Archive for outubro, 2007

Ahmadinejad e Lavrov discutem questão nuclear iraniana; Americanos aprovam ataque contra Irão

quarta-feira, outubro 31st, 2007

Mahmoud Ahmadinejad e Serguei LavrovO presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, recebeu ontem em Teerão o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, para discutirem o programa nuclear iraniano e as relações bilaterais, noticiou a emissora iraniana “Alalam”. Na ocasião, Lavrov criticou a decisão americana de impor novas sanções ao Irão pois “não ajudam” a resolver as actividades nucleares iranianas, noticiou a agência russa Interfax. As sanções unilaterais contra o Irão “prejudicam a continuação dos esforços colectivos” para resolver a questão, disse o ministro russo. “A Rússia defende uma solução pacífica para as questões relacionadas com o programa nuclear iraniano. Vigiaremos atentamente as decisões tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU”, sublinhou o chefe da diplomacia do Kremlin.

Recorde-se que, na semana passada, os Estados Unidos impuseram, através da ONU, novas sanções ao Exército iraniano e a três bancos públicos do Irão, acusando-os de apoiar o terrorismo. Neste contexto, o Putin e Ahmadinejad, em Teerãopresidente russo, Vladimir Putin, adoptou uma posição de distanciamento dos países aliados dos EUA, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Enfáticamente, Putin limitou-se a repetir o que afirma há mais de um ano. Argumenta que não pode tomar outra posição pois não dispõe de quaisquer provas que confirmem a existência de um programa nuclear para fins militares, executado pelo governo de Teerão.

As últimas sanções americanas foram dirigidas a destacados membros da Guarda Revolucionária iraniana, acusados de contribuir para a proliferação de armas de destruição maciça e de apoiar organizações e actividades terroristas. Segundo os Estados Unidos, o Exército da República Islâmica do Irão treina e fornece armas a milícias xiitas iraquianas que, alegadamente, executam acções militares contra as tropas americanas e britânicas que ocupam o Iraque.

Esta retórica é interpretada por um crescente número de comentadores, observadores e analistas militares, como um expediente do Pentágono e da Casa Branca para criar um clima anti-iraniano junto do eleitorado americano. À semelhança da estratégia de desinformação que precedeu a invasão e ocupação do Iraque, em 2003, para destruir as armas de destruição maciça alegadamente na posse de Saddam Hussein – acusação que se revelou falsa e enganadora – as novas sanções contra objectivos militares e económicos iranianos visam pôr em prática os planos de ataque desenvolvidos pelos militares do Pentágono, pelo menos, desde Junho passado.

bandeiras EUA -IraqueNa passada segunda-feira, uma sondagem publicada nos Estados Unidos, revelou que mais da metade dos americanos é favorável a um ataque militar dos EUA contra o Irão. A maioria dos inquiridos acredita que isso pode acontecer antes das eleições presidenciais de Novembro, de 2008. O estudo de opinião foi realizado pelo Instituto Zogby. De acordo com os resultados, 52% dos entrevistados são favoráveis a ataques preventivos para impedir o governo do Irão de fabricar uma bomba nuclear. Apenas 29% acham que os EUA não deveriam atacar a República Islâmica.

Estes factos revelam que o índice de probabilidades de um ataque militar – exclusivamente a cargo da força áraea americana e/ou israelita – aumentou significativamente nos últimos meses. Por isso, a visita de Sergei Lavrov, que surpreendeu a generalidade dos observadores por Putin ter visitado oficialmente o Irão, na semana passada, assume um acrescido significado político e, indirectamente, militar. Por outro lado, a sua inesperada deslocação, coincide com as negociações que representantes iranianos e funcionários da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) mantêm, desde segunda-feira, em Teerão, sobre as centrífugas P1 e P2 utilizadas para o enriquecimento de urânio.

AlBaradei - AIEA - 2007A importância das conversações Irão-AIEA residem no facto de serem as últimas que o diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei, conduzirá no país do Golfo Pérsico, antes de apresentar mais um relatório oficial sobre o programa iraniano, na próxima reunião do Conselho de Governadores do organismo da ONU, marcada para 22 de Novembro. A despeito das sucessivas inspecções da AIEA, o Irão continua a manter actividades nucleares, com o argumento de que são para fins pacíficos. Paralelamente insiste que, como país soberano, membro de pleno direito da agência de não proliferação nuclear, o Estado iraniano procede ao enriquecimento de urânio no exercício dos seus “legítimos direitos”. Os Estados Unidos e União Europeia (UE), em contrapartida, suspeitam que o programa tem fins militares e exigem que Teerão cumpra as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e cancele a sua execução.

O ministro Lavrov, segundo o telegrama da “IRNA”, manteve igualmente reuniões de trabalho com o seu homólogo do Irão, Manouchehr Mottaki. Ambos “abordaram as necessidades e as iniciativas adequadas ao fortalecimento das relações bilaterais”, acrescentou a agência de informação islâmica. No plano bilateral, a Rússia e o Irão fecharam, desde 1995, vários acordos para a reconstrução e ampliação da central nuclear de Bushehr, no sudoeste do país. O arranque das operações, no entanto, está atrasado desde Setembro, por questões relacionadas com disputas entre Moscovo e Teerão sobre os custos e a forma de pagamento. (pvc/agências)

Rei da Jordânia pede que China se envolva mais com Oriente Médio

terça-feira, outubro 30th, 2007

Rei da Jordânia com Presidente da china Hu JintaoA crescente influência da China no cenário internacional significa que o país está destinado a desempenhar um papel diplomático de peso maior no Oriente Médio, afirmou na terça-feira o rei Abdullah, da Jordânia, encorajando o governo chinês a fomentar a paz israelo-palestiniana. “Temos esperanças de um papel mais destacado da China em nossa região porque os senhores sempre foram considerados um intermediário honesto e são muito respeitados no mundo árabe”, afirmou Abdullah ao presidente chinês, Hu Jintao.Autoridades israelenses e palestinas preparam-se para uma conferência de paz convocada pelos EUA e marcada para acontecer no final deste ano. O rei Abdullah — um dos líderes regionais que desejam ver avanços concretos nesse encontro — disse que a China pode ajudar a garantir o progresso. “Na qualidade de membro permanente das Nações Unidas (do Conselho de Segurança das Nações Unidas) e na qualidade de país com boas relações com todos os presentes em nossa região, o papel da China é, segundo creio, destinado a aumentar no futuro próximo”, disse, em um discurso proferido na Universidade Pequim.

Operadores europeus defendem a separação funcional da rede de cobre em carta a Barroso

terça-feira, outubro 30th, 2007

cabos rede de cobreOs operadores de telecomunicações europeus (ECTA) vão entregar ao presidente da Comissão Europeia, na quarta-feira, uma carta onde defendem a separação funcional das redes de cobre e a regulação do acesso às redes de nova geração. “São questões essenciais para garantir a competitividade dos mercados ou corremos o risco de assistir ao restabelecimento dos monopólios dos operadores históricos”, afirmou, em conferência de imprensa, na segunda-feira, o presidente da ECTA, citado pela Lusa. Innocenzo Genna explicou que, apesar das redes de nova geração assentarem numa tecnologia inovadora que permite maiores larguras de banda e maior fiabilidade do serviço, a infra-estrutura que servirá de base a esta tecnologia terá que ser, em muitos casos, a do operador incumbente. Fonte: Diário Económico

CE apresenta em Janeiro proposta sobre redução de emissões

terça-feira, outubro 30th, 2007

Programa da UE para reduçãodos gases com efeito de estufaBruxelas apresenta a 23 de Janeiro uma proposta de distribuição pelos 27 Estados-membros do esforço de redução da emissão de gases causadores de efeito de estufa, disse hoje fonte do gabinete do comissário do Ambiente, Stravos Dimas.No total dos 27, a redução das emissões responsáveis pelo aquecimento global deve ser de pelo menos 20% até 2020, mas a Convenção-Quadro da ONU - Imagem programaproposta poderá ir até 30 por cento, dependendo do empenho internacional que sair da Convenção-Quadro da ONU sobre as Alterações Climáticas, que se realiza entre 03 e 14 de Dezembro em Bali, Indonésia.

Durão Barroso - Presidente da Comissão EuropeiaNo Conselho Europeu de Março último, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia comprometeram-se a reduzir a emissão de gases com efeito de estufa em 20 por cento até 2020 (em relação a 1990), sendo que este valor poderá ser de 30 por cento se os outros países industrializados se associarem ao esforço europeu.

O compromisso assumido pelos 27 em Março – e que foi apresentada em Janeiro último pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso – inclui ainda a meta vinculativa de, também até 2020, 20 por cento da energia consumida na União ser proveniente de fontes renováveis.

Criada Câmara de Comércio Brasil-Portugal em Brasília

terça-feira, outubro 30th, 2007

Foi criada em Brasília uma nova câmara de comércio luso-brasileira.
A Câmara de Comércio Brasil-Portugal de Brasília foi criada em 9 de outubro deste ano e é a 11ª entidade do gênero no país. A entidade representa o Centro-Oeste brasileiro, que em julho passou a contar com uma ligação direta com Lisboa, através de seis vôos semanais da TAP.
O presidente da Assembléia-Geral da Câmara é o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, a quem coube a iniciativa da organização da nova entidade.
A nova Câmara Brasil-Portugal é formada por personalidades do mundo econômico, acadêmico e político de Brasília, como o ex-vice-presidente da República Marco Maciel, o senador Adelmir Santana e o deputado Paes Landim.
“Procuramos formar uma diretoria e um conselho que fossem o espelho dos setores social e produtivo da capital brasileira”, salientou Fernando Brites.

Fonte: Lusa

Exportações brasileiras sustentam a queda do dólar, dizem economistas

terça-feira, outubro 30th, 2007

A valorização do real face ao dólar vai continuar em 2008 (MRA, Data Mining)O dólar fechou na segunda-feira (29) cotado a R$ 1,756, acumulando uma queda de quase 20% desde o início do ano. O valor de fechamento é o menor desde abril de 2000 – mas o movimento de queda está baseado em fundamentos mais sólidos do que há sete anos. “Em 2000, parte da desvalorização do dólar foi puxada pela entrada de capital de curtíssimo prazo, que é muito volátil”, diz Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria. Esse capital de curto prazo vinha em busca da remuneração propiciada pela alta taxa de juros, então em 16,5% (outubro de 2000). Embora continue atrativa ao capital estrangeiro, a taxa atual é muito mais baixa: 11,25%. Em 2007, o fator determinante para explicar a queda na taxa de câmbio é o fluxo comercial. De janeiro a setembro de 2000, as exportações brasileiras somaram US$ 41,399 bilhões e as importações, US$ 40,682 bilhões. De lá para cá, as importações dobraram – passando a US$ 85,652 bilhões nos nove primeiros meses de 2007. As exportações, no entanto, registraram alta sensivelmente maior, passando a US$ 116,599 bilhões, influenciadas especialmente pela alta nos preços das commodities. Fonte: O Globo

Empresários e advogados devem consultar portal em português sobre propriedade industrial

terça-feira, outubro 30th, 2007

Portal LusoPat - Uma ferramenta útil para advogados e empresasOs países de língua portuguesa dipõem de uma ferramenta útil para questões ligadas à propriedade industrial. Trata-se do Portal Lusopat, gerido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O presidente do Inpi, Jorge Ávila, sustenta que o portal constitui o maior banco de dados disponível na internet de documentos em língua portuguesa.
“Ele traz um benefício para os institutos de patentes, especialmente dos países africanos de língua portuguesa, que nem sempre dispõem de um banco de dados adequado, e traz um benefício muito grande para as empresas de pequeno e médio porte, que passam a poder consultar documentos de patentes em língua portuguesa diretamente na internet”, explicou Ávila.
Segundo ele, o portal tem a pretensão de ser uma ferramenta que contribua para a cooperação em todos os campos da propriedade industrial entre os países de língua portuguesa, como nas áreas de marcas e patentes, atingindo até as políticas mais amplas de propriedade industrial e inovação. “Uma empresa brasileira que queira ter sua marca registrada em Moçambique, por exemplo, encontra informações sobre como fazer isso no portal”, disse o presidente do Inpi.

Brasil: Serviços dos profissionais liberais podem subir

terça-feira, outubro 30th, 2007

Enquadramento diferente na tributação do ISS pode fazer com que escritórios repassem aumentos ao consumidor

Profissionais Liberais - Confiram regras ISS - Atenção aos custosServiços de advocacia, engenharia, contabilidade e consultas médicas poderão ter seus valores aumentados. É o que ameaçam alguns profissionais liberais que trabalham em escritórios conhecidos juridicamente por sociedades profissionais, que podem vir a ter reajuste na sua tributação municipal, o que os faria repassar esse custo para o consumidor final. A razão seria o enquadramento de alguns destes estabelecimentos dentro do entendimento de empresas pelo fisco municipal. Na prática, isso faria com que a tributação do Imposto Sobre Serviços (ISS) paga por eles passe dos atuais R$ 76,00 por sócio do escritório (cota única mensal) para 5% do seu faturamento total.
A tributação diferenciada está garantida por lei, segundo a OAB, a qual admite que esta não é precisa ao definir o que é, de fato, sociedade profissional. Esta brecha permite a mudança na interpretação da Prefeitura. Fonte: Diário do Nordeste/MRA

Um ataque militar dos EUA contra o Irão pode estar para breve; Os cenários para 2008-2010 são preocupantes…

terça-feira, outubro 30th, 2007

Esquadrilha de caças Israelitas O diretor-geral da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, acusou ontem Israel que querer fazer “justiça com as próprias mãos” quando atacou uma instalação na Síria e, imperialmente, não deu qualquer explicação à comunidade internacional sobre a agressão militar unilateral a um país soberano. Alegadamente, o ataque executado pela força aérea judaica, terá sido lançado para destruir um complexo nuclear secreto, em Setembro, na Síria.
Nos últimos dias, fontes credíveis vêm anunciando rumores de uma invasão certa do Irão pelos americamos. Só faltará saber o dia e a hora.
O petróleo, avançam outras fontes, pode ultrapassar os 300 USD.

Pedro Varanda de Castro, da MRA Data Mining colheu sobre esta problemática informação relevante que se encontra no espaço reservado.

“Patrão” da Merrill Lynch despedido após prejuízos de USD 7,9 mm/bi no 3.º trimestre

segunda-feira, outubro 29th, 2007

Merrill Lynch - LogoMerrill Lynch, um dos maiores bancos globais, já tomou a decisão de demitir o seu presidente do conselho de administração (CEO, em inglês) informou hoje o diário britânico Times. Stan O’Neal não conseguiu resistir à pressão do conselho de administração do conglomerado financeiro para retirar as consequências dos USD 7,9 mil milhões/bilhões (mm/bi) de prejuízos contabilizados no terceiro trimestre, resultantes da crise hipotecária americana e do aperto do crédito no mercado interbancário, desde Agosto. O seu afastamento será oficialmente comunicado logo que seja designado um substituto que tanto poderá já pertencer aos quadros, como ser recrutado externamente.

Porém, segundo o jornal, a gota de água que fez transbordar o copo foi a revelação de que Stan O’Neal - CEO Merrill LynchO’Neal teria estabelecido um acordo secreto para uma fusão com o banco Wachovia, que não comunicou aos seus pares. “O’Neal telefonou ao presidente do Wachovia Bank, Ken Thompson, propondo-lhe uma possível fusão cujo valor combinado ascenderia a USD 140 mm/bi. A liderança do novo banco caberia ao Wachovia, que tem o dobro da dimensão do Merril”, refere o artigo. Um dos principais executores de O’Neal terá sido, segundo o jornal, o multimilionário cubano-americano, Armando Codina, fiel aliado do presidente George W. Bush e presidente da comissão de nomeações e governança corportativa do Merrill Lynch.

Stan O’Neal rescindirá o contrato por um valor que rondará os USD 160 milhões. Estima-Milhões USD para compensar gestão ruinosase que, durante os cinco anos em que exerceu o cargo, terá sido remunerado com um montante idêntico. Na sua carteira de investimentos, O’Neal é titular de acções nominativas e opções de compra abaixo do par, que segundo as últimas cotações deverão engordar o seu património financeiro em mais USD 120 milhões. (pvc)

Manual de instruções para a criação de sociedades em Portugal

segunda-feira, outubro 29th, 2007

Aproveitar as sociedades comerciais portuguesas como um excelente meio para as empresas não comunitárias entrarem na Europa é a sintese de um documento produzido pela MRA e distribuido pelos escritórios da MRA Alliance na semana passada.
O documento pretende ser «o início de um manual de instruções» para a constituição de sociedades comerciais em Portugal e habilitou já os escritórios aliados a aproveitar, a benefício dos seus clientes, as facilidades criadas pelo sistema SIMPLEX.
Para além de um «pack» simples visando a constituição pura e simples de sociedades comerciais portuguesas, a MRA criou uma série de outros «packs» que contém serviços de domiciliação, de representação fiscal e de contabilidade, tudo com preços fixos.
A iniciativa visa, antes de tudo, satisfazer o mercado empresarial brasileiro e insere-se no âmbito do apoio que damos à II Missão e Encontro de Negócios Brasil-Portugal

MRA reforça escritório de Fortaleza com profissionais fluentes em inglês

domingo, outubro 28th, 2007

larissa.jpgmarcos.jpgLarissa Bona e Marcos Cavalcanti são os novos elementos do escritório MRA de Fortaleza.
Larissa Bona é advogada, formada pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina. Trabalhou na Wards Solicitors (Bristol / Inglaterra) e na Elite Solicitors (Bristol / Inglaterra) e é fluente em língua inglesa.
Marcus Cavalcanti reforça a equipa administrativa. Formado em marketing, desenvolveu a sua actividade profissional, entre 1999 e 2006 nos Estados Unidos (Fort Lauderdale/FL, Los Angeles/CA e Tequesta/FL.
Com estas duas contratações procuramos dar uma resposta mais consistente aos nossos clientes de língua inglesa, tanto no que se refere aos que se dirigem directamente aos escritórios do Brasil como no que se refere aos que recorrem aos nossos serviços por via telemática.

Crise hipotecária americana: Countrywide um caso exemplar

domingo, outubro 28th, 2007

A trapalhada hipotecária estadunidense

countrywide-logo-1.gifA maior empresa de crédito hipotecário dos Estados Unidos, Countrywide Financial Corp., anunciou prejuízos de 1,2 mil milhões/bilhões de dólares (mm/bi USD) relativos ao terceiro trimestre do corrente ano.“Nunca me passou pela cabeça o que se iria passar em Agosto passado [pré-falência]. Foi um completo colapso. Uma tremenda surpresa.”

A frase foi proferida ontem pelo presidente e principal administrador executivo da empresa, Angelo Mozilo, à Reuters, e completada com uma conclusão: “Na minha opinião, houve uma significativa mudança estrutural no mercado. E permanente.” Angelo MoziloApós maciças operações de salvamento da Reserva Federal e da banca, no valor de 18 mm/bi USD, da reavaliação dos riscos e dos activos, e do despedimento de quase 12 mil empregados, o administrador executivo da Countrywide foi peremptório: “Penso que hoje temos melhores hipóteses de êxito do que qualquer outro concorrente no mercado hipotecário.” A bolsa reagiu positivamente ao optimismo do CEO, a despeito de sérios riscos de despedimento por parte de accionistas descontentes com o seu desempenho.

Os títulos da Countrywide, cotados na NYSE, subiram de USD 4,23 para USD Bolsa de Nova Iorque - Dia 9/08/200717,30/acção. Porém continuam 59 % abaixo da melhor cotação registada este ano e igualmente 21% negativos, após a injecção de USD 2,0 mm/bi garantida pelo Bank of America, em 22 de Agosto. “A situação era tão má, que qualquer notícia menos má apreciaria as acções da Countrywide” disse Stuart Plesser, analista da agência de rating Standard & Poors. Face ao desconhecimento da dimensão dos empréstimos de má qualidade da empresa, e do elevado volume de reservas necessário para cobrir futuros incumprimentos dos clientes, a S&P rebaixou a notação de crédito da empresa face ao cenário conjunturalmente negativo do mercado imobiliário: queda persistente dos preços das habitações; crescente número de imóveis que continuam no mercado sem encontrarem compradores (quase 5 milhões); last but not least, os efeitos devastadores que a subida dos juros terá nos cerca de 2 milhões de contratos hipotecários de taxa variável cujas prestações vão ter custos agravados para os mutuários, nos prazos de reavaliação de preços entre 31/10 e 31/12/2007. Por tudo isto, as notícias do quarto trimestre poderão ser decepcionantes.

Os prejuízos líquidos do terceiro trimestre totalizaram USD 2,85 por acção, resultantes O afundanço de Agostode USD 2,9 mm/bi em incidentes de crédito e na contabilização dos incumprimentos e perdas de vária ordem: amortizações causadas por prejuízos bolsistas – USD 1,0 mm/bi; reservas para créditos irrecuperáveis – USD 934,3 mm/bi; outros custos relacionados com crédito malparado – USD 981,0 mm/bi [incluindo o não pagamento de prestações de hipotecas de baixo risco/prime e contratos hipotecários com taxas de juro variáveis]. Que saudades de 2006: lucros de USD 647,6 milhões e ganhos por acção de 1,03 dólares.

Em tempo de vacas magras, um analista da Fox-Pitt Kelton Cochran Caronia Waller LLC, A turbulência vai continuarHoward Saphiro, cautelosamente comentou: “Agora a Countrywide optou por um tratamento de choque.” Em contrapartida, Erin Swanson, analista do mercado bolsista na Morningstar, Inc., de Chicago, mostrou-se mais confiante: “Os proveitos foram uma lástima, mas eles estão a tomar as decisões certas para assegurarem que a empresa se manterá no mercado a longo prazo.”

Mozilo - Venda de «stock options»

O presidente e CEO da Countrywide Financial Corp., Angelo Mozilo, arrecadou USD 200 milhões na venda de stock options, desde Janeiro/2007, exactamente no período em que era esperada a implosão da bolha imobiliária. Segundo o diário Los Angeles Times, entre 11/2006 e 08/2007, Mozilo alterou os planos de venda de acções preferenciais (prémios de gestão) redefinindo quantas acções deveriam ser vendidas mensalmente. O patrão da Countrywide vendeu, no período, 4,9 milhões de acções. A maior parte comprou-as a preços abaixo do par, exercendo o seu direito de opção, conforme consignado no contrato de gestor profissional. A prática é comum entre os executivos de topo americanos, aproveitando as facilidades que a lei lhes concedeu em 2000, como forma para se defenderem de eventuais acusações de “insider trading” – gerar lucros a partir de informação privilegiada. Juristas e economistas são unânimes. A prática não é ilegal. Todavia já são “muitíssimo raras” mudanças de planos/estratégias de venda de tão largas quantidades de “stock options” em tão curtos períodos de tempo. Será que é esta a razão pela qual muitos accionistas querem ver Mozilo pelas costas?

Putin abre campeonato EU-Rússia sobre democracia e direitos humanos (Parte III)

sábado, outubro 27th, 2007

Recebido com todas as Honras, disse TASS

Vladimir Putin comprometido com os direitos humanos e a democracia surpreendeu os menos habituados às técnicas de persuasão, pela surpresa, em que o chefe do Kremlin é mestre.

Putin e Sócrates, em MafraNa imponente biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, o presidente russo manifestou às altas esferas da União Europeia que deseja e aceita a presença de observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) para fiscalizarem as eleições legislativas de Dezembro, na Rússia.

Golpe palaciano, em MafraLogo a seguir, foi mais longe e desconcertou todos quantos o acham um político frio, calculista e implacável. Até poderá sê-lo. Mas revela uma perspicácia notável e um sentido da politica palaciana digna do florentino Maquiavel.Vladimir Putin tomou a iniciativa de propor a criação de um instituto euro-russo para a promoção dos direitos humanos.
Na vigésima cimeira UE-Rússia, a última que liderou no actual mandato, o estadista russo repetiu que não pretende fazer nenhum golpe de estado constitucional para poder legalmente, recandidatar-se a um terceiro consulado presidencial, nas eleições de Março do próximo ano.

Tom calmo e apaziguadorÀs ONG’s que o acusam de défice democrático na condução do estado russo, de perseguições aos opositores políticos, de perpetrar ou mandar liquidar jornalistas independentes, ex-agentes secretos russos, capangas das várias organizações do crime organizado que querem controlar sectores chave da sociedade russa e, obviamente, da implacável perseguição aos terroristas e independentistas chechenos, Putin propôs que o novo instituto se situe em Bruxelas, ou em qualquer outra capital europeia. Para ele, o importante é se torne uma realidade. Depois se verá quem tem mais autoridade na matéria…

Anúncio de Putin, Vitória para SócratesO presidente da UE, José Sócrates, indicou que vai estudar a proposta e afirmou esperar que “ninguém minimize o facto de esta ser a primeira cimeira em que há resultados nestes domínios [dos direitos humanos e da democracia]”. O primeiro-ministro classificou a cimeira euro-russa como “construtiva” e destacou dois acordos: um sobre o combate ao narcotráfico e outro relacionado com as exportações de aço.

Com cara de poucos amigos…A persistência de desinteligências entre as duas partes, que continuam a impedir a reactivação de uma parceria estratégica Bruxelas-Moscovo não foi escamoteada, nem por Sócrates e nem por Putin. A abertura e franqueza no diálogo bilateral terá continuação, em 2008, sob a égide da nova administração russa e, provavelmente, da presidência francesa da UE, durante o segundo semestre. A intenção americana da administração Bush de instalar um sistema de defesa anti-míssil na Polónia e/ou na República Checa, bem como o embargo russo à carne polaca são dois dos pomos da discórdia. A mudança de governos em Varsóvia e em Washington, nos próximos 12 meses, poderá facilitar futuros entendimentos.

No sector energético, Sócrates destacou progressos no sistema de alerta precoce sobre eventuais cortes de gás aos países da União Mas também houve pretextos para sorrir.enquanto Putin desdramatizou os receios europeus relativamente à estratégia empresarial do gigante energético Gazprom de participação accionistas em empresas concorrentes do ocidente europeu. O líder do Kremlin preferiu enfatizar a necessidades de parcerias empresariais entre os dois blocos e de reciprocidade nos projectos de investimento em áreas consideradas estratégicas.

O presidete da Comissão Europeia, Durão Barroso, reafirmou o apoio de Bruxelas à entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio e sublinhou que se não fosse o “ruído político” nos contactos bilaterais os acordos económicos e comerciais entre as partes teriam sido bem mais expressivos.

Kosovo, Eurásia, Afeganistão, Iraque e Irão, entremeados com o escudo antimísseis que os EUA querem instalar na Europa, foram tratados com Nas questões geoestratégicas, não houve cedênciasabertura e realismo. Putin, que na conferência de imprensa nunca se referiu directamente à sensível questão do Kosovo – em que apoia a posição da Sérvia contra os desejos da maioria albanesa e dos seus protectores da ONU e da NATO, advertiu ser importante o respeito “pelos princípios que regem o direito internacional.”

Jornal PravdaA este propósito, um editorial do jornal russo Pravda, em Julho passado, sublinhava claramente a posição de Moscovo sobre o assunto, e aconselhava “Portugal e a União Europeia” a “não se imiscuírem no assunto” e a deixarem a soberania sérvia resolver a questão, “quando e como melhor entender.”

Rússia-Sérvia-Kosovo“A União Europeia – explicitava o articulista – não tem qualquer legitimidade para determinar o que acontece fora das suas fronteiras. Em especial porque não possui qualquer jurisdição para alterar a Constituição da República da Sérvia. Também a ONU só pode tomar decisões no âmbito do Conselho de Segurança e a sua Carta não lhe permite, unilateralmente, alterar a Constituição de um Estado legítimo, que vive num clima de paz e harmonia com os seus vizinhos. Qualquer forma de independência do Kosovo só criaria o precedente para justificar um infindável conjunto de ‘causas’ e conflitos, varrendo, por esse motivo, dos manuais da diplomacia a noção da inviolabilidade das fronteiras já legalmente reconhecidas.”

Nato, EUA, Kosovo - Um barril de pólvoraUm passo em falso, ou uma habilidade toscamente ensaiada, por um qualquer aprendiz de feiticeiro da chamada “Civilização Ocidental”, transformaria o Kosovo não apenas num crime contra a Humanidade mas, seguramente, no maior erro político europeu, desde o dia 28 de Junho de 1914,em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina. Naquela data, o assassínio do Arquiduque da Áustria, Franz Ferdinand, herdeiro ao trono do Império Austro-Húngaro, foi cometido em nome da “Grande Sérvia”, e desencadeou a Primeira Grande Guerra. Esperemos que outra manobra político-militar, patrocinada pela Nato, e secretamente urdida nas chancelarias de Bruxelas, Washinton e Londres, não tenha como leitmotiv “a Grande Albânia” mas a “Grande Desestabilização da Europa”. A quem interessaria, pela terceira vez, uma Europa a ferro e fogo?

Pedro Varanda de Castro

Lisboa,27/10/2007

Os efeitos institucionais do «subprime» em Portugal

sexta-feira, outubro 26th, 2007

BPI: Grau de exposição estimado em 61 milhões de euros Fernando Ulrich - BPI - PresidenteO BPI, instituição liderada por Fernando Ulrich, esclareceu ontem o mercado que não corre riscos derivados da crise no mercado hipotecário de crédito de alto risco nos Estados Unidos, sendo a sua exposição a Veículos Especiais de Investimento (SIV) de apenas 60,7 milhões de euros. Segundo um comunicado emitido pelo BPI, “a 30 de Setembro de 2007, a diferença de 20% para o Valor Líquido dos Activos dos SIV (reavaliação dos activos dos respectivos colaterais a valores de mercado) foi integralmente reconhecida como imparidade nos resultados, ascendendo o seu impacto a 12 milhões de euros” antes de impostos. O BPI encerrou a sessão de ontem na Euronext Lisbon a ganhar 1,56% para os 6,51€, com 1 520 571 acções negociadas.

BES: Crise pode demorar até um ano

Ricardo Salgado - Presidente - BES“Esta crise do ’subprime’ não está ultrapassada. Poderá levar algum tempo a consolidar-se e, de acordo com estudos, poderá demorar seis meses a um ano”, disse ontem Ricardo Salgado, presidente do BES, em conferência de imprensa para apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do banco. “Vamos ver o que acontece”, avançou ainda o banqueiro, e lembrando que os “grupos portugueses não têm o nível de sinistralidade da banca espanhola”. No seu entender, o “subprime” nos EUA “não tem nada a ver com o crédito à habitação em Portugal. São questões completamente diferentes. O ’subprime’ foi caracterizado pelo crédito mal feito desde o início, o que não acontece em Portugal. Nos EUA, a relação do empréstimo com o valor da residência não era praticamente avaliado, o que é inacreditável”, precisou Ricardo Salgado.

Ministro das Finanças: Portugal será menos afectado pela crise

Teixeira dos Santos - Ministro das FinançasA convicção é de Fernando Teixeira dos Santos, com base nas últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia europeia e o nosso País. «As previsões de crescimento do FMI para a Europa incorporam uma atenuação de 0,4 pontos percentuais. Para a economia portuguesa essa atenuação é de 0,2 pontos percentuais. Ora, isto significa que o FMI estima que o impacto desta crise sobre a economia portuguesa será inferior ao impacto sobre a economia europeia», explicou. O ministro reafirmou a convicção de que «as autoridades norte-americanas estão na disposição de tomar todas as medidas para limitar o impacto da crise imobiliária e o seu alargamento a outros sectores da economia». Em sua opinião, os EUA sofrerão um ligeiro abrandamento económico e não uma recessão “como alguns pessimistas inicialmente previam” facto que classificou de “muito pouco provável”. O optimismo do ministro das Finanças assenta na actuação “pronta e ousada” dos bancos centrais que o leva a crer “que o impacto não será tão gravoso como se chegou a temer». Por estas razões, as previsões do Ministério das Finanças inscritas no Orçamento do Estado para 2008 são «prudentes» pois «não ignoramos o efeito que o abrandamento da economia europeia teria na nossa economia.” Admite contudo que a “incerteza pode pressionar consumo privado” e por isso “prevemos que o consumo privado cresça apenas 1,4% em 2008, em vez do valor próximo dos 2% que prevíamos antes, apesar de o crescimento económico esperado ser de 2,2%», concluiu. DN: Pequenas fortunas portuguesas perdem 1350 milhões de euros

Fundos sob o stress dos resgatesNa semana passada, segundo o Diário de Notícias, “a gestão individual de carteiras de investimento também não ficou imune à crise financeira provocada pelos efeitos dos problemas registado no crédito hipotecário de alto risco nos EUA (subprime). Em Setembro, o montante sob gestão neste mercado caiu 1348 milhões de euros, para os 53 787 milhões. Uma consequência do susto provocado pelas quedas nas bolsas e pelos problemas de liquidez nos bancos, que se traduziu no encerramento de 77 contas de gestão discricionária.” Em Setembro, prosseguiu o DN, “de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), quase todas as sociedades gestoras sofreram quebras nas quotas de mercado (a única excepção foi a Crédito Agrícola Gest, que tem um peso de apenas 1,3% no mercado). A F&C Portugal, parceira do Millennium bcp na gestão de activos, continua líder, com uma quota ligeiramente acima dos 30% (menos 108 milhões que em Agosto). A maior perda verificou-se na gestora do grupo BES, que registou uma quebra de mais de mil milhões nos montantes sob gestão. A crise no «subprime« afectou a percepção de risco dos investidores, [com] a saída de produtos de investimento em direcção aos depósitos a prazo, alguns com taxas de curto prazo de 10%.” O articulista concluiu opinando que “no entanto, o pior parece já ter sido ultrapassado.”

Comissário Europeu contradiz optimismo, prevendo 2 anos de crise

Os apertos financeiros afectam a economia realO comissário europeu de Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, previu ontem um arrefecimento do crescimento na União Europeia nos próximos dois anos, devido aos altos preços do petróleo e à queda do mercado imobiliário americano. “Já é evidente que as perspectivas económicas para os próximos dois anos serão um pouco menos favoráveis do que esperávamos antes do verão (hemisfério norte)”, disse Almunia num discurso durante uma reunião, em Bruxelas, da Associação Européia de Distribuidores. As previsões económicas, que Bruxelas publicará no dia 9 de novembro, admite que “a taxa de crescimento na UE pode ser afetada pelo ajuste das condições financeiras em nível global, assim como pelos altos preços do petróleo e das matérias-primas e a fraqueza do setor imobiliário americano” apesar da ”existência de uma forte base econômica tanto na eurozona como na UE.” (pvc/agências)

UE e América Central assinam acordo de cooperação de 840 M€ até 2013

sexta-feira, outubro 26th, 2007

Cooperação UE-América CentralA cooperação económica que a União Europeia (UE) vai conceder à América Central no período 2007-2013 será de 840 milhões de euros mas a verba poderá variar quando for revista, anunciou hoje fonte oficial, citada pela Lusa.A delegação europeia, chefiada pelo português João Aguiar Machado, encontra-se até hoje na Costa Rica a participar na primeira ronda de negociações entre a União Europeia e a América Central na procura de um acordo de associação.

O acordo não se limita ao montante mencionado, havendo que adicionar a ajuda bilateral dada pelos países europeus e outros mecanismos de financiamento importantes, como os que são geridos pelo Banco Europeu de Investimentos e que extravasam o conceito de cooperação.

América CentralDos 840 milhões de euros confirmados, o maior recipiente é a Nicarágua, com 214 milhões de euros, seguida das Honduras (147 milhões), Guatemala (135 milhões), El Salvador (121 milhões), Panamá (38 milhões) e Costa Rica (34 milhões). O Panamá participa nas negociações para o acordo de associação como observador.

O director adjunto da direcção geral de Relações Externas da Comunidade Europeia e chefe negociador, o português João Aguiar Machado, assinou ontem com a Costa Rica um memorando de entendimento sobre cooperação entre 2007 e 2013. O funcionário da UE disse que a Costa Rica é um importante aliado na América Central, que partilha valores como o desenvolvimento social, e assegurou que o acordo visa modernizar os Estados, combater a pobreza e desenvolver a tecnologia. Documentos semelhantes com os restantes países centro-americanos já foram assinados pela União Europeia.

Todo o mundo foge do dólar e dos Títulos do Tesouro americanos

quinta-feira, outubro 25th, 2007

Dólar pelo cano abaixoPaíses asiáticos, liderados pela China e pelo Japão, iniciaram em Agosto acções conjuntas de desinvestimento em activos norte-americanos. Entre 15/8 e 30/11, o valor total das dívidas (vencidas e vincendas) a pagar pelo Tesouro dos EUA aos seus credores atingirá os 273 mil milhões/bilhões (mm/bi) de dólares.

A persistente desvalorização do dólar e a subsequente subida das taxas de rendibilidade das obrigações do governo americano, segundo dados publicados no site do Departamento do Tesouro dos EUA, são as consequências práticas no curto e médio prazo, desde que o mercado não seja artificialmente estimulado, leia-se manipulado.O euro e o iene serão os maiores beneficiados com a crise do dólarMarc Ostwald, economista da empresa Insiger de Beaufort, citado por vários jornais e agências noticiosas, embora reconhecendo que “os números são para atordoar qualquer um”, admitiu que, considerando outras aplicações de investidores estrangeiros em activos cotados em dólares “ os montantes poderão ser mais impressionantes.” O Japão (23 mm/bi), a China (14,2 mm/bi) e Taiwan (5 mm/bi) cortaram em 42,2 mm/bi de dólares a sua exposição a um único segmento da dívida federal estadunidense – obrigações do Tesouro, a principal fonte de financiamento do governo de Washington. Também foi a primeira vez, desde a crise financeira asiática (1998) que venderam este tipo de instrumentos da estratosférica dívida pública e dos crónicos défices orçamentais. “As consequências serão desastrosas para os Títulos do Tesouro se a inflação não se mantiver sob controlo”, precisou Ostwald.A suprema humilhaçãoA publicação destes dados, em simultâneo com as pessimistas previsões do FMI relativamente “à continuada sobreavaliação do dólar” e à sua inevitável “desvalorização no médio prazo”. Semana após semana, independentemente de apreciações pontuais de pendor especulativo, o plano inclinado parece não ter fim. Em comparação com as moedas de economias com fundamentais mais sólidos, robustos e sustentáveis, o dólar regista quedas históricas desde o princípio do ano, dando sinais agonizantes desde o aperto do crédito, em Agosto. Há mesmo analistas que sustentam que a desvalorização se integra numa “estratégia controlada”, combinada entre a Casa Branca, o Tesouro e a Reserva Federal, para correcção do défice.Prosperidade fictíciaA tese é defendida por um economista do Barclays Capital, David Woo. Ele atribui a hemorragia de capitais estrangeiros de Agosto a um “episódio isolado” protagonizado por estrangeiros que adquiriram euros no mercado americano. Outros analistas integram variáveis diferentes nestes cálculos e chegam a conclusões menos optimistas. Em sua opinião o Tesouro americano precisa “aspirar” mensalmente dos mercados globais 70 mm/bi de dólares, sob que forma for, para equilibrar doentiamente obesa balança de transacções correntes. A implosão da bolha imobiliária, o imediato aperto do crédito, a disfunção do mercado overnight, as ineficazes injecções de liquidez e os cortes de juros do Fed, longe de acalmarem os mercados, alertaram os mais cépticos para a real (e ainda encoberta) dimensão real da crise e dos impossíveis de prever efeitos colaterais. A realidade do dia-a-dia mostra que as fontes de financiamento, mesmo as dos bancos centrais, são cada vez mais difíceis e os prémios de riscos cresceram exponencialmente. Em definitivo a era das vacas gordas, do dinheiro barato e do risco-quase-zero são recordações do passado.O efeito dominóA morte vegetativa do mercado de papel comercial, cujo alegado baixo risco era garantido por activos derivados de outros títulos de dívida, de menor qualidade creditícia, mas ainda assim estruturados, securitizados e vendidos, pela esmagadora maioria das instituições financeiras, maioritariamente americanas e europeias, a investidores com apetite voraz pelo risco quase fez ruir o sistema como um castelo de cartas construído no meio de um gigantesco dominó financeiro. Quando caíram as primeiras pedras – as hipotecas subprime – sucederam-se os trambolhões em cadeia. Como neste segmento as maturidades máximas das dívidas de curto prazo tituladas sob a forma de ABS’s CDO’s, MABS’ – ao quadrado, ao cubo, híbridos etc. – podem chegar aos 270 dias (9 meses) muitas surpresas irão acontecer, pelo menos, até ao segundo trimestre de 2008. Os que se forem conseguindo refinanciar, ganham mais tempo para respirar. Porém, para muitos operadores (do lado da oferta e da procura de empréstimos) o futuro não é risonho.Não admira pois que, por muito exacerbado que sejam as suas pulsões nacionalistas, muitos investidores americanos estão a fazer exactamente o que fazem os estrangeiros (institucionais ou não) – fogem do dólar a sete pés, liquidam as suas posições aplicadas em activos dolarizados, e reinvestem noutros mercados, noutras divisas, noutros produtos financeiros não dependentes ou contaminados pelo “leproso” dólar. O BNP Paribas calcula que, desde 2005, os EUA dependam de fontes de financiamento estrangeiras, conhecidos na gíria como “hot money” – fundos de curtíssimo prazo que escapam aos controlos dos bancos centrais – para cobrir as suas necessidades de liquidez para manter os mercados de papel comercial e linhas de financiamento de curto prazo. Também esta escapatória deixou de funcionar com o exacerbar da crise.Quem semeia ventos, colhe tempestadesNas últimas semanas acumularam-se os sinais de deserção do dólar. Da Europa, dos países da OPEP, dos estados do Golfo Pérsico, da Rússia e respectivos ex-satélites, dos afiliados da ASEAN, do Mercosul. Enfim, a palavra de ordem é «Fugir do dólar. Já e a todo o gás!”O diário britânico Telegraph, chegou mesmo a noticiar que em pela crise “ a situação teria sido dramática se os fundos de protecção de riscos (hedge funds), com filiais no Reino Unido e nas Ilhas Caimão, tivessem transferido 60 mm/bi de dólares para os cofres federais que serviram liquidar as dívidas federais, algumas já vencidas.A paralisação da actividade imobiliária, a continuada depreciação dos preços dos imóveis, o agravamento das prestações das hipotecas, a recessão do mercado da construção e obras públicas e o violento emagrecimento dos sectores financeiros do sistema, sobretudo os mais enterrados nesta trapalhada, a incapacidade dos bancos centrais para quantificarem realisticamente a dimensão e os operadores em situação dificilmente sustentável, as perspectivas continuarão sombrias. E os riscos de uma recessão económica à escala global, inexoravelmente, crescem todos os dias. (pvc)

Sócrates-Putin: Uma oportunidade a não perder… (Parte II)

quinta-feira, outubro 25th, 2007

Putin recebeu Sócrates no KremlinA cimeira política bilateral que juntará hoje à tarde, em Lisboa, o presidente russo Vladimir Putin e José Sócrates, primeiro-ministro português e presidente do Conselho Europeu, tem possibilidades de resultar em algo de concreto e de interesse recíproco. Já a solene reunião magna EU-Rússia, aprazada para amanhã, está envenenada por ambiguidades e incongruências toscamente urdidas por Washington. Prevemos que dela resultará um rol de intenções, de declarações ‘politicamente correctas’ e de projectos bilaterais que dificilmente terão pés para andar, antes do resultado das eleições americanas, em Dezembro de 2008.

No Palácio de Mafra, Sócrates recebe PutinJosé Sócrates e Vladimir Putin, aproveitam a ocasião para a assinatura de acordos económicos entre Lisboa e Moscovo, um deles para desenvolver uma linha de crédito de 200 milhões de euros. Segundo fonte do executivo socialista, citado pela Lusa, a assinatura dos acordos insere-se num clima político “muito positivo nas relações entre Portugal e a Rússia” – ao qual não terá sido alheia a visita de Sócrates ao Kremlin, em Maio passado.

As matrioscas podem esconder algumas surpresasOs dois países vão assinar pelo menos três acordos bilaterais nas áreas financeira e económica (infra-estruturas e vias de comunicação). Uma linha de crédito de 200 milhões de euros vai envolver a Caixa Geral de Depósitos e um banco russo. Os dois bancos vão “colaborar mutuamente na identificação e desenvolvimento de oportunidades para a exportação de bens e serviços”, com enfoque para a promoção do IDE de empresas russas em Portugal e de empresas portuguesas na Rússia. Do lado português, a linha de crédito apoiará a construção de infra-estruturas russas.

Um tranquilo repasto entre duas gerações de “realpolitikern”As relações Sócrates-Putin constam que são boas. Mas as do mestre geopolítico e judoca russo com a matreira raposa germano-americana, Henry Kissinger, roem de inveja, causando perplexidades e mal disfarçados receios em muitos círculos do poder global. Porque será?

Uma pequena parte do acervo da colecção Hermitage vai estar em Lisboa. A não perder!Enquanto nos entretemos com estas singularidades do “great chest game”, acrescente-se que, no total, 1 300 forças policiais garantirão a segurança do presidente russo durante os dois dias em que permanecerá em Portugal. Esta é a segunda visita oficial de Putin à pátria de Pessoa, marcada por uma iniciativa cultural imperdível: a exposição “De Pedro, o Grande, a Nicolau II – Arte e Cultura do Império Russo na Colecção Hermitage”. Será que, a soberba mostra, quer diferenciar, de forma «imperial» ,a primeira visita de Putin, a Lisboa, em Novembro de 2004, para retribuir a que Jorge Sampaio efectuou à Rússia, em Outubro de 2001? (pvc)

National City, 9.º banco dos EUA registou uma quebra de 80% nos lucros

quarta-feira, outubro 24th, 2007

National City Corp. - Divisão imobiliária em franca criseO banco norte-americano National City Corp, um dos maiores do Midwest americano, Cleveland, Ohio, anunciou hoje uma quebra de 80% nos lucros do terceiro trimestre, como consequência da crise hipotecária e apesar da venda da divisão de hipotecas de alto risco (subprime) à Merrill Lynch & Co. O banco, o 9.º maior dos EUA, eliminou 2 500 postos de trabalho (7% do total) cerca de 1 700 dos quais relacionados com o sector subprime, mais 400 do que o inicialmente anunciado.

Dólares e imobiliário ameaçados por hipotecas de alto riscoOs proveitos líquidos no trimestre caíram 106 milhões de dólares (18 cêntimos por acção). Em 2006 os mesmos proveitos foram de 526 milhões de dólares (86 cêntimos por acção). Na banca hipotecária, os prejuízos ascenderam a 152 milhões de dólares (- 25 cêntimos/acção). Segundo a Reuters Estimates, os analistas previam um lucro de 31 cêntimos/acção, revelando uma queda de dimensão inesperada, que alimenta previsões mais desfavoráveis no último trimestre do ano. Na sessão que antecipou a abertura oficial das operações em Bolsa, as acções sofreram uma desvalorização de 91 cêntimos, cotando-se no patamar dos 23 dólares.

O CEO, Peter Raskind, não teve argumentos para serenar o mercado. “Com base nas condições adversas dos mercados financeiros, que esperamos persistam em 2008, adoptámos uma revisão agressiva da nossa estrutura de custos.” Por seu turno, a porta-voz do national City Corp., Kristen Baird Adams, informou que no trimestre, as operações de crédito e os proveitos sem contabilização de juros, diminuíram 15%, em contraste com as despesas que aumentaram 3%. A reacção do mercado foi imediata. No acumulado do ano as acções desvalorizaram 35%, comparativamente com um decréscimo de 13% no índice bancário de Filadélfia (Philadelphia KBW Bank Index). (pvc/Reuters)

Merrill Lynch assusta Wall Street; balanço deprecia activos no valor de 8 000 milhões de dólares

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Merrill Lynch - Sede Wall StreetO banco norte-americano Merril Lynch agitou os mercados hoje de manhã ao fornecer mais dados sobre o impacto da crise do crédito no balanço do grupo reavivando receios de novos e vultuosos prejuízos. O banco anunciou que reduziu em 7,9 mil milhões/bilhões (mm/bi) de dólares os activos contabilísticos devido a investimentos especulativos nos mercados hipotecários e de crédito elevando para níveis inesperados os prejuízos do terceiro trimestre. Os prejuízos agora contabilizados superam em 2,9 mm/bi as anteriores estimativas, relacionadas com derivativos hipotecários de baixo (prime) e alto risco (subprime).

Resultados preocupamEntre os cinco maiores bancos de Wall Street, Merril Lynch foi destacadamente o mais atingido pelas ainda inacabadas sequelas da presente crise. O descontentamento dos accionistas é evidente. Entre o 2.º e o 3.º trimestre os lucros passaram respectivamente de 2,2 mm/bi de dólares ($ 2.82 de ganho por acção) para 2,14 mm/bi ($2.22 de ganho por acção). Na comparação com o 3.º trimestre de 2006 o resultado é desolador ($3,14 de ganho por acção), menos 92 cêntimos/acção. Os proveitos líquidos caíram 94 % ($577 milhões). Em 2006, aquele valor atingiu uns gordos 9,8 mm/bi de dólares mas emegreceu 100 milhões de dólares no último trimestre ($9.7 mm/bi).

Amortizações dolorosasMerril Lynch era um dos principais emissores de titulos de dívida cujo valor dependia do risco dos activos que lhes serviam de garantia (CDO’s, em inglês). Stan O’Neal, presidente e CEO, que tem o cargo em risco por negligenciar a gestão prudencial da instituição. Os avultados prejuízos nas áres de câmbio e commodities de renda fixa ($5.6 mm/bi) no último trimestre tiveram origem na securitização das posições especulativas em produtos subprime e CDO’s.

Merrill BullishO rotundo falhanço da estratégia securitizadora “risco zero” implicou uma alteração radical da estratégia da Merril Lynch: cortes de 53% nas posições em CDO’s ( para $15,2 mm/bi), de 35% em derivativos subprime (para $5.7 mm/bi); reforço nas áreas lucrativas (acções/obrigações, + 4% lucros; banca de investimento, + 24% de lucros; gestão de fortunas, + 70%). Apesar das dolorosas notícias, os números foram recebidos positivamente na Bolsa, com as acções a subirem cerca de 1%, fixando-se no patamar dos 67 dólares. (pvc)

UBS compra Caisse Central de Réescompte ao Commerzbank

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Commerzbank Frankfurt - Sede + LogótipoO banco alemão Commerzbank vendeu a sua filial francesa de gestão de activos Caisse Centrale de Réescompte (CCR) aos suíços do UBS por 435 milhões de euros, um ganho contabilístico de 150 milhões de euros para os alemães. Desde o início da semana que as acções do banco têm estado sob pressão de venda após o anúncio de que as provisões para cobertura dos prejuízos registados após a crise hipotecária serem superiores à previsões. Em Julho, o banco projectara perdas da ordem dos €80m ($113m) originadas no mercado hipotecário americano.
O banco germânico tinha desde 2003 uma participação maioritária de 99 por cento na CCR, entidade que gere cerca de 17 mil milhões de euros, principalmente no mercado do dinheiro e dos fundos de valores. O Commerzbank registou no primeiro semestre deste ano um lucrou recorde de 1377 milhões de euros, em alta de 34 por cento face a igual período de 2006.

UE e Rússia dificilmente resolvem divergências na cimeira de Mafra (Parte I)

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Bandeiras UE e RussaA cimeira União Europeia-Rússia deve confirmar as várias divergências entre as duas partes, mas pode terminar com a declaração de “vontade política” de continuar o investimento na aproximação estratégica de europeus e russos. Esta é a opinião de dois alto-responsáveis político-diplomáticos, um russo e um europeu, ouvidos pela Lusa, em Moscovo, nas vésperas da cimeira UE-Rússia, marcada para a próxima sexta-feira, em Mafra, Lisboa.Acordos prejudicados pelos mísseis americanosApesar do provável aparato da delegação russa, liderada por seu presidente, Vladimir Putin, e do peso político da delegação da UE, dirigida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, Mafra não deverá ser o cenário para a assinatura de acordos concretos. Na melhor das hipóteses, segundo os representantes das duas potências, deve ser assinada uma declaração sobre a cooperação futura entre o bloco europeu e o seu maior vizinho.

Palácio de Mafra“Não vale a pena esperar a assinatura de novos tratados. Na cimeira, serão analisados, antes de tudo, os resultados do trabalho até agora realizado para avaliar o futuro”, reconheceu à Lusa Marc Franco, representante da Comissão Europeia em Moscovo. A cimiera de Mafra, poderá preparar o estabelecimento de uma nova parceria estratégica, reforçada e ampliada, entre a UE e a Rússia, disse Franco.

A chave euro-russaAs sérias divergências ainda existentes entre Bruxelas e Moscovo ainda estão longe de serem superadas. Elas acontecem nos domínios económico, comercial e energético, bem como nas disputas de influência geo-estratégica e militar no Velho Continente. No campo da cooperação energética, por exemplo, a União Europeia e a Rússia projectam tomar medidas unilaterais que ameaçam dificultar ainda mais um acordo fundamental. Moscovo viu, nas propostas sobre energia feitas pela Comissão Européia, no mês passado, uma forma de impedir a entrada de empresas russas no mercado europeu. Em resposta, o Parlamento russo deve aprovar uma lei que limita os investimentos europeus na economia russa , mas, enquanto isso, Putin tenta aproveitar a actual inexistência de uma política energética comum na UE, para fechar acordos bilaterais com Estados-membros da União. O “pano de fundo” das conversações da cúpula de Mafra é a celebração entre UE e Rússia de um novo Acordo Estratégico e de Parceria entre os dois blocos económicos e políticos que, concretamente, depois só progredirá após os resultados da reunião de sexta-feira.

“Give me a break, Georgie boy…”Segundo Vassili Likhatchov, vice-presidente do Conselho da Federação (Câmara Alta) do Parlamento russo, nas conversas com os dirigentes da UE, Vladimir Putin vai levantar as sensíveis questões do projeto norte-americano de instalação de um sistema de defesa antimíssil no espaço europeu e da ratificação do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa pelos Estados da UE. “A bola está do lado dos parceiros europeus e ninguém pode dizer que as pretensões russas não têm fundamento”, considerou Likhatchov.

Na terça-feira, em Berlim, o primeiro-ministro português, José Sócrates, reconheceu que o momento não é ainda o mais adequado para se resolverem alguns dos problemas mais sensíveis das relações UE-Rússia. Em alternativa, Sócrates defendeu que, em Mafra, as duas partes deverão “procurar desenvolver outros temas, na área da economia e da cultura”.

comércio florescenteApesar do vasto leque de divergências políticas, militares e econômicas, o comércio entre as duas partes é próspero. Segundo o senador russo Vassili Likhatchov “as trocas comerciais bilaterais representaram, no ano passado, US$ 230 mil milhões/bilhões e 70% dos investimentos europeus foram feitos na Rússia”. “Muito se fala das divergências entre a Rússia e a Polônia, mas se esquecem que ela é o nosso quarto parceiro comercial na União Européia”, frisou Likhatchov. Por isso, Moscovo investe os seus esforços empresariais e diplomáticos no Fórum Económico UE-Rússia, a realizar na quinta-feira, em Lisboa.

Comitiva russa: Chefiada por Vladimir Putin, inclui Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores; Serguei Iastrmjembski, assessor do Kremlin para as relações com a União Européia, e Andrei Fursenko, ministro da Educação e da Ciência da Rússia, entre outros. Destes destaca-se, à frente da comitiva empresarial russa, Anatoli Tchubais, o “pai das privatizações” na Rússia e actual diretor-executivo da Companhia de Energia Elétrica do país.

Comitiva da UE: Liderada por José Sócrates, inclui o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso; o alto-representante para a Política Externa europeia, Javier Solana; o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado (presidente do Conselho de Ministros da UE); a comissária europeia para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, e o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson. (pvc)

Bancos europeus estão a vender reservas de ouro e de divisas

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Barras de Ouro - Reservas Banco de InglaterraAs reservas em moeda estrangeira no Eurossistema caíram em 200 milhões de euros, para 141,8 mil milhões/bilhões (mm/bi) de euros, na semana que terminou em 19 de outubro. Segundo o BCE (Banco Central Europeu), as reservas em ouro e direitos em ouro caíram em 126 milhões de euros devido à venda do metal amarelo feita por dois bancos centrais, não divulgados, da zona do euro.

redução das reservasAs tendências mantidas pelo Eurossistema de valores negociáveis emitidos em euro por residentes na zona do euro diminuíram em 800 milhões de euros, para 95,8 mm/bi de euros. A massa monetária em circulação (M1+M2) diminuiu em 1,9 mm/bi de euros, para 638,7 mm/bi de euros.

instabilidade cambialOs depósitos das administrações públicas caíram em 2,8 bilhões de euros, para 54,4 bilhões de euros, comunicou o BCE em uma nota à imprensa. Em relação às operações de política monetária do BCE, o volume de empréstimo líquido concedido pelo Eurossistema a entidades de crédito caiu em 17,4 bilhões de euros, para 435,3 bilhões de euros.

Consultora portuguesa vai estudar criação em Pequim de Centro de apoio a PMEs europeias

quarta-feira, outubro 24th, 2007

PME’s europeias querem ir para a ChinaA Comissão Europeia escolheu a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) para coordenar o estudo de viabilidade de um Centro de Apoio a pequenas e médias empresas (PME) europeias na China, informou hoje o escritório da consultora em Pequim. O estudo da viabilidade do projecto no médio e longo prazo, servirá para definir as possíveis modalidades de instalação do Centro. O estudo custará 270 mil euros. A consultora portuguesa está instalada em Pequim desde 1999.

O projecto prevê ainda a realização de uma conferência em Bruxelas e de dois seminários em Pequim e Xangai, respectivamente a capital e o centro económico e financeiro da China. O Centro de Apoio a pequenas e médias empresas europeias na China deverá apoiar a exportação e o investimento na China, fomentar a partilha de conhecimento científico, tecnológico e de gestão e ainda ser um ponto de informação para as PME europeias, nomeadamente no que toca a normas e práticas laborais, ambientais e de segurança na China.

Parceria sino-europeia desde 2006 para PME’sA Comissão Europeia pretende ainda que o Centro, caso venha a ser criado, aumente a visibilidade da União Europeia na China, promovendo o intercâmbio cultural e educacional entre o bloco europeu e o país asiático. A União Europeia é o maior parceiro comercial da China, representando 15,5 por cento do total das exportações da nação asiática em 2006. No ano passado, as exportações chinesas para a UE atingiram os 191 mil milhões de euros, mais 21 por cento do que em 2005, com o comércio bilateral a ultrapassar os 254 mil milhões de euros.

No entanto, as fricções comerciais são cada vez maiores devido ao desequilíbrio na balança comercial – é com a China o maior défice comercial da UE – que sofreu em 2006 um agravamento de 20,7 por cento em relação a 2005, e que está a aumentar cerca de 350 milhões de euros por dia, devendo chegar aos 200 mil milhões de euros no final de 2007.

Câmara de Lisboa assina acordo com município de Pequim

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Pequim 2007As Câmaras Municipais de Lisboa e de Pequim assinaram um acordo de amizade e cooperação, anunciou hoje o presidente do município lisboeta, no final de uma visita de três dias à capital chinesa. O acordo, segundo o texto a que Agência Lusa teve acesso, visa «promover a prosperidade e o desenvolvimento comum» e prevê a cooperação entre as duas cidades nas áreas da economia, comércio, ciência e tecnologia, cultura, educação, desporto, saúde e qualificação do pessoal, entre outras. LisboaÉ um acordo-quadro para que os serviços dos dois municípios concretizem projectos específicos, refere a Lusa. «Apesar de Pequim e Lisboa serem cidades muito diferentes, uma com 600 mil habitantes e outra com 16 milhões, o facto é que existem diferentes áreas nas quais podemos cooperar», considerou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa. Entre as áreas de cooperação possíveis sublinhou o ambiente, o turismo e a gestão do tráfico urbano. (pvc)

TI e TIC’s: As tendências da tecnologia e dos serviços para 2008

quarta-feira, outubro 24th, 2007

Uma consultora internacional especializada em TI’s/TIC’s seleccionou as tecnologias e serviços agregados que considera vão ter um papel estratégico em 2008. Trata-se de uma avaliação feita a partir de dados recolhidos directamente dos mercados, em contacto directo com os dois lados da equação competitiva – 1) a oferta de equipamentos e soluções 2) a procura de ferramentas e conceitos que resolvam os problemas de cada negócio/cliente. Novos quadros regulatórios, diferentes paradigmas nas áreas da qualificação, normalização e metrologia, a competitividade de actuais e novos players, inovações incrementais ou de ruptura, vão ditar os que lideram, os que querem liderar e os que se contentam em sobreviver. Entre mais promissoras seleccionámos:

A ecologia invadiu a indústria informáticaTI ecológicas: são um «must» para qualquer empresa socialmente responsável. Usam diversos “chapéus” e intervém em áreas muito diversas; modelos de operação/gestão de centros de dados; deslocalização de tarefas para optimizar a eficiência energética; reservar o uso de servidores menos eficientes para horários de pico operacional; três exemplos da lista “green options”.

IP vídeo - sistema de vigilância convetgente (voz+dados+imagem via Internet)Convergência (multimeios e multiplataformas): O processo de conciliação, convergência e unificação tendencial das comunicações acelerou-se quando o mercado exigiu a coabitação, sobre os Protocolos Internet (IP), entre redes analógicas e digitais. Na primeira fase o foco incidiu na voz e nos dados. A imagem já é, actualmente, a macro arena da convergência. As áreas da vigillância, controlo e segurança ocupam a «pool position». O estudo e avaliação de “fluxos” de passantes, em tempo real, dentro e fora de estalecimentos comerciais, respectivos, avanços, recuos, compras por impulso, etc., despertam reacções pavlovianas nos marqueteiros.

Ultimus BPM SuiteBPM/Business Process Management (gestão de processos de negócio): Um método para, com recurso a ferramentas tecnológicas, simular, auditar, avaliar, compreender e inovar modelos e processos de negócio. As suites de BPM estão a evoluir e incluem o desenvolvimento orientado a modelos, gestão de conteúdos e documental, capacidades de colaboração, conectividade dos sistemas, monitorização da actividade de BI, gestão de regras e de sistemas.

Metadata Management by Rubik’s CubeGestão de metadados: Importância crescente. As empresas têm necessidades urgentes de integrarem o maior número de dados vitais para a excelência dos seus modelos de negócio em cada mercado onde actuam, (concorrentes, fornecedores, clientes, produtos, logística, fábrica, armazém, e.o.)

VirtualizaçãoVirtualização: A tecnologia de virtualização é crítica e crucial. Aumenta a eficiência e reduz custos operacionais. Um parque de hardware pode ser reduzido fisicamente em 80-90%. As réplicas de sistemas, processos e operações de produção são vastas e multifacetadas. O estado da arte está no ínicio da puberdade. Os fabricantes de software instalam os programas e aplicativos em terminais virtuais onde corre o sistema operativo. Os pacotes de middleware fazem o resto.

Mashups nos mapas GoogleMashups: é uma aplicação cujo valor acrescentado consiste em combinar e integrar conteúdos de várias fontes disponibilizando o conjunto aos utilizadores. Netvibes, geobloggers , Web 2.0 Mashup Matrix, são alguns dos exemplos. Elementos de múltiplos sites, combinados numa salada de bites e bytes, servidos numa aplicação residente na Web.

Google+IBM= plataformas IPPlataformas para a rede – O modelo de negócio dos serviços passa pelas plataformas IP. A parceria da Google com a IBM, em universidades, para desenvolvimento de aplicações, incluindo projectos de Web 2.0, são uma das tendências estratégicas e promissoras.

Uma ideia reflectida em experiências de computação possíveis pelo acesso ubíquo a redes de crescentes largura de banda através de tecnologias móveis.

Servidor de LâminaHistologia computacional: Concepção, design e desenvolvimento de um servidor específico. Os tecidos do processamento de dados (computação) envolvem tratamento de memória, processadores, placas de I/O, etc., entendidos como um reservatório de recursos em lugar de uma combinação fixa. Os servidores lâmina (blade), podem concretizar parte desta visão, mas constituem apenas um dos passos do processo.

wiki+blog+podcast = software socializanteSoftware socializante: Todos os programas, aplicativos e recursos de TI/TIC’s que permitem o funcionamento em rede de suportes e linguagens diversas –podcasts, blogs, wikis, e. o. – e agindo como facilitadores da redes de contactos pessoais e profissionais que promovam o contacto e a interacção dos géneros da espécie humana.

The Real Thing - RWWReal World Web: Rede global real/verdadeira – the real thing – omnipotente, omnisciente, omnipresente. A ubiquidade das redes de largura de banda potenciada pela interacção com plataformas, protocolos, tecnologias e uma miríade de recursos assentes na mobilidade. A procura do Santo Graal versão McLuhan. (pvc)


Portugal: indústria têxtil em recuperação

quarta-feira, outubro 24th, 2007

O ministro da Economia, Manuel Pinho enalteceu hoje em Famalicão a capacidade de recuperação competitiva do sector têxtil e do vestuário, cujas exportações crescem 4% em 2007, devendo atingir 4,2 mil milhões de euros.
«Há três anos atrás estive aqui e as exportações desciam, em 2006 estavam a zero, e agora crescem quatro por cento», acentuou o ministro da Economia e da Inovação, adiantando que, a partir de 15 de Novembro serão disponibilizados fundos de apoio ao sector no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
O governante falava aos jornalistas à margem do 9.º Fórum da Industrial Têxtil que hoje decorre no CITEVE – Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário de Famalicão, com organização da ATP, Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

Fonte: Dinheiro Digital

Portugal: um bom lugar para sedear sociedades comerciais

quarta-feira, outubro 24th, 2007

O sistema SIMPLEX veio transformar Portugal num dos países europeus mais interessantes para a instalação de sociedades comerciais que tenham como objecto principal o comércio internacional.
As soluções societárias que podem construir-se em Portugal são especialmente interessantes para as empresas brasileiras que pretendem entrar no mercado europeu.
Os escritórios da MRA Alliance estão em condições de promover a constituição rápida de sociedades em Portugal, seguindo modelos em que primam a desburocratização e a segurança.

A propósito desta temática, lê-se no site da MRA Brasil:

Portugal é um bom lugar para sedear sociedades comerciais visando a realização de negócios na União Europeia.
O país tem excelentes comunicações e um sistema bancário moderno. Está entre os países da União com os preços dos serviços mais baixos e tem um sistema tributário moderado, no que se refere ao imposto sobre o rendimento das empresas.
Com excepção de pequenos nichos reservados, os estrangeiros podem deter a totalidade do capital de empresas portuguesas e podem ser administradores e gerentes, mesmo que não residam no país.
Mas o mais interessante está, seguramente, no facto de as mais recentes medidas do governo terem desburocratizado até ao limite as formalidades da constituição de sociedades comerciais e as formalidades relativas às suas obrigações declaratórias.
Em Portugal é possível constituir uma empresa em menos de uma hora, permitindo que ela funcione na hora seguinte, como é possível constitui-la por via informática.
No mesmo site é publicada uma síntese do regime jurídico do direito das socieades em Portugal.

MRA patrocina II Encontro de Negócios Brasil-Portugal

terça-feira, outubro 23rd, 2007

A MRA é um dos patrocinadores da II Missão e Encontro de Negócios Brasil-Portugal 2007, que levará a Portugal, entre 11 e 18 de Novembro, algumas dezenas de empresas brasileiras.
Participamos no projecto, que envolve todas as câmaras de comércio luso-brasileiras, com uma conferência sobre Marcação CE, que terá como orador o Dr. Jaime Henriques, nosso consultor na área da qualidade e da certificação.
A MRA vem dinamizando uma plataforma pluridisciplinar para o estudo das questões da qualidade e a prestação de serviços na área da Marcação CE e da representação dos produtores no mercado europeu. Informação relevante sobre essa matéria pode ser encontrada no site da Qualivip, onde também encontra uma resenha noticiosa diária sobre questões de qualidade.

Informações sobre a II Missão e Encontro de Negócios Brasil-Portugal podem ser encontradas no site aqui assinalado.

 

Pico da produção mundial de petróleo já foi atingida; Estudo prevê queda de 50% até 2030

terça-feira, outubro 23rd, 2007

Petróleo começa a curva descendente A produção mundial de petróleo atingiu o seu pico (máximo da produção vs. reservas) em 2006, e deve cair pela metade até 2030, alertou o Energy Watch Group, durante uma conferência sobre “o pico do petróleo” (“peak oil”) organizada em Londres. “Isto vai reduzir a produção de tal maneira, que será difícil de enfrentar, apesar da exploração crescente de outras energias fósseis, a nuclear ou fontes alternativas”, alertou estudo do Energy Watch Group (EWG), defensor da tese do “pico de petróleo”. Esta hipótese de início da queda da produção/reservas contradiz as projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), que prevê 105 milhões de barris por dia em 2020 e 116 milhões de barris por dia em 2030. (pvc)