Archive for fevereiro, 2009

Argentina: Governo prepara-se para nacionalizar exportações agrícolas

sábado, fevereiro 28th, 2009

O sector agropecuário da Argentina teme uma possível estatização das exportações do país, que pode ser anunciada pelo governo já amanhã. A medida obrigaria os agricultores a venderem os produtos ao Estado, que depois decidiria a respectiva venda nos mercados internacionais.

Desta forma, a presidente Cristina Kirchner quer combater a queda da receita das exportações que presentemente está a afectar a balança comercial do país.

Com a baixa dos preços das principais commodities agrícolas devido à crise internacional, muitos agricultores argentinos preferem armazenar produtos em vez de os exportarem, especulando com a possível subida das cotações.

No entanto, o diário argentino Clarín, na edição electrónica de hoje, diz que o governo vai optar por uma medida intermédia – a criação de uma nova entidade para gerir as exportações agrícolas – em lugar de optar pela nacionalização do comércio externo agrícola. O jornal refere que Kirchner poderá fazer amanhã o anúncio no Parlamento. 

“O país está à beira de outro conflito sem precedentes”, alertou o sector agrícola numa carta aberta publicada hoje nos principais jornais argentinos.

O texto é assinado pela entidade patronal do comércio agrícola, por seis bolsas de comércio e de cereais e por associações industriais ligadas à agricultura.

Os signatários afirmam que a medida poderá provocar a queda da produção agrícola e prejudicar a imagem externa da Argentina devido à intromissão do governo nos mecanismos do mercado.

O governo acusa os produtores de terem retido nove milhões de toneladas de soja e de prejudicarem as receitas do país em cerca de USD 3 mil milhões/bilhões.

A estratégia dos exportadores argentinos está a provocar a subida do dólar e reduziu significativamente as receitas fiscais do estado latino-americano.

MRA Alliance/Agências

Volkswagen elimina todos os empregos temporários a nível mundial

sábado, fevereiro 28th, 2009

A Volkswagen vai cortar todos os empregos temporários –  16.500 a nível mundial – disse o presidente do conselho administração, Martin Winterkorn, em entrevista à revista alemã “Der Spiegel”. “Não vamos empregar mais nenhum deles”, disse Winterkorn. “Isto é péssimo para as pessoas afectadas, mas não há outra solução”, acrescentou.  

Winterkorn também criticou os planos governamentais para apoiar financeiramente a indústria, designadamente a Opel, propriedade do fabricante norte-americano General Motors: ” O Estado não deve apoiar firmas que estão condenadas à falência.”

MRA Alliance/Spiegel

Crise económica reforça importância da cooperação luso-brasileira

sábado, fevereiro 28th, 2009

O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, afirmou ontem, em São Paulo, que a crise económica internacional reforça a importância da cooperação entre Portugal e o Brasil. “Quanto mais se acentua a crise, mais importante se torna a cooperação estratégica entre os dois países”, disse o secretário, no segundo dia de visita oficial ao Brasil.

António Braga salientou, na sessão solene dos 30 anos do Arouca Clube de São Paulo, que Portugal e Brasil “são dois vértices de um triângulo estratégico”, formado também pela África lusófona.

O secretário de Estado das Comunidades sublinhou que os dois países “têm uma visão sobre o Mundo muito próxima” e que é preciso que a cooperação estratégica “se faça para além dos afectos, com tradução nos negócios”. “Portugal e Brasil podem ser uma ponte de ligação entre a União Europeia e o Mercosul”, disse Braga. 

MRA Alliance/Lusa

Schwarzenegger declara estado de emergência na Califórnia devido à seca

sábado, fevereiro 28th, 2009

O governador Arnold Schwarzenegger declarou hoje o estado de emergência na Califórnia devido à seca e admitiu a possibilidade de ordenar racionamento de água. “A Califórnia enfrenta o terceiro ano seguido de seca e devemos estar preparados para o pior – um quarto, um quinto ou mesmo um sexto ano de seca”, afirmou.

As autoridades estaduais advertiram que a falta de chuvas pode lançar no desemprego mais de 100 mil trabalhadores do sector agrícola. O desemprego na Califórnia, com uma taxa acima de 10%, é um dos mais altos do país.

Em 2009, calcula-se que as perdas para o sector devido à seca possam superar USD 3 mil milhões/bilhões (mm/bi).

Schwarzenegger, que propôs uma série de medidas para aumentar a conservação dos recursos hídricos, pediu aos autarcas do estado que reduzam o uso de água ou que adoptem medidas de racionamento, que poderão começar já em Março.

A Califórnia é o centro de produção de mais da metade das frutas e verduras consumidas nos Estados Unidos.

MRA Alliance/Agências

UE: Desemprego atinge níveis históricos

sábado, fevereiro 28th, 2009

Janeiro adicionou mais uma subida na taxa de desemprego. Em Portugal, os números passaram a barreira dos 8% e seguiram a tendência verificada na Zona Euro (8,2%) e na União Europeia (7,6%). Os valores avançados ontem pelo Eurostat dão consistência às notícias dos últimos meses. Em toda a Europa, várias empresas fecham ou reduzem o número de funcionários contribuindo para engordar as filas de desempregados junto dos centros de emprego.

O gabinete de estatística da Comissão Europeia calcula que haja nesta altura 18,4 milhões de pessoas sem emprego na UE, mais de 13 milhões só na Zona Euro. Comparando Janeiro com o último mês do ano passado, representa um aumento 386 mil pessoas no grupo dos 27 e de 256 mil nos países da moeda única.

Em Portugal, 8,1% da população activa está sem emprego, o que representa mais duas décimas do que em Dezembro (7,9%) e mais quatro décimas do que em Janeiro do ano passado (7,7%).

Na Zona Euro, os 8,2% de pessoas sem trabalho compõem a taxa mais alta desde Setembro de 2006, representando uma subida face a Dezembro e a Janeiro de 2008. A média de desemprego na União Europeia estacionou nos 7,6% no mês passado, mais uma décima do que no mês anterior, mas mais 0,8 décimas do que um ano antes.

Em termos reais, o Eurostat diz que há mais 1641 milhões de desempregados na zona da moeda única e mais 2194 milhões na UE, do que há um ano. Entre os países da UE, Espanha é a que colhe a pior posição com quase 14,8% de desempregados. No lado oposto está a Holanda com 2,8%.

MRA Alliance/Agências 

União Europeia quer relação “forte, adulta e madura” com Brasil

sexta-feira, fevereiro 27th, 2009

O director da Comissão Europeia para a América Latina, Stefano Sannino, destacou hoje a importância para a União Europeia (UE) de manter com o Brasil uma relação “forte, adulta e madura”, em razão do peso mundial da economia brasileira. 

Numa entrevista à agência espanhola EFE, Sannino disse que o parceiro estratégico do bloco europeu desde 2007, não pode ser considerado apenas como um “actor regional, em função de suas dimensões, tamanho e força económica. (…) [O Brasil] não é uma economia emergente, é uma economia emergida, e é normal que se crie uma relação de paridade entre aquele país e a UE.”

O director da CE defendeu “um relacionamento adulto e maduro com o Brasil”, que também deve assumir as suas “responsabilidades” face á sua dimensão e capacidade.

Sannino destacou que a UE procura com o Brasil formas de cooperação concretas em âmbitos de interesse comum como os biocombustíveis, classificando o modelo de produção brasileiro como “sustentável e compatível com os nossos padrões”.

MRA Alliance/EFE

Banca: Falência do BPP depende apenas dos accionistas, diz ministro

sexta-feira, fevereiro 27th, 2009

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse hoje que a eventual ‘queda’ do Banco Privado Português (BPP) depende apenas dos accionistas e não do Estado. Interrogado à saída do plenário da Assembleia da República se está disposto a deixar ‘cair’ o BPP, Teixeira dos Santos sublinhou que a decisão não está nas suas mãos.”Não sou eu que decido isso. O banco é dos accionistas e o banco cairá se os accionistas não lhe quiserem valer, não depende do Estado”, declarou.

Teixeira dos Santos falou ainda do problema das aplicações de capital garantido, recordando que o BPP nunca revelou às autoridades que havia operações de risco. “Houve uma prática do BPP de não revelar às autoridades que havia operações de risco, que estavam a ser garantidas pelo próprio banco mas que não estavam a ser, como deveriam ter sido, inscritas no seu balanço”, afirmou, ressalvando, contudo, não colocar em causa a boa-fé dos clientes que celebraram esse tipo de contratos com o BPP.

“O Governo não pode vir agora branquear uma prática que é manifestamente irregular”, frisou o ministro das Finanças.

MRA Alliance/Agências

Ministro admite mais buracos na Caixa Geral de Depósitos

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

O ministro das Finanças admite que poderão existir outras situações que podem implicar “perdas significativas” para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas disse desconhecer casos semelhantes à compra de acções da Cimpor. Questionado à saída do plenário da Assembleia da República sobre a compra por parte da CGD de acções da cimenteira portuguesa ao empresário Manuel Fino, o ministro Teixeira dos Santos negou ter tido prévio conhecimento sobre a transacção.

O governante remeteu os detalhes sobre operações semelhantes à que foi feita com o empresário Manuel Fino para a administração do banco estatal. “Eu sei que a Caixa tem no seu balanço um conjunto de activos que têm vindo a perder valor, em virtude da própria evolução do mercado e das cotações na bolsa, e mesmo no que se refere às operações normais da Caixa devido ao aumento do incumprimento”.Teixeira dos Santos falou no final de um debate parlamentar no qual foi questionado pela oposição relativamente aos contornos do negócio da compra de acções da Cimpor acima do valor de mercado.

Sobre o tema, o presidente da CGD, o social-democrata Faria de Oliveira, ex-ministo dos governos Cavaco Silva, actual Presidente da República, respondeu hoje aos jornalistas afirmando que os contactos entre a administração da Caixa e o Governo não podem ser do domínio público. “As conversas de Conselho de Administração com o Governo são directas com o accionista, não são para vir para a praça pública” – disse.

“Estas matérias não podem ser discutidas na praça pública sob pena de os clientes das instituições bancárias dizerem ‘eu, ir para aquela instituição, para depois saberem tudo o que se passa nas negociações que faço com eles'”, disse o gestor filiado no principal partido da oposição.

Os lucros da Caixa Geral de Depósitos, em 2008, foram de 459 milhões de euros, evidenciando uma quebra de 46%. 

No ano passado, o crédito mal parado aumentou ligeiramente e o accionista Estado recebeu 300 milhões de euros em dividendos do banco público.

MRA Alliance/Agências

Taxas Euribor voltam a cair para níveis históricos

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

As taxas praticadas nos empréstimos interbancários – Euribor – mantiveram a tendência descendente, registando novos mínimos, segundo dados divulgados pela Federação Europeia de Bancos.

A taxa Euribor a três meses, uma das indexantes do crédito à habitação em Portugal, desceu 0,013 pontos percentuais para 1,835 %, o nível mais baixo de sempre pela décima sessão consecutiva, segundo a federação que publica o “fixing” diário.

A taxa a seis meses, principal indexante do crédito hipotecário, caiu 0,009 pontos percentuais para 1,942 %.

A taxa a 12 meses recuou 0,011 % para 2,0043 %.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de bancos está disposto a emprestar dinheiro no circuito de financiameto interbancário.

O mercado está a antecipar novas baixas das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), cuja principal taxa directora está actualmente nos 2%.

MRA Alliance/Agências

Obama vai pedir mais de 200 mil milhões dólares para financiar guerras

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

O Presidente norte-americano vai pedir mais de 200 mil milhões de dólares (157 mil milhões de euros) para o financiar o esforço de guerra norte-americano durante os próximos  18 de meses, noticiou hoje a CNN.

A cadeia de televisão citou responsáveis da Defesa, que pediram o anonimato, segundo os quais o pedido de Barack Obama inclui 75,5 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros) para o envio de reforços militares para o Afeganistão em 2009.

As despesas relativas às guerras no Iraque e no Afeganistão para o ano fiscal de 2010, que se inicia em Outubro próximo, fazem parte do projecto de orçamento que Barack Obama vai apresentar hoje à nação americana.

MRA Alliance/Agências 

Obama quer novo código de conduta para sector financeiro

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

O presidente norte-americano Barack Obama informou ontem que a sua administração vai negociar com o Congresso um novo código de conduta para o sector financeiro a fim de impedir uma nova crise.

“Não podemos permitir que os mercados do século XXI sejam geridos por regulamentações que datam do século XX”, disse Obama, ao anunciar o processo da nova regulação financeira.

“Para ter mercados financeiros sólidos, é necessário um código de conduta claro, não para obstruir as instituições financeiras, mas para proteger os consumidores e os investidores e, no fim de contas, fazer com que estas instituições financeiras permaneçam sólidas”, referiu.

Obama indicou que a sua administração está a preparar um conjunto de recomendações e vai trabalhar com os congressistas para a produção de novas leis sobre o sector.

As instituições financeiras que apresentem riscos sistémicos “graves”, no entender do presidente americano, devem ser submetidas a uma vigilância rigorosa por parte do Estado para dar garantias aos contribuintes caso seja necessária uma intervenção estatal.

Segundo o presidente dos EUA, o sistema regulamentar e os mercados devem ser suficientemente sólidos para resistir às tensões que afectam todo o sistema e à falência de uma ou várias grandes instituições. Isso exige que a regulamentação seja modernizada e racionalizada.

No capítulo do risco Obama considera que a sua gestão deverá ser “bem controlada” para impedir excessos por parte das instituições. 

Para o presidente norte-americano é necessário promover a transparência do sistema financeiro através de uma supervisão exigente e uniforme dos produtos financeiros.

As autoridades devem exigir a responsabilização dos mais altos responsáveis do sistema financeiro. “Os líderes que traem a confiança do público devem prestar contas”, defendeu.

Estas questões deverão ser abordadas na cimeira do G 20 no príncipio de Abril em Londres.

Os Estados Unidos são apontados como os grandes responsáveis pela actual recessão económicica, devido às insuficiências da sua regulação e ao laxismo relativamente á gestão dos riscos financeiros.

“Esta crise não era inevitável. Ocorreu quando Wall Street supôs erradamente que os mercados continuariam a subir, fazendo negócios com produtos financeiros cujos riscos não estavam completamente avaliados”, disse.

Obama também apontou o dedo aos reguladores que, “demasiadas vezes”, não impuseram a sua autoridade.

MRA Alliance

Toyota sofre pesadas quebras de produção

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

A produção mundial da Toyota, o maior fabricante de automóveis do mundo, deverá cair  27% no exercício de 2009, noticia hoje a agência noticiosa japonesa Kyodo.

No ano fiscal que começa em 1 de Abril de 2009 e termina em 31 de março de 2010, espera-se que a produção total da Toyota atinja 6,3 milhões de unidades contra as 8,6 milhões produzidas no exercício anterior. 

Ontem, a empresa informou que, nos últimos 12 meses, produziu menos 487. 984 veículos. Este valor representa uma quebra de 39,1% face a 2008.

Pela primeira vez desde 1950, a Toyota deverá registar prejuízos anuais líquidos devido à quebra das vendas a nível mundial e à apreciação do iene face ao dólar. 

MRA Alliance/Kyodo

Europa quer ampliar controlo sobre bancos e bolsas

quinta-feira, fevereiro 26th, 2009

“A União Europeia (UE) precisa de um sistema integrado de supervisão financeira que aponte eventuais problemas e dê alertas sobre os riscos na economia, segundo relatório de um grupo de especialistas quem a Comissão Europeia (órgão executivo do bloco) encomendou uma revisão do modelo vigente de supervisão. A proposta é que o novo sistema fique pronto até 2012 para evitar que uma nova crise de bancos e instituições afete a saúde financeira dos países.  

O grupo liderado pelo ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Jacques de Larosière sugere criar três novas autoridades européias, responsáveis pela supervisão das entidades bancárias, de seguros e das bolsas de valores. O relatório será discutido pela Comissão Europeia e os países que fazem parte do bloco antes do encontro do G-20 (grupo formado por grandes economias desenvolvidas e emergentes), em abril.

Desde o início da crise, discute-se nos EUA e Europa a possibilidade de “estatizar” bancos em dificuldade financeira como saída para a falta de crédito devido à crise mundial. Esta seria uma forma de assegurar que os bancos tenham recursos suficientes para lidar com as perdas de crédito. Os EUA insistem que não querem nacionalizar os bancos do país. Na última terça, o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, voltou a descartar a nacionalização das instituições financeiras. Os comentários reduziram preocupações de que as maiores instituições financeiras precisem ser assumidas pelo Estado por causa das pesadas perdas que sofreram com a crise global de crédito. 

Segundo este novo modelo, os supervisores nacionais continuariam responsáveis pela vigilância diária das entidades, e seriam iniciados colégios de supervisores para os principais grupos multinacionais. Os especialistas, entre eles o economista espanhol José Pérez Fernández, também propõem criar um novo órgão, o conselho europeu de riscos sistêmicos, liderado pelo presidente do Banco Central Europeu e responsável por garantir a estabilidade financeira.

Este conselho deverá emitir alertas prudenciais quando perceber que a estabilidade financeira está ameaçada, de acompanhamento obrigatório, e se manter em contato com as autoridades internacionais, como o FMI. Para passar da situação atual, na qual a supervisão é competência exclusiva das autoridades nacionais e os comitês europeus de supervisores têm caráter meramente consultivo, ao sistema integrado de Larosière e seus companheiros propõem um processo em dois períodos.

Entre 2009 e 2010, será preciso fortalecer as autoridades nacionais de supervisão, e a Comissão Europeia, em colaboração com os comitês europeus de supervisores bancários, das bolsas de valores e de seguros, examinará o grau de independência dos organismos nacionais.

Nesta primeira fase, o Executivo da UE também deve iniciar o processo legislativo para transformar os três comitês citados em autoridades europeias, que contarão com um orçamento adequado, procedente dos cofres europeus. Também será necessário desenvolver uma regulação financeira na UE, mais completa e harmonizada.

Na segunda etapa, entre 2011 e 2012, deverão ser criadas as autoridades europeias de bancos, seguros e bolsa, em cujo conselho estarão os presidentes dos organismos nacionais. Seus máximos responsáveis serão profissionais totalmente independentes e sua designação, para mandatos de oito anos, terá que receber o apoio da CE, do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu.

Os especialistas sugerem que as decisões destas autoridades tenham caráter vinculativo e também poderão fazer a mediação em disputas entre os organismos nacionais. O grupo liderado por Larosière recomenda que os trabalhos para iniciar esse novo modelo de supervisão comecem imediatamente.

Em sua primeira reação após a apresentação do relatório, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, se mostrou de acordo na necessidade de que a UE conte com um sistema integrado de supervisão. Durão Barroso ressaltou que a proposta, inspirada no funcionamento do BCE, não coloca um modelo centralizado e supranacional e disse confiar em que os 27 países-membros sejam capazes de chegar a um acordo a respeito.”

MRA Alliance/Estadão 

Administração Obama acolhe “agentes” do grupo financeiro Rothschild

quarta-feira, fevereiro 25th, 2009

O jornalista norte-americano Michael Collins Piper, num recente artigo publicado no site American Free Press  revela que “dez agentes” do conglomerado financeiro judaico-britânico Rothschild “ocupam posições chave” na administração Obama.

“Isto não é bom”, escreve Piper adiantando que aquele número de burocratas formados em Oxford e na London School of Economics,  poderá aumentar futuramente. Eis a lista:

  1. Susan Rice — Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas;
  2. Michael McFaul — Chefe do Departamento Russo no Conselho Nacional de Segurança:
  3. Elena Kagan — Procuradora-geral dos EUA junto do Supremo Tribunal:
  4. Anne-Marie Slaughter — Membro da equipa de planeamento político do Departamento de Estado;
  5. Neal S.Wolin — Conselheiro adjunto da Presidência para a Poítica Económica;
  6. Ezekial Emanuel — Conselheiro sénior do Departamento de Gestão e Orçamento da Casa Branca para a Política de Saúde;
  7. Lawrence Summers — Presidente co Conselho Económico Nacional;
  8. Peter Orszag — Director do Departamento de Gestão e Orçamento da Casa Branca;
  9. Peter Rouse — Conselheiro Sénior do Presidente
  10. Mona Sutphen — Chefe-adjunta do Departamento de Pessoal da Presidência.

Segundo Piper todos foram bolsistas do programa Rhodes Scholarship, uma iniciativa lançada no advento do século XX pelo imperialista britânico Cecil Rhodes, colonizador do actual Zimbabué (antiga Rodésia do Sul) e do Botswana, com o propósito de formar quadros para reunificar as ex-colónias inglesas com o Império Britânico.

Rhodes era senhor de uma imensa fortuna, gerada pela exploração de diamantes na África do Sul, empreendimento financiado pela “Casa Rothschild”, o principal grupo financeiro que operava no centro financeiro londrino – City of London.

“Agora a clique de internacionalistas educados para acabar com a independência americana estão escondidos na administração Obama”, escreveu Piper.

Entre os bolsistas mais proeminentes da Rhodes Scholarship contam-se o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, o general Wesley Clark, antigo comandante supremo da NATO, Boisfeuillet “Bo” Jones, Jr., Editor e CEO do jornal Washington Post, Strobe Talbott, ex-secretário de Estado adjunto (administração Clinton), Franklin Raines, antigo presidente da gigante do crédito hipotecário norte-americano Fannie Mae e ex-chefe do Departamento de Gestão e Orçamento da Casa Branca (administração Clinton).

MRA Alliance/PVC

Bruxelas alerta Portugal para excesso de dívida e de optimismo

quarta-feira, fevereiro 25th, 2009

A Comissão Europeia alerta Portugal para o agravamento da dívida externa, no relatório sobre o Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo, revelou hoje a Rádio Renascença (RR). 

No documento a que a emissora portuguesa teve acesso, e que será divulgado amanhã, Bruxelas alerta para as consequências do apoio do Estado ao sector bancário e aponta também para o excesso de optimismo das previsões overnamentais sobre a evolução económica.Ainda assim, a Comissão Europeia deverá aprovar a estratégia orçamental preparada pelo governo socialista para enfrentar a crise actual.

Portugal não será alvo de um procedimento por défice excessivo, apesar de, este ano, já ultrapassar o limite de 3% estabelecido pelo Pacto de Estabilidade.

No relatório, o executivo comunitário analisa o pacote de estímulos à economia portuguesa adoptado pelo Governo e considera-o em linha com o plano de recuperação aprovado pelos “27”, tido como adequado à presente conjuntura.

Todavia, o documento considera que o crescimento económico poderá ficar aquém das previsões do Governo e pôr em risco os objectivos de consolidação orçamental nos prazos previstos.

Bruxelas alerta ainda para o agravamento da dívida externa portuguesa. Até 2011, Lisboa fixa aquele valor em cerca de 70% do PIB, mas a Comissão Europeia avisa que o montante poderá ser mais elevado, devido ao impacto das garantias estatais aos bancos e à toxicidade dos produtos financeiros adquiridos pelo Estado no âmbito do apoio às instituições financeiras.

MRA Alliance/RR

Parlamento Europeu quer reforçar pacto transatlântico

quarta-feira, fevereiro 25th, 2009

A comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu (PE) pediu ontem à União Europeia (UE) para negociar com os Estados Unidos um novo acordo tendente a reforçar as relações bilaterais. Os eurodeputados aprovaram um relatório do deputado conservador espanhol José Millán Mon que defende a substituição do acordo actual, assinado em 1995, por outro “mais adaptado ao cenário de hoje”.

Entre as propostas de Mon destaca-se a criação de um “Conselho Político Transatlântico”, presidido pelo chefe da diplomacia europeia e pelo secretário de Estado norte-americano,  como órgão de consulta e coordenação em matéria de política externa e de segurança.

O texto propõe igualmente aumentar de uma para duas as cimeiras anuais e criar uma assembleia parlamentar composta por deputados do Parlamento Europeu e do Congresso americano.

Para o proponente, a chegada de Obama à Casa Branca, as reformas incluídas no Tratado de Lisboa e a crise actual são ingredientes bastantes para renovar as relações entre a UE e os EUA.

“Este é o momento adequado para dar uma base mais estável, actualizada e ambiciosa à relação bilateral”, comentou Millán Mon, do Partido Popular (PP) espanhol.

O relatório será votado no final de Março.

MRA Alliance/Agências 

EUA: As ambiciosas e ambivalentes promessas do presidente Obama

quarta-feira, fevereiro 25th, 2009

O presidente Barack Obama, no primeiro discurso que proferiu hoje no Congresso dos Estados Unidos, revelou que a nova administração norte-americana já identificou despesas no montante de USD 2 mil biliões/trilhões que podem ser cortadas durante a próxima década.

“Iremos cancelar programas de educação que não funcionam e acabaremos com pagamentos  às grandes indústrias agro-alimentares que não precisam deles”, afirmou.  

“Iremos eliminar os contratos bilionários sem concurso no Iraque, e reformaremos o orçamento da defesa para não pagarmos armas da Guerra Fria que já não usamos”, precisou Obama sobre os gastos com o complexo militar-industrial, não escondendo todavia a protecção dos respectivos interesses. 

O presidente afro-americano dos EUA prometeu “aumentar o número de soldados e de fuzileiros” para reforçar as forças armadas em guerra no Iraque e no Afeganistão bem como aumentar o salário dos militares e conceder aos antigos combatentes melhores cuidados e indemnizações. 

Sobre a saúde e a política fiscal prometeu “acabar com o desperdício, fraude e abuso no programa Medicare que não torna os idosos mais saudáveis, e restaurar um sentido de justiça e de equilíbrio na colecta de impostos, para acabarmos definitivamente com a isenção fiscal às empresas que exportam os nossos empregos.” 

O presidente frisou que a sua equipa está a analisar as despesas orçamentais com o objectivo de reduzir para metade o déficite orçamental estimado em USD 1,3 mil biliões/trilhões.

“O peso desta crise não irá determinar o destino da nação. As respostas para os nossos problemas não estão fora do nosso alcance. (…) O que é necessário agora é unir o país, enfrentar com coragem os desafios e, mais uma vez, assumirmos a responsabilidade pelo nosso futuro”, disse Obama. 

Para resolver os problemas financeiros, Obama falou em “agir com coragem e sabedoria”, prometeu salvar ou criar mais de 3 milhões de empregos e reduzir impostos em 95% dos lares americanos.

“O plano de resgate e o plano de estabilidade financeira são os passos imediatos para reactivar a economia no curto prazo. Mas a única forma para restaurar completamente a força da nossa economia é fazer  investimentos de longo prazo para criarmos novos empregos, novas indústrias e uma renovada capacidade para competir com o resto do mundo.”

Obama comprometeu-se também a apoiar a indústria automóvel. “O país que inventou o automóvel não pode abandoná-lo. Milhões de empregos dependem disso. Dezenas de comunidades dependem disso”.

O líder norte-americano ressaltou igualmente que, para enfrentar a crise económica mundial, será preciso trabalhar com os países do G20, “para restaurar a confiança no sistema financeiro, evitar o avanço do proteccionismo e estimular a procura de bens americanos no resto do mundo”.

MRA Alliance/Agências

Japão regista défice comercial histórico em Janeiro

quarta-feira, fevereiro 25th, 2009

O Japão registou o maior défice comercial da história  –  EUR 7,9 mil milhões/bilhões (mm/bi) – na sequência de uma queda sem precedentes das exportações (-45,7%) provocada pela crise económica mundial, anunciou hoje o ministro das Finanças. O recorde anterior aconteceu em 1980.”Esta é a pior crise desde o fim da guerra. Não há dúvidas”, declarou Kaoru Yosano,  ministro da política económica e orçamental, durante uma conferência de imprensa.

O ministro comentou o anúncio de uma contracção do produto interno bruto (PIB) japonês de 12,7% no quarto trimestre de 2008 – menos 3,3% em relação ao trimestre anterior – o pior resultado do país nos últimos 35 anos.

“A economia japonesa, cujo crescimento depende bastante das exportações de automóveis, de maquinaria e de produtos electrónicos, foi literalmente devastada” pela crise, considerou Yosano.

“O Japão será incapaz de recuperar sozinho. Não há fronteiras na economia”, disse o ministro, acrescentando que “reconstruir a economia nacional é uma questão de responsabilidade face aos outros países”.

MRA Alliance/Agências

EUA: Crise imobiliária agrava-se e confiança dos consumidores também

terça-feira, fevereiro 24th, 2009

Os preços das habitações nos Estados Unidos e o grau de confiança dos consumidores americanos voltaram a bater recordes históricos segundo dados publicados hoje. A Reuters informou que os preços das moradias unifamiliares recuaram 18,5%, de Dezembro a Dezembro, a maior queda desde início da recolha de dados, há 21 anos.

O ritmo do declínio indicia uma aceleração, quando medido pelo índice de referência para o sector – S&P/Case Shiller Home Price Index – e reforça a actual tendência de descida. “A maior parte do país parece continuar no trilho da retracção dos preços”, disse David Blitzer, presidente da comissão que gere o índice. 

Por seu turno, o observatório do consumo – The Conference Board Inc. – informou que o sentimento dos consumidores caiu de 37,4, em Janeiro, para 25 pontos, este mês. Este é o resultado mais baixo desde que o índice do consumo norte-americano começou a ser publicado, em 1967.

Os inquiridos mostraram-se ansiosos relativamente à evolução do mercado de trabalho e acham que a situação económica do país vai piorar nos próximos seis meses. 

O clima de pessimismo foi acentuado pelas declarações de Ben Bernanke, esta tarde, perante uma comissão do Congresso. O presidente do banco central dos EUA – Reserva Federal (Fed) – afirmou que a recessão poderá não terminar este ano se os planos governamentais para estimular a economia não surtirem efeito. 

Muitos analistas partilham a opinião do líder do Fed  devido à prolongada deterioração do mercado imobiliário que não pára de cair desde meados de 2007. 

“A opinião de Bernanke de que não conseguiremos recuperar completamente nos próximos dois ou três anos é francamente pessimista”, disse Cary Leahey, economista da empresa Decision Economics, de Nova Iorque, citado pela agência noticiosa britânica.

MRA Alliance/Reuters

China: Mão pesada para crimes e negligência

terça-feira, fevereiro 24th, 2009

Mineiros de Tunlan transportam corpo de uma das 74 vítimasDois chineses foram hoje condenados à morte por envenenarem comida de um restaurante provocando a morte de dois e a intoxicação de 61 clientes, na província de Shenzhen, no sul da China, em Fevereiro de 2008, noticiou o diário China Daily

O mandante do crime, Zhu Yuanlin, um empresário privado, foi condenado a prisão perpétua. O seu cúmplice Zhang Zhenhua, administrador da empresa BYD, cotada na bolsa de Hong Kong, foi condenado a 15 anos de prisão. Zhang foi o único réu que não recorreu da sentença.

O tribunal considerou provada a acusação de que Zhu, proprietário de lojas na província de Shenzhen, concebeu e organizou o envenenamento, executado por Ke e Wang, para pressionar o governo local a demolir um mercado vizinho para ali construir uma pista de patinagem, cuja espaço planeava alugar ao gestor de Hong Kong.

Paralelamente, o China Daily noticiou que três funcionários superiores da mina de carvão Tunlan, na província de Shanxi, no norte do país, foram demitidos dos cargos após um acidente ocorrido no domingo, que causou pelo menos 74 vítimas mortais. A mina de Tunlan, considerada uma das mais avançadas e seguras da China, não registava acidentes laborais desde 2004. 

A demissão ocorreu após a visita ao local, ontem, pelo vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Dejiang que exigiu às autoridades locais penas duras para os culpados e ordenou uma investigação oficial às circunstâncias do acidente. 

A explosão na mina Tunlan, que produz anualmente cinco milhões de toneladas de carvão, provocou também a intervenção do presidente Hu Jintao e do primeiro-ministro Wen Jiabao. No domingo, ambos exigiram às autoridades para fazerem todos os esforços necessários ao salvamento dos 436 mineiros que se encontravam nas galerias. 

 MRA Alliance/China Daily/Xinhua

EUA: Crise sistémica alastra e reguladores reagem tarde e erradamente

segunda-feira, fevereiro 23rd, 2009

No mesmo dia em que o Wall Street Journal divulgou a intenção do governo dos EUA de aumentar até 40% a sua participação no Citigroup, os reguladores norte-americanos publicaram um comunicado conjunto de apoio ao sistema bancário do país reafirmando que estão prontos para aprofundar a  ajuda a instituições financeiras “com uma importância sistémica.”

Bolsas reagem mal

Dezoito meses após o início da reacção em cadeia que colocou a economia global à beira do abismo, as autoridades financeiras norte-americanas assumem oficialmente, pela primeira vez, que a presente crise é sistémica.

Agora, os reguladores do sistema anunciam que, depois de amanhã, vão iniciar “testes de stresse” aos bancos que pretendam ajudas financeiras do Estado. A nova medida faz parte do último plano de estabilidade financeira, elaborado pelo Departamento do Tesouro, para salvar bancos da falência. 

“O governo dos EUA apoia firmemente o sistema bancário durante este período de stresse financeiro para assegurar que os bancos conseguirão exercer a sua fundamental função de conceder crédito às famílias e às empresas”, afirma o comunicado, assinado conjuntamente pelo Tesouro, Reserva Federal (Fed), Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), Office of the Comptroller of the Currency (OCC) e pelo Office of Thrift Supervision (OTS).

O comunicado conjunto, contrariamente ao pretendido, foi interpretado pelos investidores como um sinal de fraqueza e de vulnerabilidade das autoridades face à crise. Perto do  final da sessão de hoje, a bolsa de Nova Iorque (NYSE) estava a perder quase 3%. O índice Standard & Poor’s 500 caiu para os níveis de Abril de 1997. O Dow Jones recuou para o nível registado em Outubro do mesmo ano.

Da (i)liquidez à (in)solvência

A acção inédita dos cinco reguladores pretendia acalmar os mercados e assegurar que “o governo garantirá que os bancos tenham o capital e a liquidez de que necessitam para fornecer o crédito necessário à restauração do crescimento económico.” No documento, as cinco instituições signatárias reiteraram a “determinação em preservar a viabilidade das instituições financeiras importantes para o sistema, de forma a que consigam cumprir suas obrigações.”

Através do novo programa de injecção de capital, o Tesouro pretende avaliar as necessidades de fundos por parte dos bancos de grande dimensão para decidir quais e como serão apoiados. De acordo com o plano, se o teste indicar que é necessária uma ajuda adicional, os bancos terão a oportunidade de aceder a fontes privadas de capital.

Caso contrário, o governo comprometeu-se a disponibilizar  fundos, com carácter temporário, sob a forma de acções preferenciais convertíveis, que só serão transformadas em ordinárias se tal se revelar necessário para assegurar a sua adequada capitalização.

As acções dos reguladores e da administração Obama, à semelhança do que aconteceu com a administração Bush, pecam por tardias e desajustadas.

Há um ano atrás, os bancos americanos diziam que tinham problemas de liquidez. Após as massivas injecções de capital no sistema – que já superam a dezena de milhares de biliões/trilhões de dólares – não restam dúvidas de que, ontem quanto hoje, a raiz do problema sempre esteve na solvência das instituições.

Este erro de percepção e de análise irá custar aos contribuintes mais uma dezenas de triliões de dólares nos próximos anos.

De resto, o anúncio sobre a intervenção até 40%, no capital do Citigroup sofre do mesmo mal.

O Citigroup, e nenhum dos bancos americanos que actualmente lideram o sector em activos e capitalização bolsista, terá hipótese de sobreviver, conforme aqui recentemente noticiámos.

Os únicos caminhos são a falência ou a nacionalização total. E rápida.

Os reflexos destas más decisões na economia real do planeta são, por enquanto, indecifráveis.

Tanto quanto a capacidade de regeneração do próprio tecido económico global.

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor

EUA: Militares e polícias treinam contenção de motins sociais relacionados com crise económica

segunda-feira, fevereiro 23rd, 2009

Exercícios antiguerrilha nos EUAExercícios militares e policiais para conter potenciais revoltas populares provocadas pelo crescente empobrecimento da população estão actualmente em curso, em várias regiões dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, diversos especialistas alertaram para o perigo de um “Verão de Raiva” em solo americano, face ao agravamento da crise económica e da subida em flecha do desemprego. Os sinais de militarização do quotidiano norte-americano não páram de aumentar.

Entre os dias 27 de Janeiro e 8 de Fevereiro, 150 soldados do Comando de Operações Especiais dos EUA participaram num exercício antiguerrilha urbana, com helicópteros militares, armas automáticas e explosivos. A Associated Press noticiou que as autoridades o descreveram com “um treino cuidadosamente planeado e seguro.”

A Guarda Nacional de Iowa foi obrigada a suspender um exercício militar programado para Abril, em Arcadia, devido aos protestos dos cidadãos que temem estar em curso a “preparação da imposição da lei marcial” em alguns estados norte-americanos e uma operação em larga escala para desarmar a população.

O assunto tem sido amplamente noticiado em muitos blogues mas ignorado pelos chamados “media de referência”. Num deles –LewRockwell.com – o exercício em Iowa destinava-se a “recolher informação, procurar e deter um negociante de armas suspeito”. O autor identifica o sargento Mike Kots, da Guarda Nacional, como fonte da informação. 

No dia 9 de Janeiro, em Richmond, Virgínia, cerca de 2.000 marines – fuzileiros navais e tropas especiais aerotransportadas – iniciaram um treino de duas semanas que envolveu o desembarque de tropas em zonas populacionais. O jornal Richmond Times Dispacht confirmou tratar-se de um “exercício antiguerrilha urbana” para, entre outros objectivos, “familiarizar os pilotos” dos helicópteros com o terreno. Um dos residentes filmou as operações e disponibilizou imagens no YouTube.

Estas operações militares, que as autoridades negam ter como objectivo o desempenho de missões policiais em solo norte-americano, foram divulgadas em Setembro de 2008, na edição online do periódico militar Army Times. “A partir de 1 de Outubro e durante 12 meses a 1.ª Brigada de Combate [da 3.a Divisão de Infantaria] ficará sob as ordens do Comando Norte (NorthCom), enquanto unidade de resposta a solicitações federais relacionadas com desastres ou emergências, naturais ou provocadas artificialmente, incluindo ataques terroristas.” O boletim electrónico refere que “a nova missão assinala a primeira vez em que foi atribuída a uma unidade no activo a execução de tarefas exclusivamente sob o comando do NorthCom.”

Na edição de 1 de Outubro de 2008, o jornal electrónico Homeland Security Today, da agência estadunidense responsável pela segurança interna, noticiou que “o comando militar americano encarregado de proteger o território continental dos Estados Unidos começou a constituir a sua primeira unidade exclusiva, para dar resposta a ameaças químicas, biológicas, radiológicas, nucleares e explosivas”.

No passado dia 17 de Janeiro, a organização federal dos presidentes de câmara – United States Conference of Mayors – publicou um extenso documento (344 páginas em PDF) ilustrativo da militarização da sociedade norte-americana e das estruturas de protecção e defesa civis. A lista dos equipamentos solicitados pelos autarcas ao governo federal,  para a execução dos programas de segurança pública, fornece abundante informação.

As exigências dos mayors norte-americanos ascendem a centenas de milhões de dólares e incluem, entre outros, uma vasta parafrenália de material militar antiguerrilha, sistemas de vigilância, armamento, sofisticados equipamentos de telecomunicações e veículos blindados.

A lista foi apresentada numa altura em que a 92% dos governos estaduais estão com graves problemas financeiros ou perto da bancarrota, conforme noticiámos no passado dia 7.  

MRA Alliance

Pedro Varanda de Castro, Consultor

Portugal: Mais 70 mil desempregados em Janeiro, com tendência para aumentar

segunda-feira, fevereiro 23rd, 2009

No mês de Janeiro inscreveram-se nos centros de emprego 70.334 trabalhadores, um aumento de 27,3% em relação ao mês homólogo de 2008 e de 44,7 % quando comparado com Dezembro. De acordo com dados publicados hoje pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final do mês passado estavam inscritos nos centros de emprego do Continente e Ilhas 447.966 desempregados, número que representa 85,5% de um total de 523.986 pedidos de emprego. O IEFP adianta que “o desemprego registado apresenta uma trajectória ascendente”.

Num primeiro comentário, o secretário-geral da UGT considerou que o aumento do número de inscritos nos centros de emprego em Janeiro é “brutal” e antecipa um volume de desemprego “claramente superior” aos 8% previstos pelo governo, para 2009. João Proença está convencido de que a taxa de desemprego poderá ultrapassar aquele valor já neste trimestre.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado,  defendeu hoje em Bruxelas um reforço da coordenação da União Europeia (UE) para fazer face à crise financeira e económica e à destruição “absolutamente vertiginosa” do emprego.

Amado, que falou aos jornalistas à entrada de uma reunião dos chefes de diplomacia dos 27, disse que “as populações europeias estão todas muito preocupadas com o que se está a passar”. O chefe da diplomacia portuguesa defendeu “o reforço da coordenação a nível europeu para sustentar o desenvolvimento de um processo que exige a mobilização de todas as forças institucionais da UE”.

A Direcção Geral do Orçamento informou hoje que as despesas com o subsídio de desemprego aumentaram 8,6 por cento em Janeiro, face a igual mês do ano anterior, totalizando 142 milhões de euros. O boletim de execução orçamental de Janeiro mostra que os gastos com subsídios de desemprego e e apoios ao emprego subiram 11 milhões de euros.

MRA Alliance/Agências 

Espanha: Economia só recuperará no segundo semestre de 2011, dizem 317 especialistas

segunda-feira, fevereiro 23rd, 2009

Um painel de 317 especialistas e empresários espanhóis consultado pela empresa global de consultoria PricewaterhouseCoopers, no âmbito do inquérito “Consenso Económico”, relativo ao primeiro trimestre de 2009, considerou que a recuperação da economia espanhola só acontecerá no segundo semestre de 2011, noticiou a agência EFE. 

A maioria dos inquiridos estima que serão necessários mais de dois anos para que o PIB espanhol volte a ter um crescimento de 2%, nível a partir do qual a economia gera emprego líquido. O pessimismo reflecte-se nas previsões do crescimento económico em 2009 (-2,3%) e 2010 (- 1,2%).

Cerca de 75% dos especialistas e empresários entrevistados acredita que, nos próximos seis meses, a contracção da economia será mais acelerada. Noventa por cento considera que as empresas irão manter ou reduzir os actuais postos de trabalho, com 77% a sustentarem que as empresas não vão criar novos empregos até 2011.

Quanto à estabilidade dos preços, a maioria negou a existência do perigo da deflação, em 2009, e prevê taxas de inflação de 1,1% no final do ano. 

Sobre a evolução das taxas de juro, 75% acredita que o Banco Central Europeu (BCE) prosseguirá a actual política de cortes prevendo que se situem em 1,5%, ou abaixo, até Dezembro.

MRA Alliance/EFE 

Opinião: Armagedão económico e financeiro em câmara lenta

domingo, fevereiro 22nd, 2009

A semana que agora termina foi marcada por um conjunto de factos e acontecimentos que apontam para a completa falência do actual modelo capitalista em que vivemos. A banca enfrenta graves problemas de solvência. Os banqueiros centrais e os políticos estão a conduzir o planeta para uma catástrofe com as dimensões bíblicas do Armagedão. Tudo isto com uma incrível ligeireza.

O primeiro presidente afro-americano da América, Barack Obama, ficará na história como o mais gastador e, provavelmente, como um dos menos responsáveis.

Um mês depois de ter tomado posse, Obama assinou a lei que irá injectar na economia americana USD 787 mil milhões/bilhões (mm/bi) através de um chamado “pacote de estímulo económico”. Antes havia anunciado o programa de combate às penhoras imobiliárias, no montante de USD 275 mm/bi. 

Não contente com isto, o seu governo, através do Secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciou um novo programa de salvamento do sistema bancário no montante de USD 3 mil biliões/trilhões.

Tudo somado, o Estado norte-americano criou mais uma dívida de USD 4062 biliões – 4,062 trilhões – no acanhado espaço de 30 dias…

Para termos uma ideia da dimensão das responsabilidades assumidas pela administração Obama, basta pensarmos que se tivéssemos nascido há dois mil anos atrás ainda teríamos de recuar 2053 anos para conseguir poupar a “módica” quantia de mil milhões de dólares por ano.

Quatro mil e sessenta e dois anos – 2053 AC + 2009 DC – ao ritmo anual de mil milhões, foram reduzidos a apenas trinta dias pelos alquimistas financeiros do establishment norte-americano!

A magnitude e o ritmo do endividamento norte-americano, bem como dos 27 países da União Europeia, irão fazer da Grande Depressão um acontecimento menor na história do capitalismo.

Nos próximos meses, vamos continuar a assistir à desarticulação e desmembramento do sistema.

Para já, em câmara lenta…

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor

Solvência da banca europeia e americana vai agravar-se em 2009…

sábado, fevereiro 21st, 2009

A crise bancária europeia deverá agravar-se significativamente este ano face à dimensão dos rácios dívida/capital e às necessidades de liquidação ou de refinanciamento para pagamento dos créditos contratados nos últimos anos. De acordo com um estudo realizado pelo banco suíço UBS, as instituições financeiras da Europa e dos Estados Unidos terão de pagar aos credores qualquer coisa como USD dois mil biliões/trilhões até final do ano.

No presente cenário, os montantes das dívidas tornam praticamente impossível reunir fundos suficientes para satisfazer a maioria das necessidades de capital dos bancos mais endividados. Este contexto é muito mais penalizador para os europeus do que para os seus homólogos americanos.

 A banca alemã é a mais exposta e, provavelmente, aquela que irá exigir maiores apoios estatais com reflexos, a longo prazo, nas contas públicas germânicas.

Segundo a UBS, estes são os 25 bancos que enfrentam sérios problemas de solvência em 2009: 

Dívidas Bancárias – Maturidades em 2009 (USD mm/bi) 

BancosEuroDívidas11 Fonte: UBS

A banca alemã, pública e privada, tem sérios problemas para resolver: LBBW (Landesbank Baden-Würtemberg), USD 206,1 mm/bi; Hypo Real Estate, USD 134,7 mm/bi; Commerzbank, USD 130,9 mm/bi; Deutsche Bank, USD 108,5 mm/bi; Bayerische Landesbank, USD 79,1 mm/bi; HSH Nordbank, USD 69,9 mm/bi; West Landesbank, USD 48,2 mm/bi. Os bancos germânicos ocupam quatro dos cinco primeiros lugares da lista, mas estão bem distribuídos na lista global… 

O montante global das dívidas dos sete bancos alemães constantes da lista perfaz USD 777,4 mm/bi, ou seja, o mesmo que a toda a riqueza produzida pela Holanda, a 16.ª maior economia mundial, em 2008!

Se aos problemas dos alemães somarmos o montante das responsabilidades dos bancos de outros Estados-membros da União Europeia listados pela UBS – Grã-Bretanha, USD 224,7 mm/bi (HSBC, Barclays e HBOS); Itália, USD 187,2 mm/bi (Unicredit, Intesa Sanpaolo); França, USD 115,9 mm/bi (Credit Agricole, BNP Paribas); Espanha, USD 84,2 mm/bi (Santander); Bélgica, USD 77,7 (Dexia); Dinamarca, USD 63 mm/bi (Danske Bank); Holanda, USD 53,8 mm/bi (Rabobank) – teremos uma imagem aproximada das turbulências a que iremos assistir, nos próximos meses, na evolução das respectivas acções cotadas em bolsa.

O facto de o Bank of America (BofA) surgir no segundo lugar da lista, com dívidas vincendas no valor de USD 136,9 mm/bi, ajuda a compreender os receios dos investidores, durante a sessão de ontem na bolsa de Nova Iorque, e os rumores sobre uma iminente nacionalização, prontamente desmentida pelo BofA e pela administração Obama. Ainda assim, os títulos do banco caíram 3,5% na sessão de ontem, fechando a 3,79 dólares por acção. Nos últimos 12 meses as acções do BofA desvalorizaram-se mais de 90%.

Na sessão de ontem, segundo a Yahoo Finance, os outros cinco bancos americanos que integram a lista elaborada pela UBS tiveram idêntica sorte, ainda que com níveis diferentes de gravidade: JP Morgan (-3,4%),  Wells Fargo (-9,1%), Citigroup (-22,3%), Goldman Sachs (-1,11%) e Morgan Stanley (2,5%). O índice Standard & Poor’s 500 caiu para o nível mais baixo desde 1994. 

As conclusões desta verdadeira carnificina bolsista, se prenunciam um futuro pouco agradável para os bancos americanos, terão consequências bem mais graves para a Europa. 

A estabilidade do sistema europeu corre sérios riscos e a própria existência da moeda única começa a ser questionada em muitos círculos financeiros.

Este estudo é elucidativo quanto à tentativa dos banqueiros centrais dos Estados Unidos para “dourar a pílula da crise”, conforme referimos anteriormente… 

A prazo, parece-nos inevitável uma forte depreciação do Euro comparativamente a outras moedas, incluindo o anémico dólar, e o descontrolo das contas públicas nos 27 Estados-membros da UE.

MRA, Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor 

2009-2011: Fed tentou dourar a pílula mas as perspectivas reais são sombrias

sábado, fevereiro 21st, 2009

No passado dia 18, a Reserva Federal (Fed) – publicou uma das famigeradas minutas da não menos famosa comissão federal que decide a sorte do mercado monetário – Federal Open Market Committee (FOMC) – na qual têm assento todos os membros da direcção do Fed e os presidentes dos seus 12 bancos regionais.

A importância da última reunião, realizada em 27/28 de Janeiro, reside na publicação das projecções económicas da instituição para os próximos três anos (2009-2011). Quando analisamos os prognósticos dos banqueiros centrais dos EUA sobre desemprego, inflação e crescimento económico percebemos a extensão e a profundidade da actual crise.

Como a economia norte-americana depende em 70% do consumo não é necessário ser um génio para compreender que aquilo que irá acontecer nos próximos três anos à economia mundial será bem pior do que as benignas projecções dos banqueiros do Fed.

Um perigoso cocktail, recheado dos ingredientes recessão, estagflação e deflação, irá tolher os desempenhos da economia mundial, com diferentes ritmos e intensidade, mas ao mesmo tempo. Os efeitos serão sérios e profundos nas economias  industrializadas (G7) e emergentes (BRIC’s). Porém, serão ainda piores em países periféricos como Portugal. 

Vejamos porquê.

As aparências…

As projecções de longo prazo dos banqueiros centrais estadunidenses pretendem reflectir a acomodação e convergência entre as variáveis emprego e estabilidade dos preços ou, como outros preferem interpretar, entre desemprego, inflação e quantidade de dinheiro em circulação (massa monetária, M3).

A sustentabilidade do crescimento depende, entre outras, de algumas variáveis importantes – produtividade, qualidade do trabalho (resultante do conhecimento e da formação profissional da força de trabalho), capacidade de geração de novos empregos bem como das políticas  públicas sobre inovação, tecnologia e emprego.

Aparentemente as previsões até são animadoras – crescimento 2,5%-2,7%; desemprego 4,8%-5,0%; inflação 1,7%-2,0% (na óptica do índice de preços das despesas de consumo pessoais).

A realidade 

Nas entrelinhas do debate entre os participantes quase tudo muda de figura. De resto, entre os presentes na reunião da FOMC, a discórdia prevaleceu sobre algumas das questões nucleares em análise. O documento, por outro lado, reflecte a preocupação dos banqueiros sobre a fiabilidade das suas projecções dando cabimento a todo o tipo de justificações técnicas para um eventual falhanço…

  • As projecções sobre o crescimento real do PIB foram revistas em baixa – de -0,2%/+1,1%, em Outubro, passaram para -1,3%/-0,5%, em Janeiro;
  • Antecipação de um “amplo declínio” na produção agregada de bens e serviços durante a primeira metade de 2009;
  • Os gastos com o consumo “provavelmente” irão piorar com o aumento do desemprego, o aperto do crédito, a continuação do declínio dos preços do imobiliário e a abrupta contracção do património em acções;
  • A economia poderá começar a recuperar “ainda que gradualmente”, na segunda metade de 2009, fruto dos estímulos fiscais e das políticas monetárias de apoio aos mercados financeiros; Porém, é reconhecido que “o ritmo da recuperação em 2010 será fraco”, com o crescimento real  a retomar intensidade apenas em 2011; “A maioria dos participantes espera que, caso “não surjam mais choques”, o crescimento económico poderá finalmente convergir para uma taxa entre 2,5%-2,7%”;
  • O desemprego vai continuar a piorar em 2009 e 2010 devendo “manter-se bem acima da taxa sustentável de longo prazo, no final de 2011”; Após 2011 é possível que continue a tendência de descida com a maioria dos banqueiros a prognosticar uma taxa de desemprego entre 4,8% e 5,0%;
  • Todos consideraram “surpreendente” o tamanho da queda da inflação nos últimos meses; Esta tendência, devido à depreciação dos preços da energia e ao abrandamento da economia global, deverá manter-se dentro dos seguintes parâmetros – 2009 (o,3%-1,0%); 2010 (1,0%-1,5%); 2011 (0,9%-1,7%) longo prazo (1,7%-2,0%);

 No essencial, conforme o texto distribuído pelo Fed, “os participantes continuam a interpretar como mais altas do que o normal as incertezas sobre as perspectivas do crescimento económico” e muitos deles duvidam da eficácia dos programas públicos para reactivar a economia e reconstruir o sistema financeiro…

Sobre o tema, o Prémio Nobel da Economia (2008) Paul Krugman escreveu este fim de semana no seu habitual blogue publicado pelo New York Times:

“Percebe-se a razão pela qual os homens do Fed estão tão pessimistas. Sejamos claros: As políticas da administração Obama ajudarão durante este período difícil -especialmente se o governo pegar o touro pelos cornos e nacionalizar bancos em dificuldades. Ainda assim, pergunto: Quem vai acabar com este sofrimento?”

MRA Dep. Data Mining

Pedro Varanda de Castro, Consultor�

Banco de Portugal suspeita de falsificação de contas no BPP e suspende administração

sábado, fevereiro 21st, 2009

O Banco de Portugal abriu processos de contra-ordenação contra os administradores do Banco Privado Português (BPP) que foram suspensos, segundo apurou o Jornal de Negócios. Em causa estarão a falsificação de contas. Um dos crimes que está a ser investigado pelo regulador está relacionado com produtos de retorno absoluto.

O Banco de Portugal confirmou a suspensão preventiva de cinco administradores do BPP – Paulo Guichard, Salvador Fezas Vital, Fernando Lima, Vitor Castanheira e Paulo Lopes. Guilherme Portela Santos, que já tinha colocado o seu lugar à disposição, é o sexto elemento suspenso. O responsável era administrador do banco no Brasil.

As falsificações de contas não afectam o valor dos títulos. Em causa está a forma como foram contabilizados os produtos de capital garantido. Estes deveriam estar parcialmente incluídos no balanço, o que não acontece.

Os clientes que subscreveram produtos de retorno absoluto,assinaram um contrato de gestão de activos – que pressupunha a existência de risco. Além disso, a instituição deu-lhes garantias de que não perderiam capital. Daí que as potenciais perdas nessas carteiras deveriam estar registadas no balanço do banco como responsabilidades.

O BPP pode ter de registar perdas dos produtos de capital garantido, um factor que esteve ontem na origem da invasão do banco no Porto por parte de clientes.

A sede do BPP no Porto foi ocupada ontem à tarde por cerca de dezena e meia de depositantes que exigiam o pagamento de juros e do capital que alegadamente se encontram em atraso.

MRA Alliance/Jornal de Negócios

Crise derruba Governo da Letónia

sábado, fevereiro 21st, 2009

Ivars GodmanisO primeiro-ministro da Letónia, Ivars Godmanis, apresentou hoje a demissão, num momento em que o país está a ser fortemente afectado pela crise económica, estando em aberto a possibilidade de novas eleições. O Governo letão é o segundo a cair na Europa por causa da crise económica, depois da demissão do Executivo islandês, a 23 de Janeiro.Godmanis, que fora primeiro-ministro deste Estado báltico entre 1990 e 2003 , regressara ao cargo em 2007. Liderava uma coligação de centro-direita, formada por quatro partidos. O Presidente Valdis Zatlers disse que na segunda-feira vai começar consultas para formar um novo Governo.

A Letónia enfrenta uma grave crise económica e o Executivo enfrentou uma forte contestação popular no início do ano, mas sobreviveu a uma moção de censura no Parlamento, a 3 de Fevereiro.

O país recebeu no ano passado uma ajuda externa de 7,5 mil milhões/bilhões (mm/bi) de euros do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e da União Europeia. O PIB da Letónia encolheu 10,5% no último trimestre de 2008 e as previsões apontam para uma quebra de 12 por cento até ao final de 2009, noticiou a agência Reuters.Um analista dinamarquês especialista em mercados emergentes, ouvido pela Reuters, sugeriu que a crise poderá ser resolvida com novas eleições, mas isso poderá ameaçar o acordo assinado com o FMI. “É possível que eles consigam montar uma nova coligação, mas o mais provável é que isto signifique novas eleições”, afirmou Lars Christensen. “O único tema das eleições seriam as medidas de austeridade e o acordo com o FMI. É possível que alguns partidos pensem em afastar-se do acordo, o que seria muito negativo para a economia  letã”, concluiu.

MRA Alliance/Reuters

Crise: Economistas, políticos e militares prognosticam revoltas violentas

sábado, fevereiro 21st, 2009

O número dos especialistas e burocratas que prevê um clima de instabilidade social, revoltas e violência induzido pela degradação do clima económico, nos Estados Unidos e no resto do mundo, não pára de aumentar.

Depois do líder da Organização Mundial de Comércio, Pascal Lamy, do director-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, do senador democrata Christopher Dodd, dos economistas Nouriel Roubini e John Williams e do especialista em prospectiva Gerald Celente, novas vozes engrossaram recentemente ao coro dos cépticos. 

Zbigniew Brzezinski, antigo Conselheiro Nacional de Segurança na administração Carter, advertiu: “Vai haver um aumento dos conflitos entre classes sociais e se as pessoas estão desempregadas e realmente em apuros poderão mesmo verificar-se tumultos sociais.” (MSNBC, Morning Joe, 17-02-2009 

O almirante Michael Mullen, presidente da superestrutura da chefia militar conjunta dos EUA – Joint Chiefs of Staff – disse  que a presente crise  financeira é a maior ameaça à segurança nacional do país e alertou para o perigo de “maior instabilidade”. Em Novembro passado, a Academia Militar dos Estados Unidos, publicara um documento no mesmo sentido. Nele as chefias militares advertiam para a necessidade de as tropas estarem preparadas para “perturbações violentas dentro dos EUA”, possivelmente provocadas por um “imprevisto colapso económico”, com a manifestações de “resistência popular” incluindo a desestabilização da “ordem política e jurídica”.

O director e coordenador da comunidade dos serviços secretos, Dennis C. Blair considerou que as “crises económicas aumentam os riscos de instabilidade para o regime caso se prolonguem por um período de um a dois anos.”

“A instabilidade pode afectar os precários ambientes da lei e da ordem nos países em desenvolvimento, podendo transbordar de forma perigosa para a comunidade internacional”, frisou Blair.

MRA Alliance