Archive for fevereiro, 2008

Brasil: perspectivas de privatização da Infraero

quinta-feira, fevereiro 14th, 2008

Segundo o jornal impresso “O Estado de São Paulo“, “o governo decidiu acelerar os estudos para a abertura de capital da Infraero, empresa responsável por administrar os aeroportos brasileiros. De acordo com uma fonte do Ministério da Fazenda, a idéia é colocar a instituição dentro do mercado da Bovespa que tem regras mais rígidas de transparência e gestão. Neste momento os trabalhos estão voltados para a análise da situação da instituição que em avaliação preliminar foram identificados problemas na contabilidade e na forma de gestão, que precisam ser superados para que a Infraero possa entrar no mundo das empresas com ações no mercado. A etapa da análise e os ajustes da estatal devem durar no mínimo seis meses, e a fase seguinte deve ser voltada para a operação de lançamento das ações, processo que, conforme analistas, dura cerca de quatro meses. A idéia de abertura de mercado surgiu em 2005 e voltou à tona em julho do ano passado depois do acidente da TAM no aeroporto de Congonhas. O Conac – Conselho de Aviação Civil pediu aos Ministérios da Fazenda e Planejamento que fizessem estudos nesse sentido. A abertura de capital também poderia reduzir o espaço para uso político da Infraero.
Fontes: “O Estado de São Paulo” com adaptações e links acrescentados por Lex Turistica Nova

Rômulo Soares promete dinamizar as câmaras

quinta-feira, fevereiro 14th, 2008

Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Ceará, disse que esses debates terão como temas questões relevantes para os investidores portugueses no Brasil e também para os investidores brasileiros na União Europeia (UE).
«É importante apresentar aos empresários portugueses com interesse em investir no Brasil os benefícios concedidos por instituições de fomento e pelos Estados em áreas como energia e turismo», disse Rômulo.
«Do mesmo modo, mas no sentido inverso, é importante apresentar aos empresários brasileiros, aspectos da regulação da União Europeia e que influenciam as exportações brasileiras para o bloco», sublinhou.
Rômulo Soares assumirá a presidência do Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil, no próximo dia 28, em cerimónia a realizar na Embaixada de Portugal em Brasília, substituindo no cargo António Carrelhas. Criado em 2001, o Conselho das Câmaras é um órgão de apoio às iniciativas das câmaras portuguesas nos Estados do Rio Grande do Norte, Baía, Minas Gerais, Ceará, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Brasília.

Fonte: Dinheiro Digital

EUA usam Índia, Paquistão e Israel como instrumentos para limitar perdas na Àsia-Pacífico

terça-feira, fevereiro 12th, 2008

gps-eurasia A cooperação aeroespacial isarelo-indiana (ver post seguinte) e uma recente reunião “acidental” entre o presidente paquistanês Pervez Musharraf e o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, num hotel, em Paris, na realidade negociada e preparada, a pedido da administração Bush/Cheney, pelo senador democrata pró-israelita Joseph Lieberman, promete alterar mais rapida e perenemente do que muitos poderiam pensar o realinhamento dos poderes globais na zona Ásia-Pacífico. Mais…

(MRA Dep. Data Mining)

Israel atiça relações entre a Índia e Irão

terça-feira, fevereiro 12th, 2008

tecsar satélite-espião israelitaAs intensas e cooperantes relações entre Nova Deli e Teerão entraram numa inesperada fase de tensões diplomáticas e económicas após o lançamento, há duas semanas, de um satélite-espião israelita pelo complexo aeroespacial indiano – Indian Space Research Organization/ ISRO. A situação já era tensa devido à recusa indiana de negociar a construção de um gasoduto entre o Paquistão a Índia e o Irão.

O satélite está equipado com um sofisticado radar, que captura imagens, diurnas ou noturnas de independentemente da dimensão dos objectos, iludindo não apenas situações climatéricas adversas como sistemas avançados de detecção. Os iranianos desconfiam que o satélite-espião judaico será utilizado em acções de espeionagem contra o seu programa nuclear. Na semana passada, o embaixador iraniano em Nova Deli, Seyed Nabizadeh, comunicou informalmente ao governo indiano o agastamento do seu país provocado pela cooperação indiano-israelita no lançamento do TECSAR, em 21 de Janeiro passado, a partir de uma base no sul do país. Nabizadeh, face às amistosas relações entre os dois estados asiáticos, sublinhou que Teerão espera que “países sábios e independentes não ponham a sua tecnologia espacial ao serviço de países que a vão usar como instrumento para espiar nações amigas como o Irão.”

Alguns observadores admitem que a Índia poderá ter decidido tomar o pulso a Teerão. Os media judaicos, nos últimos meses, citando fontes militares em Jerusalém, revelaram que o stélite TECSAR, concebido e desenvolvido pelo “cluster” aeroespacial israelita – Israel Aerospace Industries – tem como principal missão fiscalizar as actividades nucleares do regime xiíta. O presidente da ISRO, Madhavan Nair, classificou a operação de espectacular e elogiou a equipa de marketing da agência indiana – Antrix Corporation – pelo êxito da operação, mantida em segredo durante mais de um ano. A Índia justificou a acção com argumentos técnicos e comerciais.

(MRA Data Mining)

EUA: Índices bolsistas com fortes quedas na semana aumentam sinais de recessão

sábado, fevereiro 9th, 2008

cubo bolsista aponta para O mercado bolsista norte-americano encerrou a semana com mais perdas, pressionado pelas preocupações sobre uma recessão e por receios acrescidos face ao impacto negativo dos derivativos de crédito, no mercado dos produtos estruturados. Na semana, o índice Dow Jones acumulou uma perda de 4,40%, o Nasdaq caiu 4,50% e o S&P-500 recuou 4,60%. Hoje, os índices Dow Jones e S&P-500 caíram respectivamente 0,53% e 0,42% enquanto o NYSE Composite recuou 0,41%. O índice tecnológico Nasdaq subiu 0,52%.

O sentimento na bolsa Nasdaq, que havia escorregado para um mercado bear -tendência de baixa – no início da semana, melhorou hoje depois da aprovação pela administração da Amazon.com, de um plano de recompra de acções até USD mil milhões( um bilhão). O papel da empresa de comércio electrónico valorizou-se 3,7% na sessão.

O sector financeiro voltou a sofrer outros rudes golpes, pressionado pelo aperto nos padrões de concessão de crédito e crescentes temores relacionados com o mercado hipotecário de primeira linha – prime/baixo risco – e os imóveis comerciais.

As acções da seguradora XL Capital caíram 1% e as da sua participada Security Capital Assurance perderam 23%, apenas um dia depois de a seguradora ter visto rebaixada a notação de risco de crédito (rating) “AAA”(baixo risco) da Moody’s Investor Service para “AA” (risco médio). O rating “AAA” é considerado crucial para as seguradoras que emitem apólices para os riscos das dívidas de maior risco nos balanços dos bancos.

Por outro lado, os receios de contaminação da crise de crédito atingiram as acções de bancos e operadoras de cartão de crédito: A American Express caiu 3,2%, o Citigroup recuou 2,5% e o JPMorgan pedeu 2,9%. Fonte: WSJ

‘Poder da mente’ aceite como parte da nova doutrina militar dos EUA

sábado, fevereiro 9th, 2008

iraque_soldados vigiam mercado localO exército americano, num novo manual que será divulgado este mês, estabelece orientações e práticas que reconhecem pela primeira vez o “poder da mente” como um instrumento a utilizar na sua estratégia de guerra. A necessidade de vencer batalhas pelo uso da força, implica alterar o comportamento dos inimigos, obtendo o seu apoio para intervenções militares idênticas às que a tropa americana executa no Afeganistão e no Iraque . Numa entrevista à BBC, o general William Caldwell, afirmou que o exército dos EUA aprendeu que a invasão e a estabilização de países estrangeiros, bem como ganhar a confiança da população local, exigem muito mais do que apenas talento militar.

“Descobrimos que o uso do ‘poder subtil’ – que defino como o ‘poder da mente’ – se provou muito, muito mais eficiente no processo de estabilização no Iraque e no Afeganistão”, disse. Em sua opinião, o exército dos EUA pode até vencer militarmente todas as batalhas, mas nunca atingir o objectivo final – ganhar a paz.

Caldwell descreveu o manual como uma referência para a forma como o exército americano deve actuar nos próximos 10 a 15 anos. Os cépticos afirmam que a aplicação prática dos novos ensinamentos exigirá mais tempo. Segundo o general, a mudança de doutrina implica que mais soldados terão que conhecer as culturas locais e dominar pelo menos uma língua estrangeira. “88% das pessoas que participarão nos nossos programas de treino para oficiais serão obrigadas a escolher uma língua. É uma mudança radical. Hoje, são cerca de 33%, esclareceu. (pvc/agências/BBC)

Prisão preventiva para dois operadores suspeitos de fraude no banco «Societé Générale»

sábado, fevereiro 9th, 2008

Kerviel preso com um alegado cúmpliceO Tribunal de Apelação de Paris ordenou ontem a prisão do bancário Jérôme Kerviel, que trabalhava na Société Générale e é suspeito de ter causado prejuízos ao banco francês superiores a USD 7 mil milhões/bilhões (mm/bi) em operações fraudulentas. Um alegado cúmplice de Kerviel foi igualmente detido. O diário francês Le Monde, noticiou que Kerviel teria executado algumas de suas operações através da empresa de corretagem Fimat, e a polícia suspeita que o segundo corretor agora preso poderá ter sido cúmplice das actividades ilícitas. A sua prisão é importante porque o Société Générale sempre defendeu a tese de que Kerviel trabalhou sozinho. O alegado cúmplice teria enviado uma mensagem a Kerviel pelo sistema de computadores do banco, antes de as operações fraudulentas terem sido publicamente denunciadas pelo banco. “Você não cometeu nenhuma ilegalidade”, é uma das frases constantes da mensagem, descoberta durante as investigações policiais. (pvc/agências)

Governo defende direitos especiais do Estado na PT em resposta à oposição da UE

sábado, fevereiro 9th, 2008

Tribunal Europeu de JustiçaFace à notificação da Comissão Europeia (CE), que informou Portugal sobre o recurso ao Tribunal Europeu de Justiça, para contrariar a posição accionista de bloqueio do Estado no Grupo PT, o governo Sócrates informou que vai “aguardar as alegações” defendendo que as acções preferenciais «golden shares» que detém na Portugal Telecom (PT) visam “a protecção de relevantes interesses públicos”. Em comunicado, o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, refere que o governo está confiante e não partilha “o entendimento da CE sobre esta matéria”, lamentando não ter sido possível negociar um entendimento com Bruxelas.
O “Governo Português irá agora aguardar serenamente pelas alegações que a CE irá apresentar ao Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.” refere o comunicado. Concretamente sobre o caso em análise, o governo defende que “os direitos especiais inerentes às acções que o Estado detém na PT, sendo lícitos e conformes ao Tratado da Comunidade Europeia, têm em vista a protecção de relevantes interesses públicos”, tais como a “preservação da rede básica de telecomunicações que é essencial à segurança pública”. Lisboa defende que o Estado “deve deter mecanismos que impeçam decisões que possam afectar a integridade dessa rede”. O respeito pelos direitos dos accionistas é sublinhado no documento informando que “o recurso ao Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias em nada afecta o normal funcionamento do Grupo PT”. (pvc/MOPTC)

Popularidade de Bush atinge nível mínimo nos EUA, mas presidente ignora sondagem

sábado, fevereiro 9th, 2008

Bush: Autismo e OptimismoA popularidade do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, atingiu um novo mínimo, segundo uma sondagem divulgada ontem. O estudo de opinião revelou também o desencanto dos americanos quanto à produção legislativa do Congresso, controlado pela oposição democrata. A sondagem, realizada pelo instituto Ipsos e associados, mostra que apenas um em cada dois americanos (30%) apoiam a gestão de Bush, e que somente 22% acreditam que o Congresso faz um bom trabalho. Os índices de aprovação caíram quatro pontos percentuais desde o início de Janeiro. A popularidade de Bush entre os membros de seu próprio partido também diminuiu, atingindo os 61%. O mau desempenho da economia, as turbulências nos mercados financeiros, a actual crise imobiliária e o temor quanto a uma recessão, parecem ter sido determinantes para estes resultados.

O presidente ignorou as sondagens. “As nossas políticas estão a funcionar. Os americanos apoiam os nossos pontos de vista. Compartilham a nossa filosofia. Tenho plena confiança em que, com o seu voto, elegeremos um presidente que compartilhe nossos princípios”, disse George W. Bush, perante uma assistência de indefectíveis republicanos conservadores que gritou, pelo menos duas vezes, “amamos-te, George”. Indiferente aos estudos de opinião, Bush insistiu em que a invasão do Iraque foi correcta, que a situação no Afeganistão está a melhorar e que a História lhe vai dar razão. (pvc/agências)

BCE inverte discurso e prepara-se para baixar juros apesar das pressões inflacionistas

sexta-feira, fevereiro 8th, 2008

taxas de juro vão baixarA descida dos juros na zona euro, dentro de poucos meses, foi claramente admitida pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, confirmando a tese defendida por vários economistas ocidentais. Embora tenha mantido a taxa de referência nos 4%, pelo nono mês consecutivo, Trichet habitualmente comedido e com um discurso codificado, deu a entender ontem que o BCE se prepara para, em breve, descer as taxas tentando impedir que a zona euro sofra o impacto da clima recessivo que afecta a economia dos Estados Unidos.

A notícia alivia as famílias e empresas, portuguesas e espanholas. Altamente endividadas, a perspectiva de dinheiro mais barato é uma notícia agradável embora peque por defeito. O acesso ao crédito vai agravar-se pois os bancos serão obrigados a cumprir regras prudenciais mais rigorosas na concessão de empréstimos, depois da orgia do dinheiro abundante e fácil dos últimos anos.

O economista-chefe do Barclays Capital, Julian Callow, reconheceu que, após o discurso de Trichet, que o BCE está “menos agressivo” do que seria de esperar face à ameaça inflacionista. O economista britânico considera, porém, que o tom do BCE sofreu “uma mudança significativa”. Trichet disse que os riscos para as perspectivas de crescimento na Europa “se confirmaram no lado descendente”, quando antes, na opinião de Callow, o termo “confirmação” não integrava o léxico tradicional do banqueiro central europeu. O Barclays Capital admite dois cortes nas taxas de juros: o primeiro já em Março (-0,25%), seguido de outro igual, dois meses depois. Se a crise se prolongar verão adentro, é provável que o BCE volte a baixar os juros em mais 25 pontos base, lá para Setembro.

De acordo com outros administradores do BCE, a incerteza é o factor que mais afecta o crescimento. “Quanto mais tempo durar a incerteza, maior o impacto negativo sobre a economia”, disse esta semana, o governador do Banco da Finlândia, Erkki Liikanen. Mas as opiniões sobre o calendário das descidas não são consensuais. Para uns a taxa do BCE ficará em 3,5% em 2008, mas só no caso de os impactos negativos sobre a economia corresponderem às expectativas actuais. Já o FMI reviu em baixa o crescimento da zona euro para os 1,6%, aproximando o crescimento europeu do americano (1,5%).

O anúncio do BCE de que que repetirá mais dois empréstimos de dinheiro barato para que os bancos possam pagar resgates de investimento e ter liquidez para conceder crédito, através da injecção de mais 120 mil milhões de euros – 75% do PIB anual português – em duas tranches: a primeira metade em 21 de Fevereiro e a segunda em 31 de Março.

Na continuada maré do dinheiro barato navegou igualmente o Banco de Inglaterra (BoE) ao reduzir ontem a taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais, depois de igual corte em Dezembro, fixando agora a taxa nos 5,25%. Analistas e economistas admitem que o BoE queira ser mais brando do que o Fed na política de juros, baixando o preço do dinheiro de forma mais lenta esperando que a desaceleração da economia neutralize a inflação. (pvc/agências)

Saldos em Wall Street estimularam regresso dos investidores

sexta-feira, fevereiro 8th, 2008

As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam ontem em alta depois de três dias fortes quebras nas cotações atraindo muitos investidores interessados em papéis a preço de saldo. O índice Dow Jones, referência bolsista de Nova Iorque, cresceu modestamente (+ 0,38%). A bolsa tecnológica Nasdaq também registou uma ligeira subida (+ 0,63%) e o índice Standard & Poor’s 500 foi o que registou melhor desempenho (+ 0,79%). A apreciação das cotações do comércio retalhista e do sector financeiro, as principais vítimas do negro carnaval bolsista nas principais praças financeiras mundiais, sofreram tamanhas perdas, desde segunda-feira, que se tornaram apetecíveis de baratas que estão.

A cadeia de lojas Sears e o banco JPMorgan Chase foram os campeões da jornada, numa sessão altamente volátil com subidas e descidas repentinas entre a abertura e o fecho da sessão. “As más notícias da Wal-Mart e de outras grandes redes de retalho confirmam que estamos a entrar no cenário da desaceleração económica que tanto receávamos”, comentou Daniel Morgan, da Synovus Securities. Notícias igualmente decepcionantes da Cisco Systems, uma das líderes mundiais no sector das redes informáticas e de telecomunicações, e o número crescente de pedidos de subsídios de desemprego, voltaram a toldar o ambiente com o espectro da recessão, negada por alguns, mas reconhecida pela maioria dos analistas. O Departamento de Emprego informou que mais 356.000 trabalhadores engrossaram a lista de desempregados em busca de subsídios, surpreendendo negativamente os operadores que esperavam números menos alarmantes. Porém, os rumores de uma iminente fusão entre as companhias aéreas Delta Airlines e a Northwest, alegadamente já muito avançadas, e o início do noivado entre a United Airlines e a Continental acabaram também por ajudar a animar a sessão.

No mercado secundário da dívida, o valor dos títulos do Tesouro a dez anos caiu, e a respectiva rendibilidade, que se movimenta em sentido inverso, subiu de 3,59% para 3,77%. (pvc/agências)

Congresso dos EUA aprovou pacote financeiro para estimular economia

sexta-feira, fevereiro 8th, 2008

dívida pública dos EUA superior a USD 9 milhões de biliõesO Congresso dos Estados Unidos aprovou ontem um pacote de mais de USD 150 mil milhões/bilhões (mm/bi) anunciado pelo presidente George W. Bush no ano passado com o objectivo de estimular a economia e evitar a recessão. A proposta, que foi aprovada na mesma noite pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, estabelece reembolsos fiscais que variam entre os USD 300 – 1 200 para a maioria dos contribuintes.

Os defensores da proposta querem que as medidas entrem rapidamente em vigor para limitar os efeitos da crise no mercado de crédito imobiliário de alto risco nos consumidores de menores recursos que não conseguem liquidar as prestações. Os opositores, face ao crescente agravamento da crise nos mercados bolsista e de crédito mundiais, temem que o “pacote Bush” agrave ainda mais a situação do sobreendividamento do país. (pvc/agências)

Bruxelas alerta para excesso de optimismo orçamental português

sexta-feira, fevereiro 8th, 2008

crise zona euroBruxelas dará o aval à estratégia orçamental definida pelo Governo de Lisboa, elogiando o esforço de contenção. No entanto, na avaliação ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC)português, a apresentar em breve pela Comissão Europeia, será feito um aviso à navegação lusitana: a meta de crescimento de 2%, prevista para 2008, é optimista tendo em conta o clima de abrandamento que se vive na zona euro, onde se encontram os principais parceiros comerciais de Portugal. “Há que reconhecer que foi um esforço assinalável”, sublinhou uma fonte comunitária ao Diário Económico. Um ano antes da data prevista pelo Ecofin, o excessivo défice público nacional será corrigido.

No caso de Portugal, a meta é um défice orçamental de 0,5%, o qual deverá ser alcançado, mesmo num contexto de abrandamento económico, frisou a semana passada o comissário europeu para os Assuntos Monetários, Joaquín Almunia. Os países que não atingiram o equilíbrio orçamental, têm uma margem mínima para deixar funcionar os estabilizadores automáticos, nesta fase de arrefecimento económico, disse o comissário. No entanto, Bruxelas alerta que o crescimento inscrito no PEC português, para 2008, parece ser “francamente optimista” face ao conjunto da zona euro. No final do ano passado, os países da moeda única começaram a dar sinais de abrandamento, na sequência da crise hipotecária americana e do subsequente aperto do crédito. A Comissão Europeia, que já baixou a estimativa de crescimento para 2008 ( 2,2%) voltará a cortar, nas previsões de 21 de Fevereiro próximo, mais três a quatro décimas.

Neste cenário, e tendo em conta que Portugal exporta 77% para a UE, Bruxelas acredita que a meta do Governo Sócrates (2%) é demasiado optimista. Porém, uma fonte diplomática portuguesa, citada pelo DE, insistiu no optimismo referindo que a Comissão já se enganou, noutras estimativas sobre o desempenho da economia lusa, reivindicando agora que “o Governo [português] merece o benefício da dívida”. (pvc/DE)

Opinião: Predadores agrícolas americanos liquidaram a economia agrária mexicana

sexta-feira, fevereiro 8th, 2008

nafta-manif1.jpgMais de 200 mil camponeses protestaram na semana passada, na Cidade do México, contra os efeitos devastadores da política agrícola do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), assinado em 1994. O tratado, negociado pelo México pela administração de Salinas de Gortari, permitiu a liberalização do comércio agrícola regional.

O processo foi gradual (14 anos), sem que os Estados Unidos cumprissem o espírito e a letra do acordo – eliminação progressiva dos subsídios. Assim, protegem artificialmente a falência da sua política agícola, atirando para a pobreza e a exclusão milhões de agricultores dos países subdesenvolvidos.

Passado o prazo estipulado, a partir de 2008, o comércio agrícola no espaço Nafta deveria beneficiar da tarifa zero. Contudo, a liberalização vale apenas para o parceiro mexicano. Naquele período os EUA nunca pararam de aumentar os perversos subsídios promovidos por sua Lei Agrária (Farm Bill). Apelidar de economia de mercado e livre comércio um sistema sustentado através de subsídios ilegais e unilaterais é uma falácia. Fraude e má-fé seriam termos mais adequados.

Em 1994, as tarifas do milho praticadas pelo México ultrapassavam os 200%. Em 2008, conforme o acordo, foram eliminadas. Em contrapartida, os subsídios dos EUA para os seus produtores do sector cresceram nos últimos 14 anos na mesma proporção.

O mundo rural mexicano e o país hispânico-americano são vitímas de uma fraude com consequências sócio-económicas desastrosas. A «liberalização» cumprida pelo México resultou no seu desarmamento fiscal e alfandegário. A concorrência desleal dos produtos americanos liquidou a produtividade agrícola do país, aniquilou centenas de milhar de explorações, fez explodir o desemprego rural e aceleraram o êxodo dos “novos pobres mexicanos”, para as cidades do país e, maciçamente, como imigrantes ilegais para os EUA.

O alcançe e gravidade da crise são enormes pois um dos produtos agrícolas mais afectados pelo Nafta é o milho, componente tradiconal e básico da dieta alimentar mexicana. Porém afectam com igual dureza o leite, o açúcar e o feijão. Todos estes produtos e respectivas cadeias de valor são copiosamente subsidiados pelo governo Bush/Cheney, ampliando a perversidade da fraude.

Na entretanto defunta Alca – Área de Livre Comércio das Américas – os EUA propuseram o mesmo modelo. Não fora a oposição dos países do Cone Sul, com destaque para o Brasil e a Argentina, a competitividade global do sector primário dos dois países charneira do Mercosul, hoje, mais não seria do que uma amarga miragem. (pvc)

Bolsas passam o Carnaval em clima fortemente recessivo

quarta-feira, fevereiro 6th, 2008

Acções em queda livre nos mercados globais e regionaisO índice Nikkei da Bolsa de Tóquio, mais uma vez, abriu hoje, quarta-feira de cinzas, em baixa de 394,37 pontos (- 2,87%). O índice Topix, que reúne as bluechips nipónicas, caía 41,03 pontos (3,03%). Esta foi a reacção às más notícias chegadas de Wall Street horas antes.

As bolsas norte-americanas sofreram a queda mais forte, desde há um ano, nesta «negra» terça-feira de Carnaval. O detonador foi a publicação dos dados sobre o sector dos serviços, os piores registados em Janeiro desde a última recessão americana. A agência de rating Standard & Poor’s ajudou à «ressaca» ao noticiar que, brevemente, poderá baixar as notações de crédito de bancos, agravando o panorama dos riscos bancários a curto-prazo.

Os índices Dow Jones e o S&P 500 registaram as maiores quedas desde 27/02/2007. Todas as 30 acções que integram o Dow Index fecharam a sessão no vermelho. Nada mais nada menos de 483 dos 500 papéis do S&P registaram quedas impressionantes e anormais: Um dos fornecedores de componentes para a Intel – ARM Holdings (- 21%) – registou uma das maiores quedas, a mais dolorosa desde o 11 de Setembro. A empresa de energia solar Sunpower Corp caiu 12 %. O fabricante de equipamentos de segurança contra incêndios Idex Corp seguiu a tendência e foi incapaz de controlar as chamas do mercado (- 9.8%). As perdas oscilaram entre 20% e 1%, com destaque para a banca, energia, telecomunicações e comércio (grossista/retalhista). Apenas 17 empresas listadas no S&P 500 obtiveram ganhos: Avon Products (+ 5,0%), Computer Sciences Corp (+ 6,0%), CytoCore Inc (+ 15%), respectivamente nas áreas dos cosméticos (venda directa), TI e equipamentos médicos. Nas primeiras seis semanas de 2008, o Dow já acumula perdas de 7,5 %. Ainda mais decepcionantes são os resultados do S&P (- 9 %) e do Nasdaq (- 12,9 %).

Durante o dia de ontem, após mais uma terça-feira negra em Wall Street, os mercados europeus encerraram em plano inclinado. Os índices não deixam margens para dúvidas de que a contaminação financeira americana está a alastrar pela Zona Euro e vizinhos: o britânico FTSE 100 (- 2,63%), o germânico DAX (- 3,36%), o francês CAC (- 3,96%), o espanhol Ibex-35 (- 5,19%), o sueco OMXS (- 3,1%), o suíço SSMI (-3,02%), o italiano Mibtel (-3,06%) e o nosso PSI20 (- 3,48%) são alguns dos exemplos.

O Diário de Notícias, na edição de hoje, informa que “a instabilidade nos mercados bolsistas mundiais, em particular em Lisboa, vai condicionar o arranque do próximo programa de privatizações bienal 2008/9. Ao contrário do que sucedeu com o seu antecessor, que foi anunciado logo em Janeiro de 2006, o próximo plano ainda não foi apresentado.” (pvc/agências)

Petróleo cai após dados confirmarem início da recessão nos EUA

quarta-feira, fevereiro 6th, 2008

Petrodólares moribundos mas não mortosOs preços do crude desvalorizaram em Nova Iorque e Londres, pressionados pelos receios de uma recessão nos Estados Unidos e pela valorização do dólar. A expectativa de um novo aumento das reservas petrolíferas norte-americanas também fez descer as cotações. Os contratos de Março do West Texas Intermediate (petróleo de referência nos EUA) na bolsa NYMEX (Nova Iorque) perdeu 0,33 dólares (- 0,4%) atingindo os 88.08 dólares/ barril após o fecho da sessão. No início da sessão, em Singapura (07H06 locais), o preço de negociação era de 88,14 dólares/barril. Os dados económicos divulgados esta tarde nos EUA mostraram que a economia norte-americana já está em recessão, aumentando os receios dos investidores sobre uma redução da procura de petróleo, que já se estão a reflectir na cotação da matéria-prima. O índice referente à evolução da indústria de serviços dos EUA contraiu-se inesperadamente em Janeiro, para os 41,9 pontos, contra os 54,4 registados no mês anterior. A crise do mercado imobiliário e a diminuição do consumo foram os responsáveis. A expectativa de um aumento das reservas de petróleo dos EUA foi outro dos factores que fez baixar os preços do crude. As previsões dos analistas consultados pela Bloomberg indicam que o Departamento de Energia (DoE) dos EUA irá anunciar que as reservas de crude do maior consumidor do mundo de energia subiram em 2,2 milhões de barris na semana terminada a 1 de Fevereiro. Por outro lado, os analistas notam ainda que a valorização do dólar está igualmente pressionar o crude.

Os peritos defendem cada vez mais que também a Europa terá que cortar rapidamente as taxas de juro face aos sinais de arrefecimento da economia. Os indicadores mostram uma desaceleração constante e sistemática das economias europeias – uma situação que, aparentemente, pode beneficiar temporariamente o dólar. O Royal Bank of Scotland Group publicou ontem um estudo segundo o qual a indústria europeia de serviços, em Janeiro, cresceu ao ritmo mais lento desde 2003. (pvc/agências/ Bloomberg)

Relatório critica controlos internos no banco «Societé Générale»

terça-feira, fevereiro 5th, 2008

Societé GénéraleEnquanto se especula que o banco francês «BNP Paribas» estará a preparar a compra do controlo accionista da «Societé Générale», um relatório da ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, detectou falhas na fiscalização dos operadores do banco Société Générale. O laxismo permitiu operações fraudulentas, aparentemente executadas apenas por um funcionário, que causaram prejuízos superiores a USD 7 mil milhões/bilhões (mm/bi). “Certos mecanismos de controlo interno do banco não funcionaram como deveriam. Os que funcionaram não foram objecto de apropriada supervisão” precisa o relatório, entregue ontem ao primeiro-ministro François Fillon. As 11 páginas incluem sugestões para o reforço da fiscalização das transações bancárias no mercado, designadamente um mapa dos riscos operacionais, para prevenção de fraudes internas. Lagarde defendeu também o aumento substancial das multas, cujo valor máximo é, actualmente, de 5 milhões de euros, para penalizar os bancos que não cumprem as normas. A ministra criticou ainda a demora da direcção do banco em informar o governo sobre a fraude. Descobertas no dia 19 de Janeiro, as ilegalidades só foram comunicadas às autoridades uma semana depois.

O operador Jérôme Kerviel, suspeito de ter causado o gigantesco rombo no banco «Société Générale», reconheceu durante interrogatório ter “fintado” o sistema de segurança do banco, utilizando códigos de acesso de outras pessoas e falsos e-mails para confirmar operações fictícias. Lagarde informou que, até agora, tudo indica que Kerviel terá agido sozinho. Nos depoimentos à polícia e à Justiça, ele declarou que outros colegas do banco também assumem riscos à margem da supervisão bancária, mas movimentam quantias inferiores. Kerviel está em regime de liberdade condicional, enquanto continuam as investigações. (pvc)

Brasil deverá adaptar-se às exigências europeias

segunda-feira, fevereiro 4th, 2008

O Brasil só tem um caminho para ultrapassar a crise da carne, aberta no relacionamento com a União Europeia: deverá cumprir as exigências que a UE faz às suas próprias empresas, sob pena de, para além dos pressupostos da protecção da saúde pública se ofenderem regras básicas da concorrência.
Tudo o mais que se disser é demagogia e perda de tempo.
A crise agora aberta era previsível há vários meses, perante as dificuldades colocadas pelo Brasil à aceitação de normas que a União Europeia impõe às suas próprias empresas.
Na época, dirigentes da agência brasileira de comércio exterior propuseram-se desenvolver uma campanha de propaganda junto dos consumidores europeus, visando desacreditar as instâncias técnicas europeias, o que, por si só é demonstrativo do deficiente conhecimento dos mecanismos da UE.
Agora, o próprio Itamarati reage em termos que demonstram um mau conhecimento de tais mecanismos, o que não ajudará em nada à solução dos problemas.
Há um conjunto de questões que não têm (não podem ter) solução política no quadro da União Europeia. Entre esse conjunto estão as exigências que a a União faz às suas próprias empresas e que os seus agricultores exigem que sejam feitas às estrangeiras, sob pena de violação das leis da concorrência.
Os nossos irmãos brasileiros andam, seguramente, muito distraídos, não se tendo apercebido dos níveis de exigência criados depois da crise das «vacas loucas».
O Brasil não deve perder tempo a qualificar as suas empresas, para ultrapassar a crise. Esse é o único caminho razoável, que, aliás, já se conhecia há muito.
Não há lobby suficientemente poderoso que permita ultrapassar o quadro de exigências decorrente das próprias leis da UE.
O que é preciso é tomar em consideração esse quadro e, de forma rápida e coerente, dar-lhe cumprimento. Há empresas portuguesas em boas condições para ajudar os produtores brasileiros de carne a preencher esses pressupostos.

Fonte: MRA Newsletter

Henrique Neto faz acusações graves a Mário Lino sobre Ota/Alcochete

domingo, fevereiro 3rd, 2008

Henrique Neto_Lobbying_Pró-OTAHenrique Neto, empresário e militante socialista, não perdoa ao Governo ter desistido da Ota e optado por Alcochete para construir o novo aeroporto de Lisboa. Acusa o Executivo de estar muito enfeudado a alguns grupos económicos. Sobre Mário Lino, ministro dos Transportes e Comunicações, acusa-o de ter escondido dados que seriam mais do que suficientes para destruir a opção Alcochete. Sobre o comportamento do governante classifica-o de “arrogante” e afirma que cometeu “várias gaffes só para deitar por terra a opção da Ota.” Fonte: Correio da Manhã

Arranca «Pacto dos Presidentes de Câmaras Municipais» da UE contra o CO2

sábado, fevereiro 2nd, 2008

co2_mata_green_peace A Comissão Europeia lançou esta semana o “Pacto dos Presidentes de Câmaras Municipais”. Trata-se, até à data, da iniciativa mais ambiciosa visando envolver os cidadãos europeus na luta contra o aquecimento global. O Pacto será um compromisso formal entre as cidades aderentes em ultrapassarem os objectivos da UE relativos à redução de emissões de carbono (C02) através da eficiência energética e das energias renováveis. O projecto envolve cerca de 100 cidades europeias, incluindo 15 capitais nacionais, que previamente lhe expressaram o seu apoio. (pvc/agências)

UE e Brasil em rota de colisão sobre comércio de carnes

sábado, fevereiro 2nd, 2008

carnes_export_br.jpgO Ministério das Relações Exteriores do Brasil considerou “descabida” e “discriminatória” as exigências da União Europeia, que suspendeu na quarta-feira a importação de carne brasileira por prazo indefinido. Bruxelas e Brasília não chegaram a acordo sobre o número de fazendas que poderiam receber certificação para vender o produto no mercado único europeu. Numa nota à imprensa, o Ministério informou ter manifestado a “inconformidade” do governo brasileiro com a decisão da Comissão Europeia. “A pretensão europeia de que o Brasil seleccione 300 propriedades dentre o universo de fazendas preliminarmente aprovadas pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] é descabida e discriminatória entre fazendas perfeitamente habilitadas, punindo os esforços dos fazendeiros que procuraram cumprir as exigências estabelecidas pela União Europeia”, sublinhou o Ministério, na nota oficial.

Segundo o Ministério, o Encarregado de Negócios da Comunidade Européia no Brasil, Nicholas Foster, foi notificado que o embargo à carne brasileira “não corresponde aos princípios que deveriam enformar o relacionamento entre o Brasil e a União Européia, tendo em vista sua elevação, em 2007, ao caráter de parceria estratégica”.

Ontem, o ministro brasileiro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o Itamaraty “está pensando” em recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) para reverter a decisão da UE de suspender a importação de carne bovina brasileira. O presidente Lula da Silva também criticou ontem o embargo. “Eles têm vaca louca e ficam dando palpite”, disse Lula referindo-se aos casos da doença na Inglaterra e na Irlanda. Fonte: Folha Online

EDP vai investirá € 900 milhões no sector hidroeléctrico até 2011

sábado, fevereiro 2nd, 2008

EDP - BarragensA EDP-Energias de Portugal vai investir no próximo triénio de mais de 900 milhões de euros (R$ 2,35 bilhões) no sector hidroeléctrico, informou ontem a empresa. No plano técnico-científico foi estabelecido um acordo de parceria com a Faculdade de Engenharia do Porto em vários domínios aplicados a grandes obras hídricas. O plano de investimento da EDP prevê um significativo aumento da potência instalada, “contribuindo para os objectivos de Portugal de promoção das energias renováveis e consequente redução das emissões específicas de CO2 do seu parque electroprodutor”. pvc/Diário Económico

Feriados e pontes laborais custam a Portugal € 5 mil milhões/ano ou 2,5%-3% do PIB…

sábado, fevereiro 2nd, 2008

fabrica inactivaOs feriados e as pontes, em Portugal, representam um prejuízo económico de cinco mil milhões de euros/ano. A estimativa é do professor da Universidade Autónoma, Luís Bento. Embora não existam estudos científicos no país sobre a matéria, o investigador e especialista em Recursos Humanos, garantiu à TSF que «durante este ano, 40 por cento dos dias serão de lazer; portanto, vai haver um efeito brutal sobre a economia», precisou.

No entender de Luis Bento, «os efeitos directos e indirectos sobre a economia, por força das pontes e dos feriados, deverá ter um impacto negativo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto e(PIB) entre os 2,5 e três por cento». Assim, Portugal deixará de ganhar 4,8 mil milhões de euros. «Vamos deixar de criar riqueza, exclusivamente, por efeito de não se trabalhar», enfatizou. Todavia, reconheceu que, durante o lazer, a riqueza também pode ser criada nas compras ou em viagens, mas, de acordo com os seus cálculos é «insuficiente». Por considerar que as perdas para a economia são elevadas, Luís Bento defendeu que chegou o momento de Portugal debater a questão dos feriados.

Cepticismo de sindicatos e patrões

O secretário-geral da UGT, admitiu à emissora que a matéria poderá vir a ser debatida entre os parceiros sociais mas desvalorizou a questão. João Proença sublinhou que «Portugal é dos países onde o problema é menos preocupante». Por seu turno, também José António Silva, da Confederação do Comércio, defendeu que acabar com as pontes pode ser «contraproducente»: «De uma forma geral, se obrigarmos os trabalhadores a trabalhar nestes dias, o nível de produtividade vai tornar-se muito baixo, pelo que, provavelmente, será um erro», disse. No entanto, também concordou com a discussão sobre o tema, pelos parceiros sociais, mas logo no início de cada ano. (pvc)

Terroristas/CIA/Portugal: Responsável da ONU admite que Lisboa violou activamente Direitos Humanos

sábado, fevereiro 2nd, 2008

Lajes_base_militar_EUADetalhes sobre a compra, por Washington (USD 5 000/ EUR 3 380 euros), e o respectivo aerotransporte através de Portugal para a prisão de Guantanamo, de mais de 700 suspeitos de terrorismo no Afeganistão e Paquistão, foram esta semana revelados pela ONG britânica Reprieve (documento completo).

O primeiro-ministro, José Sócrates, repudiou de imediato no Parlamento (4.ª feira), o conteúdo do relatório, acusando-o de «não ajudar à verdade» e de ser «profundamente mistificador». As investigações da Reprieve, que representa 33 presos de Guantanamo, esclarecem alguns dos factos no documento original (PDF/35 Páginas):

  • O relatório indica 728 dos 774 suspeitos de terrorismo transportados pela CIA para Guantanamo.
  • Todos, ou pisaram solo nacional (nove dos aviões, via Lajes, Açores), ou cruzaram o espaço aéreo português.
  • A ONG cruzou informações das listas de voos da Aviação Civil portuguesa, com depoimentos de testemunhas e de alguns dos suspeitos envolvidos, bem como documentos oficiais de organismos federais dos Estados Unidos;
  • Os dados apurados indicam o dia em que cada um dos réus desembarcou na base de Guantanamo incluindo o número de matrícula das aeronaves envolvidas;
  • As listas dos voos indicam que, no mínimo, 48 aviões militares dos EUA e da CIA atravessaram a jurisdição portuguesa a caminho de Guantanamo;
  • Os voos terão começado a 11 de Janeiro de 2002. O último registo é de 07 de Maio de 2006;
  • A Reprieve indica que 6 (seis) deles terão aterrado no aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, e três na ilha de Santa Maria, no mesmo arquipélago; (O documento, porém, não indica nem o local de partida nem o nome dos passageiros transportados nos voos).
  • O comissário da ONU para casos de tortura, Manfred Nowak, citado hoje pelo El Pais, considerou que seria exagerado concluir que Portugal «ajudou» a CIA; porém, admitiu que entre 2005 e 2006 existiam suspeitas sobre as operações dos serviços secretos americanos;
  • Sobre o comportamento das autoridades portuguesas, Nowak afirmou: «Nos casos em que [elas] não impediram a passagem dos voos pelo seu espaço aéreo ou a aterragem no seu território, há uma violação activa dos Direitos Humanos». (pvc/Agências)

A UE pode considerar que o novo aeroporto viola a legislação ambiental, diz LNEC

sábado, fevereiro 2nd, 2008

CE pode ainda opôr-se à localização do novo aeroporto de LisboaA Comissão Europeia (CE) pode considerar que a localização do novo aeroporto de Lisboa, tanto em Alcochete como na Ota, configura uma violação material dos deveres de protecção ambiental do Estado português alerta a análise ambiental estratégica divulgada pelo LNEC, informam hoje a Lusa/Diário Digital.

O documento do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) foi hoje publicada na Internet pela NAER, para consulta pública nos próximos 30 dias. Os autores do capítulo dedicado à análise jurídica consideram que, «à luz do direito comunitário, a Comissão Europeia pode considerar que as duas localizações propostas [Ota e Alcochete] violam o dever de protecção ambiental a que o Estado português está obrigado», devido à questão da proximidade «poder vir a ser considerada».

Alcochete fica próxima da zona de protecção especial e sítio de interesse comunitário do Estuário do Tejo. A Ota confina com a Serra de Montejunto, integrada na Rede Natura 2000. A Rede é composta por áreas de importância comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as actividades humanas deverão ser compatíveis com aqueles valores. (pvc)

Chinalco e Alcoa deram o primeiro passo para a compra da poderosa Rio Tinto

sábado, fevereiro 2nd, 2008

Rio Tinto - Minério de Ferro - AustráliaAs acções da empresa mineira global Rio Tinto subiram ontem 12,8%, com o anúncio de que a gigante chinesa de alumínio Chinalco e a norte-americana Alcoa formaram uma parceria para a compra de uma participação (12%) no conglomerado anglo-australiano, por um valor de USD 14,5 mil milhões/bilhões (mm/bi). Segundo o comunicado conjunto, as duas empresas informaram que “não pretendem actualmente fazer uma oferta” para adquirir a totalidade da Rio Tinto. No entanto, ambas podem mudar de estratégia caso a administração da Rio Tinto aprove o negócio ou se a BHP Billiton apresentar uma nova oferta com “termos melhorados”, relativamente à apresentada no ano passado. Recorde-se que há dois meses, a BHP fizera uma oferta de cerca de USD 130 mm/bi para adquirir 100% da Rio Tinto. A proposta foi rejeitada por o valor ter sido considerado demasiado baixo. O Painel de Aquisições do Reino Unido estabeleceu o próximo dia 6 para que a BHP faça uma oferta formal de aquisição ou desista do negócio.

Pequim considera esta fusão estratégicamente perigosa para a defesa dos interesses chineses no segmento das indústrias extractivas, temendo que a concentração BHPBilliton/Rio Tinto, as duas líderes globais do sector dos recursos minerais, possa encarecer ainda mais os preços das matérias-primas. O seu peso no segmento do minério de ferro, pode afectar o crescimento industrial chinês face à sua dependência deste recurso natural.

A Chinalco classificou a compra de 12% da Rio Tinto como o seu maior investimento estrangeiro até agora. Os chineses admitem a possibilidade de poderem fazer uma oferta para a compra total da companhia anglo-australiana caso algum concorrente tente o controlo accionista do conglomerado mineiro cotado em Londres e Melbourne. A Alcoa investiu apenas USD 1,2 mm/bi no negócio. (pvc/agências)

Crise nas seguradoras afecta «hedges» do Citigroup e Merrill Lynch

sexta-feira, fevereiro 1st, 2008

Um castelo de cartas em dolaresA crise das seguradoras de títulos de crédito americanas Ambac e MBIA, além de representar um risco para um mercado avaliado em mais de USD 2 milhões de biliões/trilhões em empréstimos garantidos pelas duas instituições, pode significar também um novo rombo no balanço de grandes bancos envolvidos em hipotecas «subprime».

De acordo com dados divulgados pelo Citigroup referentes ao final do ano passado, a exposição líquida do banco a títulos ligados ao segmento de subprime (CDOs) ainda é de USD 29,3 mm/bi (sem considerar empréstimos directos deste segmento, no montante extra de USD 8 mm/ bi). No entanto, esse valor é o resultado de uma exposição bruta de USD 39,8 mm/bi, descontada a protecção [hedge] de USD 10,5 mm/bi do total da carteira.

O banco Merrill Lynch também informou sobre uma exposição líquida de USD 6,8 mm/bi em CDO’s e outros activos subjacentes (colaterais) (excluindos USD 2,7 bilhões em empréstimos directos). No entanto, este volume é derivado do desconto de USD 23,6 mm/bi de hedge, face à exposição bruta total de USD 30,4 mm/bi, contabilizados em 31/12/2007.

O problema é que boa parte da protecção dos bancos foi feita através da compra de Credit Default Swaps (CDS’s) – uma variante de seguro de crédito – das seguradoras agora em apuros (Ambac e MBIA). O Citi não detalha a origem dos hedges na sua apresentação de balanço, mas o Merrill Lynch esclareceu que as operações foram executadas com fiadores “monoline” (que operam apenas com um tipo de risco), seguradoras e outros participantes de mercado. ignifica isto que, em teoria, nos respectivos balanços, boa parte do eventual prejuízo de US$ 34,1 bilhões (soma das posições hedge agregadas) estaria protegida pelas ditas seguradoras. Porém, se quelas empresas tiverem dificuldades financeiras, os montantes a pagar voltariam a ser da responsabilidade dos bancos. Novas depreciações no valor daqueles activos serão inevitáveis causando mais prejuízos nos relatórios e contas daqueles bancos.

No último trimestre de 2007, Citigroup e Merrill Lynch amortizaram prejuízos de quase USD 10 mm/bi cada um devido à contabilização de perdas com CDOs e outros activos derivados do segmento de crédito de alto risco, ou subprime.

Mesmo que as seguradoras não sejam declaradas insolventes, mas se virem as suas notações (ratings) rebaixadas do nível atual de AAA (o mais elevado), os bancos possivelmente terão de considerar que os seguros de risco não estão cobertos, obrigando-os a nova reavaliação dos activos, de novo em baixa.

Ontem, a MBIA divulgou que o último trimestre de 2007 fechou com um prejuízo de US$ 2,3 bilhões. Um ano antes, havia lucrado US$ 181 milhões. Em 2007, a empresa perdeu aproximadamente 2 mm/bi. Ao mesmo tempo, a MBIA disse que concluiu a venda de US$ 500 milhões em acções para o investidor de «private equity» Warburg Pincus e acrescentou que está a estudar outras formas de se refinanciar.

UE: Commissão ameaça processar estados membros sobre contas dos fundos estruturais

sexta-feira, fevereiro 1st, 2008

TCEA Comissão prepara-se para accionar judicialmente quaisquer dos 27 estados membros da União Europeia (UE) que não apresentem, até ao dia 15 de Fevereiro, os relatórios intercalares dos controlos nacionais sobre a utilização dos fundos comunitários. O orgão executivo da UE, presidido por Durão Barroso, está sob pressão dos deputados do Parlamento Europeu (PE) para que adopte medidas mais apertadas sobre as auditorias nacionais aos gastos com dinheiro proveniente do orçamento da União. As exigências resultam da forte crítica elaborada pelo Tribunal de Contas Europeu, no relatório publicado em Novembro passado, referente às contas do exercício de 2006. Os auditores calcularam que foram indevidamente pagos aos países membros cerca de 4 mil milhões de euros (12% da totalidade dos Fundos Estruturais) devido a erros contabilísticos. (pvc/agências)

Lóbi germano-espanhol na Economia e no Clima

sexta-feira, fevereiro 1st, 2008

Merkel-ZapateroO primeiro-ministro espanhol José Luís Zapatero e a chanceler alemã Angela Merkel expressaram ontem a necessidade de a União Europeia “concretizar medidas” para “uma regulação mais activa”, que torne “mais transparente” o funcionamento dos mercados em situações como a presente conjuntura económica, declarou o chefe do Governo de Madrid no final da XXI Cimeira hispano-alemã, em Palma de Maiorca.

Apesar da crise financeira «subprime» e da ante-câmara de recessão EUA ambos insistiram que, na Europa, os “fundamentos da economia permanecem sólidos”, mas “é necessário antecipar os problemas nos sistemas financeiros”, explicou Zapatero, através de uma regulação “mais activa”. Zapatero e Merkel afirmaram a necessidade da UE actuar com mais visibilidade em África, continente para o qual anunciaram projectos comuns na área “das mudanças climáticas e das energias alternativas”.

A chanceler informou Zapatero dos resultados da mini-cimeira de terça-feira em Londres dos países europeus do G8 (Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália). Sobre o Kosovo, Alemanha e Espanha divergiram. Berlim defende a independência do território sérvio de maioria albanesa. Madrid mantém reservas, o que se compreende perante reivindicações semelhantes no País Basco e na Catalunha. (pvc/agências)

Lóbis: Comentador e lóbista pedem transparência

sexta-feira, fevereiro 1st, 2008

Dinheiros e Regras - Cartoon americano sobre LóbismoTransparência foi a receita comum do comentador político Pacheco Pereira e de Luís Paixão Martins, administrador da LPM, para lidar com os lóbis, num debate realizado ontem à noite na Universidade Lusíada, em Lisboa. À questão «Como lidar com os lóbis?», Pacheco Pereira afirmou que é «normal em democracia que os interesses se organizem e defendam os seus pontos de vista». O comentador político social-democrata, criticou o «lóbismo disfarçado, que é na verdade tráfico de influências». «Com os lóbis na sombra, ganham os interesses. Se estiverem às claras, haveria menos intermediação que se pode qualificar de tráfico de influências», argumentou. Contudo, referindo-se ao parlamento português, destacou que «o poder da Assembleia da República é escassíssimo» na feitura de leis e que a legislação subordinada a grupos de interesses «vem é do governo».

Luís Paixão Martins, administrador da empresa LPM, coincidiu na procura de transparência, sublinhando que «nunca é plenamente atingida». O responsável da LPM lembrou que a empresa pediu «há seis meses» para ser acreditada no Parlamento e aí poder «formalmente» comunicar com os deputados, «indicando os interesses que representasse» (lista de clientes). À resposta da Assembleia faltou «seriedade», disse, argumentando ter sido negativa sem no entanto «nunca se dizer não» explicitamente. Martins acrescentou que alguns grupos de interesses já têm representantes no Parlamento, exemplificando com os deputados que são dirigentes sindicais.

Pacheco Pereira, por seu turno, defendeu a introdução de novas incompatibilidades no estatuto dos deputados, nomeadamente nos deputados que trabalham em «grandes sociedades de advogados», sem no entanto acumular incompatibilidades, o que, afirmou, conduziria a uma cada vez maior «profissionalização da política». pvc/Diário Digital / Lusa