosismo dos mercados em relação ao país. De acordo com dados da Bloomberg, o juro das obrigações do Tesouro grego a 2 anos subiam 120 pontos base até aos 39,6%, muito perto do máximo histórico de 40,46% atingido a 20 de Julho.

Esta subida empurrou o ‘spread’ dos títulos com esta maturidade – prémio que os investidores pagam para comprar dívida grega em vez da alemã, que é a referência para o mercado – até aos 3.894 pontos, um máximo da era do euro. No mesmo sentido, o juro a 3 anos subia até aos 32,53%, enquanto a taxa a 10 anos avançava 61 pontos base para se fixar nos 17,425%.

Na base desta pressão vendedora está a incerteza em relação ao segundo pacote de ajuda à Grécia. Em cima da mesa estão 159 mil milhões de euros para Atenas mas alguns países, incluindo a Finlândia, pediram garantias em troca dos empréstimos, o que está a deixar os mercados nervosos.

“O pacote de ajuda ainda não está fora de questão, mas o mercado pensa que as coisas podem não ser tão estáveis como pareciam antes, o que está a pesar nas obrigações gregas”, explicou David Scnautz, especialista do Commerzbank, à Bloomberg.

O primeiro-ministro finlandês, Jyrku Katainen ameaçou hoje que o país pode desistir de participar no segundo resgate à Grécia se não tiver garantias sobre a sua contribuição nos empréstimos.

Questionado pela Reuters sobre se a Finlândia poderia não entrar no segundo resgate a Atenas caso uma garantia dessas fosse negada, Katainen respondeu que “sim”. “É uma decisão do nosso Parlamento que apresentamos como condição para participar no resgate”, afirmou.

Numa primeira reacção, a Chanceler alemã Angela Merkel rejeitou a possibilidade de a União Europeia tolerar a posição radical de Helsínquia.

MRA Alliance/DE

Confiança dos europeus na economia afunda em Agosto

terça-feira, agosto 23rd, 2011

A confiança dos consumidores registou uma queda significativa em Agosto, quer na Zona Euro quer na União Europeia (UE).

Segundo a estimativa preliminar divulgada hoje pela Comissão Europeia, o índice de confiança dos consumidores da UE caiu dos 12,4 pontos negativos para 16,8 pontos negativos, entre Julho e Agosto. Nos países da moeda única, o indicador, que também se mantém em terreno negativo, baixou de -11,2 para -16,6 pontos.

A versão definitiva deste índice será divulgada a 30 de Agosto, como parte integrante do Indicador de Sentimento Económico.

MRA Alliance/Agências

Merkel recusa exigir ouro dos países resgatados

terça-feira, agosto 23rd, 2011

chanceler alemã recusou esta terça-feira a proposta do seu próprio partido de exigir como garantias as reservas de ouro para conceder empréstimos aos países que beneficiam dos financiamentos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Tanto Angela Merkel como o líder do grupo parlamentar conservador, Volker Kauder, expressaram a sua oposição a esta proposta, apresentada pela ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen, de acordo com a agência Efe.

A direcção do grupo parlamentar da CDU, o maior partido da coligação governamental alemã, decidiu ontem formar uma comissão para procurar soluções de consenso para a reforma do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que o Governo quer levar a votação no parlamento a 23 de Setembro.

À formação desta comissão, seguiu-se hoje uma reunião extraordinária do grupo parlamentar conservador, na qual participou Angela Merkel. Segundo a imprensa alemã, logo na abertura da reunião a chanceler alemã deixou clara a sua oposição a esta proposta.

Entre os deputados da CDU e do Partido Liberal Democrata, o parceiro de coligação de Angela Merkel, vai aumentando a oposição à reforma do FEEF, um dos resultados da cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países da Zona Euro, a 21 de Julho.

Grande parte da oposição alemã, no entanto, assegura que vai apoiar a reforma, razão pela qual os observadores esperam a aprovação das novas medidas.

MRA Alliance/AF

«O euro entrou em colapso», diz Greenspan

terça-feira, agosto 23rd, 2011

«O euro está a entrar em colapso». A frase é do antigo presidente da Reserva Federal norte-americana, Alan Greenspan. Numa conferência em Washington, Greenspan sustentou que algumas garantias colaterais detidas pelos bancos da zona euro são «questionáveis» e que a crise europeia poderá afectar os lucros de algumas empresas dos EUA.

Sobre a União Europeia, o antigo banqueiro central dos EUA acredita que ainda não está em recessão, mas considera que a elevada incerteza, está a prejudicar a retoma.

MRA Alliance/Agências

Tribunal americano retirou acusações de violação contra Strauss-Kahn

terça-feira, agosto 23rd, 2011

A justiça norte-americana retirou todas as acusações de violação contra Dominique Strauss-Kahn. O Supremo Tribunal de Justiça de Nova Iorque aceitou esta terça-feira o pedido do procurador de Manhattan para arquivar a queixa de violação que recaía sobre o antigo presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em causa está a perda de confiança nas declarações da alegada vítima. Nafissatou Diallo, a camareira de 32 anos que alega ter sido abusada sexualmente por Strauss-Kahn, recebeu a notícia com uma sensação de ultraje. Os advogados de defesa da empregada de hotel continuam a acreditar na história contada por Nafissatou Diallo e dizem que muito ficou por esclarecer.

Strauss-Kahn aguarda, agora, que o tribunal se pronuncie sobre o recurso apresentado pela defesa da alegada vítima que, caso seja favorável, permite que o antigo director do FMI possa sair dos EUA.

Apesar do processo criminal ter chegado ao fim, Dominique Strauss-Kahn ainda vai ter de enfrentar a justiça norte-americana pois Nafissatou Diallo já avançou com um processo cível.

MRA Alliance/Agências

Ouro fixa novo recorde próximo dos 2.000 dólares

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

O metal amarelo já acumula ganhos de 16% em Agosto, o melhor desempenho mensal desde Setembro de 1999. A crise europeia da dívida soberana e o fantasma de uma nova recessão nos EUA continuam a impulsionar a cotação da onça de ouro, um histórico porto de abrigo dos investidores durante as convulsões nos mercados financeiros.

O metal amarelo aprecia-se hoje 2% tendo chegado aos 1.894 dólares, o valor mais elevado de sempre.

O movimento ascendente é para continuar, segundo uma ‘poll’ de 13 peritos consultados pela agência Bloomberg, que vêem a onça de ouro nos 2.000 dólares ainda este ano.

A confirmar-se a previsão, 2011 será mesmo o melhor ano para a onça de ouro desde a valorização de 127% conseguida em 1979. 2011 será, para além disso, o 11º ano consecutivo de ganhos para este metal precioso.

MRA Alliance/DE

PIB da OCDE desacelera pelo quarto trimestre consecutivo

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

O crescimento do PIB nos países da OCDE voltou a desacelerar no segundo trimestre de 2011, pelo quarto trimestre consecutivo. No primeiro trimestre do ano, os 34 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tinham registado um crescimento agregado de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto no final de 2010 se tinham ficado por 0,5%. No segundo trimestre esse crescimento arrefeceu para 0,2%.

“A desaceleração foi particularmente acentuada na zona euro e na União Europeia, onde o crescimento passou para 0,2%, comparado com 0,8% no trimestre anterior”, indicou a organização num comunicado divulgado hoje.

O indicador da OCDE surge na semana a seguir aos dados publicados pelo Eurostat respeitantes ao crescimento das economias da zona euro no segundo trimestre e que causaram surpresa pelo crescimento da Alemanha, abaixo do previsto (0,1%), tendência que a OCDE vem agora sublinhar, a par de uma estagnação em França.

MRA Alliance/DE

Cavaco Silva felicita novo Presidente de Cabo Verde

segunda-feira, agosto 22nd, 2011

O Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, felicitou hoje Jorge Carlos Fonseca pela eleição como Presidente da República destacou a “forma exemplar” como decorreu todo o processo eleitoral.

“Senhor Presidente e meu caro amigo, por ocasião da eleição de Vossa Excelência como Presidente da República de Cabo Verde, quero apresentar-lhe, em nome do povo português e no meu próprio, as mais calorosas felicitações e votos de sucesso no exercício das altas funções que foi chamado a desempenhar pelo povo cabo-verdiano”, lê-se na mensagem de felicitações enviada por Cavaco Silva a Jorge Carlos Fonseca, divulgada no sítio da Presidência da República.

O chefe de Estado português destaca ainda “a forma exemplar como decorreu todo o processo eleitoral é testemunho eloquente do espírito cívico e da maturidade democrática do povo cabo-verdiano”, considerando que os eleitores expressaram “de forma inequívoca” a sua confiança em Jorge Carlos Fonseca para exercer a mais alta magistratura de Cabo Verde.

Jorge Carlos Fonseca foi eleito ontem, 21 de Agosto, como quarto presidente da República com mais 35 mil votos do que na primeira volta, tornando-se o primeiro cabo-verdiano a quebrar o ciclo: um presidente, uma maioria, um governo.

O sociólogo Nadir Sousa reconheceu nos resultados o peso determinante da sociedade cabo-verdiana em não ir atrás do que decide o partido no poder, o PAICV. Mas o partido ganha, explicou, realçando que a situação é propícia para se repensar a liderança, até porque fez um trabalho “excelente” nos últimos 10 anos.

MRA Alliance/Agências