Archive for março, 2011

Cavaco dissolve Parlamento e abre caminho ao resgate financeiro UE/FMI

quinta-feira, março 31st, 2011

Cavaco Silva anuncia dissolução da ARo Presidente da República convocou hoje eleições antecipadas para 5 de Junho após aceitar o pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro José Sócrates. Cavaco Silva justificou a dissolução do Parlamento afirmando que o Governo «não tinha condições políticas para se manter em funções».O chefe de Estado, num discurso televisionado, afirmou que «só através da realização de eleições e da clarificação da situação política poderão ser criadas condições favoráveis» à governação.  Os partidos e os membros do conselho de Estado defenderam por unanimidade a decisão posteriormente anunciada por Cavaco.  Cavaco apontou ainda para a «ausência de confiança recíproca entre as forças políticas» precisando que «não era possível» gerar outra solução de Governo antes da ida às urnas.

Até às legislativas, no entanto, o Executivo de gestão «não está impedido» de conduzir todos os actos necessários à salvaguarda do interesse nacional, «tanto no plano interno como no plano externo».

«O actual Governo contará com todo o meu apoio para que não deixem de ser adoptadas as medidas indispensáveis para salvaguardar o interesse nacional e assegurar os meios de financiamento necessários para o funcionamento da economia», acrescentou. Cavaco, que afirmou que «ninguém poderá deixar de fazer tudo aquilo que tem de ser feito para assegurar o futuro», abriu desta forma a porta para um pedido de entrada do FMI em Portugal, contra a opinião do PS, PCP e BE.

MRA Alliance/Agências

Japão: À desativação de Fukushima seguem-se indemnizações astronómicas

quinta-feira, março 31st, 2011

Fukushima, Japão - Central nuclearO primeiro-ministro do Japão anunciou esta quinta-feira que o complexo da central nuclear de Fukushima deverá ser desativado. A Tokyo Eletric Power Company (Tepco), operadora da central, poderá ainda assim ter de pagar 130 mil milhões de dólares em indemnizações, se a crise nuclear no Japão se prolongar por dois anos.

Os graves danos sofridos pela central nucleal nipónica na sequência do terramoto seguido de tsunami do passado dia 11 de março, tornam inevitável o encerramento do complexo, que se revela totalmente irrecuperável.

A crise na central nuclear coloca às autoridades japonesas várias dúvidas, quais sejam as de saber por um lado em relação à própria central danificada se deverão, ou não, de cobrir os edifícios atingidos com um material especial que impeça a propagação de substâncias radioativas, e, num plano mais geral, se deverão rever os planos que preveem a construção de mais 14 centrais nucleares até ao ano de 2030.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) dá conta de que a radiação a 40 quilómetros da central de Fukushima supera os níveis recomendados. O temor que a radiação alastre é aliás, ainda muito grande. Os níveis de radiação registados na água do mar de Fukushima continuam a subir e já bateram em 4.385 vezes o valor legalmente permitido.

MRA Alliance/RTP 

Portugal marca leilão de dívida extraordinário para amanhã

quinta-feira, março 31st, 2011

O instituto responsável pela gestão de dívida de Portugal vai tentar colocar amanhã 1,5 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro. As Obrigações do Tesouro terão maturidade em Junho de 2012 e um juro de cupão de 5%. Os leilões de dívida não costumam realizar-se à sexta-feira, e decorrem, por norma, às quartas-feiras.

O anúncio desta emissão surge no dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que o défice português ficou em 8,6% no ano passado, acima da meta de 7,3% definida pelo Governo, um cenário que aumenta a pressão sobre Portugal para pedir ajuda.

Sinal do nervosismo dos mercados os títulos de dívida de Portugal renovam hoje novos máximos. O juro das OT a 5 anos, por exemplo, superou os 9,5% pela primeira vez desde a criação do euro.

Apesar da escalada dos juros, a porta-voz do FMI já fez saber que Portugal não pediu ajuda, mas admitiu que o País está numa “situação difícil”.

Também hoje, o IGCP revelou que tenciona emitir até 7 mil milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo nos próximos três meses, enquanto a emissão de obrigações ficará sujeita às condições de mercado, podendo “tomar a forma de leilões regulares ou de leilões extraordinários.”

MRA Alliance/DE

Sector empresarial do Estado está em ruptura financeira

quinta-feira, março 31st, 2011

António Nogueira Leite diz que a revisão do défice de 2010 é “mais um episódio no descontrolo e absoluta falta de rigor a que chegou o actual Ministério das Finanças” e que, ao contrário do que hoje disse Teixeira dos Santos, “ninguém pode dizer que não teremos novos impactos da nacionalização do BPN nas contas públicas”. “É por outro lado certo que teremos novos impactos no défice e na dívida com origem nas empresas do sector empresarial do Estado que estão em absoluto descontrolo e ruptura financeira”

Depois de ter sido pressionado pelo Eurostat, o Governo reviu em alta o défice do ano passado, passando de 7,3% ara 8,6%. Uma situação “previsível”, segundo Nogueira Leite, porque os “regulamentos europeus eram há muito conhecidos”. Responsáveis? “O ministro das Finanças e a instituições europeias” que conhecendo a real situação do sector empresarial público, nomeadamente o dos transportes, e regulamentos que não são de agora, nada fizeram.

MRA Alliance/DE 

Défice fura meta e chega a 8,6% em 2010

quinta-feira, março 31st, 2011

O défice orçamental atingiu os 8,6% em 2010, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística. O valor ficou acima da meta de 7,3% prometida pelo Governo em Bruxelas, devido à contabilização dos prejuízos com o BPN – avaliados em cerca de dois mil milhões de euros – e à integração de algumas empresas de transporte no perímetro das administrações públicas.

O reporte do procedimento dos défices excessivos, enviado a Bruxelas e divulgado há minutos, revê em alta todos os valores do défice desde 2007. Os novos números mostram que Portugal furou todos os anos o limite de 3% imposto por Bruxelas desde 2004.

O documento do INE explica que o défice do ano passado subiu 0,5 pontos (793 milhões de euros) devido à integração da Refer, e dos Metropolitanos de Lisboa e Porto. Os prejuízos do BPN fizeram aumentar o número em um ponto do PIB, o equivalente a 1.800 milhões de euros. Foram ainda contabilizados 450 milhões de euros de execução de garantias do Estado ao BPP (0,3 pontos do PIB).

MRA Alliance/DE

FMI: Agências de ‘rating’ são agente de instabilidade na zona euro

quarta-feira, março 30th, 2011

O FMI revela que os cortes de ‘rating’ dos países da zona euro despertam efeitos de contágio nos restantes países da região. Depois das várias críticas de governos e presidentes de alguns bancos sobre a actuação das agências de ‘rating’ nos últimos anos, foi a vez do Fundo Monetário Internacional (FMI) ir ao encontro de algumas dessas críticas.

De acordo com um ‘paper’ desenvolvido por Rabah Arezki, Bertrand Candelon e Amadou N. R. Sy do FMI, divulgado ontem, “os cortes dos ‘ratings’ soberanos apresentam, estatisticamente e economicamente, efeitos de contágio entre os países e os mercados financeiros, implicando que os anúncios das agências de ‘rating’ podem estimular a instabilidade financeira.”

Esta conclusão adveio de uma análise às repercussões que as notícias sobre os ‘ratings’ soberanos tiveram sobre todos os países e sobre os mercados financeiros, recorrendo a dados diários dos ‘spreads’ dos ‘credit default swaps’ (CDS), da evolução dos índices de acções e dos sub-índices do sector bancário e segurador de alguns países europeus entre 2007 e 2010.

MRA Alliance/DE

Fitch ameaça descer ‘rating’ de Portugal no curto prazo e penaliza bancos

quarta-feira, março 30th, 2011

A agência de notação financeira, Fitch, alertou hoje que o ‘rating’ de Portugal poderá voltar a descer no curto prazo, na ausência de auxílio financeiro de Bruxelas e do Fundo Monetário Internacional.

A advertência da Fitch surge num relatório hoje divulgado, no qual a agência faz uma análise da última cimeira europeia, que decorreu a 24 e 25 de março, em Bruxelas.

Relativamente à República portuguesa, a Fitch classifica de “sintomático” o facto de as conclusões do encontro não fazerem qualquer referência a Portugal, “em contraste com os elogios” recebidos na cimeira de 11 de março, na sequência das medidas adicionais de consolidação orçamental, mas que acabaram por ser chumbadas pelo Parlamento, levando à demissão do Governo.

“Na nossa opinião, depois deste episódio (que conduziu à demissão do primeiro-ministro, José Sócrates), um programa económico da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçaria a credibilidade dos esforços das reformas orçamental e estrutural e reduziria as preocupações de financiamento no curto prazo”, lê-se no relatório.

Em declarações recentes à Lusa, na semana passada, no dia em que a agência de notação financeira cortou o ‘rating’ de Portugal em dois níveis e ameaçava novo corte em mais que um nível, o diretor da Fitch, Douglas Renwick, havia dito que Portugal deveria necessitar muito provavelmente de apoio financeiro internacional nos próximos meses e, a acontecer, deveria chegar até junho, no máximo.

A última novidade foi a descida da classificação atribuída pela Fitch à Caixa Geral de Depósitos. O ‘rating’ baixou em dois níveis, de ‘A’ para ‘BBB+’, para reflectir o ‘downgrade’ da semana passada à República Portuguesa. Mas os outros bancos não podem respirar de alívio. BCP, BPI, Banif, Montepio Geral e Santander Totta estão agora em vigilância negativa, um sinal de que também poderão ver o seu ‘rating’ reduzido em breve. O BES está fora do baralho porque rescindiu com a Fitch.

A Fitch explica este aviso à banca com os receios de curto prazo em torno da capacidade de Portugal se financiar nos mercados; um eventual pedido de ajuda a Bruxelas e ao FMI; a possibilidade de um novo corte no ‘rating’ de Portugal; o agravamento do risco de liquidez dos bancos portugueses e as consequências do ambiente recessivo que enfrentam em Portugal.

MRA Alliance/SIC Notícias

Juros da dívida pública portuguesa sobem 34% em três meses

quarta-feira, março 30th, 2011

Os juros da dívida pública já aumentaram 34 por cento desde que Portugal começou a ser alvo de uma sucessão de cortes de rating por parte das várias agências de notação financeira. Tudo porque os investidores temem que o Portugal anémico e endividado de hoje não consiga pagar o que pede emprestado amanhã.

Fruto desta desconfiança, as agências de rating não dão tréguas a Portugal e reforçam os sinais de alerta. O risco de comprar dívida nacional está a aumentar e é este risco crescente que faz accionar o corte da notação. Desde Dezembro, Fitch, Moody`s e Standard & Poor`s, as três grandes agências de notação financeira, têm vindo a cortar o rating da República portuguesa, cada um com efeito imediato e consistente na subida dos juros.

A preços médios, em três meses, a taxa de juro da dívida a 10 anos trepou de 6,7% para 8,2%, ou seja o preço do dinheiro ficou 34% mais caro. Os juros aumentam à medida que a qualidade da dívida cai e, de credível, a dívida tem vindo a descer patamares uns atrás dos outros. Agora está numa classificação apenas um nível acima da categoria «lixo».

Esta nota traduz perigo, alerta encarnado para os investidores. Daí para baixo o perigo aumenta até à nota «C» – sinal de risco do país entrar em bancarrota, deixando de ser capaz de reembolsar os credores. E é por isso que os investidores com seguem com tanta atenção as notas atribuídas pelas agências.

MRA Alliance/TVI24 

Portugal prestes a ter juros de todas as maturidades acima dos 8%

quarta-feira, março 30th, 2011

Os juros que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa estão a renovar máximos consecutivos e também no prazo a dois anos estão prestes a superar os 8%. No prazo a cinco anos persistem acima dos 9%. Portugal está cada vez sob maior pressão dos mercados, com os juros da dívida pública a renovarem máximos consecutivos.

Na curva de rendimentos da dívida portuguesa, apenas no prazo de dois anos os juros das Obrigações do Tesouro estão abaixo dos 8%. Mas a manter-se a tendência das últimas sessões, deverá ser por pouco tempo. A “yield” da dívida a dois anos sobe 20 pontos base para 7,93%, sendo que nas restantes maturidades até dez anos situa-se sempre acima dos 8%.

A sessão de hoje fica marcada pelo facto de os juros da dívida a cinco anos terem já superado os 9%. De acordo com os preços genéricos da Bloomberg, as taxas de juro associadas aos títulos da dívida pública portuguesa a cinco anos atingiram hoje um máximo de 9,078%. A dez anos, as taxas persistem acima de 8% (em 8,05%), depois de ontem terem pela primeira vez rompido a mesma barreira que, em Novembro último, acabou por forçar o Governo irlandês a pedir ajuda externa.

Por detrás desta escalada dos juros, que têm renovado sucessivos máximos, estão as também sucessivas revisões em baixa do “rating” da República, decididas no rescaldo da crise política. A agravar a pressão sobre Portugal está também o facto de a Dow Jones ter ontem noticiado que o INE confirma que o défice de 2010, a enviar a Bruxelas até quinta-feira, será alvo de uma “série de alterações contabilísticas”. “Há muita especulação de que Portugal precise de um resgate”, afirmou à Bloomberg Michael Leister, analista da WestLB, acrescentando que os cortes nos “ratings” de ontem “representam mais uma pressão nesse sentido”.

MRA Alliance/JdN 

Ministro alemão diz que Portugal ainda não contagiou Espanha

quarta-feira, março 30th, 2011

Wolfgang SchaeubleO ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, diz que Portugal tem tido, até agora, “pouco efeito sobre Espanha”. Mas não descarta a possibilidade de um “efeito de contágio”. Schaeuble, que está em Pequim para participar num seminário do G-20 sobre a reformulação do sistema monetário mundial, declarou hoje, citado pela Bloomberg, que ainda não se verificou qualquer efeito de contágio por parte de Portugal.

Segundo Schaeuble, não há sinais, até à data, de que os apuros de Portugal estejam a propagar-se a Espanha, mas o governante não descarta a possibilidade de isso poder vir a acontecer. “A difícil situação de Portugal está a ter um impacto muito limitado em Espanha”, declarou. O ministro do governo de Angela Merkel falou também sobre o sistema cambial mundial, dizendo que são necessárias bases mais vastas.

MRA Alliance/Agências

“Pedir ajuda externa exlui-nos do mercado durante cinco anos”, diz Costa Pina

quarta-feira, março 30th, 2011

Carlos Costa Pina, secretário de Estado do TesouroO secretário de Estado do Tesouro disse hoje à Bloomberg que Portugal tem condições para cumprir os reembolsos de dívida de 2011. O País conseguirá responder “aos reembolsos de dívida de 2011, especialmente os reembolsos de dívida de longo prazo de Abril e Junho”, disse Carlos Costa Pina em declarações à Bloomberg, num discurso para os mercados internacionais.

Na mesma declaração, o governante volta a rejeitar a solução do resgate de Bruxelas e do FMI. “Pedir ajuda externa implica estar fora do mercado durante pelo menos cinco anos, com uma deterioração das condições financeiras para o sector privado, as empresas e as famílias”, argumentou.

O secretário de Estado falou à Bloomberg num dia em que os juros cobrados a Portugal voltaram a bater máximos históricos no mercado secundário, tendo a taxa a cinco anos rompido pela primeira vez a barreira dos 9%.

Costa Pina nota que “o custo de financiamento [do País] agravou-se substancialmente desde a crise política desencadeada pela oposição”, pelo que “é urgente clarificar a situação política”. “É incompreensível que todos sejam contra tudo sem apresentar outro caminho com medidas alternativas”, concluiu.

MRA Alliance/DE

Metade dos americanos contra intervenção na Líbia

quarta-feira, março 30th, 2011

Barack ObamaQuase metade dos americanos se opõe que seu país se envolva no conflito na Líbia, segundo pesquisa publicada nesta quarta-feira e que coloca em evidência o risco assumido pelo presidente Barack Obama ao gerir um conflito tão complexo. Na última pesquisa da Universidade Quinnipiac, 47% dos eleitores entrevistados opõem-se à intervenção dos Estados Unidos na Líbia, contra 41% que aprovam.Apesar de 53% dos consultados aprovarem os disparos de mísseis de longo alcance para destruir as defesas aéreas líbias (33% são contrários), 48% (contra 41%) acham que os Estados Unidos não devem “derrubar o dirigente Muamar Kadhafi pela força”, uma eventualidade que Obama descartou.

O presidente, que na segunda-feira se dirigiu aos seus compatriotas para defender a participação das forças armadas norte-americanas contra o regime líbio a fim de evitar um massacre em nome dos valores americanos, enfrenta um profundo cepticismo por parte de seus cidadãos, destaca o estudo.

MRA Alliance/Agências

Banco de Portugal propõe mini-reforma fiscal

terça-feira, março 29th, 2011

O boletim de Primavera do Banco de Portugal (BdP) traça um cenário negro para este ano, mas também avança uma sugestão técnica para melhorar o desempenho da economia nacional. O regulador considera que um aumento do IVA e a descida da Taxa Social Única podem diminuir o défice e a dívida pública, aumentar o emprego e promover a competitividade.

A medida em causa assenta na redução da componente patronal das contribuições sociais – a Taxa Social Única – compensada por um aumento da tributação do consumo, com um impacto neutro no saldo orçamental e na dívida pública.

Na análise desta instituição, liderada por Carlos Costa, a diminuição do valor da Taxa Social Única iria reduzir o custo do factor trabalho e, por essa via, os custos de produção também seriam menores. Isto iria permitir uma melhor competitividade da produção nacional, promovendo o aumento das exportações e uma redução dos conteúdos importados.

Quanto ao aumento da tributação do consumo, o Banco de Portugal considera que terá efeitos negativos a curto prazo, sobretudo para as famílias mais pobres, no entanto, defende que a médio e longo prazo poderia ter um forte impacto macroeconómico.

O regulador sublinha que taxa de IVA em Portugal sofreu aumentos muito significativos nos últimos anos. A taxa de 23% é das mais altas da Europa e sugere, por isso, um aumento nas taxas reduzidas e intermédias, o que resultaria numa harmonização das taxas do IVA.

Como forma de compensar as famílias mais carenciadas por esta subida, o Banco de Portugal sugere a transferência monetária – para estas famílias – de 10% da receita proveniente do aumento deste imposto.

MRA Alliance/RR

S&P corta ‘rating’ de Portugal pela segunda vez em 5 dias e juros atingem 9%

terça-feira, março 29th, 2011

A S&P voltou a descer a avaliação de Portugal, tal como tinha alertado, para o nível ‘BBB-‘, a um passo de ‘junk bond’. É o segundo corte de ‘rating’ da S&P para Portugal em menos de uma semana. A agência de ‘rating’ manteve o ‘outlook’ negativo para a avaliação de Portugal, o que significa que pode avançar com novo corte em breve.

O ‘downgrade’ de hoje deve-se ao resultado da cimeira europeia da semana passada, que definiu os termos de empréstimos aos países do euro em dificuldade, confirmando as expectativas da S&P de que uma reestruturação prévia da dívida poderá ser uma condição para os países acederem às ajudas do fundo europeu.

“Devido às fracas condições de acesso de Portugal ao mercado e à sua considerável necessidade de financiamento nos próximos anos, acreditamos que Portugal vai aceder provavelmente ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira e depois ao Mecanismo Europeu de Estabilidade”, o fundo europeu que o vai substituir, a partir de 2013, nota a S&P.

Por este motivo, os juros da dívida nacional voltaram a agravar-se, com a ‘yield’ das obrigações do Tesouro Português a cinco anos a subir para 8,813%, um novo máximo de sempre. No mesmo sentido, o juro das obrigações a 10 anos agrava-se para 7,954%, contra os 7,926% registados ontem. Já o juro da linha viva da dívida portuguesa da mesma maturidade mais negociada no mercado avança para 7,831% (ontem fechou nos 7,817%).

Também o diferencial dos títulos a 10 anos face às ‘bunds’ alemãs, indicador conhecido por ‘spread’, tocou um novo máximo de sempre e fixa-se agora nos 467 pontos base, níveis recorde.

Ao mesmo tempo, o preço dos ‘credit-default swaps’ (CDS) sobre obrigações do Tesouro a cinco anos, instrumentos que servem para proteger as posições detidas em dívida portuguesa, desciam 11 pontos para negociar nos 549 pontos base. O alívio na percepção de risco de incumprimento de Portugal pode sinalizar que o mercado está a antecipar um pedido de resgate.

MRA Alliance/DE

Banco de Portugal agrava previsão de recessão

terça-feira, março 29th, 2011

No Boletim de Primavera do Banco de Portugal, a instituição liderada por Carlos Costa prevê que o PIB nacional recue 1,4% este ano (menos uma décima que a previsão de Inverno) e cresça 0,3% no próximo (menos três décimas). Mas o único que acompanha a revisão do PIB é o consumo público, que deverá cair 6,6%, face à quebra de 4,6% apontada no boletim anterior.

De resto, todas as outras componentes são revistas em alta, num movimento que o BdP justifica com a incorporação da “informação relativa ao quarto trimestre de 2010”, que aparentemente correu melhor do que o Banco esperava. Assim, as exportações são revistas em alta para 6%; o consumo privado para uma quebra de 1,9% – a anterior projecção era de uma quebra de 2,7% -; e o investimento para -5,6% – face aos anteriores -6,8%.

Já para 2012, a previsão é de um crescimento de 0,3% do PIB, mas o supervisor admite que tal valor não deverá verificar-se, dando lugar a uma recessão. É que, frisa o Boletim, serão necessárias “medidas de consolidação orçamental adicionais”, o que deverá traduzir-se numa “redução significativa da taxa de crescimento da actividade relevante aos valores apresentados nas projecções agora publicadas, em especial para 2012”.

Como habitual, o BdP não avança previsões para a taxa de desemprego, mas estima que o emprego na economia nacional vai recuar 0,9% este ano e 0,3% em 2012. A concretizar-se, Portugal terá quatro anos consecutivos a destruir postos de trabalho, já que no ano passado o emprego caiu 1,5%. O BdP frisa que a redução de postos de trabalho será “comum aos sectores privado e público”, mas “mais pronunciada neste último”.

MRA Alliance/DE

Banqueiro Ricardo Salgado critica partidos políticos

terça-feira, março 29th, 2011

Ricardo Salgado, presidente do BESRicardo Salgado criticou hoje duramente os partidos por terem desencadeado uma crise política que está a levar a uma sucessão de revisões em baixa da avaliação das agencias de notação financeira (downgrade) sobre a dívida portuguesa.

“Esta crise política precipitou os downgrades (avaliação da dívida pública portuguesa) das agências de rating sobre o sistema financeiro português. É uma pena vermos aquilo que aconteceu (as sucessivas descidas de rating), prejudicando seriamente o sector financeiro e bancário, e ao mesmo tempo vermos os politicos a reafirmarem, e bem, os compromissos do défice junto do Presidente da República”, afirmou Ricardo Salgado, presidente do BES, em Londres, num encontro com jornalistas. “Parece-me uma perda de tempo que não se tenha aprovado o PEC IV”, acrescenta.

Ricardo Salgado, sublinhando que não quer fazer comentários políticos, acaba por lamentar o momento de grande instabilidade política em Portugal, atribuindo responsabilidade aos partidos politicos pelo facto de Portugal ter ficado de novo sob pressão dos mercados de capitais, o que tem levado a novas subidas das taxas de juro. “Até a eventual chegada do FMI, há um conjunto enorme de consequências, como a descida dos ratings, que são provocadas pela incerteza em que o pais ficou por causa deste vacácio (intervalo) politico”, defendeu.

“Não tenho dúvida que a evolução dos mercados financeiros foi de tal ordem que requer dos políticos um esforco mais aprofundado sobre como ele funciona e quais são as consequências de certas decisões”, afirmou Ricardo Salgado, num encontro na nova sede do Espírito Santo Investiment em Londres, na Paternoster, no London Sock Exchange Building.

Jose Maria Ricciardi, presidento do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), tem igualmente uma posição critica em relação ao desencadear dos acontecimentos políticos em Portugal, e dá como exemplo o que se passa em Espanha, onde os partidos, apesar da impopularidade de PSOE e de Zapatero e dos maiores problemas de défice e de banca, têm mantido a estabilidade política, em nome da sustentabilidade do pais.

O presidente do BES não quer para já falar da vinda do FMI para Portugal, embora admita que a grande especulação que há sobre o assunto foi acentuada pela atual crise política, mostrando se esperançado que não seja necessário, uma vez que considera que seria uma pior solução para o pais, que ficaria mais limitado em termos de financiamento do que com a solução de um fundo europeu mais flexibilizado. “Ninguém sabe ao certo onde vamos chegar. É possivel que Portugal consiga ganhar tempo até às eleições e consiga manter a situação ate um novo governo tomar posse. Talvez seja possível evitar o programa europeu com o FMI”, afirmou.

Ricciardi é igualmente um defensor de que o recurso ao fundo europeu flexibilizado seria mais benéfico do que o FMI porque os mercados continuariam abertos, e só se recorreria ao mesmo se as taxas de juro estivessem muito altas. Enquanto na solução FMI os mercados fecham e único credor é o fundo monetário. Além disso, sublinha, o que se está a passar na Grécia e na Irlanda mostra que é preciso rever o modelo de intervenção e que já é isso que está a ser feito pela Europa. “Está tudo em movimento ninguem sabe ao certo o que a Europa irá fazer. Faz me pensar que toda esta situação política foi de facto precipitada”, frisou o presidente do BESI.

MRA Alliance/Expresso

Viena e Berlim pressionam discretamente Lisboa a pedir resgate financeiro

terça-feira, março 29th, 2011

Para os economistas na Alemanha, a questão que se coloca não é se Portugal vai recorrer a ajudas europeias, mas quando e quanto. O primeiro-ministro luxemburguês e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, adiantou a soma de 75 mil milhões de euros como suficientes para Portugal.

Ontem, o governador do Banco Central da Áustria, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, Ewald Nowotny, pressionou Lisboa para recorrer rapidamente ao fundo de resgate do euro.

Viena e Berlim coordenam estreitamente as suas políticas dentro da União Europeia. Mas sensível a acusações de ingerência, o Governo alemão, da chanceler Angela Merkel, mantém-se circunspecto neste contexto, tentando evitar a todo o custo parecer estar a pressionar Portugal.

Em público, Merkel não poupa elogios a Sócrates, apesar de Pedro Passos Coelho ser mais próximo da família política da chanceler. E Juncker, sexta-feira, um dia depois de ter dito que o pedido de ajuda de Portugal deveria equivaler a 46% do PIB disse: “Penso que Portugal não vai apresentar um pedido de assistência financeira”. Declarações proferidas em vésperas das eleições na Alemanha, num Estado que vê com maus olhos o socorro a mais um país incumpridor.

MRA Alliance/DE

Portugal planeia novas emissões de dívida apesar de juros recorde

terça-feira, março 29th, 2011

Dentro de dias, será divulgado o documento com o calendário das operações de financiamento de Portugal para o segundo trimestre. O Governo reiterou que Portugal tem condições de acesso ao mercado e a entidade que gere o crédito público, o IGCP, prevê apresentar o programa de financiamento da República, onde são definidas as datas e os tipos de operações a realizar, nos próximos dias.

A planificação das operações de financiamento indica que o Estado conta financiar-se nos mercados, posição reiterada pelo Governo nos últimos meses, numa altura em que os juros no mercado secundário não param de bater recordes e aumentam as pressões para Portugal recorrer à ajuda externa. Ontem os títulos a cinco anos atingiram os 8,69% e, a dez anos, a ‘yield’ situou-se em 7,926%, segundo a Bloomberg.

O ministro da Economia, Vieira da Silva, confirmou ontem que, “no momento concreto em que formos confrontados com essas necessidades de financiamento, e face às dificuldades excepcionais que estamos a viver, Portugal deve, mais uma vez, evitar a assistência externa”.

MRA Alliance/DE 

Banco BCP a um passo do rating “lixo”

terça-feira, março 29th, 2011

A agência Standard & Poor’s (S&P) reviu ontem em baixa os “ratings” atribuídos aos maiores bancos a operar em Portugal, num ajuste ao corte efectuado sobre a dívida da República.

O BCP, pela sua “posição financeira mais débil do que os concorrentes”, fica apenas um degrau acima das classificações de alto risco, designadas de “junk” (lixo).

MRA Alliance/Agências

Portugal: Taxa de juro da dívida a 5 anos a caminho dos 9%

segunda-feira, março 28th, 2011

Os indicadores de risco de Portugal voltam a agravar-se. O juro das Obrigações do Tesouro a 5 anos sobe para 8,7%. O índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar obrigações do Tesouro (OT) portuguesas a 5 anos avança para 8,7%, depois de ter encerrado a sessão de sexta-feira nos 8,5%.

No mesmo sentido seguiam as OT a 10 anos, que registavam um agravamento para 7,912% e a tendência é a mesma no prazo a 3 anos e 2 anos, com os títulos de dívida pública a subirem para 8,255% e 7,312%, respectivamente. São os valores mais altos desde, pelo menos, a criação do euro.

No universo dos ‘credit-default swaps’ (CDS) sobre Obrigações do Tesouro a 5 anos, os CDS portugueses eram os que registavam a subida mais acentuada no monitor da Bloomberg que acompanha estes indicadores de 156 países, com um avanço de 19 pontos até aos 566,17 pontos.

MRA Alliance/DE

Estado e Amorim votaram contra alteração de estatutos da Galp

segunda-feira, março 28th, 2011

O acionista Estado e a Amorim Energia inviabilizaram hoje a alteração dos estatutos da Galp que foi defendida pelos italianos da ENI, no decorrer de uma assembleia geral extraordinária da petrolífera.«Quem votou a favor [da alteração dos estatutos] foram os italianos [da ENI] e mais alguns, mas o Estado votou contra e a Amorim Energia também», disse à Lusa o chairman da Galp e representante do acionista Estado, Francisco Murteira Nabo.

«Enquanto não houver uma clarificação acionista, o Estado acha que não será conveniente que haja uma alteração estatutária. É aguardar, há aqui um compasso de espera», acrescentou.

MRA Alliance/Agências

Sócrates reeleito secretário-geral do PS com 93,3% dos votos

domingo, março 27th, 2011

José Sócrates foi eleito secretário-geral do PS com 93,3 por cento dos votos, face aos resultados provisórios das eleições realizadas sexta-feira e sábado, revelou um comunicado da Comissão Organizadora do XVII Congresso Nacional do partido.

Na corrida para secretário-geral do PS, Sócrates superou o líder do PS/Madeira, Jacinto Serrão (3,33 por cento), e Fonseca Ferreira, ex-presidente da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (2,54 por cento).

De acordo com o comunicado, os resultados conhecidos correspondem ao apuramento de 717 das 721 secções de voto em que a percentagem de participação no ato eleitoral foi de 89,95 por cento.

MRA Alliance/Agências

Vara recebeu indemnização de meio milhão de euros

domingo, março 27th, 2011

Armando Vara, ex-administrador do banco Millennium BCPArmando Vara recebeu, no ano passado, 562,19 mil euros como indemnização pela sua saída da gestão executiva do BCP. A este montante juntam-se os 260 mil euros recebidos de Janeiro a Julho de 2010, altura em que renunciou ao cargo.

“O Conselho Geral e de Supervisão deliberou (…) autorizar a celebração do contrato de cessação do vínculo de administração, com salvaguarda do recebimento por aquele da quantia correspondente às remunerações fixas que seriam por ele recebidas até ao termo previsto para o exercício de funções”, ou seja, o final do ano passado, diz o relatório de governo da sociedade do BCP, divulgado ontem. Por isso, refere o documento, “foi-lhe paga a importância de 562.192,38 mil euros”.

MRA Alliance/DE

“Portugal está cansado de insultos, slogans e chantagens”, refere FT

sábado, março 26th, 2011

O jornal britânico Financial Times descreve o ambiente político e de campanha que se vive em Portugal com observações de indiferença  e de indiferença .  O Financial Times diz que a campanha eleitoral já começou e, citando o colunista e historiador Vasco Pulido Valente, descreve assim o debate político em Portugal: “Insultos, slogans e chantagens”.

O jornal britânico espera mais dois meses de campanha eleitoral num ambiente de ameaça de recessão, elevando desemprego e preocupação em relação às novas medidas de austeridade.

“Não vejo como vamos sobreviver nos próximos três meses sem ajuda financeira externa”, diz o economista Silva Lopes, citado pelo Financial Times.

MRA Alliance

Portugal e Espanha ainda podem evitar pedir ajuda finaceira à UE

sábado, março 26th, 2011

O Comissário Europeu dos Assuntos Económicos disse hoje que Portugal e Espanha podem ainda evitar pedir um empréstimo à UE. “O importante é que as forças políticas [de Portugal] consigam atingir o objectivo de redução rápida do défice público combinado entre a Comissão [Europeia] e o Governo há algumas semanas”, afirmou Olli Rehn à televisão finlandesa.

Segundo Rehn, a execução das reformas necessárias vai permitir a Portugal “continuar no caminho da consolidação das suas finanças públicas”. Com um primeiro-ministro demissionário e sem Governo antes do final de Maio, Portugal tem de pagar 4,2 mil milhões de euros de dívida antes do fim de maio e 4,9 mil milhões de euros a 15 de Junho.

Portugal é considerado pelos mercados financeiros como o próximo candidato a um apoio financeiro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, depois da Grécia e da Irlanda.

Quanto a Espanha, Rehn disse que o peso da sua dívida foi “inferior à média da UE”. “Além disso, a Espanha começou a tomar no ano passado medidas decisivas para equilibrar as despesas públicas, adoptar reformas estruturais no sistema de pensões e do mercado de trabalho bem como, e isto é muito importante, do seu próprio sistema de poupança”, disse. Para Rehn, essas medidas devem permitir que a Espanha saia da crise.

MRA Alliance

S&P baixa rating de Portugal para perto do nível ‘lixo’

sexta-feira, março 25th, 2011

A agência de notação financeira Standard & Poor’s baixou a notação da dívida portuguesa em dois níveis, para ‘BBB’. A descida do ‘rating’ português é justificada pela incerteza política provocada pela demissão do primeiro-ministro José Sócrates.

Ou seja, a S&P teme que a instabilidade política em Portugal conduza a um impasse que impeça a aprovação das medidas de austeridade necessárias para cumprir a meta do défice de 4,6% previsto para este ano.

A decisão da Standard & Poor’s coloca a qualidade da dívida portuguesa mais perto do nível de ‘junk’, ou seja, mais perto de um perfil de risco especulativo. O nível de risco da dívida nacional de longo prazo é agora de ‘BBB’, sendo que para passar para a categoria das chamadas ‘junk bonds’ terá ainda de sofrer um corte adicional para ‘BB+’.

MRA Alliance/DE

FMI: Intervenção em Portugal é agora mais provável

sexta-feira, março 25th, 2011

Fontes citadas pela agência Reuters adiantam que o FMI teme um efeito de contágio da crise portuguesa, sobretudo em Espanha. “A maior preocupação é que o elevado risco de contágio de Portugal e a incerteza global provoquem uma nova corrida aos empréstimos do fundo”, disse uma fonte próxima do assunto à Reuters, acrescentando que Espanha tem nas mãos um terço da dívida pública portuguesa.

Segundo as mesmas fontes, apesar de Portugal não ter ainda pedido a intervenção do FMI, a demissão de José Sócrates tornaram o resgate mais provável.

MRA Alliance/DE

Portugal: Rating só estabiliza com uma rápida negociação do resgate

sexta-feira, março 25th, 2011

Portugal viu ontem o seu ‘rating’ descer dois níveis. A Fitch decidiu manter o ‘outlook’ negativo. A decisão de uma nova revisão em baixa da notação nacional poderá ser tomada nos próximos três a seis meses, diz Douglas Renwick, responsável da agência de notação norte-americana, em entrevista ao Diário Económico. Um pedido de ajuda à UE e FMI pode ajudar a evitar um novo corte de ‘rating’.

O que pesou mais na vossa decisão: a demissão de Sócrates ou o chumbo do PEC IV?
Ambas, por isso tivemos de rever em baixa agora. A questão política levanta a dúvida de quem irá negociar um resgate ou de quem irá implementar as medidas de consolidação. A incerteza não só se concentra no que vai ser a consolidação no próximo ano, como também o impacto negativo que isto terá no sentimento dos mercados e dos investidores estrangeiros em relação a Portugal. O risco de crédito é cada vez maior.

O financiamento está em risco?
Perante esta deterioração será muito mais difícil ao Governo recuperar o acesso aos mercados a um preço razoável. Os níveis praticados até agora só são sustentáveis se for expectável uma descida do ‘rating’. Vai ser um desafio significativo financiar-se nos próximos meses. Se compararmos o montante de Bilhetes do Tesouro (BT) e Obrigações do Tesouro (OT) que vão vencer na primeira metade do ano com aquilo que foi angariado nos mercados, não é ainda suficiente. Dada a elevada incerteza e os riscos de consolidação, porque ainda não está implementada legislação, a necessidade de recorrer a um pacote de ajuda da UE e do FMI é o mais provável.

O pedido de ajuda vai acontecer nas próximas semanas?
Neste momento é muito incerto. Parece provável que nos próximos meses haverá um resgate. Mas do ponto de vista financeiro, Portugal precisa do dinheiro. Não dizemos que Portugal tem de recorrer à ajuda externa, mas é muito provável que o resgate aconteça.

MRA Alliance 

“É essencial que Portugal confirme metas do PEC”, diz Trichet

quinta-feira, março 24th, 2011

Jean Claude Trichet, presidente do BCEO presidente do BCE juntou-se ao coro de vozes que, ao longo do dia, tem vindo a reclamar em Bruxelas um “consenso nacional” em torno das metas do PEC IV, que ditou ontem a queda do Governo. “É essencial que Portugal confirme o plano que foi concebido e aprovado”, disse Jean-Claude Trichet.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) falava à margem da cimeira europeia que decorre em Bruxelas, e que está a ser dominada pela crise política portuguesa, que coloca agora o país mais próximo de um pedido de ajuda externa que todos gostariam de evitar.

Ao longo do dia, a chanceler alemã assumiu de novo papel de pivot, tentando uma derradeira solução para que Portugal não acabe resgatado como a Irlanda e a Grécia. De manhã, Angela Merkel esteve reunida com Pedro Passos Coelho, no âmbito da reunião do Partido Popular Europeu (ao qual pertencem o PSD português e CDU alemã); e à tarde encontrou-se também a sós com José Sócrates, numa altura em que a agência de rating Fitch tornava público que baixou o “rating” de Portugal.

A chanceler desdobrou-se em declarações de apoio às decisões “corajosas” do agora primeiro-ministro demissionário e lamentado que o Parlamento português não tivesse dado seguimento às medidas “correctas” contidas no PEC IV. Perante a crise política instalada em Portugal, a chanceler alemã insistiu que a prioridade agora é enviar mensagens muito firmes de que, independentemente de quem venha a liderar o próximo Governo, as metas prometidas de redução do défice serão mantidas, de modo a tentar sossegar os mercados e evitar uma intervenção externa – dada como cada vez mais incontornável.

É preciso que “todos os responsáveis nacionais confirmem que Portugal está comprometido com os objectivos desse programa”, disse Merkel, referindo-se às metas de redução do défice para 4,6% neste ano, 3% em 2012 e 2% em 2013, ano em que também a dívida pública terá de ser reduzida, invertendo a trajectória de crescimento dos últimos anos.

Também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, avisou que é “indispensável” Portugal esclarecer que há um “consenso nacional” quanto à necessidade de cumprir os objectivos traçados para a redução do défice orçamental e da dívida pública. “Importante é que, tão depressa quanto possível, Portugal esclareça aquilo que me parece ser indispensável: que há um consenso nacional quanto à necessidade de cumprir os objectivos com os quais Portugal já se comprometeu”. “Se isso não for feito, com certeza haverá consequências bastante negativas”, advertiu o antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD.

MRA Alliance/JdN

Japão: Catástrofe natural já provocou mais de 26 mil mortos e desaparecidos

quinta-feira, março 24th, 2011

Há mais de 26.000 mortos e desaparecidos no sismo e tsunami de 11 de Março no Japão, segundo os últimos dados das autoridades policiais. A polícia acredita que os números tendem a crescer ainda mais, dado que em muitos casos não terão restado familiares para notificar desaparecimentos.

Na província de Fukushima as operações de busca tiveram de ser suspensas na zona mais próxima da central nuclear danificada pelo tsunami e que está a ser palco do segundo acidente mais grave da história da energia atómica.

O número de vítimas obrigou o país a repensar a forma como trata os mortos. Vários municípios estão a abrir valas comuns, algo impensável para uma nação onde os mortos são, normalmente, cremados e as suas cinzas cuidadosamente colocadas perto de templos. Mas os crematórios não conseguem dar resposta ao elevado número de corpos que recebem. Há falta de querosene e de gelo para preservar as vítimas que perderam a vida no sismo e tsunami.

MRA Alliance/Público