Archive for junho, 2011

Geithner admite abandonar Tesouro dos Estados Unidos

quinta-feira, junho 30th, 2011

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, deverá abandonar o cargo assim que estiverem concluídas as negociações sobre o défice orçamental. A decisão de Geithner estará relacionada com questões pessoais. O responsável pelo Tesouro ainda não tomou uma decisão definitiva e não fará enquanto o Congresso não chegar a acordo sobre o aumento do tecto da dívida norte-americana, avançaram à agência Bloomberg fontes próximas de Geithner.

Recorde-se que os Estados Unidos precisam de aumentar o tecto da dívida pública para conseguir pagar obrigações que atingem a maturidade no próximo dia 4 de Julho. O próprio Geithner admitiu que estas obrigações podem entrar em incumprimento caso não seja alcançado um entendimento entre democratas e republicanos até dia 2 de Julho.

Tim Geithner, 49 anos, já terá admitido aos seus colaboradores que precisa de fazer um intervalo na vida política. 

MRA Alliance/JdN

Portugal: Governo confisca 50% do subsídio de Natal em 2011

quinta-feira, junho 30th, 2011

Passos Coelho anunciou, esta quinta-feira, novas medidas de austeridade para combater a crise entre as quais cobrar um imposto extraordinário “equivalente a 50% do subsídio de Natal, acima do salário mínimo nacional”. No discurso de abertura do debate sobre o Programa de Governo, Pedro Passos Coelho, no Parlamento, disse que o imposto assume a forma de “uma Contribuição Especial para o Ajustamento Orçamental”. A nova carga fiscal irá recair sobre “todos os rendimentos que estão sujeitos a englobamento no IRS, respeitando o princípio da universalidade, isto é, abrangendo todos os tipos de rendimento”.

Nas próximas duas semanas, o Governo apresentará mais detalhes sobre esta medida, mas Passos Coelhos já adiantou o principal para os portugueses: o seu subsídio de Natal vai sofrer cortes. Esta proposta do executivo PSD-CDS vai ser, segundo o chefe do governo, uma medida temporária, que vigorará apenas em 2011.

Paralelamente, o primeiro-ministro anunciou que também serão antecipadas para o terceiro trimestre as “medidas estruturais previstas no Programa de Ajustamento”, como a reestruturação do Sector Empresarial do Estado, a reforma do modelo regulatório e o programa de privatizações.

Passos Coelho reforçou a ideia de que o Governo será “implacável na redução da despesa do aparelho do Estado para que os custos da consolidação não recaiam apenas sobre as famílias, as empresas ou os funcionários públicos”. O programa do executivo prevê a gestão do sistema judicial e “desenvolver a justiça arbitral e criar uma bolsa de juízes de reacção rápida para atrasos crónicos”.

MRA Alliance/Agências

Economia paralela vale 20% do PIB português

quinta-feira, junho 30th, 2011

A economia paralela em Portugal representa quase 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que equivale a 33 mil milhões de euros, segundo um estudo apresentado hoje pela Visa Europe e pela A.T Kearney, sob o tema “Economia paralela na Europa, 2010”. Os sectores mais afectados são a venda de automóveis, restaurantes e bares, táxis, lojas com serviços não especializados e cantinas e serviços de catering.

De acordo com o estudo, o valor está dentro da média europeia, representando no total 2,1 biliões de euros. No conjunto europeu, os países do leste são aqueles em que a economia subterrânea tem maior peso. Na Bulgária o peso é de 33% do PIB. No sul da Europa, a Grécia tem os piores valores, com 25% e pela positiva, destaca-se a Suíça que tem uma economia fantasma de apenas 8% do PIB.

Portugal tem introduzido nos últimos anos medidas com o objectivo de combater o trabalho e as vendas não declaradas como por exemplo a Campanha feita pela Direcção Geral dos Impostos – Peça Factura. Além disso, no último Orçamento do Estado, foi introduzida uma medida que tem como objectivo controlar os pagamentos feitos através de multibanco, com os chamados terminais de pagamento automático (TPA).

O estudo sugere o aumento de pagamentos electrónicos para aumentar o controlo e a existência de benefícios fiscais para incentivar o uso de cartões como descontos no IVA.

MRA Alliance/DE

Extensão do prazo dos apoios à banca portuguesa autorizada pela CE

quinta-feira, junho 30th, 2011

A CE autorizou hoje um novo prolongamento, até 31 de Dezembro, de dois programas portugueses de apoio ao sector bancário.  Adoptados inicialmente em Outubro de 2008 (regime de garantias) e Maio de 2009 (recapitalização), no quadro do combate à crise financeira, os programas portugueses já haviam sido prolongados três vezes, a última das quais em Janeiro passado, até à data de hoje. Esta é a quarta vez que Bruxelas dá luz verde a nova extensão dos planos de apoio.

A Comissão indica também que autorizou igualmente um aumento dos orçamentos de ambos os esquemas, para 35 mil milhões de euros no caso das garantias (que inicialmente eram no valor de 20 mil milhões), e para 12 mil milhões de euros no caso da recapitalização. O executivo comunitário considera que os programas de recapitalização e de garantias respeitam as directrizes sobre as condições em que podem ser concedidos “auxílios de Estado” às instituições financeiros definido durante a crise, embora sublinhando que se trata de medidas de âmbito limitado e provisórias.

As autoridades portuguesas notificaram a Comissão Europeia em 15 de Outubro de 2008 da criação de um regime de garantia destinado a facilitar o acesso das instituições de crédito ao financiamento no contexto da crise financeira, tendo Bruxelas dado o seu aval ao programa a 29 de Outubro. O regime concede garantias do Estado a contratos de financiamento e à emissão de dívida não subordinada de curto e médio prazo das instituições de crédito solventes com sede em Portugal.

MRA Alliance/Agências

Portugal emite dívida de curto prazo na próxima semana

quinta-feira, junho 30th, 2011

O IGCP, órgão responsável pelo crédito público, vai tentar colocar no mercado, no próximo dia 6 de Julho, uma emissão de Bilhetes do Tesouro a três meses. O montante indicativo da operação foi fixado entre 750/1.000 milhões de euros. De acordo com as linhas de actuação divulgadas hoje pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) para o terceiro trimestre deste ano, o Estado deverá voltar ao mercado seis vezes no terceiro trimestre.

Nos seis dias específicos em que planeia realizar operações, três operações têm como destino o incremento de uma linha (diferente em cada uma destas) em valores entre os 750 e os mil milhões de euros, todas a vencer ainda este ano. Nas restantes três operações, que deverão realizar-se sempre de forma intercalar, o montante indicativo a colocar varia entre os 750 e os 1.250 milhões de euros, partilhados por duas linhas já existentes, uma que vence este ano e outra que vence em 2012

 Portugal tem recorrido ao mercado para obter financiamento de curto prazo, mesmo após a intervenção tripartida do BCE/UE/FMI. Esta é a primeira emissão desde que o novo Governo português tomou posse e após a aprovação, pelo parlamento grego, de um novo pacote de austeridade para evitar o incumprimento helénico no reembolso da dívida.

MRA Alliance/Agências

Governo de Sócrates «limpou»computadores, diz jornal i

quinta-feira, junho 30th, 2011

Os funcionários dos gabinetes dos ministérios das Finanças e da Economia perderam, na semana que antecedeu a tomada de posse do novo Governo, a informação que mantinham nos computadores com que trabalhavam, o histórico dos emails profissionais, a lista de contactos e até tudo o resto que continham nos discos rígidos. A notícia faz manchete na edição desta quinta-feira do jornal i, citando um funcionário não-identificado de um gabinete do Ministério das Finanças, segundo o qual «foi como começar de novo, apesar de já trabalhar aqui há anos e de ir continuar a trabalhar aqui».

Ainda de acordo com testemunhos ouvidos pelo jornal, a ordem, executada pelo Ceger, organismo responsável pela gestão da rede informática do governo (RiNG) e que está na dependência da presidência do Conselho de Ministros, terá sido não deixar qualquer informação nos computadores profissionais e limpar, inclusivamente, a RiNG, local onde ficam armazenados os emails profissionais e por onde circula toda a informação interministerial, em circuito restrito.

MRA Alliance

UE: Comissão propõe IVA europeu e imposto sobre bancos para financiamentos até 2020

quarta-feira, junho 29th, 2011

A criação de um imposto sobre os bancos e um novo IVA europeu para financiar os cofres comunitários constitui a grande novidade da proposta de orçamento da UE para o período 2014-2020 hoje apresentada pela Comissão Europeia.

A proposta, apresentada hoje à noite em Bruxelas pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso e pelo comissário europeu do Orçamento, Janusz Lewandowski, constitui o início de um processo negocial, com o Conselho e o Parlamento Europeus, que se prevê longo e difícil, face à oposição de Estados membros a novos impostos.

O envelope financeiro proposto por Bruxelas para o próximo quadro financeiro plurianual ascende no seu conjunto a 1.025 mil milhões de euros (cerca de 1,05% do PIB europeu), o que representa um aumento de 5 por cento relativamente ao actualmente em vigor (2007-2013), que representa 1,07 por cento da riqueza europeia.

Todavia, o aumento em 5 por cento do montante global também promete desencadear descontentamento, já que vários Estados membros, com os “grandes” (Alemanha, Reino Unido e França) à cabeça, têm vindo a reclamar um “congelamento”, face aos tempos de austeridade.

Na proposta hoje apresentada para as chamadas “perspectivas financeiras”, o orçamento plurianual, para 2014-2020, o executivo comunitário explica a sugestão de criação de um imposto sobre os bancos (transacções financeiras ou actividade bancária) com a necessidade de melhorar os recursos para o orçamento da UE, garantindo que tal pode ser feito sem prejuízo dos Estados membros.

A Comissão mantém apostas fortes na política agrícola (371,72 mil milhões de euros) e na política de coesão (376 mil milhões de euros), o que no caso de Portugal significaria que o país deverá continuar a receber após 2014 um nível idêntico ao actual de fundos comunitários para apoio ao desenvolvimento do país.

Fonte da UE explicou que, com o montante proposto de 376 mil milhões de euros, Portugal vai continuar a receber o mesmo nível de apoios dos Fundos Estruturais e de Coesão, já que continua a ser um país com várias regiões com um nível de riqueza abaixo de 75 por cento da média da União Europeia.

Por outro lado, a proposta de Bruxelas prevê um aumento temporário da taxa de co-financiamento da UE para fundos estruturais aos países que estão a ser alvo de programas de assistência financeira, caso de Portugal.

Por fim, fonte comunitária indicou que a proposta de orçamento inclui também um novo “mecanismo para ligar a Europa”, dotado com 40 mil milhões de euros, para dinamizar investimentos com “importância europeia” na área dos transportes e energia, como por exemplo a interconexão eléctrica entre a Península Ibérica e a França.

MRA Alliance/JdN

Petróleo: Obama dá tiro no pé e preços voltam a disparar

quarta-feira, junho 29th, 2011

As cotações do crude estão a intensificar o movimento de valorização. Primeiro foi a reacção ao anúncio de que as reservas semanais norte-americanas caíram mais do que o previsto. Depois foi a decisão da Agência Internacional de Energia (EIA) de inundar os mercados com milhões de barris retirados às reservas estratégicas dos EUA, com o beneplácito da Administração Obama. Washington informou que, até ao final de Julho, iria retirar 60 milhões de barris das reservas norte-americanas para “compensar as quebras”. Claro que o primeiro objectivo foi provocar uma baixa dos preços. No entanto, para já, o resultado foi o oposto. E, na realidade, as tendências futuras dizem-nos que foi pior a emenda que o soneto…
Senão vejamos. Nas últimas 24 horas, o preço por barril do “benchmark” norte-americano WTI (West Texas Intermediate), para  entrega em Agosto, subiu 2,81% no mercado de Nova Iorque. A cotação foi de 95,50 dólares por barril, contra 93,78 dólares antes do anúncio sobre as reservas norte-americanas. Em 2010, o acumulado regista um ganho de 4,5%. Por seu lado, na tarde de hoje, o Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, chegou a valorizar 2,74% para 111,76 dólares. Desde o início do ano, acumula uma subida de 17,9%.
De acordo com a informação divulgada hoje pelo Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, os “stocks” de crude caíram em 4,37 milhões de barris na semana passada, para 359,5 milhões. Uma dúzia de analistas inquiridos pela Bloomberg apontava para um decréscimo médio de 1,5 milhões de barris.
É verdade que, na semana passada, os efeitos imediatos da decisão da International Energy Agency (IEA) se traduziram num recuo dos preços de quase 10 dólares no mercado dos EUA. Mas, como se constata, foi sol de pouca dura. Acresce que, a quantidade de 60 milhões de barris oferecida por Obama como compensação é manifestamente insignificante para produzir os efeitos pretendidos, no curto e no médio prazo. Num prazo mais longo, certamente, acabará por ter o efeito contrário.
Recorde-se que, em Março passado, o respeitado e veterano analista Paul Horsnell, do Barclays Capital, surpreendeu os mercados ao vaticinar que, em 2020, os preços do WTI e do Brent deverão rondar os 185 dólares/ barril. Horsnell muito raramente emenda as suas previsões e, sobretudo nas de longo prazo, mantém-lhes uma fidelidade canina…
De acordo com a lei, as Reservas Estratégicas de Petróleo (SPR, em inglês) dos EUA só deverão ser usadas em situações que ameaçem a economia ou a segurança do país. Embora a economia norte-americana viva à custa de esteróides monetários e de falácias financeiras e mercantis, não parecem ter sido estas as razões para a acção de Obama e para as recomendações dos seus consultores de Wall Street.
Todos sabem que será praticamente impossível repor as reservas petrolíferas a preços idênticos aos da semana passada. O reabastacimento das SPR será mais caro e a sua origem será de países estrangeiros.  O quadro mostra que as reservas estratégicas representam apenas 0,3% do total da produção diária.

Caroline Bain, da prestigiada Economist Intelligence Unit, não tem dúvidas sobre as consequências das decisões da IEA: “A despeito de o impacto imediato da libertação das reservas por parte da IEA ser o de baixar os preços, num prazo mais dilatado pode desencadear a respectiva subida. As reservas são finitas.”

Curiosamente, nos últimos 50 anos a IEA só tomou uma decisão idêntica por duas vezes e foram sempre seguidas por violentas subidas dos preços. Esta é a terceira vez e um cenário idêntico pode repetir-se. Diversos factores agravam tais receios.

A produção de petróleo do Mar do Norte já não é o que era. Em lugar de excedentes, actualmente está numa curva preocupantemente descendente – menos 20% do que em 1991.  O mesmo acontece com as jazidas petrolíferas do México. A mal disfarçada tentativa de ocupação da Líbia e a instabilidade provocada no Médio Oriente e no Norte de África – do Iémen a Marrocos, passando pelo Afeganistão/Paquistão e pela Arábia Saudita/ Emiratos – são elementos fundamentais nesta equação.

No início de Dezembro passado, quando o crude estava bem abaixo dos 100 dólares, avançámos a possibilidade de, em 2011, o barril de petróleo poder atingir os 150 dólares. Se não se verificar uma queda abrupta no crescimento das principais economias emergentes, nem uma contração violenta na produção industrial global, continuamos a acreditar que tal é possível.

MRA Alliance 

Portugal é o 2º país mais perigoso no índice BlackRock da dívida soberana

quarta-feira, junho 29th, 2011
A gestora de activos BlackRock criou um índice de risco soberano, para classificar o nível de segurança da dívida pública de 44 países a nível mundial. Na lista Portugal está no segundo pior lugar (43º) logo a seguir à Grécia (44º).
“No final da lista estão a Grécia e Portugal, cujos níveis de endividamento se revelam insustentáveis nos actuais níveis de crescimento e de comportamento de gastos”, refere o documento publicado.
Logo a seguir, com maiores possibilidades de entrarem em incumprimento, estão a Venezuela (42º), Egipto (41º), Itália (40º), Hungria (39º) e Irlanda (38º). A completar o grupo das dez  nações mais perigosas para os credores estão a Argentina (37º), Espanha (36º) e Turquia (35º).

Em contrapartida, a Noruega lidera a lista, o que significa que, entre os 44 países analisados,  é o que oferece menos probabilidades de “default”. A seguir, entre os que estão em melhor posição, contam-se a Suécia, Suíça, Finlândia e Austrália.

Segundo a BlackRock, muitos intervenientes do mercado têm gravitado em torno de indicadores simples de qualidade do crédito, como o rácio dívida pública/PIB, para orientarem as suas decisões de investimento. No entanto, esses indicadores apenas contam parte da história, sublinha a publicação do BlackRock Investment Institute.

Há outros factores, como o estatuto de moeda de reserva de cada divisa nacional, a tendência das taxas de crescimento, a situação demográfica do país, as maturidades das obrigações ou as probabilidades de maior inflação, factores igualmente importantes na avaliação da vulnerabilidade da dívida a um evento de crédito [possibilidade de incumprimento da dívida ou ocorrência similar], escrevem os especialistas da BlackRock.

Por isso, o índice laborado pela gestora de activos baseia-se em quatro grandes categorias: contexto orçamental (rácio dívida/PIB, estatuto de moeda de reserva e taxas de juro dos empréstimos), posição financeira externa (sensibilidade aos choques comerciais e macroeconómicos), saúde do sector financeiro e disponibilidade para pagar , que, respectivamente, representam 40%, 20%, 10% e 30% do índice.

“Os investidores estão a acordar para a importância do risco da dívida soberana nos mercados obrigacionistas mundiais, mas quantificar o prémio adequado continua a ser difícil. Em resposta a isso, estamos a apresentar uma abordagem transparente e disciplinada à avaliação do risco da dívida soberana”, salienta o estudo do instituto de investimento da gestora de activos, que agora pomos à disposição dos nossos leitores.

MRA Alliance

Bank of America paga 8,5 mil milhões para calar investidores enganados em negócios hipotecários

quarta-feira, junho 29th, 2011

O Bank of America vai pagar 8,5 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) a investidores que perderam dinheiro em títulos de crédito hipotecário subprime. O acordo envolve a soma mais elevada paga por uma instituição financeira para resolver um contencioso com um grupo de investidores que compraram este tipo de títulos durante o boom imobiliário.

Entre as 22 instituições credoras destacam-se os gigantes financeiros Pacific Investment Management, BlackRock, MetLife e o Federal Reserve Bank of New York. Há meses que, de forma concertada,  este grupo de investidores pressionava o BofA para lhes recomprar mais de USD 40 mil milhões de obrigações hipotecárias que lhes haviam sido vendidas na altura do boom subprime.   Os títulos eram obrigações hipotecárias vendidos pela financeira imobiliária Countrywide, entretanto comprada pelo Bank of America.

Este é considerado o primeiro passo para a resolução do diferendo. Todavia, ele poderá afectar seriamente as contas do BofA nos próximos trimestres.

Os 22 investidores que se consideram prejudicados sustentam que o banco violou as suas obrigações em contratos hipotecários que envolvem pelo menos USD 47 mil milhões. Acresce que o grupo dos 22 detém obrigações hipotecárias  no valor de USD 80 mil milhões cuja responsabilidade legal recai sobre empresas controladas pelo Bank of America.

Embora os gestores do BofA considerem o acordo “um passo na direcção certa” – para limpar as imparidades assumidas com a compra da Countrywide – muitos analistas receiam que os custos reais tenham uma dimensão susceptível de afectar seriamente a estabilidade e o desempenho do Bank of America no decorrer dos próximos anos.

MRA Alliance c/ Agências

Christine Lagarde Directora-geral do FMI até 2016

quarta-feira, junho 29th, 2011

Christine Lagarde assistiu hoje de manhã ao último conselho de ministros no Palácio do Eliseu, em Paris, menos de 24 horas depois de ter sido designada como a próxima responsável máxima do Fundo Monetário Internacional, em Washington.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, frisou que a nomeação constitui “uma vitória para a França e para as mulheres”. Lagarde afirmou estar “bastante emocionada, contente e orgulhosa de ter servido a França durante 4 anos e de ter, com muita energia e entusiasmo, tentado fazer o que era possível dentro de circunstâncias bastante difíceis”.

Lagarde assume a chefia do FMI com o debate centrado na Grécia, mas também nas crises em Portugal e na Irlanda, e sucede a Dominique Strauss-Kahn, em prisão domiciliária nos Estados Unidos, acusado de crimes sexuais.

O início do mandato de cinco anos no FMI está marcado para 5 de Julho e Lagarde já disse que pretende continuar as reformas iniciadas por Strauss-Kahn.

MRA Alliance/Agências

O novo plano de ajuda será suficiente para salvar a Grécia?

quarta-feira, junho 29th, 2011

A equipa de analistas do Société Générale respondeu hoje ao Financial Times a um conjunto de perguntas relativas ao projecto francês que prevê a participação da banca no segundo pacote de ajudas à Grécia, com o objectivo de evitar a bancarrota do país.

1. O plano prevê uma participação de 30 mil milhões de euros por parte do sector privado?

Dificilmente. Um rollover (renovação das linhas de crédito) de 49% dos 85,5 mil milhões de euros representaria uma participação de 42 mil milhões. No entanto, nem todos os credores vão participar, pelo que na melhor das hipóteses um rollover privado deverá atingir os 30 mil milhões. Assumindo que os bancos detêm cerca de 30% de dívida grega, a participação dos bancos seria apenas de 13 mil milhões de euros. Parece-nos que o governo francês está a tentar uma participação mais alargada que poderá incluir seguradoras, fundos de pensões e gestoras.

2. O plano é suficientemente positivo que evite as agências de rating de declararem um incumprimento da Grécia?

Pensamos que sim. No entanto, as agências podem argumentar que a Grécia continua a pedir dinheiro a uma taxa bastante inferior à dos níveis de mercado – o que poderia ser a causa para um default. Ainda assim o projecto francês deixa bem claro que para a ajuda da banca será necessário que as agência de notação financeira não considerem que a Grécia entra em incumprimento

3. O plano de ajuda da banca resolve os problemas de solvência da Grécia?

De forma alguma. O acordo prevê que a Grécia pague 5,5% mais um juro de 8%. O maior risco que existe é a possibilidade do país rejeitar o segundo pacote de ajuda, mas ainda assim existe margem para discutir o juro aplicado. De qualquer forma, apesar do plano poder aliviar a actual crise, os resultados terão de ser analisados novamente mais tarde. O falhanço em conseguir cumprir os objectivos poderá levar a novas medidas de austeridade, que seriam chumbadas no Parlamento, pelo que ao risco de execução das actuais medidas continua elevado. Como já afirmámos, estas iniciativas que envolvem a ajuda da banca apenas permitem ganhar tempo e restaurar a estabilidade durante algum tempo, se e desde que a Grécia cumpra os objectivos.

MRA Alliance

Barroso e Van Rompuy saúdam “sim” grego ao plano de austeridade

quarta-feira, junho 29th, 2011

Os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy, saudaram hoje a aprovação pelo parlamento grego do novo plano de austeridade, considerando que se tratou de um “voto de responsabilidade nacional”. O parlamento grego aprovou hoje o novo plano de austeridade apresentado pelo Governo socialista, com 154 votos a favor e 138 contra, necessário para que Atenas continue a receber ajuda internacional e evite a bancarrota.

Numa declaração conjunta divulgada em Bruxelas, logo a seguir ao voto do parlamento grego, Durão Barroso e Van Rompuy afirmam que a Grécia deu “um importante passo em frente no necessário caminho da consolidação orçamental e das reformas estruturais” com vista ao crescimento, e um também “fundamental passo atrás” relativamente ao cenário de bancarrota que se avizinhava.

Os presidentes do executivo comunitário e do Conselho recordam no entanto que terá ainda lugar outra importante votação, na quinta-feira, quando o parlamento grego for chamado a votar a implementação das medidas concretas do programa. Este “segundo voto positivo” abrirá então o caminho definitivo para o desembolso da próxima tranche de assistência financeira. Durão Barroso e Van Rompuy confirmaram que o segundo voto positivo também permitirá que a UE avance para um segundo pacote de ajuda financeira.

Também o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, aplaudiu o voto do parlamento grego e reconheceu que “não foi uma escolha fácil”. “Nos próximos anos, este poderá ser interpretado como o ponto de viragem para a Grécia e para a Zona Euro”, vaticinou Buzek.

MRA Alliance/Agências

Juros cobrados a Portugal nunca foram tão elevados

terça-feira, junho 28th, 2011

As ‘yields’ das obrigações do Tesouro português avançaram hoje até novos máximos históricos em todos os prazos, no mercado secundário. Na maturidade a dois anos a taxa atingiu os 14,64% e no prazo a três anos subiu até aos 15,79%. Estas taxas engordaram o diferencial entre as dívidas portuguesa e alemã a 10 anos para 878 pontos base. No início de 2011 este indicador de risco, conhecido por ‘spread’, estava nos 264 pontos.

Portugal parece estar a sofrer por contágio do nervosismo patente no mercado em véspera de o parlamento grego votar um novo programa de austeridade, cuja aprovação é condição para o país receber mais dinheiro de Bruxelas e assim evitar um cenário de incumprimento. As ‘yields’ gregas também se agravavam em todas as frentes, ao mesmo tempo que as taxas da dívida irlandesa registaram o valor recorde de 12,11% no prazo a 10 anos.

A nível nacional, o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) que será conhecido amanhã de manhã – e que deve mostrar um défice de cerca de 7% do PIB no primeiro trimestre – poderá agravar ainda mais a renitência dos investidores em agarrar dívida nacional. Portugal comprometeu-se a baixar o défice para 5,9% até ao final do ano.

MRA Alliance/DE

Christine Lagarde tem praticamente garantida a liderança do FMI

terça-feira, junho 28th, 2011

A candidata francesa Christine Lagarde deve ser eleita líder do FMI na próxima quinta-feira, marcando o fracasso dos países emergentes em impedir a eleição de uma europeia para o cargo. A vitória de Lagarde ficou praticamente confirmada quando ontem o governador do banco central da China, Zhou Xiaochuan, afirmou que o seu país dá “o apoio completo” à candidata de 55 anos de idade, em detrimento do seu rival, o governador do Banco do México Agustín Carstens, de 53 anos.

“É claro que ainda não sabemos qual vai ser a situação final. Mas actualmente, não parece haver dúvidas sobre o resultado”, disse Xiaochuan. Com efeito, uma sondagem informal realizada pela Reuters indica que Lagarde irá conseguir uma maioria confortável dentro do FMI para obter a liderança da instituição, embora Carstens tenha conseguido na passada sexta-feira o apoio do Canadá, Austrália, Peru e Chile, o que deu a entender que a candidatura mexicana terá alguma expressão. A corrida à sucessão de Dominique Strauss-Kahn, que abandonou a liderança do Fundo em Maio depois de ter sido implicado num escândalo sexual nos EUA, tem sido uma das mais disputadas da história do FMI, uma vez que os países emergentes manifestaram abertamente a sua discórdia com o acordo existente até agora de que o Fundo deve ser liderado por um europeu, enquanto a chefia do Banco Mundial pertence a um norte-americano.

MRA Alliance/DE

Reguladores exigem rácios de capital mais elevados aos grandes bancos

sábado, junho 25th, 2011

Os grandes bancos mundiais terão que deter um rácio de capital mais forte que os restantes a partir de 2019, de acordo com o acordado hoje pelos principais reguladores do sistema financeiro mundial. O plano acordado hoje pelos reguladores reunidos no  Banco Internacional de Pagamentos, em Basileia, na Suíça, terá ainda que ser aprovado pelo G-20 em Novembro. As regras deverão começar a ser implementadas em 2016, de modo a estarem integralmente em funcionamento em 2019.

O requisito extra de capital vai variar entre 1 e 2,5%, dependendo da dimensão e risco sistémico da instituição financeira. Aos bancos que forem classificados de “significativamente grandes” pode ser exigido um rácio de capital ainda mais elevado, sendo que o valor adicional do rácio de capital Tier One pode chegar aos 3,5%.

Esta medida, acertada no âmbito das regras Basileia III, surgem na sequência da crise financeira iniciada em 2007, que provocou a falência do banco Lehman Brothers e desencadeou uma forte turbulência no sistema financeiro mundial.

Com esta exigência extra aos maiores bancos, os reguladores pretendem desincentivar a criação de bancos gigantes, que depois possam representar um risco para a estabilidade do sector, caso enfrentem dificuldades. Do lado dos bancos surgem críticas a este plano, pois defendem que vai limitar a capacidade das instituições financeiras concederem crédito.

Os reguladores tinham já acertado que todos os bancos mundiais terão que elevar os seus rácios de capital Cote Tier 1 para valores superiores a 7%, a partir de 2013. No âmbito do pedido de ajuda externa, os bancos portugueses enfrentam já exigências mais apertadas, pois terão que atingir um core tier 1 mínimo de 9% este ano e de 10% no final de 2012.

Outra decisão tomada hoje pelos reguladores diz respeito aos activos seleccionados para os rácios que os bancos têm que atingir. O extra terá que ser conseguido através de capital próprio, pelo que as obrigações convertíveis, e outros títulos similares, não serão considerados.

O comité de Basileia anunciará no final de Julho mais detalhes sobre os critérios de capital a exigir aos bancos, bem como quantos terão que constituir esta almofada de capital adicional. Não é ainda certo se os nomes das instituições serão conhecidas.

De acordo com a Bloomberg, serão entre 28 a 30 os bancos mundiais afectados por estas regras, sendo que oito deles são norte-americanos. Um “research” do Morgan Stanley refere que o norte-americano Citigroup, o britânico HSBC e o alemão Deutsche Bank serão dos bancos mais penalizados.

MRA Alliance/JdN

Despesa pública dos países da OCDE “come” 45 por cento do PIB

sábado, junho 25th, 2011

A despesa pública média dos 34 Estados-membros da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE) cresceu, nos últimos anos, a um ritmo próximo dos cinco por cento e caminha para quase metade do valor da riqueza produzida nesses países.

Embora tenha caído ligeiramente na maioria dos países da organização entre os anos 2000 e 2007, em apenas três anos – até 2009 – a proporção da despesa dos Estados subiu 4,9 pontos percentuais e está já acima dos 45 por cento do PIB, de acordo com os dados mais recentes de um relatório sobre as administrações públicas dos países que a organização divulgou hoje.

Uma alta que, segundo a organização, reflecte sobretudo medidas adoptadas pelos governos das economias desenvolvidas para assegurar a estabilidade do sistema financeiro e, ao mesmo tempo, estimular a economia a seguir à crise mundial.

Mas, hoje, face à trajectória ascendente, adverte a OCDE, os países devem estabilizar “de forma drástica” as finanças públicas, sobretudo “alguns casos” em que os programas de consolidação orçamental em curso “não serão suficientes” para estabilizar a despesa.

Só com uma melhoria, em média, de cerca de quatro por cento do PIB será possível estabilizar os rácios entre a dívida e a riqueza produzida nos países, em 2026, diz o relatório, que deixa um aviso aos cidadãos, às empresas e aos poderes públicos: deve haver um entendimento “sobre o nível de serviço público [de saúde] a preservar e sobre o preço a pagar para continuar a beneficiar [dele]”.

Dados relativos a 2008 mostram que a protecção social representava a maior fatia das despesas (34 por cento), seguida dos sectores da saúde (14,7 por cento) e educação (13,1 por cento).

MRA Alliance/Público

Auditoria detecta 165 mil euros pagos em subsídios a magistrados que já morreram

quarta-feira, junho 22nd, 2011

Uma auditoria da Inspecção-geral das Finanças às despesas da Justiça detectou 165 mil euros de pagamentos em excesso de subsídio de compensação a magistrados jubilados já falecidos, por inexistência de comunicação do óbito pelo Instituto de Registo e Notariado. O subsídio de compensação é o suplemento remuneratório mais expressivo (39 milhões de euros em 2009 num universo acima de quatro mil magistrados).

Segundo o relatório da IGF, apesar de ser contrário à lei, a entidade auditada – Ministério da Justiça – efectuou também pagamentos em excesso de 28,8 mil euros (período de 2008 a Março de 2010) do suplemento remuneratório para compensação do trabalho para recuperação dos atrasos processuais a oficiais de justiça cuja classificação foi inferior a Bom. «Dada a ausência de despacho conjunto dos ministros das Finanças e da Justiça, afigura-se questionável a atribuição de abonos para falhas a um número variável entre 337 e 346 secretários de Justiça (ou substitutos) após 1 de Janeiro de 2009, num total pago de 349 mil euros», lê-se no relatório.

Grécia: Governo prepara novo plano de austeridade após ter passado teste parlamentar

quarta-feira, junho 22nd, 2011

Após obter a confiança do Parlamento, o governo socialista grego prepara nesta quarta-feira o novo plano de austeridade exigido pelo FMI e pela União Europeia (UE), que será submetido ao voto do legislativo antes do fim do mês. O conselho de ministros confirma nesta quarta-feira a “lei de aplicação”, que detalha as controversas medidas de um novo programa econômico plurianual, que será votado antes de 30 de junho, como exige a UE. Este texto, que tem o aval da UE e do FMI, prevê uma subida dos impostos diretos e indiretos.

Inicialmente, deveria ser votado no início de julho, mas o primeiro-ministro Giorgos Papandreou decidiu acelerar seu trâmite em meio à pressão da zona do euro, após recuperar a iniciativa política graças a uma remodelação do governo e ao voto de confiança obtido na terça-feira à noite. Todos os deputados da oposição presentes, 143, votaram contra, mas Papandreou conquistou o apoio total dos votos socialistas (155 sobre um total de 300), descartando assim o risco de que seus projetos fossem rejeitados pelo Parlamento. “Peço o voto de confiança para poder continuar a enfrentar a crise e os défices, para evitar o default, e assegurar que a Grécia se mantenha no núcleo do euro”, disse Papandreou no fim do debate parlamentar.

“Os deputados renderam-se sem condições”, ironizava nesta quarta-feira o jornal de esquerda Eleftherotypia; “o plano ainda mais duro após o voto”, lamentava o diário de direita, Eleftheros Typos, alinhado com a oposição conservadora, que se nega a apoiar o governo. Para alcançar os objetivos do plano orçamental, que prevê até 2015 poupanças de 28,4 mil mlhões de euros, mais 50 mil milhões das privarizações, o texto detalha os cortes previstos. Segundo o ministério das Finanças as novas medidas passam pela redução das aposentadorias, dos subsídios sociais, da massa salarial e do número de empregos no setor público.

MRA Alliance/AFP

EUA: Luso-descendentes rotulam pré-candidato presidencial Pawlenty de ignorante ao ridicularizar Portugal

quarta-feira, junho 22nd, 2011

As Associações Luso-americanas criticam o pré-candidato presidencial devido a um comentário “depreciativo” e “ignorante” sobre Portugal. Num debate entre pré-candidatos à nomeação presidencial republicana a 14 de Junho, Tim Pawlenty criticou Barack Obama por “ver a América como um entre iguais em todo o mundo”, quando os Estados Unidos “não são o mesmo que Portugal, o mesmo que a Argentina”.

“Sentimos que o tom do seu comentário foi depreciativo e mostra ignorância sobre os factos relativos à impressionante história da República Portuguesa, bem como à forte e constante relação bilateral de que desfruta com os Estados Unidos”, afirma a associação, em carta datada de 20 de Junho e divulgada terça-feira.

No domingo, coube à Associação Nacional de Luso-Americanos (NOPA) a tarefa de escrever ao ex-governador do Minnesota Pawlenty pelo comentário que também qualificou de depreciativo. “Esperávamos que um candidato para o lugar de Presidente da nossa Nação estivesse mais ciente da importância dos laços bilaterais entre Portugal e os Estados Unidos para o futuro e defesa da América”, afirma na carta Francisco Semião, director da NOPA.

Tal como a NOPA, a PALCUS apresentou um conjunto de dados sobre as relações entre os dois países e o papel internacional de Portugal, nomeadamente na NATO, para “melhorar a opinião” de Pawlenty sobre o país. “É um ponto de vista que serve bem qualquer candidato à presidência no campo das relações externas. Por favor, não hesite em contactar-nos se necessitar de quaisquer outrasinformações a este respeito”, refere a carta divulgada pelo presidente da PALCUS, Fernando Rosa.

MRA Alliance/DE

Uma em cada cinco PME falha pagamentos à banca

quarta-feira, junho 22nd, 2011

O peso do crédito malparado não pára de aumentar, segundo dados hoje publicados pelo o Banco de Portugal. A dificuldade em pagar as prestações bancárias é cada vez mais comum. No primeiro trimestre deste ano, 22% das PME tinham pagamentos em atraso, o que significa que mais do que uma em cada cinco PME está em incumprimento. Os números constam do Boletim Estatístico do Banco de Portugal.

No caso das grandes empresas – isto é, com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios acima dos 50 milhões de euros – o incumprimento é menor, mas ainda assim expressivo: 14,4% destas companhias está em falta.

Banif pode precisar de fundos estatais para se recapitalizar, diz Moody’s

quarta-feira, junho 22nd, 2011

A agência Moody’s cortou hoje o ‘rating’ do Banif para ‘lixo’ e admite que o banco precise do apoio do Estado. O ‘rating’ atribuído pela Moody’s desceu em dois níveis – de Baa3 para Ba2 – para uma categoria considerada especulativa. Na prática, isto significa dificuldades de financiamento acrescidas para o Banif. A Moody’s não descarta que o Banif tenha de recorrer aos fundos disponibilizados pelo Estado para capitalizar as instituições financeiras.

Numa nota difundida pelas agências internacionais, a Moody’s explica que esta acção vem no seguimento da reavaliação do ‘rating’ dos outros bancos portugueses realizada a 6 de Abril. A classificação do Banif permanece ainda assim em revisão para possível ‘downgrade’. E o ‘rating’ será novamente cortado se Portugal for alvo de ‘downgrade’, se o Banif não atingir os níveis de capital exigidos pela ‘troika’, se os seus níveis de liquidez e de qualidade de activos se deteriorarem ou se o banco se revelar incapaz de melhorar os seus níveis de rentabilidade e eficiência, avisa a agência.

A agência de notação financeira colocou também, para além do Banif, outros seis bancos portugueses sob vigilância negativa tendo em vista um possível corte de ‘rating’, explicando que a decisão se deve ao difícil ambiente operacional e à pressão sobre a dívida soberana portuguesa. Os bancos analisados são a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Espírito Santo (BES), o Banco Santander Totta, o Banco BPI e a Caixa Económica Montepio Geral.
Segundo a Moody’s, estas acções sobre o ‘rating’ [Bank Financial Strength Ratings, ou BFSRs), aumentam as possibilidades de ser feito um corte do ‘rating’ dos bancos portugueses em questão, devido «ao cada vez mais desafiante ambiente operacional em que eles operam, facto que deverá pressionar a sua rendibilidade e qualidade de activos, enquanto que também se poderão agravar as restrições do acesso ao mercado de financiamento».

Por outro lado, explicou a Moody’s, a vigilância negativa fica igualmente a dever-se à pressão sobre o perfil de crédito da República Portuguesa, cujo actual ‘rating’ também se encontra em observação para possível revisão em baixa.

MRA Alliance/DE/Agências

PIB português 20 por cento abaixo da média europeia

terça-feira, junho 21st, 2011

O Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal, expresso em paridades do poder de compra, em 2010 situou-se quase 20 por cento abaixo da média dos países da União Europeia, revelou hoje o organismo oficial de estatísticas da União Europeia (Eurostat). De acordo com o documento, a riqueza produzida por cada português correspondeu, no ano passado, a 81 por cento da média dos seus parceiros europeus.

A lista foi liderada pelo Luxemburgo, com quase o triplo da média (283 por cento). Este valor, segundo o Eurostat,  é ‘distorcido’ pelo alto nível de trabalhadores que não moram no país, e que assim inflacionam os seus valores. Os Países Baixos ficaram em segundo lugar, com 134 por cento.

Na tabela há nove países onde os cidadãos, em média, são mais pobres do que em Portugal, e há 17 onde os cidadãos auferem, em média, rendimentos superiores aos cidadãos nacionais. Os valores hoje divulgados representam uma ligeira melhoria face aos dados de 2009, ano em que os portugueses tinham um PIB ‘per capita’ expresso em paridade do poder de compra na ordem dos 80 por cento da média europeia.

A Grécia, confrontada com uma grave crise financeira, tinha, ainda assim, um PIB por habitante superior ao português em 2010, com 89 por cento da média europeia em paridades de poder de compra. Espanha, por outro lado, estava no ano passado praticamente em linha com a média, ficando apenas um ponto acima.

MRA Alliance/Público

Director interino do FMI aconselha BCE a subir gradualmente as taxas de juro

segunda-feira, junho 20th, 2011

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a zona euro está a recuperar e que o BCE deve por isso começar a subir os juros gradualmente.  “Devido à trajectória esperada da recuperação, a normalização das taxas de juro deve prosseguir gradualmente”, diz o FMI num relatório divulgado hoje. O objectivo, de acordo com a instituição agora liderada por John Lipsky, é manter a inflação controlada na zona euro, que já está acima de 2% há cinco meses consecutivos. Recorde-se que, ontem, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, voltou a dizer que o banco central está determinado em assegurar a estabilidade de preços na zona euro.

No mesmo relatório, o FMI nota que a crise de dívida da zona euro é uma ameaça à recuperação económica da região e que os países do euro devem cooperar mais para conter a crise e consolidar as contas públicas para restaurar a confiança dos mercados. “Prossegue uma recuperação alargada, mas a crise de dívida nos periféricos ameaça afectar estas perspectivas favoráveis, e ainda falta muito fazer”, escreve o FMI no relatório.

John Lipsky é um produto da banca de Wall Street e do próprio FMI, de acordo com a sua biografia oficial. Foi o quadro superior do fundo residente no Chile, então sob a ditadura de Augusto Pinochet, entre 1978 e 1980, após o que regressou à sede da instituição em Washington, D.C. encarregado de desenvolver procedimentos relacionados com os mercados internacionais de capitais. Entre 1984-1998 foi quadro superior do banco Solomon Brothers, em Nova Iorque e Londres. A partir de 1994 foi o economista-chefe do SB, em Nova Iorque. Em 1998 foi contratado pelo JP Morgan para ocupar a mesma posição acumulando-a com o cargo de Administrador Executivo. Quando saiu, em 2006, Para ocupar a actual posição no fundo, era vice-presidente do banco de investimento de Wall Street.

No dia 12 de de Maio de 2011, anunciou formalmente a sua recusa em renovar o contrato de nº 2 do FMI, informando que abandonaria a organização a partir do próximo dia 31 de Agosto. O escândalo sexual que envolveu, três dias depois, e que posteriormente levou à inevitável demissão do seu superior hierárquico – o francês Dominique Strauss-Kahn – catapultou Lipsky para a primeira linha da finança internacional.

Actualmente com 64 anos, o economista norte-americano Lipsky, descendente de emigrantes judeus russos, é membro do Council on Foreign Relations (CFR), a organização elitista que. juntamente com o grupo Bilderberg e Comissão Trilateral, desde 1921, fez eleger vários presidentes e vice-presidentes dos Estados Unidos e forneceu centenas de altos membros das administrações americanas, das multinacionais, das organizações multilaterais e das chefias superiores das Forças Armadas norte-americanas.

MRA Alliance/DE

Luís Morais Sarmento indigitado novo secretário de Estado do Orçamento

segunda-feira, junho 20th, 2011

Luís Morais Sarmento, ex-Director-Geral do Orçamento, assumirá a secretaria de Estado do Orçamento do Ministério das Finanças. Morais Sarmento é quadro do Banco de Portugal e tem uma relação próxima com o actual ministro das Finanças. O ex-responsável da DGO, abandonou o Ministério das Finanças no final de Abril do ano passado, invocando “razões pessoais” para explicar o pedido de exoneração. Um dos aspectos que pesou na saída de Morais Sarmento da DGO foi o facto, de ano após ano, ter sido confrontado com a saída maciça de quadros qualificados para outras entidades públicas com remunerações mais elevadas.

Mas, na altura, o Diário Económico revelou que “divergências políticas” relacionadas com a reforma do processo orçamental foram a gota de água que transbordou o copo da paciência do então DGO. Morais Sarmento publicou vários trabalhos naquele sentido, mas a reestruturação nunca avançou. Um documento então proposto defendia a criação de um “Conselho de Política Orçamental”, à semelhança do que está actualmente inscrito no programa eleitoral do PSD,  sufragado pelos eleitores no dia 5 de Junho. O Conselho, na óptica do PSD, deveria incluir especialistas estrangeiros.

O documento em causa seguriu, como exemplos a seguir, os modelos adoptados por vários orgãos similares como o Centraal Planbureau (CPB) da Holanda, o Conseil Supérieur des Finances (CSF) da Bélgica, o Österreichisches Institut für Wirtschaftsforschung (WIFO) da Áustria, o Finanspolitiska Rådet (FPR) da Suécia, ou o Congressional Budget Office (CBO) dos Estados Unidos e, mais recentemente, a criação do Office for Budget Responsibility (OBR) do Reino Unido.

MRA Alliance/DE

Portugal: Juros da dívida soberana batem máximos históricos em todos os prazos

segunda-feira, junho 20th, 2011

Os juros da dívida soberana portuguesa seguem hoje a bater novos máximos históricos no mercado secundário a dois, cinco e dez anos, após os ministros das Finanças europeus terem condicionado o empréstimo à Grécia a novo plano de austeridade. Pelas 13:45, os juros exigidos pelos investidores para transacionar títulos de dívida soberana portuguesa a cinco anos negociavam, em média, nos 12,88 por cento, no dia em que os ministros das Finanças europeus marcaram para dia 3 de julho uma nova reunião para analisar o caso da Grécia.

Este valor é um novo recorde histórico desde, pelo menos, a entrada de Portugal no euro (1999) e significa que estes títulos estão a bater máximos desde 10 de junho, ou seja, pela sétima sessão consecutiva, segundo os dados da agência de informação financeira Bloomberg.

MRA Alliance/DN

Portugal: Défice público diminuiu 89 por cento até Maio e satisfaz Eurogrupo

segunda-feira, junho 20th, 2011

Nos cinco primeiros meses do ano, o défice global da Administração Central e da Segurança Social registou uma diminuição de 89 por cento face aos mesmos meses do ano passado, para os 285 milhões de euros. A despesa efectiva do Estado caiu 7,2 por cento, enquanto a receita fiscal cresceu seis por cento. De acordo com o boletim de execução orçamental publicado hoje pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO) para os primeiros cinco meses do ano, a despesa registou em Maio a maior redução em termos homólogos verificada este ano.

Olhando apenas para a despesa primária (que excluiu os juros), a diminuição é ligeiramente inferior, mas está acima da projectada no Orçamento de Estado (OE). Até Maio, a contracção foi de 5,9 por cento, embora para a totalidade do ano o OE aponte para uma diminuição de quatro por cento.

Ao nível da cobrança fiscal, a receita de IRS teve uma variação acumulada de 12,5 por cento, que a DGO explica com o facto de a entrega deste imposto via Internet ter ocorrido este ano um mês mais tarde do que no ano passado, fazendo com que os reembolsos mais elevados tenham sido atrasados. Até ao mês anterior, a receita de IRS tinha crescido 30,7 por cento.

Já a receita de IRC registou uma queda de 4,8 por cento. Nos impostos directos, o IVA teve uma variação positiva de 13,7 por cento, explicada por um aumento da receita bruta “que deriva do incremento das taxas de IVA”. Ainda assim, em Maio assistiu-se a uma diminuição da receita líquida que resulta do elevado montante de reembolsos.

Entretanto, hoje os ministros das Finanças da zona euro declararam-se “satisfeitos com os progressos” realizados por Portugal e pela Irlanda no cumprimento dos programas de ajustamento assumidos pelos respectivos governos como contrapartida de uma ajuda externa.

“Os programas de ajustamento da Irlanda e de Portugal avançam bem tanto em termos de reformas orçamentais como de reformas estruturais”, afirmou Jean-Claude Juncker, ministro das finanças do Luxemburgo e presidente ao Eurogrupo (o fórum informal de coordenação das políticas ecomómicas dos dezassete países do euro).
Segundo Juncker, ambos receberem “um satisfecit total do Eurogrupo”, durante a reunião da manhã, no Luxemburgo.

Klaus Regling, director do fundo europeu de estabilidade financeira (FEFF), precisou, por seu lado, que Portugal receberá esta semana uma nova tranche da ajuda europeia a partir do levantamento de 5 mil milhões de euros de empréstimos a 10 anos realizado na semana passada.

MRA Alliance/Público

Economista Ferreira do Amaral defende saída digna da moeda única

segunda-feira, junho 20th, 2011

O economista João Ferreira do Amaral considera que os políticos estão a negar a saída da moeda única como adiaram o fim da guerra colonial, mas deviam, em vez disso, «estar a preparar uma saída ordenada e digna enquanto é tempo». João Ferreira do Amaral defende, na entrevista ao DN e JN, citada pela TSF, que lutar por outro tipo de políticas e ficar no Euro começa a ser uma «possibilidade bastante remota».

O professor de politica económica refere que Portugal só tem duas soluções: «ou a Zona Euro muda muito a sua forma de funcionar ou mais cedo ou mais tarde teremos de sair». Como a primeira hipótese lhe parece «pouco provável» resta ao país preparar-se para uma «saída ordenada e com o apoio comunitário», defende.

João Ferreira do Amaral acha que o plano que a “troika” nos impôs não «irá dar resultados ao nível do crescimento económico» e, por isso, quando a ajuda externa acabar vamos ser confrontados com taxas de juro que podem rondar os 12 por cento.

MRA Alliance

MRA Alliance/DN

Grécia: “Bancarrota seria uma catástrofe”, diz Papandreou

domingo, junho 19th, 2011

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, afirmou esta tarde no parlamento helénico que as “consequências de uma bancarrota violenta ou a saída do euro” seriam uma “catástrofe imediata” para as pessoas, para os bancos e para a credibilidade do país.

No discurso que marcou o início de um debate de três dias sobre o novo plano de austeridade que terá de ser aprovado na terça-feira pelo Parlamento, Papandreou relembrou, de acordo com a Reuters, que o país está numa encruzilhada e que as suas reservas de dinheiro chegarão ao fim caso a Grécia não recebe a quinta tranche do apoio da UE e do FMI, no valor de cerca de 12 mil milhões de euros.

E, para que isso aconteça, o mais recente plano de corte de custos e aumento de receitas (nomeadamente via privatizações e subida dos impostos) terá de ter luz verde por parte da maioria dos deputados. À partida, isso terá sido assegurado pela remodelação governamental que Papandreou orquestrou no final desta semana, com destaque para a indigitação de Evangelos Venizelos na pasta das Finanças, substituindo Papaconstantinou.

Uma forma de apaziguar o interior do seu próprio partido, o Pasok, que detém a maioria no Parlamento. Venizelos, que era até aqui ministro da Defesa, tinha entrado em confronto com Papaconstantinou, e foi já como responsável das finanças que o responsável pelas contas gregas se deslocou hoje à reunião dos ministros da zona euro no Luxemburgo.

Em declarações aos jornalistas, antes da reunião, Venizelos garantiu que a Grécia irá cumprir as suas promessas de cortes orçamentais e de redução do défice. “Esta é uma boa ocasião para eu reafirmar a dedicação do governo grego e a vontade firme da população no sentido de cumprir o programa” de reajustamento acordado com a UE e com o FMI, afirmou o responsável, citado pela AFP.

A disponibilização da quinta fatia da ajuda à Grécia, bem como um novo tipo de apoio que poderá envolver, de forma voluntária, os detentores de dívida pública grega (como os bancos) é o tema central do encontro dos ministros das Finanças da zona euro, que termina amanhã. Nesta reunião também será feito o ponto da situação do programa de assistência financeira a Portugal, que se encontra representado pelo embaixador junto das instituições europeias, Manuel Lobo Antunes.

MRA Alliance/Público

Trichet diz que desequilíbrios entre economias são uma ameça global

domingo, junho 19th, 2011

O presidente do Banco Central Europeu recebeu hoje do Instituto de Estudos Económicos de Kiel (Alemanha) o Prémio de Economia Mundial e  aproveitou a ocasião para fazer a defesa do euro e deixar um alerta. O alargamento dos desequilíbrios entre as economias mundiais que, segundo o líder do BCE, se vai seguir à actual crise financeira terá consequências a nível global.

O chefe máximo do Banco Central Europeu procurou deixar de lado a crise grega – que hoje será abordada numa reunião especial dos ministros das Finanças da Zona Euro -, preferindo sublinhar a força da Zona Euro.

Por outro lado, com a Europa a atravessar um período de forte incerteza, Trichet retomou um dossier que, assegura, continua a ser a principal tarefa do BCE: o controle da inflação e a defesa da estabilidade dos preços.

“O que os cidadãos esperam do BCE é que garanta a estabilidade dos preços”, sublinhou o banqueiro-chefe, que deixaria ainda uma nota sobre receios que se avolumam para o período pós crise quanto à possibilidade de estar em marcha o aprofundamento global dos desequilíbrios.

Na opinião de Trichet, os desequilíbrios – foram já responsabilizados por contribuir para e por agravar os efeitos da crise de 2008 e 2009 – que poderão estabelecer-se a nível mundial constituirão um dos maiores desafios para a economia global.

“A preocupação é que, depois de uma redução parcial operada durante a crise, os desequilíbrios começam de novo a alargar-se”, apontou o banqueiro europeu, para acrescentar que este é um facto que devia colocar em alerta as agências mundiais, nomeadamente para a necessidade de uma vasta cooperação monetária e fiscal.

MRA Alliance/Agências