Archive for novembro, 2010

NATO: Escudo anti-míssil custará mil milhões de euros

sábado, novembro 20th, 2010

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, na sequência da reunião da Cimeira da NATO sobre o Afeganistão, reconheceu que os 200 milhões de euros apontados como custo aproximado do futuro escudo anti-míssil para a Europa são apenas um custo adicional a que acrescem os gastos já existentes de mais 800 milhões.

Mas defendeu que “comparados com os benefícios que trazem, estes custos são perfeitamente suportáveis e vantajosos” pois resultam da combinação de dois sistemas de defesa.

Sublinhando não ser ainda este o momento adequado para abordar os custos do escudo de protecção anti-míssil que sai do novo conceito estratégico da NATO para os próximos dez anos, Santos Silva reconheceu que os 200 milhões somados aos 800 milhões referidos resultam da integração de dois sistemas complementares da Aliança e dos EUA.

MRA Alliance/DE

NATO sai do Afeganistão no final de 2014

sábado, novembro 20th, 2010

Rasmussen com KarzaiO secretário-geral da NATO e o presidente do Afeganistão assinaram hoje um compromisso que prevê a retirada gradual da forças da Aliança Atlântica do país até ao final de 2014. O compromisso foi selado esta manhã em Lisboa, no quadro da 22ª cimeira da NATO, e a Aliança comprometeu-se a continuar a apoiar o país mesmo após a transição.

“Se os taliban pensam que nos vamos embora, esqueçam!”, recordou Rasmussen, enfatizando a parceria “a longo-prazo” assinada com o presidente Hamid Karzai. O presidente agradeceu o contributo das forças aliadas para o desenvolvimento do país, e manifestou satisfação por, durante a cimeira, os líderes mundiais terem demonstrado “profundo conhecimento sobre a situação actual do Afeganistão”.

O secretário-geral das Nações Unidas, também presente, garantiu o apoio das Nações Unidas durante o processo de transição no Afeganistão. Ban Ki-moon frisou, porém, que a transição deve ser guiada “pela realidade e não pelo calendário”. O secretário-geral da NATO mostrou-se confiante no cumprimento das metas estabelecidas, porque “tem-se visto um grande crescimento nas capacidades das forças de segurança afegãs”.

MRA Alliance/JdN 

“Banca portuguesa precisa do FMI”, diz Economist

sábado, novembro 20th, 2010

Os técnicos do Fundo Monetário Internacional começam hoje a estudar as necessidades financeiras da Irlanda para que a estabilidade do país fique assegurada, avançou ontem o porta-voz do FMI.

Os técnicos do Fundo chegaram a Dublin na manhã de ontem para “examinar os problemas estruturais da banca irlandesa, no contexto das pressões recentes dos mercados financeiros e avaliar o que deve ser feito”, e foram recebidos com um estender de mão. “Precisamos de dezenas de milhares de milhões de euros”, comentou Patrick Honohan, governador do Banco da Irlanda, à imprensa.

Os técnicos do FMI não comentaram valores, tendo o governo de Cowen – que enfrenta eleições na próxima semana – referido que o cálculo final só poderá ser conhecido na próxima semana.

A inevitabilidade da chegada do FMI a Portugal, depois da passagem pela Irlanda, continuou ontem a ganhar contornos, com a “Economist”, num artigo de análise sobre a crise da dívida europeia publicado no site, a sugerir os moldes em que Portugal irá ser ajudado.

“Os fundos [aplicados na Irlanda] devem ser usados para estabilizar o sistema bancário irlandês, exigindo-se em troca apenas algumas metas orçamentais”, aponta o artigo da “Economist”, que depois sublinha: “Tal acordo iria ao encontro das pretensões dos parceiros da zona euro, que pedem o fim da incerteza, e do Banco Central Europeu, de quem os bancos irlandeses estão excessivamente dependentes.”

A esta análise também não escaparam os cerca de 40 mil milhões de euros metidos pelo BCE nos bancos portugueses: “Também seria sensato oferecer uma ajuda semelhante a Portugal. Os bancos do país também estão dependentes do BCE e o país também está a lidar com juros altos”, remata a revista no artigo de ontem.

MRA Alliance/ionline

Dívida: Roubini diz que Portugal é o próximo a cair

sábado, novembro 20th, 2010

Nouriel RoubibiniNouriel Roubini, conhecido por ter previsto a mais recente crise global, disse hoje em entrevista à CNBC sobre a Zona Euro que, no caso da Irlanda, há já “demasiada dívida privada” e que o FMI e a UE estão a braços com imensas dívidas soberanas.

Referindo-se à Irlanda, o professor de Economia da Universidade de Nova Iorque afirmou que “decidimos socializar as perdas do sistema bancário privado. Agora temos um enorme aumento da dívida pública – a passar de 7% para 100% do PIB. Em breve representará 120%”.

Aludindo em seguida ao resto da Europa, Roubini disse que a Grécia está já nos 120%. Com tanta dívida pública para gerir, com os Estados que resgataram os seus bancos a revelarem-se agora em apuros, o economista deu a entender que neste dominó de resgates, os próprios credores acabam por ver o seu dinheiro esgotado. Para ele, as tentativas de intervenção só intensificam a magnitude dos problemas com a dívida pública.

“Agora temos um punhado de super-soberanos – FMI, UE e Zona Euro – a resgatar estas dívidas soberanas”, declarou. Mas, a dado ponto, até isso deixa de ser possível. “Não vai haver ninguém a vir de Marte ou da Lua para resgatar o FMI ou a Zona Euro”.

“A determinada altura”, sublinhou, “é preciso reestruturar”. “A determinada altura, os credores da banca terão de parar – caso contrário, coloca-se toda esta dívida no balanço do governo. E então mete-se o governo em apuros – e fica insolvente”.

 Portugal é o próximo

Para Roubini, que é também “chairman” da empresa de consultoria RGE Monitor e é conhecido como “profeta da desgraça”, Portugal é o próximo da fila a precisar de ajuda financeira. Mas realça que Espanha é o verdadeiro elefante na sala. Se Espanha cair do precipício, não há neste momento dinheiro suficiente para a salvar, segundo o economista.

Analisando a futura trajectória da crise, Roubini avançou: “Portugal vai ser o próximo. Devido aos graves problemas da dívida pública, Portugal vai perder o acesso ao mercado – e isso significa que também irá pedir ajuda ao FMI”.

Mas o verdadeiro pesadelo deste dominó é Espanha, sublinhou o economista na entrevista à CNBC. “Podem tentar manter a Espanha protegida. E podem tentar, essencialmente, financiar oficialmente a Irlanda, Portugal e Grécia durante três anos. Deixá-los fora do mercado. Mas se Espanha cair do precipício, não vai haver suficiente dinheiro oficial neste pacote de recursos europeus para resgatar este país. A Espanha é demasiado grande para falir, mas também é demasiado grande para ser resgatada”, afirmou.

Na opinião do professor, Itália está numa boa situação, mas o caso da França é “paradoxal”. “A França continua a ter sérios problemas estruturais”. Roubini referiu ainda que os “vigilantes do mercado obrigacionista” podem ter acordado primeiro para a Grécia, Irlanda e Portugal, “mas a França não está muito melhor do que a periferia”.

MRA Alliance/JdN

Portugal: Actividade económica está a abrandar desde Junho

sexta-feira, novembro 19th, 2010

O Banco de Portugal revelou, esta sexta-feira, que o indicador que mede a evolução da actividade económica está a cair desde Junho, tendo o Indicador Coincidente Mensal registado uma queda homóloga para os 0,7 pontos, quando em Junho se encontrava em 1,5 pontos.

A diminuição do ritmo de crescimento do consumo privado é um dos indicadores a influenciar estes dados. Apesar de o consumo privado ter subido 0,1 por cento em Outubro, houve um recuo face a Setembro, quando cresceu 0,7 por cento.

O Banco de Portugal adianta também que o acesso ao crédito está mais restrito. Os bancos «antecipam critérios mais restritivos na concessão de empréstimos a sociedades não financeiras» para o último trimestre de 2010.

Espera-se, ainda, «uma ligeira diminuição» na procura ao crédito por parte das sociedades não financeiras, bem como por parte de particulares.

MRA Alliance/Agências

Empréstimo de 1,5 MM do BEI para investimentos do QREN

sexta-feira, novembro 19th, 2010

O Banco Europeu de Investimento (BEI) concede à República Portuguesa um empréstimo de 450 milhões de euros para ajudar a cumprir os objetivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional no período 2007-2013. Trata-se da primeira tranche de um empréstimo já aprovado no valor total de 1 500 milhões de euros, o maior empréstimo alguma vez concedido pelo BEI a Portugal.

Participaram na cerimónia de assinatura, que decorreu hoje em Lisboa, Philippe Maystadt e Magdalena Álvarez Arza, Presidente e Vice-Presidente do BEI, Fernando Teixeira dos Santos, Ministro de Estado e das Finanças, e Fernando Medina, Secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento, entre outros.

O Presidente do BEI, Philippe Maystadt, afirmou que «este empréstimo, que visa co-financiar projetos também apoiados por Fundos Estruturais da UE, reforçará o contributo do Banco para o crescimento económico através do financiamento de projetos de grande valor. Trata-se de uma operação importante que assinala o compromisso do Banco de ajudar os Estados-Membros da UE num período marcado por condições económicas e financeiras difíceis».

MRA Alliance/Portal do Governo

Bancos portugueses são “muito sólidos” diz presidente de mega fundo europeu

sexta-feira, novembro 19th, 2010

Klaus ReglingKlaus Regling, presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, instituição criada para ajudar os países da zona euro em dificuldade, disse em entrevista ao jornal Le Monde, que a situação orçamental da Irlanda está sob controlo, mas não haveria problemas em avançar com fundos caso fosse necessário resgatar um banco do país.Na entrevista, o responsável adianta que a missão conjunta do Comissão Europeia, do BCE e do FMI precisaria de cerca de duas semanas para identificar as necessidades de financiamento do sistema financeiro irlandês e identificar as reformas estruturais necessárias ao Tigre Celta.

Regling frisou ainda que a situação de Portugal é muito diferente da irlandesa e que os bancos portugueses “são muito sólidos”, ao contrário dos irlandeses, que são a raiz de todos os problemas do país.

MRA Alliance/DE

Bastonário da OA diz que Portugal tem “uma justiça para ricos e outra para pobres”

sexta-feira, novembro 19th, 2010

O Bastonário da Ordem dos Advogados disse na quinta feira que em Portugal há “duas justiças, uma para ricos e outra para pobres”, frisando que “não se pode confiar” num sistema que transmite para a sociedade esta “duplicidade”.

Marinho Pinto falou num debate sobre o tema “Contextualizar a Pobreza no âmbito do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social”, integrado na Semana Social, organizada pela Câmara Municipal de Gondomar e relacionada com o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

O bastonário referiu que as cadeias portuguesas estão cheias de pessoas sem meios financeiros para contratar advogados, ao passo que “o assalto a um banco de mais de quatro mil milhões de euros, que foi aquilo que o Estado já lá teve de meter” ainda não foi julgado, disse, numa aparente alusão ao caso BPN.

MRA Alliance/DN

Auditoria do Tribunal de Contas arrasa gestão hospitalar

sexta-feira, novembro 19th, 2010

O Tribunal de Contas arrasa o constante recurso dos hospitais públicos aos médicos tarefeiros, a quem foram pagos mais de 227 milhões de euros. A análise revela ainda fraca produtividade e pouco controlo.

Entre 2007 e Junho de 2009, os 61 hospitais do Serviço Nacional de Saúde gastaram mais de 227 milhões de euros em contratações de médicos tarefeiros. Os resultados foram apurados pelo Tribunal de Contas, que arrasa a forma como os hospitais recorrem a estes clínicos externos. Redução da produção, má gestão e contratação de médicos reformados são alguns dos problemas detectados. O relatório foi enviado ao Ministério Público, que ainda não se pronunciou.

“Em 2008, a despesa com a contratação externa de serviços médicos, em 61 unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde ” atingiu os 100 560 016 euros, um aumento de 25,7% em relação a 2007, quando foram gastos 79.979.451 euros, refere o relatório do Tribunal de Contas (TC), a que o DN teve acesso. “No primeiro semestre de 2009, a despesa ascendia a 47 016 503 euros”.

Foi nas urgências que se gastou mais dinheiro com a contratação destes clínicos. Mas, mas nem por isso se registou um aumento na produção, denunciam os auditores. “Nas 14 unidades hospitalares seleccionadas constatou-se que, entre 2007 e 2009 (1.º semestre), a despesa com a contratação externa de serviços médicos foi a mais expressiva no serviço de urgência, com 63 235 540 euros. Apesar disso, não se registaram, globalmente, melhorias no desempenho desta linha de produção”, referem.

As conclusões não deixam dúvidas: “De um modo geral, o mecanismo de contratação externa de serviços médicos não se mostrou eficaz no serviço de urgência.” Há contudo casos em que o recurso a tarefeiros sai mais barato que o pagamento das horas extraordinárias aos médicos da casa.

MRA Alliance/DN

Irlanda aceita plano tripartido para evitar colapso financeiro

sexta-feira, novembro 19th, 2010

A Irlanda vai aceitar um plano de contigência para salvar a banca da falência, anunciou ontem o Governo de Dublin, após a primeira reunião com os especialistas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), que ontem aterraram em Dublin para analisar a situação.

Depois das primeiras discussões com os peritos, o ministro das Finanças mostrou-se receptivo a uma ajuda externa, ainda que apenas para sanear a banca. Brian Lenihan, que tem rejeitado veementemente qualquer ajuda da UE e do FMI face à escalada dos juros da dívida – reiterando que o país não vai precisar de recorrer a novos financiamentos externos até Julho do próximo ano -disse agora que seria “muito desejável” a criação de um “fundo de contigência substancial” destinado a ajudar os bancos em dificuldades.

Ainda assim, frisou que a Irlanda não está ainda nessa situação. “Ainda não estamos nesse estágio”, garantiu Lenhihan. O valor do referido fundo não foi quantificado, mas estima-se que pode chegar a cem mil milhões de euros (o empréstimo à Grécia foi de 110 mil milhões).

Orgulhosos da sua independência, a maioria dos irlandeses não vê com bons olhos uma intervenção externa e teme o preço que terá de pagar caso aconteça.

Os protestos contra “a ditadura da UE e do FMI” já se fizeram ontem ouvir em frente ao Ministério das Finanças, enquanto no parlamento o líder da oposição exigia a demissão do Governo, classificando de “humilhante” qualquer ajuda externa.

O governador do banco central irlandês, Patrick Honohan, não esconde a ansiedade. “A minha expectativa é que seja disponibilizado um importante empréstimo de dezenas de milhares de milhões”, disse Honohan, admitindo que poderá nem ser utilizado, mas servirá para mostrar à banca que estão prontos a intervir quando entenderem.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, no entanto, já disse o apoio da instituição aos países mais vulneráveis não é infinito e que “as políticas inicialmente usadas para combater a crise do crédito não podem tornar-se numa dependência [dos Estados] à medida que as condições comecem a normalizar”.

Na opinião do economista-chefe da JP Morgan, citado pela Bloomberg, Trichet “parece muito pouco confortável com o papel que foi forçado a desempenhar neste drama”. E entende que o papel de credor de último recurso “não significa financiar 15% a 20% do balanço do sector financeiro numa perspectiva de longo prazo”.

MRA Alliance/DN

Zona Euro e União Europeia lutam pela sobrevivência, diz van Rompuy

terça-feira, novembro 16th, 2010

Herman van RompuyA zona euro e toda a União Europeia “não sobreviverão” se continuarem os actuais problemas orçamentais de alguns países, advertiu hoje o presidente da UE, Herman van Rompuy. “Estamos confrontados com a crise pela nossa sobrevivência”, adiantou van Rompuy, numa intervenção proferida no European Policy Center, centro de reflexão de Bruxelas.

“Temos que trabalhar todos em conjunto para permitir que a zona euro sobreviva. Porque se a zona euro não sobreviver, a União Europeia também não sobreviverá”, adiantou. “Mas estou confiante de que iremos ultrapassar” esta crise, acrescentou.

MRA Alliance/JdN 

Irlanda: Crise pode afugentar 200 mil quadros e trabalhadores

terça-feira, novembro 16th, 2010

A pior crise econômica em 70 anos pode fazer com que a Irlanda perca até 5% de sua população. Sem emprego e sem perspectivas, jovens irlandeses e milhares de estrangeiros que haviam desembarcado no país nos últimos dez anos para trabalhar agora fazem as malas e buscam a sorte em outros continentes. As estimativas são de que entre 2009 e 2011, o país, de pouco mais de 4 milhões de habitantes, perderá 200 mil pessoas.Essa não seria a primeira vez que os irlandeses fogem de uma recessão. Na realidade, há séculos a emigração tem sido uma resposta recorrente dos irlandeses à sua conturbada história e às crises econômicas. No século XVIII, milhares foram para Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, deixando a pobreza e a fome que assolava a região. Na década de 1950, mais um êxodo: cerca de 500 mil pessoas deixaram o país, a maioria delas jovens. O resultado foi a perda do pouco dinamismo que havia na economia irlandesa e a estagnação da economia por décadas. A última onda de emigração ocorreu nos anos 80, em mais uma recessão.

A crise mais recente também vem provocando estragos. Apenas em 2010, 1,1 mil empresas fecharam suas portas. Empresários deixaram de ter renda e trabalhadores deixaram de ter recursos para sobrevivência. Em apenas cinco anos, a taxa de desemprego passou de 3% para 13,5%. Um a cada três pessoas com menos de 30 anos está desempregada. Segundo os especialistas, a taxa de desemprego poderia ser de quase 20% se não fosse pela emigração e, na verdade, o governo vê o movimento com alívio. Entre 2008 e 2009, 20 mil pessoas deixaram o país. Em 2010, foram mais 70 mil. Para 2011, a perspectiva é que 120 mil saiam da Irlanda.

MRA Alliance/Estadão 

“O período negro da crise ainda não chegou”, adverte a Cáritas

segunda-feira, novembro 15th, 2010

A Cáritas Portuguesa advertiu ontem que “o período negro da crise ainda não chegou” e que o desemprego vai subir e será de longa duração. A organização recomenda assim “um menor despesismo” e uma “luta permanente contra as assimetrias sociais”.Uma vez “que a taxa de desemprego vai subir e este será de longa duração, o período negro da crise ainda não chegou”, lê-se no comunicado final do Conselho Geral da instituição, que reuniu em Fátima.

MRA Alliance/DE

Eurostat diz que défice grego ‘real’ é de 15,4%

segunda-feira, novembro 15th, 2010

As contas de Atenas não batem certo com as de Bruxelas, que reviu em alta os défices do país desde 2006. Concretamente o défice de 2009 cifrou-se em 15,4% do PIB e não em 13,6% como tinha sido calculado em Abril, segundo um relatório do Eurostat publicado hoje. O défice grego é o maior em toda a União Europeia no ano passado. Seguem-se Irlanda (-14,4%), Reino Unido, (-11,4), Espanha (-11,1%), Letónia (-10,2%) e Portugal (-9,3%).Segundo o mesmo documento, o saldo negativo das contas públicas da zona euro como um todo mais do que triplicou no ano passado, passando de 2% em 2008 para 6,3% em 2009. O mesmo aconteceu com a UE a 27, com o défice a crescer de 2,3 para 6,8% nesse período.

Também o rácio dívida pública/PIB se agravou nos dois blocos económicos. Na zona euro passou de 69,8 para 79,2%, enquanto na UE subiu de 61,8% em 2008 para 74% no ano passado.

MRA Alliance/DE

Telecomunicações: Brasileiros da Oi preparam compra de 10% da PT

segunda-feira, novembro 15th, 2010

A operadora brasileira Oi está já a preparar a compra de uma participação de até 10% do capital da Portugal Telecom (PT), que terá lugar assim que os portugueses tenham assento na sua administração, em 2011. 

Com o objectivo de preparar a compra desta posição, avaliada em 875 milhões de euros, Sérgio Andrade, o presidente de um dos principais accionistas da Oi, esteve em Lisboa na semana passada, revela hoje o Diário Económico.

Segundo as fontes contactadas pelo Diário Económico, Andrade, presidente da Andrade Gutiérrez, veio a Portugal encontrar-se com Henrique Granadeiro, ‘chairman’ da PT, e Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo (BES), para abordar a questão da entrada da Oi na PT.

O BES é o maior accionista da operadora liderada por Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, com 7,99% do capital, constituindo igualmente o coração do chamado núcleo duro accionista, que representa quase 30% da PT.

MRA Alliance

Portugal quer exportar mais, China disponível para ajudar

domingo, novembro 14th, 2010

Wen Jiabao com José SócratesO primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse ontem estar confiante que Portugal pode ultrapassar a actual turbulência financeira. Na resposta, José Sócrates garantiu que leva “muito a sério” a parceria com Pequim e que Portugal precisa de exportar mais para a China.

Num encontro de meia hora em Macau com o primeiro-ministro português, à margem da III conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que termina hoje, Wen disse que o seu país está disponível para auxiliar Portugal, “caso necessário”. “Acreditamos plenamente que Portugal tem capacidade para ultrapassar as dificuldades” que está a atravessar, disse. “Caso necessário, a China está disposta a prestar total apoio”, prometeu.

José Sócrates afirmou que o Governo português leva “muito a sério” a parceria com a China e quer “desenvolvê-la e ampliá-la”. Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português recordou o objectivo de duplicar o volume das trocas comerciais entre a China e Portugal até 2015. Sócrates enfatizou a necessidade da relação económica entre os dois países se tornar “mais equilibrada”, nomeadamente através do aumento das exportações.

Ontem, Pequim anunciou a criação de um fundo de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa no valor de 730 milhões de euros, totalmente financiado pela banca chinesa.

No plano bilateral, Basílio Horta, presidente da AICEP, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, mostrou-se favorável à entrada do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o maior banco chinês, no capital do Millenium BCP. Isso poderia ser “muito útil”, uma vez que o ICBC “está a pensar” em abrir uma filial em Lisboa, afirmou.

Quanto ao receio de que a maioria do capital de empresas estratégicas portuguesas, como é o caso da EDP, possa ficar nas mãos de investidores estrangeiros, Basílio Horta diz que, “hoje em dia, já não faz sentido”. “No mundo globalizado em que nós estamos, os centros de decisão são onde estão as competências”, defendeu o presidente da AICEP.

“Portugal é uma economia aberta, estamos a tentar atrair investimento estrangeiro. Se os chineses querem entrar na EDP, por que não? Esse não será seguramente um obstáculo”, disse. A companhia eléctrica China Power International revelou recentemente o interesse em entrar no capital da EDP.

Pelo menos no BES, os investidores chineses “são bem-vindos”, assegura o presidente do BES Investimento do Brasil, Ricardo Espírito Santo. “Se houver bancos chineses que queiram comprar acções no BES, nós ficaremos muito satisfeitos com esse investimento, que mostra uma aposta e confiança na gestão do banco”, afirmou Espírito Santo.

MRA Alliance/Público

Timor-Leste disponível para comprar dívida portuguesa, diz Ramos-Horta

domingo, novembro 14th, 2010

Ramos-Horta, Presidente de Timor LesteO Presidente timorense, Ramos-Horta, revelou que o país poderá vir a comprar, em breve, títulos de dívida pública portuguesa. “Não vejo dificuldades em Timor-Leste comprar também dívida pública portuguesa, na medida em que o próprio Governo timorense já tomou a decisão de diversificar a aplicação do Fundo do Petróleo, comprando outras dívidas públicas, incluindo a australiana e de outros países”, disse Ramos-Horta.

No entanto recusou comentar se o tema foi abordado num encontro que hoje manteve com o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, à margem da conferência ministerial do Fórum Macau.A compra de dívida pública portuguesa é avaliada à luz da diversificação de investimentos do Fundo do Petróleo timorense, que terá mais de 6.000 milhões de dólares (4,38 mil milhões de euros).

Instado a comentar quanto poderia Timor-Leste investir, Ramos-Horta disse que é um tema que não lhe compete, mas assegurou que o investimento poderá ser “discutido quando o senhor primeiro ministro Sócrates visitar Timor-Leste”.

Ramos Horta apontou outros caminhos, que considerou rentáveis, para investimentos em Portugal, nomeadamente em empresas públicas ou semi-públicas como é o caso das energias renováveis ou as telecomunicações.

MRA Alliance/DE

China investe biliões de dólares nas relações com CPLP

sábado, novembro 13th, 2010

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, propôs aumentar o comércio entre os países lusófonos para 100 mil milhões de dólares (73,04 mil milhões de euros) até 2013. Este valor é dez vezes superior ao valor registado há uma década, na abertura da III Conferência Ministerial do Fórum Macau para a Cooperação Económica e Social entre a China e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para além dos 100 mil milhões de dólares de aumento do comércio até 2013, a China propôs a criação de um  fundo de mil milhões de dólares (730 milhões de euros) para desenvolver a cooperação com os países de língua portuguesa.

O primeiro-ministro chinês realçou que as economias da China e da CPLP são “altamente complementares”, existindo “grandes potencialidades  para aumentar as trocas comerciais”. “A nossa cooperação tem-se alargado à educação, à cultura e outras áreas.  (…) Temos de explorar novas áreas de cooperação, e não apenas as tradicionais.”

De acordo com os números indicados por Wen Jiabao, nos primeiros nove meses deste ano, o comércio entre a China e os países lusófonos aumentou  57 por cento.

Em 2003, quando foi criado o fórum Macau, o comércio entre a China e os países lusofonos tinha um peso de 10 mil milhões de dólares (7,3 mil milhões de euros), sendo agora de 68,2 mil milhões de dólares (49,8 mil milhões de euros).

O primeiro-ministro chinês considera que Macau “desempenha plenamente o papel de plataforma entre a China e  os países de língua portuguesa e de ponto de encontro entre as culturas ocidental e oriental”.

A China vai ainda conceder créditos de 1.600 milhões de yuan (176 milhões  de euros) para os países lusófonos de África e Ásia.

MRA Alliance/CM 

Van Rompuy emite certidão de óbito aos Estados-nação

sábado, novembro 13th, 2010

Herman Van Rompuy - Presidente da União EuropeiaHerman Van Rompuy, presidente da União Europeia, citado na sexta-feira pela edição online do jornal britânico Daily Mail, defende que a Era dos Estados-nação terminou e que a ideia de que os países podem ser sustentáveis sózinhos é uma “ilusão” e uma “mentira”.

Num discurso proferido na Alemanha por ocasião do 21º aniversário da queda do Muro de Berlim, Van Rompuy sustentou a sua tese afirmando que o eurocepticismo é o maior inimigo da paz na Europa.

As declarações do eurocrata de nacionalidade belga escandalizaram os parlamentares conservadores britânicos que exigiram ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que não ceda às pressões para a concessão de mais poderes a Bruxelas à revelia dos interesses britânicos.

MRA Alliance

O euro está condenado a prazo, diz especialista em risco cambial

sábado, novembro 13th, 2010

O reputado John Taylor, Chefe do Departamento de Investimentos da FX Concepts, empresa especializada em gestão de risco cambial, num artigo de opinião reproduzido esta semana pela newsletter Zero Hedge, defendeu que “a zona euro começou o seu colapso (…) e a crise vai continuar.”

Taylor considera que a “Europa deve evoluir para uma completa federação económica caso queiram que o euro sobreviva”, mas acha que tal hipótese é practicamente impossível.

As suas previsões para os próximos meses são demolidoras. “O euro, que foi percepcionado como uma espécie de marco alemão, atingiu o topo da sua valorização e encetará o declínio até que atinja taxas semelhantes às da lira italiana nos próximos meses.

MRA Alliance

CFR aconselha Obama a assumir Afeganistão como segundo Vietname

sábado, novembro 13th, 2010

Especialistas do “Governo Sombra” dos Estados Unidos, o poderoso Council on Foreign Relations (CFR), esboçaram ontem a imagem de uma pré-derrota americana e da NATO na guerra do Afeganistão e aconselharam Barack Obama a reduzir fortemente o envolvimento militar no país asiático, face ao fiasco verificado no terreno.

Actualmente os Estados Unidos têm cerca de 100 mil homens estacionados no Afeganistão. O estudo defende que, a partir de meados do próximo ano, a força expedicionária americana seja reduzida para 10/20 mil homens.

Um painel do CFR, liderado por Richard Armitage e Samuel Berger, destacados conselheiros dos presidentes George W. Bush e Bill Clinton, num estudo ontem publicado em Washington informou que “caso se registem progressos, a partir de Julho de 2011, os EUA deverão reduzir as suas forças em sintonia com as condições no terreno. (…) Porém, se os esforços americanos não atingirem os resultados desejados, deverá optar-se por reduzir as forças no terreno de forma substancial sob a forma de uma missão militar  adequada a um conflito anti-guerrilha”.

O estudo do CFR evendencia as crescentes dificuldades da Administração Obama em financiar o multi-bilionário esforço de guerra e o interesse em salvaguardar as tensas relações com o vizinho Paquistão.

MRA Alliance

EUA: Este ano já faliram 146 bancos e 829 estão na lista negra

sábado, novembro 13th, 2010

A autoridade de regulação bancária norte-americana Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) fechou ontem três bancos fazendo subir para 146 o número de instituições que este ano sucumbiram à acumulação de prejuízos e a problemas de capitalização.Os bancos atingidos foram os georgianos Darby Bank & Trust Co.,  com activos no valor de USD 654,7 milhões e o Tifton Banking Co. com activos contabilizados em USD 143.7 milhões. O Copper Star Bank, em Scottsdale, Arizona, foi igualmente encerrado. Os seus activos ascendiam a USD 204 milhões. 

Em 2009, a FDIC declarou a falência de 140 bancos. Em 2008, ano da eclosão da crise financeira, haviam sido fechados apenas 28 bancos e escassos três em 2007. 

Face ao crescente número de insolvências bancárias, o fundo FDIC registou um prejuízo acumulado de USD 15,2 mil milhões, no final do primeiro semestre.

A lista confidencial de bancos “problemáticos”, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2010, passou de 775 para 829. A FDIC estima que os custos totais das falências bancárias, entre 2010 e 2014, atinja os 52 mil milhões de dólares.

MRA Alliance/AP

40% dos investidores receiam que Portugal entrará em incumprimento, diz Bloomberg

sábado, novembro 13th, 2010

Cerca de 38 por cento dos investidores dos mercados internacionais acredita na hipótese de Portugal entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida, revela um inquérito da Bloomberg.

Portugal é o terceiro país de que os investidores mais desconfiam, a seguir à Grécia (onde 71 por cento aposta no incumprimento) e da Irlanda (51 por cento), de acordo com o inquérito conduzido junto de 1.030 clientes da agência económica, a 8 de Novembro.

São estes receios que têm estado por detrás da escalada dos juros da dívida pública portuguesa e irlandesa, que, ao longo da semana, atingiu recordes históricos embora ontem tenham voltado a registar um ligeiro recuo.

MRA Alliance/Público

Líderes da UE acalmam mercados e adiam intervenção na Irlanda

sábado, novembro 13th, 2010

Depois da escalada nas taxas de juro da Irlanda na quinta-feira, os responsáveis políticos da União Europeia voltaram ontem a accionar os sinais de alarme, emitindo um comunicado para acalmar os investidores e respondendo rapidamente aos rumores crescentes de um recurso ao fundo de emergência por parte da Irlanda. Coincidência ou não, o dia de ontem foi de descida das taxas de juro da dívida pública, principalmente da irlandesa, mas também de Portugal.

“O Estado está inteiramente financiado até ao próximo mês de Junho e temos reservas importantes (…) [e] “não está de modo algum em situação de pedir ajuda” do fundo europeu de estabilização financeira (EFSF), “, afirmou Brian Lenihan, ministro irlandês das Finanças, à rádio nacional RTE.

A Comissão Europeia garantiu que não recebeu “qualquer pedido do Governo irlandês para qualquer tipo de apoio financeiro”, segundo afirmou um porta-voz.

Jean-Claude Juncker, primeiro- ministro do Luxemburgo e presidente do eurogrupo dos países da moeda única não excluiu, no entanto, a existência de contactos entre Dublin e as outras capitais.

À margem da cimeira do G20 em Seul, os Cinco emitiram ontem de manhã uma declaração formal destinada a afastar qualquer cenário de reestruturação da dívida irlandesa. Este é o grande receio dos mercados financeiros, devido às discussões que decorrem na UE sobre os contornos do futuro mecanismo de gestão de crises do euro que vai substituir o EFSF a partir de 2013.

Depois destas declarações, as taxas de juro irlandesas e portuguesas começaram a cair no mercado da dívida pública. No caso da Irlanda, passaram de 9,243 para 8,434 por cento. Relativamente a Portugal, baixaram de 7,357 para 7,005 por cento.

MRA Alliance/Público

“UE está pronta para ajudar a Irlanda”, garante Barroso

quinta-feira, novembro 11th, 2010

A União Europeia está pronta a ajudar a Irlanda “em caso de necessidade”, afirmou em Seul o presidente da Comissão Europeia, num dia em que as taxas de juro da dívida pública continuam a quebrar recordes.

Acompanhamos a situação (…) e, em caso de necessidade, a União Europeia (UE) está pronta a apoiar a Irlanda”, assegurou Durão Barroso numa conferência de imprensa, à margem da cimeira do G20, que hoje se inicia na capital sul-coreana, ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. 

A crise económica e financeira na Irlanda tem vindo a agravar-se dia após dia, com reflexos tremendos no mercado da dívida pública que tornam cada vez mais provável a possibilidade de o Governo irlandês ter de pedir ajuda à comunidade internacional.

As taxas de juro implícitas aos títulos da dívida pública irlandesa a dez anos ultrapassaram ontem à tarde a fasquia dos 8,5%, rompendo um novo máximo histórico, depois de terem acumulado doze sessões em alta. Após terem fechado nos 8,636%, as taxas estão esta manhã de novo em alta, a rondarem 8,651%.

“A situação irlandesa está pior a cada dia que passa. Estas taxas são insustentáveis. O país está perto de perder a credibilidade junto dos investidores, se é que não a perdeu já”, diz Don Smith, economista do Icap, um dos maiores “brokers” de Londres, em declarações ao Financial Times, que faz hoje manchete com o “disparar” dos custos de financiamento da Irlanda. 

MRA Alliance/JdN

Corrida às reformas no Banco de Portugal

quinta-feira, novembro 11th, 2010

Os cortes salariais que o Governo quer impor e a integração dos trabalhadores bancários na Segurança Social estão a provocar uma “corrida às reformas” entre os quadros do Banco de Portugal (BdP).

O número de pedidos de aposentação está a aumentar desde que aquelas medidas, que devem entrar em vigor em Janeiro, foram anunciadas, adiantou o coordenador da comissão de trabalhadores do BdP, João Carvalho, ao Negócios.

Com estes pedidos de reforma, os quadros da autoridade de supervisão pretendem evitar não só a redução salarial – que no caso do BdP ainda não está decidida –, mas também o aumento da idade mínima de reforma.

MRA Alliance/JdN

Portugal é o 4.º país da UE com mais empresas inovadoras

quinta-feira, novembro 11th, 2010

O sexto inquérito da Comunidade à Inovação conduzido entre 2006 e 2008 pelo Eurostat, indica que 51,6 por cento das empresas dos 27 países da União Europeia declararam inovação nas suas práticas de trabalho.

No período de referência, Portugal teve 57,8 por cento de empresas a declararem inovação, valor que fica atrás do da Alemanha (79,9 por cento), Luxemburgo (64,7 por cento) e Bélgica (58,1 por cento).

Do total de 51,6 por cento das empresas que tiveram actividade inovadora entre 2006 e 2008, 34,2 por cento cooperaram com outras empresas, número superior ao verificado em Portugal no mesmo período (28,4 por cento).

MRA Alliance/DN

Estado emitiu dívida com juros no máximo histórico de 6,8 por cento

quarta-feira, novembro 10th, 2010

O Estado português endividou-se hoje a uma taxa média de 6,8 por cento para Obrigações do Tesouro a dez anos, o valor máximo desde que existe o euro, representando uma subida de nove por cento face à emissão com o mesmo prazo feita há mês e meio. A procura foi forte.

Esta taxa a dez anos está em linha com a evolução dos juros da dívida portuguesa para o mesmo prazo nos mercados secundários, que nos últimos dias tem estado consistentemente acima de 6,9 por cento, chegando passar momentaneamente os sete por cento ontem, valor a que regressou já hoje de manhã.

Os dois leilões de Obrigações do Tesouro realizados hoje pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP),  organismo gestor da dívida pública) continuaram a ter uma forte procura, que totalizou 2703 milhões de euros para o conjunto das duas emissões, nas quais o Estado queria vender 750 a 1250 milhões de euros, acabando por se ficar por 1242 milhões.

Foram colocados 686 milhões de euros a dez anos e 556 a seis anos, neste caso com um juro médio de 6,156 por cento. Este juro representa uma dramática subida de 40,8 por cento da taxa cobrada, face á última emissão a seis anos, feita em 25 de Agosto.

MRA Alliance/Público

É urgente que Portugal e Espanha concretizem a consolidação orçamental, diz comissário europeu

quarta-feira, novembro 10th, 2010

O Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, considera que existe actualmente uma “percepção de vulnerabilidade” de alguns países europeus devido às suas elevadas dívidas públicas.

Rehn, que está desde hoje em Dublin para analisar as medidas do governo irlandês para conter o elevado défice orçamental, acha que a “disciplina do mercado” pode ter chegado demasiado tarde para evitar uma crise mais grave.

“Infelizmente, a disciplina do mercado, por si só, não é muito eficaz e tem um custo muito elevado”, afirmou Rehn num discurso proferido hoje na capital irlandesa. “Os mercados não evitam o endividamento excessivo por parte dos governos e do sector privado, até ser demasiado tarde. E quando os mercados reagem, a reacção, normalmente, é excessiva”, prosseguiu o responsável pelos assuntos económicos e monetários da União Europeia.

Assim, Olli Rehn defendeu uma maior disciplina orçamental por parte dos países da União Europeia. As regras definidas no Pacto de Estabilidade e Crescimento, criticou Rehn, não foram aplicada de forma “rigorosa”.

No entanto, sublinhou o responsável, “as regras por si só não são suficientes”. “Ao mesmo tempo, os Estados-membros precisam de se comprometer com uma política orçamental mais prudente”, defendeu.

Rehn destacou o caso de Portugal e Espanha, e defendeu que os dois países precisam de consolidar as suas contas públicas o mais rápido possível.

MRA Alliance/JdN

Portugal arrisca hoje último leilão de dívida com juros a tocar 7%

quarta-feira, novembro 10th, 2010

Portugal submete-se esta manhã ao teste dos mercados e arrisca o último leilão de dívida soberana do ano. A prova superada ajudará a acalmar o nervosismo crescente sobre a viabilidade económica do país. Um eventual chumbo poderá tornar inevitável o recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira e ao FMI.No mercado secundário – ou seja, nas trocas entre os investidores – a nota já está dada e está longe de ser positiva. Desde o início do mês que os juros exigidos para ficar com a dívida nacional estão acima dos 6%. O preço médio praticado ao longo do dia de ontem aproximou-se perigosamente dos 7% e momentaneamente esta fasquia foi ultrapassada.

Mas o verdadeiro teste só decorre hoje. O Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) vai realizar a última operação de financiamento do ano, pedindo aos mercados que comprem Obrigações do Tesouro português a seis e a dez anos, num valor total entre os 750 e os 1250 milhões de euros.

É agora que é fundamental evitar juros tão elevados, para não subir ainda mais a já muito pesada factura do financiamento da economia portuguesa. Este ano o Executivo espera gastar quase cinco mil milhões de euros em juros e no próximo ano os custos sobem para 6,3 mil milhões de euros, o equivalente a 3,6% da riqueza que se espera produzir.

MEA Alliance/DE