A Autoridade Monetária de Hong Kong anunciou hoje uma redução das taxas de juros de 0,75 pontos, para 5%. A decisão seguiu o exemplo, adoptada na véspera, pela Reserva Federal (Fed, o banco emissor americano). Segundo agentes imobiliários consultados pelo jornal “South China Morning Post”, a decisão, que terá efeitos imediatos, “com toda certeza será seguida pelos bancos locais”, devendo estimular o mercado imobiliário da região sob administração chinesa.
O efeito Fed nas bolsas asiáticas
As Bolsas da Ásia e da Oceania reagiram bem ao anúncio de corte de juros nos Estados Unidos (de 4,25% para 3,50% ao ano), decidido pelo Fed. Nesta quarta-feira (23), a Bolsa de Tóquio abriu com uma alta de 3,42% no índice Nikkei 225 e de 3,87% no indicador Topix, que reúne todos outro conjunto de acções.O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, operava, durante a abertura, com uma robusta subida de 7,36%, após violentas quedas desde segunda-feira. Ontem, o Nikkei 225 caíu 5,64%, e o Topix derrapou 5,70%, registando os valores mais baixos desde 2005. A Bolsa de Hong Kong recuou 8,7%.
O índice bolsista PSEI (Manila) iniciou a sessão com uma modesta subida (+0,05%) mas o JCI de Jacarta encetou uma forte recuperação (+ 4,72%). Outros dois índices regionais – Straits Times/Singapura (+ 3,68%) e o SET/ Banguecoque (+ 2,41%) – abriram com sinais igualmente positivos.
Mundo
No Brasil, o Ibovespa reagiu com uma subida de 4,45%, e o volume financeiro foi alto, de R$ 8,10 bilhões, bem acima da média diária deste mês (R$ 5,45 bilhões) e de Dezembro passado (R$ 6,29 bilhões). Na Europa, após a agressiva acção do Fed, Londres subiu 2,86%, Frankfurt cedeu 0,31%, Milão ganhou 1,02% e Amsterdão 2,56%.
Na semana passada, o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou as linhas gerais de um plano de estímulo à economia do país, entre cujas medidas, se um incentivo fiscal de USD 145 mil milhões/bilhões. Washinton pretende, assim, evitar uma queda do consumo (responsável por 70% da economia americana). O plano, no entanto, é visto pelos analistas como insuficiente. O Fed também vem agindo, através de cortes de juros (três consecutivos, em 2007). A baixa do preço do dinheiro visa estimular o mercado do crédito. Consumidores e empresas, espera o Fed, deverão reagir com a assumpção de mais dívida, através de novos financiamentos, e contribuir assim para conter a ameaça de recessão.
Os mercados, conforme seria de esperar, responderam com a procura de novas oportunidades de negócio através das bolsas. Mas é cedo para cantar vitória. As próximas semanas serão a prova dos nove sobre o sucesso da acção do regulador americano. (pvc/agências)