Archive for janeiro, 2011

Portugal não vai poder baixar impostos, diz economista do FMI

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

Teresa Ter-MinassianTeresa Ter-Minassian, que negociou o pacote de financiamento do FMI a Portugal em 1983, afirmou hoje que não acredita que haja margem no país para qualquer redução de impostos enquanto não forem atingidos os objectivos orçamentais. As declarações foram feitas na “Conferência Portugal 2011. Vir o Fundo ou ir ao fundo?”

“Não acredito que se possa reduzir a carga tributária em Portugal quando a prioridade é baixar o défice orçamental”, afirmou a economista do FMI, após a intervenção de Carlos Rodrigues, presidente do BIG que defendeu medidas de alívio do peso do Estado na economia.

MRA Alliance/JdN

Recurso ao fundo europeu é insuficiente para resolver problema da dívida, diz Silva Lopes

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

Silva LopesO recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pode ser útil, mas não resolverá os problemas de dívida com que se confronta a economia portuguesa, defendeu hoje o economista José Silva Lopes.”Recorrer ao fundo poderá não resolver todos os nossos problemas. Será útil, mas poderá não ser suficiente face às pressões dos mercados”, declarou o economista, à margem da conferência “Portugal 2011: Vir o fundo ou ir ao fundo”, organizada pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal.

Portugal vai precisar de ajuda do exterior para resolver os problemas, pois a pressão dos mercados «é muito forte», afirmou citado pela Lusa. «Eu estou convencido de que sem ajuda externa Portugal não consegue resolver os seus problemas», disse o economista. Segundo Silva Lopes, a reação dos mercados «é de tal maneira violenta» em relação a Portugal e a outros mercados vulneráveis, que «só com auxílio oficial é que poderemos escapar».

Silva Lopes considerou que recorrer ao FEEF ou ao FMI não resolve os problemas estruturais de Portugal, como, por exemplo, a justiça e a educação, pois o país tem “um dos ambientes menos favoráveis [em termos de atitude] ao nível europeu”.

MRA Alliance/DN

Barril de petróleo Brent chega aos 100 dólares

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

O preço do petróleo Brent, de referência para Portugal, atingiu esta segunda-feira os 100 dólares, marca que não se verificava desde Outubro de 2008. A pressionar os preços está a situação no Egipto. A meio da tarde, o barril de Brent para entrega em Março cotava exactamente nos 100 dólares, uma subida de 0,58% face a sexta-feira.

No início de Dezembro, alertámos para a possibilidade de este ano o petróleo poder chegar aos 150 dólares o barril e complicar as contas orçamentais dos países da UE e agudizar a crise ds dívidas soberanas.

Na base da subida de hoje estão os receios persistentes de que a situação política no Egipto possa perturbar o tráfego habitual do canal do Suez, ponto nevrálgico entre o Médio Oriente e a Europa.

Esta evolução no mercado ocorre apesar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo garantir que manterá a oferta em caso de penúria, por fecho do canal, e fontes no mercado de seguros marítimos citados pela agência Reuters frisarem que não há ameaças directas aos navios que passam pelo canal do Suez. 

MRA Alliance/Agências

Sudão do Sul escolhe secessão com 99 por cento dos votos

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

Sulista sudanês festeja vitória no referendoMilhares de estudantes manifestaram-se em Cartum, exigindo mudanças no regime de Bashir. O Presidente vai respeitar resultado do referendo. A polícia antimotim que vigiava a marcha do “dia nacional de protesto antigoverno” em Cartum, a capital do Sudão, carregou sobre milhares de estudantes que se manifestavam contra o Presidente, Omar al-Bashir, no mesmo dia em que a comissão eleitoral do referendo para a auto-determinação do Sudão do Sul anunciava que 99 por cento dos eleitores daquela região votaram pela secessão do Norte e a autonomia do seu território num novo país.

“Os votos pela separação alcançaram 99,57 por cento”, anunciou ontem Chan Reek Madut, um dos dirigentes da comissão do referendo do Sudão do Sul, realizado entre 9 e 15 de Janeiro. Perante uma multidão que aguardava pela confirmação oficial dos resultados em Juba, a capital do Sul, o mesmo responsável disse que 99 por cento dos 3,7 milhões de eleitores tinha exercido o seu direito de voto, colocando a taxa de participação bastante acima dos 60 por cento necessários para validar o resultado.

No Norte, onde residem cerca de 2 milhões de sudaneses do Sul, só 70 mil pessoas foram às urnas, e 58 por cento manifestaram-se a favor da secessão. Na região sul do Darfur a maioria dos votos foi pela união, com 63 por cento dos eleitores a considerar que o maior país africano deve permanecer intacto. Estes são ainda resultados preliminares, e a votação só será oficialmente certificada no próximo mês. O Sudão do Sul, será um novo país independente já no próximo mês de Julho. “Foi para isto que votámos, para que pudéssemos ser livres no nosso próprio país. Só posso dizer obrigado, um milhão de vezes obrigado”, exclamou Salva Kiir, o líder do Sudão do Sul e vice-presidente do país.

O processo põe um ponto final no conflito entre Norte e Sul que se prolongou por décadas, numa sangrenta guerra civil que matou quase dois milhões de pessoas. O referendo para a autodeterminação do Sudão do Sul foi negociado nos acordos de paz de 2005, sob mediação da ONU. A secessão do Sul representa mais um desafio para o regime islamista de Bashir, que se confronta com uma séria crise de autoridade. O Presidente disse repetidamente que respeitará o resultado do referendo.

A perspectiva da divisão do país originou vários protestos no Norte, mas a manifestação de ontem em Cartum teve outra génese. Inspirados pela revolta popular no vizinho Egipto, os estudantes sudaneses saíram à rua num movimento inesperado de contestação ao Presidente Bashir. “Queremos mudar. Estamos fartos da alta dos preços”, gritaram à porta do palácio presidencial.

“O que se está a passar no Egipto inspirou a juventude”, explicou à AFP Mubarak al-Fadl, um militante do partido Umma que garantiu que “todos os grupos de oposição apoiam a iniciativa dos estudantes”. “Todos nós queremos mostrar a nossa cólera pela gestão do Sudão, tendo em conta o cenário de partição do país que torna muito incerto o futuro do Norte”, referiu.

MRA Alliance/Público

Fitch ameaçar cortar ‘rating’ de bancos espanhóis após decisão judicial

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

A Fitch comunicou que vai rever a notação de risco dos bancos espanhóis, caso fracasse o recurso do BBVA para anular a sentença da Audiência Provincial de Navarra – equivalente a um Tribunal da Relação, em Portugal.

Em causa está o precedente aberto por esta autoridade, que confirma aliás a decisão já proferida num tribunal de primeira instância, ao declarar como suficiente a entrega de um imóvel para saldar a dívida com o banco. Isto mesmo que o imóvel tenha entretanto desvalorizado e não cubra a totalidade do montante em falta.

O caso está a gerar polémica em Espanha e a abalar o mercado hipotecário. Para já, aplaudem os clientes e tremem os bancos. Desde 2008, os bancos espanhóis executaram 290.000 imóveis por situações de incumprimento.

A lei espanhola, tal como a portuguesa prevê que, sempre que a execução da hipoteca não garanta o valor da dívida, o que acontece na maioria dos casos, o banco exija o diferencial, accionando muitas vezes a penhora de outros bens ou de parte do salário. Sempre que há um fiador, este também pode ser responsabilizado pelo pagamento da dívida.

No caso em questão, Jose Antonio Gil, um empregado de limpeza de 47 anos, deixou de pagar o seu empréstimo ao banco durante um ano. O BBVA procedeu então à execução da hipoteca sobre o imóvel, avaliado inicialmente pelo banco em 78 mil euros. No entanto, a grave crise vivida também no imobiliário espanhol ditou que o imóvel tenha sido arrematado agora em leilão apenas por 48 mil euros.

MRA Alliance/DE

Economia portuguesa 18 vezes mais endividada do que em 1996

segunda-feira, janeiro 31st, 2011

No final do ano passado, o País devia, em termos líquidos, 180 mil milhões de euros aos estrangeiros, um valor superior à riqueza produzida num ano. Trata-se de uma dívida 18 vezes superior à que se registava há 14 anos, no final de 1996.

O Estado é responsável por uma parcela da dívida, mas é no endividamento privado que se encontra a explicação para os crescimentos dos últimos anos. A explosão do consumo, alimentado pelo crédito e sem um correspondente aumento da produtividade, é a causa que os economistas costumam apontar para o crescente endividamento dos privados.

MRA Alliance/JdN

Iemenitas seguem exemplo da Tunísia e Egipto e querem derrubar o regime

sábado, janeiro 29th, 2011

Ali Abdullah Saleh - Presidente do IémenMilhares de manifestantes voltaram a exigir hoje nas ruas da capital do Iémen a demissão do Presidente, Ali Abdullah Saleh, numa cópia do movimento que conduziu ao derrube do chefe de Estado na Tunísia e que está a ameaçar o poder de Hosni Mubarak, no Egipto.

Testemunhos colhidos pelas agências noticiosas indicam que os protestos, envolvendo mais de 16 mil manifestantes, decorreram de forma pacífica em pelo menos quatro locais de Sanaa, incluindo a universidade, onde há dez dias foram dados os primeiros sinais de contestação no país – então cerca de mil estudantes entoaram cânticos a favor da revolta tunisina e de mudanças democráticas e o fim do regime de mais de 30 anos de Saleh, um aliado do Ocidente, antes de serem dispersados pela polícia anti motim.

De novo foram ouvidos os mesmos slogans. Os organizadores do protesto apelaram aos estudantes e a grupos da sociedade civil para marcharem contra a corrupção e as políticas económicas no Iémen, onde a população mais jovem, em crescendo, vive em cada vez maior frustração dada a pobreza e a sua inexistente influência política.

Recentemente, este sentimento de descontentamento generalizado intensificou-se face a várias tentativas no Parlamento para afastar algumas das limitações aos mandatos presidenciais, com a oposição a acusar Saleh de querer perpetuar-se no poder por toda a vida.

As autoridades iemenitas tinham detido este fim-de-semana a influente activista pró-democracia Tawakul Karman, acusando-a de organizar os protestos contra o Governo – ao que se seguiram mais e maiores protesto. Após a sua libertação, na segunda-feira, a activista afirmou que estava em curso no Iémen uma revolução inspirada pela “revolução dos jasmins” tunisina, que pôs termo aos 23 anos no poder do Presidente Zine al-Abidine Ben Ali.

MRA Alliance/Público

Egipto: Mubarak escolhe militares para reforço do regime e do governo

sábado, janeiro 29th, 2011

Manifestantes desafiam poder no EgiptoO poderoso chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman, tomou posse como vice-presidente do Egipto. Horas depois da tomada de posse de Suleiman, foi indigitado o novo primeiro-ministro. A escolha do Presidente Hosni Mubarak recaiu sobre um antigo comandante da força aérea, Ahmed Shafiq.

Considerado próximo do Presidente, Shafiq era desde 2002 ministro da aviação, onde ganhou, segundo a Reuters, uma reputação de eficácia e competência administração com programas de modernização da companhia aérea estatal EgyptAir e melhorias nos aeroportos do país. Na rua, os manifestantes continuam a pedir a saída de Mubarak, desafiando o recolher obrigatório.

Suleiman, por seu turno, é considerado a “eminência parda” do regime de Mubarak e muito próximo do Presidente. Foi recorrentemente apontado como um possível sucessor para o cargo de Mubarak, dada a tradição de líderes militares no país, e mesmo como um possível concorrente contra o filho de Mubarak, Gamal, que o pai quererá que herde o cargo.

Ao contrário do que é normal para responsáveis dos serviços secretos, Omar Suleiman teve um papel público sobretudo por causa dos seus esforços de mediação entre palestinianos e Israel após a segunda Intifada em 2000, e num breve cessar-fogo, em 2003. Desde a década de 1990, tem ainda crédito por esmagar o activismo islamista.

Suleiman foi sempre considerado o segundo mais importante responsável dentro do regime de Mubarak, um responsável com uma grande importância e influência. Agora recebe o posto de vice-Presidente, um cargo que Mubarak deixou vago em 1982.

MRA Alliance/Público

Petróleo a caminho dos 100 dólares em Londres

sábado, janeiro 29th, 2011

O contrato de crude para entrega em Março registava ganhos de 4,26% para 89,29 dólares em Nova Iorque, depois de já ter estado a disparar 4,78% na sessão, a maior subida desde Maio. Já o barril de ‘brent’ escalava 2% para 99,34 dólares, tendo chegado aos 99,74 dólares, o valor mais elevado desde Setembro de 2008.

Os especialistas explicam as subidas de ontem com os receios de que os confrontos no Egipto se propaguem a outros países do Médio Oriente, e obriguem à interrupção dos fornecimentos de petróleo. Qualquer interrupção nas reservas petrolíferas do Médio Oriente “pode actualmente constituir uma verdadeira ameaça”, afirmou hoje o Secretário da Energia dos EUA, Steven Chu, numa conferência.

“Se isto pode acontecer no Egipto, não existe razão para que não ocorra na Líbia ou na Arábia Saudita”, disse, por sua vez, John Kilduff da Again Capital, em Nova Iorque, à Bloomberg.

MRA Alliance/DE

EUA: Presidente do banco Goldman Sachs recebe bónus de 12,6 milhões

sábado, janeiro 29th, 2011

Lloyd Blankfein - Presidente e CEO do banco Goldman SachsNuma altura em que os salários na banca norte-americana estão sob apertado escrutínio por parte dos reguladores, o banco Goldman Sachs premiou o desempenho do seu Presidente e CEO com acções da empresa avaliadas em 12,6 milhões de dólares, um aumento substancial face aos 9 milhões recebidos no ano anterior.

Lloyd Blankfein, 56 anos, recebeu 78.111 acções a 26 de Janeiro, segundo um documento da Goldman enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador norte-americano. Ao preço de fecho de sexta-feira (161,31 dólares), essas acções estão avaliadas em 12,6 milhões de dólares.

O banco de Nova Iorque aumentou ainda o salário base de Lloyd Blankfein de 600 mil dólares para 2 milhões de dólares, segundo o mesmo documento citado pela agência Bloomberg.

Os bancos têm optado por aumentar a remuneração base dos seus gestores, já que os reguladores têm apertado o escrutínio em relação à distribuição de prémios, uma prática em muitos casos considerada arriscada para no sector bancário.

MRA Alliance/DE

Merkel tem planos para governo económico na zona euro

sábado, janeiro 29th, 2011

Angela MerkelA chanceler da Alemanha tem planos “cada vez mais concretos” para a formação de um governo económico na zona euro, segundo o Der Spiegel. Angela Merkel quer propor aos países da moeda única um pacto de competitividade, noticia hoje a edição online do semanário Der Spiegel.

O acordo deve incluir compromissos concretos mais ambiciosos e vinculativos para reforçar a competitividade do que até agora se fez na União Europeia, afirma-se num documento do governo a que a publicação alemã diz ter tido acesso.

Para dissipar a desconfiança dos mercados no euro, prevê-se uma estreita articulação das políticas financeira, económica e social nos estados membros, associada a objectivos concretos, segundo a mesma fonte.

MRA Alliance/DE

Dívida belga também na mira dos especuladores

sexta-feira, janeiro 28th, 2011

A braços com a terceira maior dívida pública do Euro e uma longa crise política interna, a Bélgica está no radar da desconfiança dos investidores. O impasse político está a custar caro aos cofres públicos. Os juros das obrigações belgas saltaram agora para o nível mais alto em dois anos, com os mercados a recearem os efeitos da instabilidade política no País sobre a sua sustentabilidade orçamental. Vários analistas financeiros vêm apontando o país como um dos que se segue a Portugal na espiral de desconfiança que se abateu sobre a saúde das finanças públicas de alguns soberanos europeus.

Segundo avança a “Bloomberg”, os juros das Obrigações do Tesouro a dez anos aumentaram ontem sete pontos base para os 4,34%, o valor mais alto desde Fevereiro de 2009, segundo contas da agência. Os CDS (Credit Default Swaps) – que medem o custo de segurar a dívida pública – também subiram nove pontos base, para os 183. Os investidores exigem agora um prémio de 117 pontos base em relação à dívida alemã a dez anos.

Trata-se de uma factura onerosa para um País que pretende vender este ano 34 mil milhões de euros em obrigações para financiar o défice orçamental e refinanciar cerca de 20 mil milhões de euros em dívida, adianta a Bloomberg. Até ao momento foram arrecadados três mil milhões de euros através de uma venda de obrigações a dez anos.

Na ausência de governo – o País está sem liderança há 227 dias -, o rei Alberto II pediu há cerca de uma semana ao ministro das finanças interino que prepare um orçamento que preveja uma redução do défice orçamental dos 4,6% do PIB em 2010 para os 4,1% este ano, escreve a “Bloomberg” O objectivo é que chegue a 2012 com um défice abaixo dos 3% do PIB, tal como está acordado com a Comissão Europeia.

Mas isto parece ter sido suficiente para acalmar os mercados. Sobre a Bélgica pende uma ameaça de corte no “rating” por parte da Standard&Poor’s. A agência de notação de risco já veio avisar que, caso o impasse político não se resolva em breve, poderá ver rebaixada a sua notação de AA+ (a segunda melhor).

MRA Alliance/

 

Crise financeira global surgiu porque responsáveis “ignoraram avisos”

sexta-feira, janeiro 28th, 2011

A Comissão de Inquérito à Crise Financeira concluiu que a crise iniciada nos EUA era “evitável”. E aponta o dedo a reguladores, políticos e banqueiros, que “ignoraram avisos e falharam em questionar, perceber e gerir os riscos crescentes.

“A comissão que foi criada para avaliar as causas da crise nos EUA considera que esta era “evitável” e que “resultou de acção e inacção humana, não da Mãe Natureza ou de modelos que falharam”, releva o relatório publicado e citado pela BBC.

“Os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram avisos e falharam em questionar, perceber e gerir os riscos crescentes dentro de um sistema essencial ao bem-estar do povo americano”, adianta a mesma fonte. “Foi uma grande falha, não foi um tropeção”

O relatório conclui que a banca corre riscos excessivos e que houve negligência dos reguladores financeiros. “Ao fazer estas observações, respeitamos e apreciamos profundamente os esforços feitos pelo secretário Paulson, pelo presidente Bernanke e por Timothy Geithner… e de outros tantos que trabalharam para estabilizar o nosso sistema financeiro e a nossa economia nas circunstâncias mais caóticas e desafiantes”, adianta a mesma fonte. “Apesar da posição expressa de muitas pessoas de Wall Street e de Washington de que a crise não podia ser prevista ou evitada, havia sinais”, salientou Phil Angelides, presidente da comissão, citado pela BBC.

“A grande tragédia seria aceitar o refrão de que ninguém podia ver que isto estava para vir e por isso nada podia ter sido feito”. “Se aceitarmos isto, vai acontecer outra vez”, alerta.

MRA Alliance/JdN

EUA: Pedidos de subsídio de desemprego aumentam

quinta-feira, janeiro 27th, 2011

O número de novos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos aumentou fortemente na semana passada, com o mau tempo a forçar as empresas a despedir trabalhadores. Os serviços norte-americanos registaram cerca de 51 mil novos pedidos na passada semana (valor ajustado de sazonalidade) para os 454 mil, o mais alto nível desde o final de Outubro.

Muito deste aumento será devido ao mau tempo em quatro Estados do sul dos EUA, que terá levado algumas empresas a fechar portas temporariamente, de acordo com um analista da administração norte-americana, citado pela «Associated Press». As tempestades de neve que afectaram alguns Estados há várias semanas terão impedido as pessoas de apresentar os seus pedidos de subsídio de desemprego. Os pedidos de subsídios caíram na semana anterior para 403 mil.

Um número de novos pedidos abaixo dos 425 mil tende a sinalizar uma modesta recuperação do emprego, mas o número tem de cair consistentemente para 375 mil, ou abaixo desse valor, para indicar uma queda significativa da taxa de desemprego.

MRA Alliance/AF

Dívida pública poderá vir a ser transaccionada em bolsa

quinta-feira, janeiro 27th, 2011

A dívida pública poderá vir a ser transaccionada em bolsa, tal como hoje acontece com as acções. A ideia é da Euronext Lisboa e a proposta já foi apresentada ao Governo. Desta forma, os particulares poderão vender e comprar dívida do Estado, tal como os grandes investidores institucionais, como os bancos.

Para o Estado poderá significar novas formas de financiamento, numa altura de crise na dívida. A “bolsa da dívida” poderá ser mais uma das alternativas para financiar as finanças públicas.

Recorde-se que a crise já fez estragos na bolsa portuguesa. Em 2010, o PSI20 desceu 10 por cento e este ano o desempenho depende das decisões governamentais, quer em Portugal, quer na União Europeia.

MRA Alliance/AF

Portugal no top 10 mundial dos países com banda larga mais potente

quarta-feira, janeiro 26th, 2011

Portugal está na nona posição da classificação mundial dos países com mais elevados picos de ligação à net. O “ranking” é da Akamai Technologies, que fornece serviços de optimização na “nuvem”, e diz respeito ao terceiro trimestre de 2010.

A liderar a tabela está a Coreia do Sul, com um pico de 39 megabites por segundo, seguida de Honk Kong, Japão, Roménia, Letónia, Bélgica, EUA, Mónaco, Portugal e Suécia.

Os 19 megabites por segundo alcançados por Portugal correspondem a um crescimento de 13% face ao segundo trimestre de 2010 e a um aumento de 42% em relação ao período homólogo de 2010. Na Europa, Portugal ascende à segunda posição neste segmento, ex-aequo com a Suécia.

Em relação ao “ranking” das cidades de todo o mundo com maior pico médio global de ligação à net, Coimbra é a primeira cidade portuguesa, ocupando o 87º lugar da tabela com 26,9 mbps.

Em termos de velocidade média glogal de ligação em banda larga, a Coreia do Sul também lidera o “ranking” mundial, com 14 mbps. Na Europa, Portugal ocupa o 11º lugar, que partilha com o Reino Unido.

MRA Alliance/JdN

Bruxelas exulta com mudanças no despedimento em Portugal

quarta-feira, janeiro 26th, 2011

A Comissão Europeia considerou hoje que as propostas do governo para alterar as regras de indemnização por despedimento “é um desenvolvimento positivo visto que demonstra que o governo português está determinado a avançar com as reformas anunciadas”.

Numa reacção do gabinete do comissário Olli Rehn, responsável pelos assuntos económicos e monetários, o porta-voz Amadeu Altafaj nota porém que “ainda nada foi decidido” e que se tratam de “propostas aos parceiros sociais que levarão tempo até ser implementadas”. Por isso vão esperar pela sua “adopção e comunicação formal” à Comissão para se pronunciarem em detalhe. Há já algum tempo que Bruxelas vem reclamando medidas neste sentido.

Bruxelas reage assim à intenção do Governo em reduzir, de 30 para 20 dias por cada ano de trabalho, as indemnizações por despedimento, impondo um tecto máximo para a compensação de 12 meses de salário. A medida só se aplicará aos novos contratos de trabalho.

MRA Alliance/DE

Dívida: Irlanda paga menos pelo resgate europeu do que mercados cobram a Portugal

terça-feira, janeiro 25th, 2011

O presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), Klaus Regling, revelou hoje que a Irlanda vai pagar um juro de cerca de 6% pelo primeiro empréstimo de ajuda ao país. Este valor resulta da primeira emissão de títulos de dívida, no valor de 5 mil milhões de euros, que o Fundo Europeu realizou hoje no mercado e pelos quais vai pagar um juro de 2,89%. A maturidade dos títulos é de cinco anos.

Os cerca de 6% que serão cobrados à Irlanda por este empréstimo estão abaixo do juro a que negoceiam hoje as Obrigações do Tesouro portuguesas também a 5 anos, que seguia nos 6,158% no mercado secundário.

O secretário do Tesouro e das Finanças português, Carlos Costa Pina, disse hoje numa conferência em Nova Iorque, que “não está totalmente claro que as condições de financiamento [de Portugal] seriam muito melhores” com a ajuda do FEEF. “É estratégico para nós financiar a nossa dívida no mercado com uma larga base de investidores, e temos de continuar”, frisou Costa Pina.

Na mesma ocasião, o responsável reafirmou que Portugal não precisa de ajuda financeira internacional e que o custo médio de financiamento de Portugal é inferior a 4%.

Na última emissão de títulos de dívida portugueses a seis anos, realizada em Novembro, o juro fixou-se nos 6,156%, enquanto na última emissão a quatro anos, concretizada em Outubro, a taxa média ponderada foi de 4,041%.

MRA Alliance/DE

Número de desempregados em todo o mundo atinge 205 milhões

terça-feira, janeiro 25th, 2011

O ano de 2010 terminouc om 205 milhões de pessoas sem emprego, em todo o mundo, e os jovens são dos mais afectados, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado hoje em Genebra. Nos 56 países que recolhem dados trimestrais, como Portugal, há menos 1,7 milhões de jovens a querer trabalhar.

Agora, há mais 27 milhões e 600 mil desempregados no mundo do que em 2007, antes de a crise rebentar. Só na União Europeia, a taxa de desemprego subiu para 8,8%, sendo a taxa mundial de 6,2%. A UE regista, aliás, uma das recuperações mais lentas.

Segundo a OIT, a recuperação económica mundial está a ser mais rápida do que a descida do desemprego, sobretudo nos países desenvolvidos. Muitos deles não estão a conseguir dar resposta ao aumento da população em idade activa, revela o relatório. 

Em Portugal, a taxa de desemprego acelerou a partir do segundo trimestre de 2009, até ao final de 2010. É uma das mais elevadas da Europa. Outro dado é que, por cá, o trabalho a tempo parcial não disparou, como aconteceu na maioria dos países mais atingidos pela crise, como forma de evitarem situações como o “lay off”.

Outro dado preocupante é a taxa de desemprego jovem. Mais de 77 milhões estão no desemprego. Mas estes são apenas os dados oficiais. Pelo menos um milhão e 700 mil jovens não aparecem nestas estatísticas, porque já desistiram de procurar emprego.

MRA Alliance/RR

BCE trava a fundo compra de dívidas soberanas europeias

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu drasticamente – menos 94% – o ritmo de compra de títulos de dívida de países da zona euro na última semana. No total, a instituição liderada por Jean-Claude Trichet adquiriu 146 milhões de euros em dívida, um valor que compara com os 2.313 milhões de euros que tinha desembolsado na semana anterior.

Segundo dados divulgados hoje, e citados pela Reuters, o BCE já adquiriu um total de 76,5 mil milhões de euros em dívida dos países da zona euro, desde que começou o programa de compra de obrigações por parte da instituição, em Maio do ano passado. A estratégia faz parte do plano do banco central para travar a crise de dívida europeia e recuperar a confiança dos investidores.

MRA Alliance/DE

“Serão necessários mais 4 a 5 anos de consolidação orçamental” em Portugal, diz quadro do Citigroup

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

O economista-chefe do Citigroup diz que o transferência do fundo de pensões da PT é “uma operação de cosmética”, mas que o Governo está agora a fazer um “esforço sério” para a redução do défice.

Willem Buiter desvalorizou hoje o facto de o défice de 2010 ficar abaixo dos 7,3% previstos, conforme já anunciou o Governo, pelo facto de a redução ter sido realizada com recurso a uma receita extraordinária: a transferência do fundo de pensões da Portugal Telecom para a Segurança Social. “A redução deve-se a uma operação de cosmética”, afirmou Willem Buiter, numa conferência do Citigroup, que teve hoje lugar em Lisboa.

Para convencer os mercados tem de existir uma consolidação fiscal efectiva. Um processo que vai demorar vários anos e exigir um compromisso entre os partidos. “Esses exercícios ficam bem no papel, mas sob a luz fria do dia, criam dúvidas sobre quão sérios estão a ser os governos sobre a consolidação fiscal”, disse o professor da London School of Economics.

“Serão necessários mais 4 a 5 anos de medidas de consolidação orçamental”. E é preciso que exista um compromisso político” para as aplicar, defendeu Willem Buiter. O economista afirmou que, entretanto, estão já em curso medidas que representam “um esforço sério” para a redução do défice, com cortes na despesa pública e aumento da receita.

Buiter, diz que Portugal “tem as piores perspectivas de crescimento da zona euro” e que “está em risco de solicitar ajuda externa”, face às perspectivas pouco animadoras para a economia, variáveis que colocarão entraves à correcção das contas públicas nacionais.

Para o economista, citado pelo Diário Económico, Portugal tem “possivelmente as piores perspectivas de crescimento de toda a zona euro”. “É difícil fazê-lo se a economia não estiver a crescer”, referiu Buiter na conferência do Citigroup.

MRA Alliance/JdN

G20: Sarkozy quer regular preços dos alimentos e impor imposto sobre transacções financeiras

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

Nicolas SarkozyA necessidade de controlo dos mercados de divisas e de matérias-primas alimentares é uma das ideias que o presidente francês Nicolas Sarkozy quer impor aos seus pares do G20, o maior fórum financeiro e industrial do mundo, onde agora detém a presidência rotativa. 

“Como é que podemos explicar que queremos regular os mercados financeiros sem o fazer no mercado de produtos básicos?” Foi assim que Nicolas Sarkozy afirmou que é preciso evitar a especulação sobre os produtos alimentares, defendendo a necessidade de desenvolver instrumentos para acalmar a subida de preços nas matérias-primas, segundo refere o “El País”.

O presidente francês apresentava as prioridades para a sua presidência no G-20, referindo que os preços actuais dos alimentos estão a níveis de há dois anos. O índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação para 55 matérias-primas alimentares alcançou, em Dezembro, o valor mais alto desde Junho de 2008, altura em que a crise alimentar esteve no seu auge.

A possibilidade de uma nova crise estar a regressar foi avançada há algum tempo pelas Nações Unidas, devido ao ritmo “alarmante” dos aumentos dos preços. “No dia em que haja revoltas, que país do G-20 é que vai dizer que não se preocupa com isso? Acho que nenhum”, referiu Sarkozy em relação ao tema.

Além da sua preocupação alimentar, Sarkozy salientou que “dizer que há um sistema monetário, é um grande erro”, já que defende existir um “não-sistema monetário internacional”, escreve o “Le Fígaro”.

“A emergência de novas economias poderosas conduzirá ao aparecimento de novas moedas internacionais”, disse o agora presidente do G-20. Argumenta, por isso, a necessidade de ampliação das funções do Fundo Monetário Internacional no mercado de divisas para regular as reservas dos diferentes Estados. 

Sobre a taxa sobre as transacções financeiras, Sarkozy caracterizou a medida como “moral face à crise financeira” que se está a atravessar, “útil para dissuadir a especulação” e ainda “eficaz para encontrar os novos recursos para o desenvolvimento”.

MRA Alliance/JdN

“Futuro do euro não está garantido”, diz quadro do Deutsche Bank

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

Thomas Mayer - Deutsche BankO economista-chefe do maior banco privado alemão voltou hoje a advertir que o futuro do euro “não está garantido” e que 2011 será o ano decisivo para a união monetária europeia. Em entrevista à Bloomberg, Thomas Mayer considera que o ano em curso vai ser de “ou vai ou racha” para o euro e para a dívida soberana de Portugal.

Mayer tem sido uma das vozes mais cautelosas em relação à sobrevivência da moeda europeia. Em diversas ocasiões, tem criticado a resposta lenta e hesitante dos dirigentes europeus para tentar estancar a crise da dívida soberana que, em seis meses, forçou dois países do euro – Grécia e Irlanda – a recorrer a ajuda externa Em entrevista recente à Lusa, o economista-chefe do Deutsche Bank antecipou que esse venha igualmente a ser o destino português. Os mercados levantam “grandes interrogações sobre Portugal, e esperam que, mais cedo ou mais tarde, o País tenha de recorrer ao fundo de resgate europeu, e acham que devia fazê-lo rapidamente”, defendeu há duas semanas.

MRA Alliance/JdN

Cavaco Silva reeleito Presidente da República com abstenção recorde

segunda-feira, janeiro 24th, 2011

Cavaco Silva durante a campanha eleitoralCavaco Silva foi reeleito para um novo mandato em Belém, com mais de 52% dos sufrágios mas com menos meio milhão de votos face às eleições de 2006. A percentagem de abstenção foi a mais elevada de sempre, com 53,37%. “Saúdo os que decidiram dar-me a confiança do seu voto. Ganhei em todos os distritos de Portugal, incluindo as regiões autónomas. Os portugueses disseram com clareza quem queriam para presidente”, disse o Presidente da República reeleito após a vitória à primeira volta.

Manuel Alegre é o segundo da tabela destas eleições, com 19,75% dos votos, mas menos 300 mil sufrágios do que em 2006. Na declaração, Alegre disse que “o apoio dos partidos não falhou” e desejou um bom mandato a Cavaco. “Já ganhei com o Partido Socialista, não foi o Partido Socialista que perdeu. Fui eu que perdi porque não consegui os objectivos. Não era candidato do governo. Isto não tinha graça se estivéssemos todos de acordo. No PS há liberdade. A força da esquerda é também a sua diversidade”, disse.

Fernando Nobre sai “orgulhoso” destas eleições. O candidato diz que a sua candidatura é a “grande vitoriosa” destas presidenciais com 14,11% dos votos colocados nas urnas por quase 594 mil eleitores. “Independentemente do que se diga amanhã, mais uma vez, os opinadores encartados que tudo sabem mas que não têm a coragem de se erguer para demonstrar o que eles sabem sobre o povo português, esta candidatura foi a grande candidatura vitoriosa desta noite, isto ninguém nos pode tirar”, disse sempre interrompido por fortes aplausos.

Francisco Lopes, o candidato apoiado pelo PCP, ficou em quarto lugar com 7,15% dos votos. Na reacção aos resultados das projecções o candidato disse que “cada voto pesará na acção para abrir um caminho novo para Portugal” e que a sua candidatura colocou aos portugueses ” a necessidade da ruptura e mudança face às políticas que conduziram o país para um atoleiro”.

José Manuel Coelho, com 4,5% dos votos, foi o quinto da tabela e a grande surpresa eleitoral. Coelho foi o segundo mais votado no arquipélago com 38,52%, a seguir ao presidente reeleito que obteve 44,25% dos sufrágios. O candidato disse que Cavaco recebeu um “cartão vermelho” e agradeceu os votos que teve no Funchal ganhou a Cavaco Silva. “Agradeço a votação expressiva no Continente, onde tive 4,5 por cento. É um resultado extraordinário, atendendo a que a candidatura foi marginalizada nos debates televisivos. (…) Gostaria de ter debatido os casos do BPN e Quinta da Coelha e a situação anti-democrática da Madeira onde temos um tiranete que fecha a assembleia quando quer”, disse.

Por último, Defensor Moura, socialista e ex-presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, obteve 1,57% dos votos.

MRA Alliance/Agências

Wikileaks: Corrupção em Cuba é sistémica e endémica

domingo, janeiro 23rd, 2011

Telegramas diplomáticos norte-americanos filtrados pela organização Wikileaks dão conta da corrupção generalizada que se vive actualmente em todos os sectores da vida pública cubana.~

O jornal “El País”, que teve acesso aos documentos filtrados, fala de subornos, comissões ilegais, tráfico de influências e de práticas corruptas sistemáticas numa sociedade ameaçada pela penúria, noticia o a edição online do jornal Público.

A corrupção em Cuba transformou-se numa prática de tal forma generalizada que chega aos mais altos cargos da administração pública e a membros do Partido Comunista Cubano. Em alguns sectores assiste-se à actuação de verdadeiras “máfias”, indicam os telegramas.

Vários relatórios, declarações e dados compilados pela secção consular norte-americana em Havana dão conta destas práticas corruptas agora filtradas para a Wikileaks. Segundo os documentos é comum, por exemplo, a prática de cobrar comissões ilegais sempre que é preciso autorizar alguma coisa. Apesar das campanhas pedagógicas e das sanções contra as práticas corruptas, elas “reinam” em Cuba, “onde a maioria dos seus 11,2 milhões de habitantes trabalha em empresas do Estado”, escreve o “El País”.

Num dos telegramas a que o diário espanhol teve acesso via Wikileaks, o ex-embaixador espanhol na ilha de Cuba, Carlos Alonso, era citado como tendo comentado aos diplomatas norte-americanos que “a corrupção é necessária para sobreviver”. Para a diplomacia norte-americana, profundamente anti-castrista e que impõe um embargo a Cuba desde 1958, este monopólio estatal faz com que “corrupção e roubo seja a mesma coisa”, indicam os documentos.

A escolha de novos funcionários públicos – por outros funcionários que já trabalham para o Estado e têm poder de decisão nesta matéria – também é alvo de subornos. Empregos em que o futuro trabalhador poderá vir, ele próprio, a ganhar dinheiro extra – como por exemplo um trabalho junto dos sectores do turismo ou dos combustíveis – poderão custar aos candidatos muito dinheiro para terem a certeza que serão escolhidos. Os polícias são outra classe profissional famosa por aceitar subornos.

Os telegramas indicam igualmente que as práticas de corrupção estão particularmente instituídas nos sectores do turismo, da construção e da distribuição de alimentos. Nestas áreas a diplomacia americana fala da actuação de verdadeiras “máfias”.

Um dos telegramas enviados para Washington durante o ano de 2009 (194480) indica o seguinte: “A corrupção em Cuba é uma ferramenta de sobrevivência aceite. Os cubanos ganham uma média de 18 dólares por mês”. Perante este cenário, as autoridades toleram as actividades à margem da lei até certo ponto, mas quando assistem a desvios importantes actuam com severidade, escreve o “El País”.

MRA Alliance

Portugal: Cortes salariais de 104 milhões em 15 empresas públicas

domingo, janeiro 23rd, 2011

As entidades do Sector Empresarial do Estado (SEE) começaram ontem a revelar mais pormenores sobre os planos de contenção salarial, face à exigência explícita de “cumprimento imediato” por parte do ministério das Finanças, revela hoje o jornal Público. Só em 15 destas empresas públicas, incluindo a CGD, a TAP e os CTT, a redução de, pelo menos, cinco por cento das remunerações totais ilíquidas vai permitir uma poupança superior a 104 milhões de euros.

O Governo impôs que o SEE não iria escapar aos cortes, mas permitiu, através de uma resolução do Conselho de Ministros, regimes de adaptação a cada entidade, desde que fosse respeitado o tecto dos cinco por cento de redução total e isentados os trabalhadores com salários inferiores a 1500 euros brutos. Aproveitando a oportunidade, algumas empresas públicas fizeram chegar às Finanças os seus planos de contenção e aguardavam uma resposta da tutela para poderem avançar.

Ontem, o ministério de Teixeira dos Santos admitiu que essas propostas ainda não foram validadas, mas frisou que isso não serve de justificação para evitar os cortes. E, por isso, exigiu o “cumprimento imediato” das medidas, alertando que a sua aplicação será “monitorizada”.

É na CGD, onde trabalham 22.237 pessoas, que as reduções vão gerar maiores ganhos, chegando a 38,5 milhões de euros. A TAP, com 14.000 trabalhadores, é a segunda na lista das maiores poupanças, que atingem 19 milhões de euros por ano. Nos CTT, onde as reduções salariais podem gerar ganhos de 14 milhões de euros, vão ser diminuídas as remunerações de 2800 trabalhadores, seguindo a tabela da função pública (que varia entre os 3,5 e os dez por cento). Foi o que fizeram muitas outras entidades do SEE, como a CP, que vai poupar 5,1 milhões de euros, e a gestora aeroportuária ANA, que, além de poupanças de 4,4 milhões com os cortes de remunerações, pondera retirar os prémios de desempenho.

Ainda não se sabe de que forma estes ganhos vão contribuir para a redução do défice. Contactado pelo Público, o Ministério das Finanças não explicou se o Estado ganhará indirectamente, através de um aumento dos dividendos, por exemplo, ou se está a estudar uma solução alternativa.

MRA Alliance

Veículos eléctricos gozam de incentivos e mercado português começa a mexer

domingo, janeiro 23rd, 2011

MiEV - Foto de promoçãoO Governo português atribui um incentivo de cinco mil euros para os primeiros cinco mil veículos elétricos vendidos em Portugal. Até agora, cerca de 200 portugueses reservaram um veículo eléctrico.

Para estimular este marcado, O Governo investiu 25 milhões de euros, divididos por incentivos de cinco mil euros para atribuir aos primeiros 5.000 compradores deste tipo de carros. A Mitsubishi Portugal já entregou o primeiro i-MiEV a um cliente particular, através da concessionária Univex.

O construtor japonês iniciou a produção em série do automóvel eléctrico em Junho de 2009. A 14 de Janeiro, a marca já tinha produzido 6000 i-Miev e, em 2011, conta atingir as 18.000 unidades fabricadas.

No mercado português, o eléctrico está disponível desde 30.250 euros (preço com o incentivo do estado incluído). O preço de venda a empresas, que não beneficia de incentivo do estado, começa nos 32.250 euros. Beneficia de uma garantia de cinco anos ou 100.000 quilómetros, em todos os componentes eléctricos, incluindo baterias.

MRA Alliance/Agências/Autohoje

Grécia sob pressão da UE para reestruturar dívida soberana

sábado, janeiro 22nd, 2011

Um plano para reestruturar a dívida grega foi proposto aos Governos europeus pelo responsável pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira, de acordo com a revista alemã Der Spiegel, que acrescenta que a medida pode vir a ser adotada no Conselho Europeu. Segundo a revista alemã, citada pela agência de informação financeira Bloomberg, a proposta de Klaus Regling defende que a Grécia deve usar os 110 mil milhões de euros concedidos no âmbito do fundo de resgate da zona euro para recomprar parte dos títulos de dívida grega a preços de mercado, o que ajudaria ao saneamento das finanças públicas. As obrigações gregas estão atualmente a cerca de 70 por cento do seu valor nominal

A proposta de reestruturação de dívida grega terá sido bem acolhida esta semana na reunião dos ministros das Finanças da zona euro (ecofin), em Bruxelas. “A medida tem boas hipóteses de ser adotada como parte do pacote de estabilização da zona euro no Conselho Europeu de março”, assegura a publicação, sem citar fontes, no artigo da revista que estará amanhã nas bancas. 

Klaus Regling conduziu um processo similar para reestruturar o défice público das Filipinas quando trabalhava no Fundo Monetário Internacional, em meados dos anos 80.

MRA Alliance/DD

Conselho das Comunidades quer ter orçamento próprio

sábado, janeiro 22nd, 2011

Conselho das ComunidadesO Conselho das Comunidades Portuguesas deve ter um orçamento próprio e formas de financiamento definidas claramente para que possa delinear as suas atividades e servir os propósitos para que foi criado. Em declarações à Agência Lusa, Fernando Gomes,  presidente do Conselho Permanente, explicou que o Conselho das Comunidades “não pode continuar a funcionar sem ter um orçamento próprio e uma forma clara de financiamento”.Fernando Gomes defende a definição de um “orçamento claro e de formas de financiamento que sejam conhecidas de todos para que em conjunto se possam definir as atividades do Conselho das Comunidades Portuguesas”, que se reúne na próxima semana, em Portugal. 

“O Conselho funciona por direito próprio, estipulado por lei, com funções determinadas que dão responsabilidades às pessoas e é preciso criar as melhores condições possíveis para que funcione bem”, afirmou.

Outro ponto crítico na opinião de Fernando Gomes é a recusa do Governo em incluir dois membros do Conselho das Comunidades no Conselho Nacional de Educação, matéria que “deve ser discutida por todos, mas que faria todo o sentido dado que as políticas de educação definidas em Lisboa também influenciam as escolas nas comunidades do exterior”.

MRa Alliance/DD 

Bank of America registou perdas de 1,2 mil milhões no 3º trimestre

sábado, janeiro 22nd, 2011

O Bank of America (BofA), líder na banca de retalho nos Estados Unidos, registou um resultado líquido negativo de 1 200 milhões de dólares (cerca de 890 milhões de euros) no quarto trimestre de 2010. A instituição justificou ontem o balanço com o peso de 2 000 milhões de dólares de provisões voluntárias contabilizadas no final do período.No conjunto do exercício, as provisões (sobre crédito) ascenderam a mais de 12 000 milhões de dólares, impondo perdas líquidas de 2 200 milhões à instituição. Os encargos assumidos com o objectivo de melhorar o balanço, saneando o negócio do crédito hipotecário, não foram suficientemente compensados pela actividade na banca empresarial e outros segmentos de negócio (cartões de crédito) e banca de investimento.

Excluindo aquela dotação e demais encargos relacionados com a crise imobiliária, o BofA teria apresentado resultados a rondar 760 milhões de dólares, ainda assim abaixo do esperado por analistas.

MRA Alliance/DD